Neste trecho, o historiador francês Georges Duby apresenta sua interpretação sobre as heresias da Idade Média.
A Idade Média foi o momento de um fervilhar de heresias no interior de um sistema homogêneo, que era o cristianismo. A Igreja preocupou-se em destruir esses desvios, e com violência. [...] O que ocorria, sobretudo, eram movimentos de resistência ou de revolta com relação à instituição eclesiástica. E é nisso que as heresias, apresentadas sob um aspecto inteiramente negativo, constituem também um sinal da vitalidade daquela época, na qual fermentava, irreprimível, a liberdade de pensamento.
DUBY, Georges. Ano 1000, ano 2000: na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998. p. 133.
- Até que ponto as heresias na Idade Média podem ser vistas como precursoras dos movimentos de liberdade de pensamento e expressão que vemos na sociedade atual?
- Em que medida a repressão da Igreja Católica às heresias na Idade Média ecoa os desafios contemporâneos relacionados à intolerância religiosa e à liberdade religiosa?
- Quais paralelos podem ser traçados entre as heresias na Idade Média, que desafiaram a autoridade eclesiástica, e os movimentos de resistência cultural e política que enfrentamos hoje, em termos de confronto com instituições de poder estabelecidas?