Me disseram...
Disseram-me.
Hein?
O correto é "disseram-me". Não "me disseram".
Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te"?
O quê?
Digo-te que você...
O "te" e o "você" não combinam.
Lhe digo?
Também não. O que você ia me dizer?
Que você está sendo grosseiro, pedante e chato.
[...]
Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me.
Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
O quê?
O mato.
Que mato?
Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te.
Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no lugar certo é elitismo!
Se você prefere falar errado...
Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).
- No trecho citado acima, o autor utiliza a norma padrão, ou seja, utiliza a forma de linguagem considerada correta e formal, usada em contextos formais. Um dos personagens preserva essa linguagem e torna o diálogo inadequado em razão:
A) Excesso de compreensão causada pelo choque entre gerações.
B) Contexto de comunicação em que a conversa se dá.
C) Nível cognitivo dos participantes da situação.
D) Diversos erros de ortografia.