Os dados epidemiológicos sobre a ocorrência de Enterobius vermicularis são subestimados no Brasil. Esse fato se deve, em parte, pelos resultados falso-negativos dos exames parasitológicos de fezes pelos métodos de sedimentação e de flutuação. Os melhores resultados de diagnóstico desse parasito são obtidos quando se emprega o método de Graham, também chamado método da fita gomada ou fita adesiva.
A partir dessas informações e do conteúdo estudado a respeito das características do ciclo de desenvolvimento do Enterobius vermicularis, o método de Graham oferece melhores resultados para o diagnóstico da infecção porque:
os ovos do Enterobius vermicularis são leves e, por isso, não são encontrados no sedimento obtido pelo método de sedimentação espontânea, mas são facilmente recuperados da região perianal com a fita gomada.
em casos de hiperinfecção, as fêmeas de Enterobius vermicularis são expulsas do ceco onde vivem, podendo ser encontradas na roupa íntima e presas na região perineal, de onde podem ser recuperadas pela fita gomada.
as fêmeas de Enterobius vermicularis saem junto com as fezes e, por isso, apenas o método de Graham pode recuperá-las, desde que se realize a coleta da amostra de fezes que tenha ficado pelo menos duas horas em contato com o períneo.
as fezes não contêm ovos de Enterobius vermicularis e sim as larvas desses parasitos, as quais são recuperadas pela fita gomada da região perianal no período da manhã.
as fêmeas grávidas deixam o ceco e migram para a região perianal e perineal no período da noite, onde realizam a postura dos ovos, os quais são recuperados pela fita adesiva no período da manhã.