O texto aborda a evolução dos conceitos de homeostase, estresse e alostase, destacando suas inter-relações e implicações na fisiologia dos organismos. Walter Cannon introduziu o conceito de homeostase como a manutenção da estabilidade do meio interno, enquanto Hans Selye definiu estresse como uma resposta não específica do corpo a qualquer demanda, dividindo-a em três fases: alarme, resistência e exaustão. A discussão evolui para a alostase, proposta por Peter Sterling, que amplia a homeostase ao considerar ajustes antecipatórios e a regulação por retroalimentação positiva.
Os sistemas alostáticos, como o sistema nervoso autônomo simpático (SNAs), o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e o sistema imunológico, são ativados em situações de estresse, provendo meios para o organismo enfrentar desafios. A resposta ao estresse envolve a liberação de catecolaminas e glicocorticoides, modulando funções fisiológicas e comportamentais.
A teoria da alostase considera que a ativação dos sistemas alostáticos gera uma carga energética ao organismo, denominada carga alostática, que, quando excessiva, pode levar a patologias. A falha alostática ocorre quando o organismo não consegue ativar adequadamente esses sistemas diante de demandas prolongadas.
O texto também discute críticas e revisões aos conceitos tradicionais, propondo uma visão mais integradora que considera fatores ambientais e sociais no enfrentamento do estresse. Destaca-se a importância da resiliência, a capacidade de lidar com estressores sem desenvolver patologias, como um fator crucial na resposta ao estresse.