O Guarani
Com efeito, uma montanha branca, fosforescente, assomou entre as arcarias gigantescas formadas pela floresta, e atirou-se sobre o leito do rio, mugindo como o oceano quando açoita os rochedos com as suas vagas.
A torrente passou, rápida, veloz, vencendo na carreira o tapir das selvas ou a ema do deserto; seu dorso enorme se estorcia e enrolava pelos troncos diluvianos das grandes árvores, que estremeciam com o embate hercúleo.
Depois, outra montanha, e outra, e outra, se elevaram no fundo da floresta; arremessando-se no turbilhão, lutaram corpo a corpo, esmagando com o peso tudo que se opunha à sua passagem.
Fonte: José de Alencar, "O Guarani".
TEXTO 2
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
[...] Mas a Floresta é esquisita. Tudo nela é muito mais vivo, mais ciente do que está acontecendo, por assim dizer, do que são as coisas no Condado. E as árvores não gostam de forasteiros. Elas vigiam as pessoas. Geralmente, ficam satisfeitas somente em vigiar, enquanto dura a luz do dia, e não fazem muita coisa. De vez em quando, uma árvore mais hostil pode derrubar um galho, ou levantar uma raiz, ou agarrar você com um ramo longo, Mas à noite as coisas podem ser mais alarmantes, pelo que ouvi dizer. Estive lá depois do anoitecer apenas uma ou duas vezes, e só perto da Cerca. Tive a impressão de que todas as árvores estavam cochichando entre si, passando notícias e planos numa língua ininteligível; e os galhos balançavam e se mexiam sem qualquer vento.
Fonte: J. R. R. Tolkien, "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel".
Obrigatória
Nota:
0.5
Compare as características dos textos 1 e 2. Em seguida, marque a(s) alternativa(s) que apresenta(m) uma característica comum entre os textos.
A) Ambos os textos são escritos com uma linguagem simples e acessível.
B) Tanto o texto 1 quanto o texto 2 tratam da relação do ser humano com a natureza.
C) Os dois textos descrevem como o comportamento da floresta muda do dia para a noite.
D) Tanto o texto 1 quanto o texto 2 conferem, à natureza, um protagonismo quase místico.
E) Ambos os textos exaltam a natureza como forma de despertar a consciência sobre sua preservação.