Língua – Caetano Veloso (fragmentos)
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugueses morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode Esta língua?
[...]
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria: tenho mátria
E quero frátria
Disponível em: http://www.letras.com.br/caetano-veloso/lingua. Acesso em: 13 fev. 2017.
O texto acima destaca uma produção musical que funciona como protesto, o que foi muito comum no Brasil nos anos da ditadura militar. A partir desse e de tantos exemplos, pode-se relacionar a arte e a filosofia, percebendo-se o autor da canção tanto como um filósofo quanto como um artista.
A) Em que sentido o substantivo língua é utilizado nessa canção? Justifique sua resposta.
B) A intertextualidade é um recurso válido nesse texto? Por quê?