NINGUÉM SABE O QUE É UM POEMA
Ricardo Azevedo
Você acaba de conhecer um rio onde boiam cartas de amor, cheques sem fundo e exames laboratoriais. E um armário que guarda jabuticabas, sabás, meirinhas cheirosas e o mar azul. Como deve ter notado, Ricardo Azevedo bagunça as palavras e os sentidos delas. Ele assim cria uma nova ideia sobre os aspectos do mundo e de nós mesmos aos quais não costumamos dar atenção. Vamos entender melhor como isso acontece?
- No poema "Quem gosta de lixo, levanta a mão!" (p. 28), você encontra palavras que não existem. Elas nascem da mistura entre palavras que você conhece. Vamos identificá-las conforme o modelo?
trelha e traço: treco e tralha
respa e rasto: resto e raspa
gurina e gosde: grude e gosma
cuspa e caspe:
môcha e mânio:
lôrio e lido:
virme e verus:
sabo e ser
- Que tal entrar agora neste jogo? Componha palavras novas a partir da lista a seguir. Depois, invente um texto usando algumas delas.
a) bicicleta e painete
b) automóvel e ambulância
c) panela e tobogã
d) caminhão e carvalho
e) turbobá e ultravel:
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No poema "Nós" (p. 51), a palavra que dá título ao poema possui dois sentidos. Quais são?
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No poema "Acende a luz" (p. 52), sobre o verso "Desato o nó que prende o rio" e correto dizer:
( ) que no rio em questão foram construídas barragens, as quais a poeta deseja derrubar
( ) que para navegar é necessário saber lidar com cordas
( ) que a "no" nesse verso deve ser entendido como um sinônimo de dificuldade, de limite imposto ao desejo de se comunicar livremente.
( ) que a lua referida no título vem de uma instância hidrelétrica