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Estudos Gerais04/09/2024

Meninos Carvoeiros Os meninos carvoeiros Passam a caminho d...

Meninos Carvoeiros

Os meninos carvoeiros Passam a caminho da cidade. — Eh, carvoero! E vão tocando os animais com um relho enorme.

Os burros são magrinhos e velhos. Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. A aniagem é toda remendada. Os carvões caem.

(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)

— Eh, carvoero! Só mesmo estas crianças raquíticas Vão bem com estes burrinhos descadeirados. A madrugada ingênua parece feita para eles ... Pequenina, ingênua miséria! Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!

—Eh, carvoero!

Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado, Encarapitados nas alimárias, Apostando corrida, Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados.

BANDEIRA, Manuel. Meninos Carvoeiros. Petrópolis, 1921.

No poema de Manuel Bandeira, há uma crítica:

Ao abandono infantil, visto que muitos pais se colocam em posição distante na criação dos filhos.

À violência contra crianças, que são vulneráveis à exploração de adultos quando não há políticas públicas de proteção.

Ao trabalho precoce, que degrada a infância de muitas crianças vítimas da pobreza social.

À desnutrição infantil, já que a condição de miséria de muitos infantes desencadeia um quadro grave de fome entre uma parcela da população.

À perda da infância, substituída pelo trabalho forçado em carvoarias, contrário aos índices ideais de escolarização.

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