O sucesso da produção açucareira
Para implantar na América o sistema de capitanias hereditárias, em 1534, o governo português autorizou os donatários a dispor de terras (sesmarias) aos colonos dispostos a investir no cultivo de cana-de-açúcar.
Após a criação do governo-geral, em 1548, a concessão de terras ficou a cargo do governador-geral. A produção de açúcar tornou-se a principal atividade econômica da América portuguesa, que, ao final do século XVII, era a maior fornecedora desses produtos para o Ocidente. A facilidade de crédito e os incentivos da Coroa foram essenciais para o sucesso do empreendimento.
Leia o que Ambrósio Fernandes Brandão, proprietário de engenho no Brasil no século XVII, escreveu sobre a produção açucareira. [...]
"O açúcar é a principal coisa que todo este Brasil se enobrece e faz rico. Os capitães-mores, com cada um na capitania de sua jurisdição, têm as suas forças e possibilidades. As pessoas a quem se dão semelhanças terras, tendo cabedal para fabricarem engenhos de fazer açúcares, os fabricam. [...]
No Brasil, em três capitanias que são a de Pernambuco, a de Itamaracá e a de Paraíba [...], lavram e tiram os portugueses das entranhas delas, à custa de seu trabalho, tanto açúcar que basta para carregar, todos os anos, cento e trinta, cento e quarenta naus. Sua majestade não gasta de sua Fazenda, para a fabricação e sustentação de tudo isto, um só vintém."
BRANDÃO, Ambrósio Fernandes. Diálogos das grandezas do Brasil (1618). Coletânea de documentos históricos para o 1º grau: 5ª a 8ª séries. São Paulo: SE/Cenp, 1980. p. 18.