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Fernanda
O sapo encantado Tua yuxibu é o sapo, o canoeiro, o q...
O sapo encantado
Tua yuxibu é o sapo, o canoeiro, o que mais tem. Ele sempre canta no verão. Vai desovar na praia. E as pessoas comem este sapo.
A história começa assim: tinha um homem que ficou encantado de Tua yuxibu. O nome desse homem era Ixã.
Ixã caçava no mato e nunca encontrava a caça. Não matava nada! Os filhos começavam a chorar muito. Queriam comer vi as pessoas pegando aquele sapo e foi pegar também para poder comer. Ele fez isso umas cinco vezes. Um dos sapos se encantou numa pessoa e foi falar com ele:
-Ixã, O que que você vai fazer?
-eu ando querendo pegar sapo para comer.
O sapo encantado de gente falou assim:
-Ah, você veio me pegar para comer? Eu vou dar uma arma para caçar outro animal, porque você está acabando conosco. Já somos pouquinhos e você ainda come a gente. Vou lhe dar uma arma para caçar.
Então o sapo pegou uma palheta daquelas que existiam antigamente, do próprio encantado. Uma palheta para fazer um tipo de mingau. Mandou botar água no fogo e também mexer a água com a palheta.
Ixã mesmo quem mexeu. Apareceu carne, peixe de todo tipo. Ele deu para os filhos comerem.
Foi indo, foi indo, foi indo... Até que o ixã desapareceu. Desapareceu num poço bem grande!
Ele tinha um filho, um rapaz já crescendo, que começava a botar roçado. Botou o roçadinho dele, trabalhando no sol. Era só ele mesmo quem botava roçado. A mãe dele começou a reclamar:
-Ah, meu filho, tinha seu pai e seu pai desapareceu lá no poço é justamente agora. Eu vou até lá no poço ver se encontro ele!
A mãe desceu lá no poço e gritou pelo ixã, que era o marido dela:
-ixã, vem trabalhar com seu filho, que ele está sofrendo sozinho!
-Eu vou amanhã. Vou com o pessoal. Pode aprontar de manhãzinha, fazer o quebra- jejum, que eu já vou chegar.
Quando no outro dia deu uma base de 8 horas, a mulher de ixã olhou no caminho. De lá vinha um monte de gente, toda qualidade de peixes encantados de gente. Ele mandou ele subirem. E quando chegaram numa sala bem grande, que era a casa de antigamente, A mulher perguntou:
-Quantas pessoas tem? Quem mais ainda vai aparecer?
Aquele monte de gente encantada que veio ajudar o filho dela no roçado desconfiou da mulher e saiu correndo. No que correram, a mulher agarrou o marido dela, que era encantado de sapo. Pedia para ele não ir junto.
Nessa hora, o marido virou uma mutuca bem azulzinha. Quando a mulher quis pegar o marido encantado, a mutuca escapuliu da mão dela. É assim é até hoje...
-
Agora, compartilhe as anotações que você fez durante a leitura sobre a trajetória do herói ixã: de onde ele partiu e o que o levou a partir, que tarefa ele teve que realizar, que tipo de auxílio recebeu e como foi seu retorno ?
-
O retorno de ixã foi definitivo? Explique.
-
No texto, a palavra palheta designa um objeto mágico. Em outras narrativas da tradição oral de diversas sociedades, há objetos mágicos parecidos com esse. Por exemplo, nos contos de fadas, que objeto é semelhante a esse? E características esses objetos têm em comum?
-
de acordo com a antropóloga Sílvia Schmuziger de Carvalho, estudiosa da mitologia indígena brasileira, na sociedade indígenas ainda hoje não há o conceito de propriedade sobre a natureza, como se registra na sociedades brancas. O indígena se vê como mais um entre os seres que existem na natureza; ele se vê integrado a natureza e por isso coleta dela apenas o básico, sem destruir a alma das coisas.
a) Que passagem da história ‘‘O sapo encantado’’poderia exemplificar esse modo de se ver integrado à natureza e de não destruir a alma das coisas?
b) O nome do sapo apresentado na história é Tua yuxibu. Yuxibu é o termo utilizado pelos Kaxinawá para designar ‘‘Deuses do céu’’e compõe o nome de muitos outros personagens das histórias desse povo. Que relação pode ser estabelecida entre essa forma de nomear o sapo e a visão integrada da natureza?
C) Você deve ter percebido que o herói, ixã, assume outras formas ao longo de sua trajetória. Em que ele se metamorfoseia e em que momentos da narrativa isso acontece?
D) Há algum estranhamento por parte dos personagens nos momentos em que ocorrem as metamorfoses? Você acredita que isso também pode ter alguma relação com a visão de mundo integradora dos Kaxinawá? Explique.
10)O texto apresenta marcas de coloquialidade, do modo de contar a história quando estamos frente a frente com o nosso ouvinte, como no trecho a seguir.
Tua yuxibu é o sapo, o canoeiro, o que mas tem. Ele sempre canta no verão. Vai desovar na praia. E as pessoas comem este sapo.
A história começa assim: tinha um homem que ficou encantado de Tua yuxibu. O nome desse homem era Ixã. Linhas 1-4
a) Explique como essa colortalidade apareceu nesse trecho inicial do texto e, depois, registre as respostas no caderno.
b) Que outras marcas de linguagem coloquial aparecem no texto?
-
Uma das marcas do processo de produção do livro do qual essa história faz parte é o fato de a autoria ser marcadamente coletiva. Qual é a relação de uma autoria coletiva com uma obra como essa?
-
releia os trechos a seguir e, com base neles, faça o que se pede.
I. Um dos sapos se encantou numa pessoa [...] linha 7
II. O sapo encantado de gente falou assi [...] linha 10
a) O que significam as formas verbais do verbo encantar?
b) explique como você chegou a essa conclusão, inferindo o sentido que o verbo tem no contexto.
- no texto, o emprego do verbo ter, como sinônimo de ‘‘existir’’, aparece em algumas ocorrências, como no trecho a seguir.
- Quantas pessoas têm? Quem mais ainda vai aparecer? linha 34
Embora esse uso seja comum no português coloquial do Brasil, na Norma- padrão da língua, recomenda-se empregar o verbo haver. Reescreva o trecho acima substituindo ter por haver. Faça as adaptações necessárias e explique-as.
- coletivamente, pesquise em textos de gêneros variados-orais e escritos-ocorrências do verbo ter e do verbo haver como as indicadas na atividade anterior. Leiam esses textos e, em seguida, construam de maneira colaborativa uma tabela relacionando a ocorrência desses verbos com o gênero textual, a situação comunicativa implicada (mas formal ou mais informal) e a modalidade de língua (oral ou escrita). Insiram também um exemplo de ocorrência. Quando a tabela ficar pronta, analise os resultados encontrados, respondendo as questões no caderno.
a) em quais gêneros e situações pesquisadas e mais frequente o uso de ter?
b) em quais gêneros e situações pesquisadas é mais frequente o uso de haver?
C) vocês observam uma tendência nesses dados, isto é, situações em que, um verbo (seja ter ou haver) prevalece sobre o outro e outras em que praticamente ocorre apenas um deles?
O sapo encantado
Tua yuxibu é o sapo, o canoeiro, o que mais tem. Ele sempre canta no verão. Vai desovar na praia. E as pessoas comem este sapo. A história começa assim: tinha um homem que ficou encantado de Tua yuxibu. O nome desse homem era Ixã. Ixã caçava no mato e nunca encontrava a caça. Não matava nada! Os filhos começavam a chorar muito. Queriam comer vi as pessoas pegando aquele sapo e foi pegar também para poder comer. Ele fez isso umas cinco vezes. Um dos sapos se encantou numa pessoa e foi falar com ele: -Ixã, O que que você vai fazer? -eu ando querendo pegar sapo para comer. O sapo encantado de gente falou assim: -Ah, você veio me pegar para comer? Eu vou dar uma arma para caçar outro animal, porque você está acabando conosco. Já somos pouquinhos e você ainda come a gente. Vou lhe dar uma arma para caçar. Então o sapo pegou uma palheta daquelas que existiam antigamente, do próprio encantado. Uma palheta para fazer um tipo de mingau. Mandou botar água no fogo e também mexer a água com a palheta. Ixã mesmo quem mexeu. Apareceu carne, peixe de todo tipo. Ele deu para os filhos comerem. Foi indo, foi indo, foi indo... Até que o ixã desapareceu. Desapareceu num poço bem grande! Ele tinha um filho, um rapaz já crescendo, que começava a botar roçado. Botou o roçadinho dele, trabalhando no sol. Era só ele mesmo quem botava roçado. A mãe dele começou a reclamar: -Ah, meu filho, tinha seu pai e seu pai desapareceu lá no poço é justamente agora. Eu vou até lá no poço ver se encontro ele! A mãe desceu lá no poço e gritou pelo ixã, que era o marido dela: -ixã, vem trabalhar com seu filho, que ele está sofrendo sozinho! -Eu vou amanhã. Vou com o pessoal. Pode aprontar de manhãzinha, fazer o quebra- jejum, que eu já vou chegar. Quando no outro dia deu uma base de 8 horas, a mulher de ixã olhou no caminho. De lá vinha um monte de gente, toda qualidade de peixes encantados de gente. Ele mandou ele subirem. E quando chegaram numa sala bem grande, que era a casa de antigamente, A mulher perguntou: -Quantas pessoas tem? Quem mais ainda vai aparecer? Aquele monte de gente encantada que veio ajudar o filho dela no roçado desconfiou da mulher e saiu correndo. No que correram, a mulher agarrou o marido dela, que era encantado de sapo. Pedia para ele não ir junto. Nessa hora, o marido virou uma mutuca bem azulzinha. Quando a mulher quis pegar o marido encantado, a mutuca escapuliu da mão dela. É assim é até hoje...
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Agora, compartilhe as anotações que você fez durante a leitura sobre a trajetória do herói ixã: de onde ele partiu e o que o levou a partir, que tarefa ele teve que realizar, que tipo de auxílio recebeu e como foi seu retorno ?
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O retorno de ixã foi definitivo? Explique.
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No texto, a palavra palheta designa um objeto mágico. Em outras narrativas da tradição oral de diversas sociedades, há objetos mágicos parecidos com esse. Por exemplo, nos contos de fadas, que objeto é semelhante a esse? E características esses objetos têm em comum?
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de acordo com a antropóloga Sílvia Schmuziger de Carvalho, estudiosa da mitologia indígena brasileira, na sociedade indígenas ainda hoje não há o conceito de propriedade sobre a natureza, como se registra na sociedades brancas. O indígena se vê como mais um entre os seres que existem na natureza; ele se vê integrado a natureza e por isso coleta dela apenas o básico, sem destruir a alma das coisas.
a) Que passagem da história ‘‘O sapo encantado’’poderia exemplificar esse modo de se ver integrado à natureza e de não destruir a alma das coisas?
b) O nome do sapo apresentado na história é Tua yuxibu. Yuxibu é o termo utilizado pelos Kaxinawá para designar ‘‘Deuses do céu’’e compõe o nome de muitos outros personagens das histórias desse povo. Que relação pode ser estabelecida entre essa forma de nomear o sapo e a visão integrada da natureza?
C) Você deve ter percebido que o herói, ixã, assume outras formas ao longo de sua trajetória. Em que ele se metamorfoseia e em que momentos da narrativa isso acontece?
D) Há algum estranhamento por parte dos personagens nos momentos em que ocorrem as metamorfoses? Você acredita que isso também pode ter alguma relação com a visão de mundo integradora dos Kaxinawá? Explique.
10)O texto apresenta marcas de coloquialidade, do modo de contar a história quando estamos frente a frente com o nosso ouvinte, como no trecho a seguir.
Tua yuxibu é o sapo, o canoeiro, o que mas tem. Ele sempre canta no verão. Vai desovar na praia. E as pessoas comem este sapo. A história começa assim: tinha um homem que ficou encantado de Tua yuxibu. O nome desse homem era Ixã. Linhas 1-4
a) Explique como essa colortalidade apareceu nesse trecho inicial do texto e, depois, registre as respostas no caderno.
b) Que outras marcas de linguagem coloquial aparecem no texto?
-
Uma das marcas do processo de produção do livro do qual essa história faz parte é o fato de a autoria ser marcadamente coletiva. Qual é a relação de uma autoria coletiva com uma obra como essa?
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releia os trechos a seguir e, com base neles, faça o que se pede.
I. Um dos sapos se encantou numa pessoa [...] linha 7 II. O sapo encantado de gente falou assi [...] linha 10
a) O que significam as formas verbais do verbo encantar?
b) explique como você chegou a essa conclusão, inferindo o sentido que o verbo tem no contexto.
- no texto, o emprego do verbo ter, como sinônimo de ‘‘existir’’, aparece em algumas ocorrências, como no trecho a seguir.
- Quantas pessoas têm? Quem mais ainda vai aparecer? linha 34
Embora esse uso seja comum no português coloquial do Brasil, na Norma- padrão da língua, recomenda-se empregar o verbo haver. Reescreva o trecho acima substituindo ter por haver. Faça as adaptações necessárias e explique-as.
- coletivamente, pesquise em textos de gêneros variados-orais e escritos-ocorrências do verbo ter e do verbo haver como as indicadas na atividade anterior. Leiam esses textos e, em seguida, construam de maneira colaborativa uma tabela relacionando a ocorrência desses verbos com o gênero textual, a situação comunicativa implicada (mas formal ou mais informal) e a modalidade de língua (oral ou escrita). Insiram também um exemplo de ocorrência. Quando a tabela ficar pronta, analise os resultados encontrados, respondendo as questões no caderno.
a) em quais gêneros e situações pesquisadas e mais frequente o uso de ter?
b) em quais gêneros e situações pesquisadas é mais frequente o uso de haver?
C) vocês observam uma tendência nesses dados, isto é, situações em que, um verbo (seja ter ou haver) prevalece sobre o outro e outras em que praticamente ocorre apenas um deles?