O surgimento da burguesia
Setores da nobreza europeia, interessados na obtenção dos ganhos proporcionados pela nova realidade econômica, permitiram que os grupos que se dedicavam às práticas mercantis, como os mascates, cambistas e servos fugitivos, organizassem nos limites da propriedade feudal núcleos fixos de comércio, protegidos por grandes muralhas. Estes locais passaram a ser conhecidos como burgos.
A organização dos burgos era estabelecida mediante o compromisso do pagamento de postos dos moradores dos burgos, a burguesia, ao proprietário do feudo.
Com o passar do tempo, no entanto, o constante aumento dos impostos devidos a estes proprietários estimulou a reação da burguesia contra as taxas senhoriais por meio da organização movimentos definidos como "comunas".
As "comunas" eram associações coletivas dos moradores dos burgos que procuravam negociar, por meio da "Carta de Franquia", a sua independência em relação ao domínio exercido pelos senhores feudais.
A partir das "comunas", os burgos, gradativamente, obtiveram a sua autonomia, transformando-se em importantes cidades, contribuindo para o renascimento da vida urbana europeia.
Por sua vez, com a autonomia dos burgos, afirmavam-se também a identidade e os valores sociais de um novo grupo no cenário europeu: a burguesia.
O comércio na Baixa Idade Média
Com o surgimento dos burgos, em diferentes regiões da Europa, feiras e rotas de comércio marítimas e terrestres foram sendo definidas, revigorando o renascimento urbano no continente.
As feiras, por exemplo, eram mercados abertos e periódicos localizados geralmente no entroncamento das rotas comerciais, que, por sua vez, acabaram proporcionando o surgimento de novas cidades.