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Pergunta:
Fazer um resumo: resumo:
Neocolonialismo na África e na Ásia
De 1870 até o início do século XX, a economia europeia passou por uma gran de expansão. Nesse periodo, ocorreu o que alguns historiadores consideram a Segunda Revolução Industrial. Ela se caracterizou por avanços no processo de Industrialização, como o uso de novas fontes de energia - petróleo e eletricidade- que transformaram a economia capitalista. Também houve grande desenvolvi mento dos meios de transporte e dos meios de comunicação, além da formação do capitalismo financeiro e dos oligopólios.
Acompanhando esse processo de expansão econômica, a burguesia dos paises mais industrializados e, portanto, mais ricos - voltou-se para uma nova exploração de territórios na África e na Ásia, dando início ao neocolonialismo ou imperialismo. Esse processo tinha os objetivos de buscar novos mercados consu midores e áreas para investir o capital excedente europeu e de realocar o excesso demográfico do continente.
As potências ocidentais utilizaram ideologias racistas para justificar suas investidas sobre a África e a Ásia baseando-se no darwinismo social, uma apro priação da teoria da evolução das espécies de Charles Darwin para análise das sociedades. Assim, haveria uma hierarquia entre os seres humanos na qual os brancos seriam superiores aos demais, o que justificaria seu domínio sobre os outros, considerados menos desenvolvidos. Desse modo, o darwinismo social fundamentou a ideia de que a expansão imperialista seria uma missão civilizadora dos brancos, representados por europeus e estadunidenses, por meio da qual africanos e asiáticos tinham de ser dominados. A "missão" levaria tecnologia e
cultura cristă para áreas onde a população nativa "jamais" as alcançaria sozinha
Essa visão racista que se propagou entre o final do século XIX e início do sé
culo XX incentivou e legitimou a violência contra os povos colonizados.> Expansão colonial na Ásia
Entre 1830 1880, as potencessed on devolveram politic imperialistas na Assa. A presença europeia no continente, porém, não era novida pois as riquezas da Asia atraiam os ocidentals desde a época medieval. No periodo as mercantilista, os europeustab, mor (Indonesia), Goa, Dane con expansiontico: Portugal colonizou Macau (China), 17(1898, a Holanderio D (India): a Espanha esteve presente nas Filipinas entre 1571 e 1898; a Holanda estabeler plodalat em Java e Sumatra, entre outras ilhas da Indonésia, Ne início do século Xix permanencia dessas colônias testemunhava a primeira onda de expansão europeia Asia, bem anterior ao avanço imperialista.
Índia sob domínio britânico
Desde o século XVIII, a Índia, fornecedora de especiarias que proporcionaram muitos lucros aos portugueses e espanhóis no período das Grandes Navegações, era mercado essencial para os tecidos de algodão e as exportações das manufaturas británicas.
Entre 1784 e 1858, a quase totalidade do território esteve submetida à Companhia das Indias Orientais Británica, que controlava a região por meio de alianças com os principes locais. A companhia praticava o comércio, coletava impostos e comandara tropas de soldados nativos, conhecidos como cipaios.
A partir de 1848, medidas econômicas adotadas pelos británicos na India, como a cobrança de um imposto individual em dinheiro e a redução das tarifas alfandegarias para as importações, abalaram os costumes locais e prejudicaram a indústria artesanal textil indiana, que não pôde concorrer com os produtos britânicos.
A reação veio com a Revolta dos Cipaios. A rebelião, que ocorreu entre 1857 e 1859, aliou soldados muçulmanos, hindus e principes contra a dominação britànica O movimento foi duramente reprimido e serviu de pretexto para que o Reino Unido assumisse o controle político do subcontinente. Em 1876, a India passou a integrar o Império Británico, e a rainha Vitória recebeu o título de imperatriz da India.milhares de congoleses impondo um truculento regime de trabalho forçado, que incluía mutilações e assassinatos, o monarca foi obrigado pela comunidade internacional a abandonar a possessão, que em 1908 foi assumida pelo Estado belga.
A Alemanha e a Itália, unificadas na segunda metade do século XIX, entraram mais tarde na corrida imperialis- ta. Entre 1884 e 1885 ocorreu, por iniciativa de Otto von Bismarck, a Conferência de Berlim, com o objetivo de disciplinar e definir a repartição "amigável" da África a fim de evitar uma guerra entre as potências imperialistas. Os participantes da conferência estabeleceram um acordo por meio do qual, a partir daquela data, qualquer anexação do território africano deveria ser comunicada imediata- mente às outras potências, seguindo-se a ocupação efetiva para garantir a posse.
Protetorado: território ou país que, apesar de manter-se como Es- tado independente, tem sua política externa controlada por outro. Em alguns casos, esse controle estende-se ao governo, ao Poder Judiciário e às instituições financeiras.Africanos contra o imperialismo
Arquato Pacamarcada pela violència e pelo racismo, expresio O no desapropriação de terras, na cotiranca de impostos, em formad sabalando no desrespeito as tradições locals. Diante disso, muitos pons tena dominação estrangeira dando origem a prolongados confiites Ardo do corridos na Liberta e na Etiópia, os movimentos de resistência fores tamente debelados pelas potências ocidentais.
Na miko do Alto Senegal, na Africa Ocidental Francesa, eclodiu a Rebelião de Ma madou Lamine enbe 1898 1901. O movimento se originou da crença religiosa de que of muçulmanos não poderiam ser governados por não islâmicos. Assim, liderados por Mamadou Lamine, os rebeldes atacaram construções em que havia trabalho forcado kvmmaram guemihas, promovendo pilhagens nas áreas de forte presença francesa Atamadou, porém, foi capturado e executado, e o movimento perdeu força.
Costa do Ouro (atual Gana), entre 1890 e 1900, eclodiu uma revolta contra o do ritánico, que ficou conhecida como Rebelião Ashanti. O principal motivo para levante foi a deposição de lideres tradicionais por parte das autoridades británicas anomeação de outros governantes para substitui-los. Para os ashanti, essa atitude #anificou a violação de sua tradição religiosa e cultural, pois os lideres locais eram onsiderados sagrados. Em 1900, depois de sangrentas batalhas, diversos generais ea rainha Yaa Asantewaa, também lider do movimento, foram presos e deportados chegando ao fim a resistência ashanti na região.
Outra revolta importante foi a de Maji Maji, na África Oriental Alemă (atual Tanza
nial que durou de 1905 a 1907. A origem da revolta está na desapropriação das terras dos nativos, nos maus-tratos e na imposição, pelos alemães, de altos impostos e de trabalhos forçados nas plantações de algodão da região. Sob a liderança de Kinjikitile Ngwale, cerca de vinte grupos étnicos diferentes uniram-se no combate aos invasores alemães, come mostra o texto a seguir.
"Para unir cerca de vinte grupos étnicos diferentes e combater os alemães pela liberdade, Kinjikitile recorreu às suas crenças religiosas atrelando-as aos princípios de unidade e liberdade de todos os africanos. Com essa bandeira de luta os grupos se uniram, acreditando que a guerra era um designio divino e que seus ancestrais regressariam à vida terrena para ajudá-los nessa empreitada.
Para ressaltar e dar concretude à unidade das várias etnias. Kinjikitile promoveu a construção de um enorme altar ao qual chamou 'a casa de Deus e nele passou a preparar o maji, isto é, uma água tida como medicinale sagrada com poder de tornar todos os africanos que a bebessem invulne ráveis à artilharia europeia."
HERNANDEZ. LL. Movimentos de resistência na África
Revista de História, n. 141, p. 145, 1999. Disponível em: <http://www.revistas sap
revhistoria/article/view/18887/2068
Acesso em: 12 maio 2000
Kinjikitile foi enforcado em 1905. O movimento, porém, não perdeu força e acabou sendo liderado pelo pai de Kinjikitile. A resistència durou até 1907, quando foi reprimida pelas autoridades alemás.Império do Sol Nascente: o Japão
No inicio da década de 1850. o sistema de governo japonés, og fors pelas potências ocidentats. Lideradas pelos Estados Unidos, eles pressionaram e exigus a abertura dos portos japoneses.
Reagindo à investida ocidental, em 1860 os japoneses começaram a enviar jovens a universidades da Europa e dos Estados Unidos para aprender ciência e tecnologie modernas. Com o conhecimento técnico adquirido, os japoneses impulsionaram seu processo de industrialização. Paralelamente, o Japão passou a reestruturar seu exército e sua marinha.
Em 1866, com o apoio do exército, o governo foi restaurado em nome do imperador Mutsuhito Meiji, que iniciou uma série de reformas com o objetivo de modernizar o pais. O poder dos grandes senhores de terras foi substituido por um sistema de prefei turas controladas por uma burocracia central. Tais reformas ficaram conhecidas como Revolução Meiji.
Essa revolução transformou o Japão em exemplo de industrialização no Oriente. Uma reforma tributária garantiu boas fontes de renda ao governo, que investiu cerca de um terço de seu orçamento no comércio e na indústria, além de subsidiar a construção naval. A modernização económica foi obtida graças aos investimentos no aperfeiçoa- mento da indústria metalúrgica, à ampliação da rede de transportes, sobretudo com a construção de ferrovias, e à consolidação dos bancos, responsáveis por um ambiente financeiro eficiente. Além disso, o governo investiu na agricultura e na educação.Primeira Guerra Mundial
A revolução científica e tecnológica na Sopa do se culo XIX, que introduziu inovações como avtombe o avião, o telefone, o cinema e o fatégrafo sem fro, entre no tras, contribuma para reafirmar a idets burguesa de estatua dade e progresso continuo preponderante na matuns dos paises europeus. Essa sensação de otimtumo também fol promovida pela relativa paz e estabilidade no continente, ja que desde a Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Parts não ocorriam conflitos de grandes proporções. Por isso o periodo entre 1871 e 1914 na Europa ficou conhecido diversidade de
pela denominação francesa Belle Époque (Bela Epoca). Apesar do clima de euforia e paz interna, no plano externo ampliava-se a tensão entre as principals potências europeias. Elas disputavam fontes de energia e de matérias-primas, assim como mercados consumidores para seus produtos industria lizados e para investimento de capitais excedentes na Europa e nos dominios coloniais na África e na Asia.
A economia mundial deixava, assim, de girar apenas em torno do Reino Unido. Outros países industrializados passaram a disputar com os britânicos os mercados consu midores, e nenhum concorrente era tão agressivo quanto os alemães. Essa disputa se estendia à esfera financeira: os empréstimos alemães às vezes eram mais vantajosos que os británicos. Além disso, a força naval do Império Alemão preocupava o Reino Unido, que dependia do mar para distribuir suas mercadorias.
Poderio militar e alianças
O mesmo desenvolvimento científico e tecnológico que possibilitou o advento de invenções que tornaram a vida burguesa mais confortável viabilizou o incremento da indústria bélica financiada pelas potências europeias, que desejavam garantir seus mercados e proteger seus domínios coloniais. Assim, embora a Europa passasse por um período de aparente paz, as potências iniciavam uma corrida armamentista, que se aceleraria nas primeiras décadas do século XX.
Ao mesmo tempo que modernizavam seus exércitos, as
potências europeias firmavam acordos politico-militares, o que caracterizou a chamada política de alianças. Forma- da em 1882, a Tríplice Aliança incluía o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro e o Reino da Itália. A aliança entre Alemanha e Austria-Hungria explicava-se pela necessidade de manter o equilíbrio interno do Império Alemão. Essa política também estava indiretamente ligada à formação tardia dos Estados nacionais alemão e italiano e ao atraso desses países na corrida imperialista.
750
700
196-
1800
Fonte: HOBSBAWM, E Amader
Paze Terra, 1998, p. 479
A Tríplice Entente, por sua vez, era formada por Reino Unido, França e Império Russo, e foi constituída entre 1893 e 1907. A participação da França pode ser explicada por sua derrota na Guerra Franco-Prussiana e a subsequente anexação da região da Alsácia-Lorena pelo Império Alemão. Já a presença russa era uma resposta ao envolvimento.[10/6 19:54] +55 61 8129-0187: China: resistência e queda
A China representava um atraente mercado consumidor e fornecedor de produtos,
como a seda, o chá, a porcelana e outros artigos de luxo.
No início do século XIX, comerciantes britânicos descobriram um produto cujo
consumo podia ser incentivado entre os chineses: o ópio. Em represália, o governo
chinês proibiu o comércio legal de ópio e combateu o contrabando com severas penas.
A tensão cresceu quando as autoridades chinesas confiscaram uma carga britânica e
a jogaram ao mar.
Alegando prejuízos à propriedade privada e ao livre comércio, o governo britânico
iniciou uma série de retaliações, que terminaram em conflitos conhecidos como Guerras
do Ópio (1839-1842 e 1856-1860).
Na Primeira Guerra do Ópio, os chineses foram derrotados pelos britânicos e,
na segunda, por uma aliança anglo-francesa. O resultado dessas guerras foi a assinatura de tratados que beneficiavam os interesses europeus. Pelo Tratado de Nanquim
(1842), a China foi obrigada a abrir cinco de seus portos e entregar a Ilha de Hong Kong
aos britânicos. Em 1844, os franceses obtiveram importantes concessões comerciais na
China e privilégios para seus cidadãos.
Pelo Tratado de Tientsin, ou Tratado de Tianjin (1858), os chineses admitiram a
livre importação do ópio, abriram dez novos portos ao comércio europeu e permitiram
a atuação de missionários cristãos no país, entre outras concessões.
Em 1860, foi reconhecida a soberania da Rússia sobre territórios siberianos que o
país disputava com a China. O Japão entrou mais tarde na corrida, mas, como vimos,
venceu os chineses na guerra de 1894-1895 e conseguiu o controle de portos, além de
anexar e ocupar porções do território chinês.
A luta dos boxers
Entre 1899 e 1901, surgiu um movimento contra a dominação ocidental na China,
que ficou conhecido como Rebelião dos Boxers. Nacionalistas chineses insatisfeitos
com a presença estrangeira no país deram início a uma série de atentados, que acabaram gerando uma guerra contra o governo.
Um exército internacional composto de europeus, estadunidenses e japoneses
sufocou a rebelião. Os chineses foram condenados a pagar uma indenização e a
permitir a presença de tropas estrangeiras em seu território.
[10/6 19:55] +55 61 8129-0187: Nacionalismo belicista
A situação de instabilidade na Europa foi agravada por outro fator não menos importante: o nacionalismo. Na primeira metade do século XIX, liberais, republicanos e
representantes do nascente movimento operário lutaram lado a lado contra o despotismo
monárquico, e isso ajudou a criar um sentimento nacionalista. No final daquele século,
esse nacionalismo passou a ser manipulado pelos governos e pelas classes dominantes
por meio de discursos que foram capazes de transformar a nação em um “objeto de culto”,
um elemento de união entre os cidadãos e o Estado. A intensa exaltação do sentimento
nacional no período deu origem aos três movimentos explicados a seguir.
• Revanchismo francês. Movimento baseado no desejo de vingança dos nacionalistas exacerbados da França, dispostos a recuperar o território da Alsácia-Lorena,
perdido na Guerra Franco-Prussiana, em 1871.
• Pangermanismo. Movimento originário da Liga Pangermânica, formada em
1886, que preconizava a expansão da Alemanha com a incorporação de todos
os povos de origem germânica que habitavam a Europa Central.
• Pan-eslavismo. Movimento que defendia a unificação política dos povos
eslavos da Europa Oriental em um único país, a Grande
Sérvia. O projeto nacionalista da Grande Sérvia teve origem
na independência do país em 1878, após séculos de domínio
turco-otomano.
Em 1908 teve início a Crise dos Bálcãs, com a ocupação
das províncias da Bósnia e da Herzegovina pelo Império
Austro-Húngaro. Tais províncias eram habitadas por povos
eslavos e cobiçadas pela Sérvia. Logo depois, nas Guerras dos
Bálcãs de 1912 e 1913, os sérvios, apoiados pelos russos, ocuparam parte da Macedônia. Com a expansão sérvia e o crescimento da influência russa na região, os austríacos ficaram em
estado de alerta. Nesse contexto, o Império Austro-Húngaro
apoiou a independência da Albânia, outro território ambicionado pela Sérvia. Diante desses acontecimentos, cresceu
a hostilidade sérvia ao Império Austro-Húngaro.
No dia 28 de junho de 1914, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, foi assassinado por um ativista
sérvio em Sarajevo. A Áustria-Hungria exigiu reparações da
Sérvia pelo ocorrido, mas suas exigências não foram atendidas.
Os austríacos, então, declararam guerra à Sérvia. Assim come-
çou a Grande Guerra, ou, como ficou conhecida posteriormente, a Primeira Guerra Mundial.
[10/6 19:56] +55 61 8129-0187: Nacionalismo belicista
A situação de instabilidade na Europa foi agravada por outro fator não menos importante: o nacionalismo. Na primeira metade do século XIX, liberais, republicanos e
representantes do nascente movimento operário lutaram lado a lado contra o despotismo
monárquico, e isso ajudou a criar um sentimento nacionalista. No final daquele século,
esse nacionalismo passou a ser manipulado pelos governos e pelas classes dominantes
por meio de discursos que foram capazes de transformar a nação em um “objeto de culto”,
um elemento de união entre os cidadãos e o Estado. A intensa exaltação do sentimento
nacional no período deu origem aos três movimentos explicados a seguir.
• Revanchismo francês. Movimento baseado no desejo de vingança dos nacionalistas exacerbados da França, dispostos a recuperar o território da Alsácia-Lorena,
perdido na Guerra Franco-Prussiana, em 1871.
• Pangermanismo. Movimento originário da Liga Pangermânica, formada em
1886, que preconizava a expansão da Alemanha com a incorporação de todos
os povos de origem germânica que habitavam a Europa Central.
• Pan-eslavismo. Movimento que defendia a unificação política dos povos
eslavos da Europa Oriental em um único país, a Grande
Sérvia. O projeto nacionalista da Grande Sérvia teve origem
na independência do país em 1878, após séculos de domínio
turco-otomano.
Em 1908 teve início a Crise dos Bálcãs, com a ocupação
das províncias da Bósnia e da Herzegovina pelo Império
Austro-Húngaro. Tais províncias eram habitadas por povos
eslavos e cobiçadas pela Sérvia. Logo depois, nas Guerras dos
Bálcãs de 1912 e 1913, os sérvios, apoiados pelos russos, ocuparam parte da Macedônia. Com a expansão sérvia e o crescimento da influência russa na região, os austríacos ficaram em
estado de alerta. Nesse contexto, o Império Austro-Húngaro
apoiou a independência da Albânia, outro território ambicionado pela Sérvia. Diante desses acontecimentos, cresceu
a hostilidade sérvia ao Império Austro-Húngaro.
No dia 28 de junho de 1914, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, foi assassinado por um ativista
sérvio em Sarajevo. A Áustria-Hungria exigiu reparações da
Sérvia pelo ocorrido, mas suas exigências não foram atendidas.
Os austríacos, então, declararam guerra à Sérvia. Assim come-
çou a Grande Guerra, ou, como ficou conhecida posteriormente, a Primeira Guerra Mundial.
[10/6 19:56] +55 61 8129-0187: Guerra de trincheiras: a vida no front
Em seu primeiro ano, a Primeira Guerra foi marcada pela movimentação inicial
das tropas, consolidando-se depois como uma guerra de posições, em que cada
território ocupado tinha de ser mantido e defendido. Desse modo, a guerra passou
a ser caracterizada pelo uso das trincheiras, uma rede de valas cavadas na terra e
cercadas por fileiras de sacos de areia que ajudavam a proteger os soldados. O território que separava as trincheiras dos blocos inimigos era conhecido como “terra de
ninguém”. Nesse local eram instalados crateras de bombas e rolos de arame farpado
para dificultar a mobilidade do exército inimigo.
Como em algumas ocasiões da guerra se tornava impossível avançar ou recuar,
os soldados passavam longos períodos nas trincheiras se defendendo e aguardando
ordens de ataque. Assim, as trincheiras transformaram-se em lares temporários de
muitos combatentes. Naqueles locais apertados, além de manusear suas armas, eles
descansavam, escreviam cartas, liam, jogavam cartas e faziam as refeições.
[10/6 19:56] +55 61 8129-0187: Tecnologia para a destruição
A Primeira Guerra Mundial inaugurou os conflitos modernos que marcaram o
século XX. Ainda que durante os combates tenham sido empregadas algumas estratégias militares do século XIX, foram utilizadas pela primeira vez tecnologias
como o avião, o submarino e as armas químicas.
O primeiro uso de arma química foi feito em Ypres, na Bélgica, no dia 22 de
abril de 1915. O exército alemão lançou contra soldados franceses e belgas o
gás cloro. Ao inalar a nuvem de fumaça esverdeada de cheiro doce, centenas
de homens tiveram os pulmões queimados e morreram asfixiados. Depois
dessa experiência, os franceses desenvolveram um gás ainda mais letal, o
fosgênio, que matava também por asfixia, mas, diferentemente do cloro,
não tinha cor.
Os exércitos logo equiparam suas tropas contra os gases. Foi desenvolvida uma
máscara conectada a um cilindro, que filtrava os gases do ar. Com o uso das máscaras,
as mortes diminuíram, apesar de os efeitos colaterais, como a cegueira temporária,
continuarem a afetar os soldados.
Em 1925, foi firmado o Protocolo de Genebra, um acordo entre vários países, incluindo o Brasil, proibindo o uso de armas químicas em combates militares.
[10/6 19:57] +55 61 8129-0187: Paz de Versalhes e consequências da guerra
Em janeiro de 1918, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson,
apresentou ao Congresso do país um plano de paz que ficou conhecido como Catorze
Pontos de Wilson. Entre eles, estavam a abolição da diplomacia secreta, a liberdade
dos mares, a eliminação das barreiras econômicas entre as nações, a redução dos armamentos nacionais e a revisão da política colonialista. Esse programa não foi muito
bem recebido por algumas potências por não prever punição para a Alemanha como
elas desejavam.
No ano seguinte, representantes dos países vencedores reuniram-se em Versalhes,
na França, para elaborar um tratado de paz. Assim, em 28 de junho de 1919, a Alemanha
foi submetida ao Tratado de Versalhes. Para cumprir as cláusulas desse documento,
os alemães foram obrigados a abrir mão de suas colônias na África e no Pacífico e de
territórios na Europa. Tiveram, ainda, que reduzir seu exército, foram proibidos de
produzir tanques e blindados e de manter sua força naval pesada e sua força aérea.
Além disso, a Alemanha, considerada a única responsável pelo conflito, foi forçada a
pagar uma elevada indenização aos países vencedores. Além de punir a Alemanha,
os países participantes da reunião em Versalhes decidiram fundar a Liga das Nações
com o propósito de evitar uma nova guerra. A entidade, entretanto, já nasceu falha,
uma vez que nela não ingressaram Alemanha, Rússia nem Estados Unidos.
Ainda em 1919, foi assinado o Tratado de Saint-Germain, por meio do qual o
Império Austro-Húngaro foi desmembrado e a Áustria perdeu sua saída para o mar.
A guerra redesenhou o mapa europeu com a formação de novos países, entre eles
Polônia, Tchecoslováquia, Hungria e Iugoslávia.
Travada essencialmente na Europa, a Primeira Guerra Mundial trouxe sérias consequências para esse continente. Cerca de 10 milhões de pessoas morreram no conflito,
principalmente jovens trabalhadores. A destruição provocada pela guerra na Europa
possibilitou a ascensão dos Estados Unidos como maior potência econômica, militar
e política do mundo.
As consequências econômicas da guerra levaram à descrença no liberalismo,
o que impulsionou o crescimento dos partidos socialistas e comunistas e também
a formação de regimes fascistas. Em razão disso, as décadas de 1920 e 1930 foram
marcadas, na Europa, por intensa polarização política.
[10/6 19:57] +55 61 8129-0187: Impactos da Primeira Guerra
na América Latina
Com exceção do Brasil, os países latino-americanos
mantiveram-se neutros durante a Primeira Guerra Mundial.
Entre abril e outubro de 1917, navios brasileiros foram
afundados pelos alemães. Sob forte pressão da opinião pú-
blica, o então presidente Venceslau Brás declarou guerra à
Alemanha, entrando no conflito ao lado da Tríplice Entente.
Sem condições militares e econômicas para uma grande
atuação, a participação do país foi praticamente simbólica.
No plano econômico, a Primeira Guerra provocou efeitos
positivos na América Latina, pois incentivou a exportação
nos países que dispunham de matérias-primas estratégicas
à indústria bélica. Foi o caso do Peru com o cobre, do Brasil
com a borracha, do Chile com o salitre – por conter o nitrato de sódio, necessário para a produção de pólvora – e do
México com o petróleo. Exportaram-se, ainda, da América
Latina, muitos alimentos, pois os produtores europeus se
encontravam prejudicados.
Ao mesmo tempo, o conflito desestimulou as importa-
ções de produtos manufaturados da Europa, impulsionando,
assim, o desenvolvimento industrial de alguns países latino-americanos. No Brasil, esse fator estimulou a produção
nacional voltada ao mercado interno, principalmente das indústrias têxtil e alimentí-
cia. Assim, entre 1912 e 1920, o número de operários praticamente dobrou no país.
O arrocho salarial gerado pela inflação, no entanto, impulsionou o movimento operário,
responsável por uma série de greves e agitações sociais.
Após a guerra, as exportações do cobre peruano, do salitre chileno e do petróleo
mexicano mantiveram-se. O Brasil, porém, perdeu o mercado da borracha para a
Ásia, voltando a ter o café como principal produto de exportação, o que aumentou
a inflação no país.
[10/6 19:57] +55 61 8129-0187: Revolução Russa
Enquanto as principais potências da Europa lutavam
na Primeira Guerra, em dezembro de 1917 a Rússia saiu
do conflito e assinou um armistício com a Alemanha.
Internamente, o país estava abalado pelos efeitos da
guerra. O saldo era de 5 milhões de soldados feridos e
quase 2 milhões de mortos. Nesse período, o país passava
por muitas agitações populares, que contavam com a
participação de operários e camponeses.
Às vésperas da revolução, a população russa, de quase 170 milhões de pessoas, era governada pelo czar
Nicolau II, monarca absoluto que tinha o apoio da Igreja
Ortodoxa, da burocracia civil e da nobreza proprietária
de terras. Além disso, o Império Russo era composto por
um mosaico de povos, que falavam dezenas de línguas,
com o predomínio do russo. Cerca de 85% da população
vivia no campo, em condições precárias, pois não possuía terras suficientes para garantir sua sobrevivência –
a maioria das terras pertencia à nobreza e à Igreja, e a
produtividade era baixa.
Até 1861, grande parcela do trabalho agrícola era feita
pelos mujiques, camponeses que se submetiam aos nobres na condição de servos. Para parte da sociedade russa,
a servidão representava um entrave ao desenvolvimento
econômico e social do país. Sua gradual abolição foi uma
das realizações do czar Alexandre II, que atribuiu terras
aos mujiques, mas não de maneira suficiente e satisfató-
ria. Durante seu governo, ele empreendeu uma série de
outras reformas para modernizar e industrializar o país.
A industrialização da Rússia teve início na segunda
metade do século XIX graças a um grande afluxo de
capital estrangeiro (britânico, francês, belga e alemão)
e investimentos estatais. As principais indústrias concentravam-se nas maiores cidades ocidentais do império,
como Moscou e São Petersburgo. Nelas, foi empregado
um grande contingente de operários. Como havia ocorrido no Reino Unido, no início da industrialização russa os
trabalhadores eram submetidos a condições extremas de
exploração: longas jornadas de trabalho, baixos salários,
falta de segurança e de legislação trabalhista.
Esse contexto contribuiu para a difusão no Império
Russo de diversas interpretações do pensamento marxista sobre a superação do capitalismo por meio de
uma revolução operária, e para a formação de diversos
agrupamentos e organizações políticas, entre os quais
o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR),
fundado em 1898.
Em virtude das discordâncias sobre a natureza da luta
contra o czarismo, formaram-se duas correntes no interior
do POSDR. De um lado, os mencheviques (minoria) defendiam que a burguesia deveria tomar o poder e instaurar
uma república que promovesse reformas econômicas e
sociais para desenvolver o capitalismo. A transição para
o socialismo ocorreria de forma gradual. Do outro lado,
os bolcheviques (maioria) acreditavam que a solução seria
uma revolução proletária conduzida por uma organização
de revolucionários profissionais, centralizada e submetida
a uma rigorosa disciplina
[10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Ensaio geral de 1905
Um dos episódios determinantes para a eclosão de
um movimento revolucionário na Rússia foi o Domingo
Sangrento, ocorrido em 1905. Em dezembro de 1904,
um grupo de trabalhadores da usina de Putilov, situada
em São Petersburgo, elaborou um boletim de reivindica-
ções trabalhistas que foi apresentado à direção da empresa.
Os dirigentes não só ignoraram as demandas, como também demitiram todos os que aderiram à iniciativa.
Em solidariedade aos demitidos, núcleos de trabalhadores organizaram, em janeiro do ano seguinte, uma
manifestação pública. Operários e integrantes de outros
setores populares marcharam rumo ao Palácio de Inverno,
residência imperial, para entregar uma petição ao czar solicitando reformas sociais, políticas, religiosas e fiscais, além da
convocação de uma Assembleia Constituinte. Em resposta,
os soldados do czar metralharam centenas de manifestantes.
Numa reação indignada ao Domingo Sangrento, greves
e manifestações eclodiram por todo o país. Iniciaram-se
motins militares, entre eles a rebelião dos marinheiros do
encouraçado Potemkin, maior navio de guerra do impé-
rio, contra o abuso dos comandantes. Os confrontos de
1905 também impulsionaram a formação dos sovietes,
que eram assembleias ou conselhos formados por representantes de operários, soldados e camponeses russos,
e dos partidos liberais russos.
Apesar da organização desses movimentos, milhares
de pessoas foram mortas ou presas pelo governo czarista
e vários líderes socialistas foram exilados. Os sovietes
foram duramente reprimidos e extintos. Para evitar novos
conflitos, o czar prometeu realizar uma reforma agrária e
respeitar as liberdades civis. Além disso, convocou a Duma,
uma assembleia de representantes da sociedade russa
composta principalmente de nobres e burgueses ricos,
que tinha função apenas consultiva e podia ser dissolvida
a qualquer momento.
Guerra Russo-Japonesa
Entre 1904 e 1905, os impérios Russo e Japonês travaram uma guerra em razão da política expansionista de
ambos no Extremo Oriente. Os russos viam com maus
olhos a influência japonesa sobre a Coreia, enquanto o
Japão não aprovava a expansão russa no território da
Manchúria. O ataque japonês a Porto Arthur, na Manchú-
ria, foi o estopim da guerra.
O Império Japonês derrotou o Russo em batalhas consecutivas, vencendo rapidamente a guerra. A derrota do
czar abalou a autoestima do exército imperial. Além disso,
os altos custos humanos e econômicos da guerra, considerada desnecessária por grande parte dos russos, contribuíram para desgastar ainda mais a imagem do czarismo
perante a população
[10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Revolução de Fevereiro de 1917
Após os acontecimentos de 1905 até 1916, a Rússia experimentou uma aparente
democracia. Contudo, depois de convocar a quarta Duma, o governo proibiu os debates de ordem pública e constitucional. À repressão política se somaram os prejuízos
da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, instalando-se um cenário de
descontentamento e pressões sociais no país.
De 1914 até o final de 1917, período em que a Rússia participou da guerra,
o enorme, porém mal-equipado exército do país, sofreu derrotas sucessivas. Os gastos com o conflito agravaram ainda mais a situação interna do país, que se tornou
insustentável: a inflação cresceu desenfreadamente, assim como o desemprego e a
carestia de alimentos. Esses foram alguns fatores que contribuíram para desencadear
uma série de manifestações contra a guerra e o governo czarista. Assim, um clima de
efervescência revolucionária tomou conta da sociedade. Manifestações espontâneas
nas ruas, greves operárias e atos de insubordinação dos soldados contra os comandos
militares culminaram na Revolução de Fevereiro.
No dia 23 de fevereiro (8 de março no calendário ocidental, pois nesse período os
russos utilizam o calendário juliano, que possui uma diferença de treze dias em relação
ao calendário gregoriano, adotado no Ocidente), trabalhadoras do setor de tecelagem
entraram em greve e, em passeata, conclamaram os metalúrgicos a aderir à paralisação.
Em vários pontos de Petrogrado (denominação de São Petersburgo de 1914 a 1924), milhares de manifestantes saíram às ruas. Três dias depois, uma multidão dirigiu-se à Duma
bradando: “Abaixo a autocracia! Abaixo a guerra!”. O governo respondeu com repressão.
Os grupos bolcheviques e mencheviques, juntamente com socialistas revolucionários
e anarquistas, intensificaram suas ações. Nesse contexto, o presidente da Duma suplicou
inutilmente ao czar que atendesse a algumas reivindicações populares e formasse um
novo governo. Nicolau II ordenou que os soldados atirassem nos manifestantes, mas
os oficiais negaram-se a acatar a ordem e se uniram à multidão. No dia 27 de fevereiro,
soldados e operários ocuparam o Palácio de Inverno e em poucas horas a capital do
império foi tomada pelos revolucionários. De Petrogrado, a revolução propagou-se por
toda a Rússia. Assim, o czarismo russo
foi derrubado
[10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Dualidade de poderes
Nesse período de agitações políticas, formou-se uma expressiva rede de sovietes,
associada a outras instituições populares, como sindicatos e assembleias. A princípio,
os setores populares representados nos sovietes acreditavam que a aliança com os
liberais garantiria a conquista de suas reivindicações. Mas, em curto prazo, o governo
de alianças cedeu lugar a uma situação de dualidade de poderes.
De um lado, o governo provisório adotava medidas que não correspondiam às aspirações populares; de outro, o soviete de Petrogrado representava, de forma direta e
efetiva, os interesses das camadas populares. Uma das mais fortes discordâncias entre
o governo provisório e o soviete dizia respeito à Primeira Guerra Mundial. Enquanto o
governo liberal defendia a permanência da Rússia na guerra, o soviete de Petrogrado
elaborava uma proposta de paz. Além disso, operários reivindicavam uma legislação
de proteção aos trabalhadores e o controle operário da produção, camponeses clamavam por uma reforma agrária e grande parte da nação exigia a convocação de uma
Assembleia Constituinte.
Em abril de 1917, o líder dos bolcheviques, Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido por
Lênin, retornou de seu exílio na Suíça, onde estava desde 1907 em razão da repressão do
czar aos líderes socialistas. Ao chegar à Rússia, Lênin apresentou ao Partido Bolchevique
as chamadas Teses de Abril. Nelas, propôs, entre outras medidas:
• a paz imediata e a retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial;
• a dissolução do governo provisório;
• a transferência do poder aos sovietes;
• a supressão da polícia, do exército e dos funcionários do Estado;
• o confisco das grandes propriedades rurais e a nacionalização da terra;
• a fundação de um banco nacional único;
• o controle da produção e da distribuição dos produtos pelos sovietes.
Em julho, em vários levantes, os bolcheviques confrontaram a autoridade do governo provisório, que aproveitou o fato para pôr o Partido Bolchevique na ilegalidade
e prender vários líderes. Para não ser preso, Lênin refugiou-se na Finlândia.
[10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Revolução de Outubro
De março a outubro de 1917, a Rússia passou por sucessivas mobilizações populares em defesa da saída do país da guerra e de mudanças políticas e econômicas
profundas. O agravamento da crise criou condições para que as palavras de ordem
bolcheviques “Paz, Pão e Terra” conquistassem o apoio da maioria da população,
da mesma forma que aproximou os sovietes e as organizações operárias e camponesas
do projeto político do Partido Bolchevique.
“Teve início, então, um processo fulminante de radicalização dos sovietes
de soldados e operários. Bolchevizavam-se não no sentido de que houvesse
uma adesão formal ao Partido Bolchevique, mas no sentido de que aderiam à
proposta bolchevique de que todo o poder deveria ser assumido pelos sovietes.
Os mujiques, tomando o destino nas mãos, ocupavam e demarcavam as terras,
e faziam a revolução agrária. Ao sabê-lo, os soldados, camponeses fardados,
começaram a desertar em massa levando à decomposição das forças armadas.
A onda provocou um terremoto no partido político mais enraizado nos campos,
os socialistas revolucionários. Fez desabrochar uma corrente que já vinha amadurecendo, favorável à ofensiva de ocupação de terras, e que se tornou claramente
autônoma desde então, os socialistas revolucionários de esquerda [...].”
REIS FILHO, D. A. As revoluções russas e o socialismo soviético. São Paulo: Editora
Unesp, 2003. p. 63-64. (Coleção Revoluções do século XX)
Na mesma proporção, crescia o antagonismo entre as aspirações populares e a
orientação política do governo provisório, liderado então por Alexander Kerensky com
o apoio dos socialistas moderados, que defendiam a transição gradual e pacífica da
Rússia em direção ao socialismo.
Em outubro, após sucessivas revoltas e uma tentativa de
golpe de Estado por parte dos grupos conservadores, Lênin,
de volta do exílio na Finlândia, propôs, em uma reunião do
comitê central do Partido Bolchevique, o início imediato da
insurreição para derrubar o governo provisório. A criação do
Comitê Militar Revolucionário do Soviete de Petrogrado e
a preparação da Guarda Vermelha para debelar os contrarrevolucionários propiciaram as condições para a tomada do poder em
nome dos sovietes, em 25 de outubro de 1917.
Após tomar o poder, os revolucionários adotaram vá-
rias medidas para acabar com a velha ordem imperial.
Entre elas, estavam a anulação dos títulos de nobreza; a separação entre a Igreja e o Estado; a simplificação da língua
escrita russa; a liberdade de expressão, de imprensa, de
greve e de associação; a escolha de juízes pela população;
a substituição da polícia e do exército permanente pelo armamento geral do povo; o controle das empresas pelos operários por meio de instituições eleitas; bem como a igualdade
e a soberania dos povos reunidos no território russo, incluindo
o direito de eles se separarem da Rússia e constituírem
Estados independentes.
[10/6 19:59] +55 61 8129-0187: Do conflito mundial para a guerra civil
Uma das questões mais sensíveis a ser resolvida no
momento em que o governo bolchevique assumiu o poder
dizia respeito à saída do país da Primeira Guerra Mundial.
As negociações com a Alemanha resultaram no abandono
da guerra, em dezembro de 1917, que foi formalizado com
a assinatura do Tratado de Brest-Litovski, em 3 de março
de 1918. A Rússia teve de ceder ao inimigo vastas regiões
férteis, renunciar a suas pretensões territoriais e reconhecer
a independência da Ucrânia e da Finlândia.
Descontentes com os rumos que a Rússia tomava,
antigos oficiais monarquistas e políticos conservadores formaram uma força militar contrarrevolucionária, o Exército
Branco, que recebeu o apoio de potências estrangeiras,
como Reino Unido, Estados Unidos, França e Japão. Para
combatê-los, o governo bolchevique formou o Exército
Vermelho. Iniciou-se, assim, a guerra civil na Rússia.
Para derrotar os Brancos, o governo bolchevique estabeleceu um rígido controle sobre a produção e o consumo.
Por meio de uma tática conhecida como comunismo de
guerra, instituiu uma economia de troca, a proibição do
comércio privado, o pagamento do salário em gêneros e o
confisco da produção agrícola para abastecer a população.
Além disso, foi imposta uma rigorosa disciplina ao Exército
Vermelho, sob o comando de Leon Trótsky.
No final de 1920, haviam sido eliminados praticamente
todos os focos da contrarrevolução. Nas batalhas, o Exército Vermelho anexou territórios que formaram, em 1922,
a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Adoção da NEP
Os bolcheviques venceram a guerra civil, mas a agricultura, a produção industrial e o sistema de transportes
do país estavam arruinados. Diante do colapso da economia, o governo bolchevique instituiu a Nova Política
Econômica (NEP), em março de 1921, revogando algumas
medidas tomadas durante o período do comunismo
de guerra.
Na esfera comercial, foi permitida a presença da
iniciativa privada no pequeno comércio e a criação de
cooperativas de comércio, mas as grandes indústrias,
os bancos e o comércio atacadista continuaram a ser
controlados pelo governo. Os camponeses passaram a
pagar um imposto em espécie ao governo e a ter direito
de comercializar os excedentes de sua produção a preço
de mercado. As pequenas e médias indústrias receberam
estímulos para fomentar seu crescimento.
Nas cidades, proibiu-se a nacionalização das fábricas
sem deliberação dos órgãos administrativos superiores, revogou-se a prestação de serviços obrigatórios,
foi autorizada a livre circulação de mão de obra e suprimiu-se a remuneração igualitária do trabalho, buscando-se, em vez disso, a correlação entre o salário e
a produtividade.
O Partido Comunista e os novos
rumos da revolução
A abertura econômica, porém, não foi acompanhada
por uma abertura política. Com a crescente centraliza-
ção das decisões durante a guerra, o poder da classe
operária, organizada nos sovietes, foi substituído pelo
do Partido Comunista, reforçado ainda mais com a ascensão de Josef Stálin ao posto de secretário-geral do
partido em 1922.
Com a morte de Lênin, em 1924, teve início uma disputa pelo poder entre Trótsky e Stálin. Entre as numerosas
divergências dos dois líderes estava o modo como viam
a União Soviética. Trótsky considerava o Estado soviético
uma conquista da classe operária, que só se consolidaria
com a expansão da revolução na Europa e a derrota do
capitalismo no mundo. Stálin, por sua vez, defendia a
construção do socialismo primeiro na União Soviética,
para depois expandi-lo.
No XIII Congresso do Partido Comunista (1924), Trótsky
foi derrotado por uma aliança entre Stálin e importantes
dirigentes bolcheviques. No XIV Congresso do Partido
Comunista (1925), foi aprovada a tese de Stálin, que se
tornou o principal líder soviético. Fundador do Exército
Vermelho e principal líder do soviete de Petrogrado durante as revoluções de 1905 e 1917, Trótsky acabou sendo
expulso do partido e exilado em 1927.
[10/6 19:59] +55 61 8129-0187: Stálin e o totalitarismo soviético
Stálin governou como um ditador. Durante seu governo, uma implacável censura
foi imposta aos meios de comunicação, as liberdades individuais foram suspensas e
seus adversários políticos, incluindo muitos líderes da revolução, acabaram presos
ou assassinados. A burocratização do Estado deu origem a uma elite que trabalhava
para o governo e usufruía de privilégios políticos e econômicos, em detrimento da
maioria da população, que vivia modestamente e sob o rigor de um Estado opressor.
Os povos não russos, submetidos às rígidas regras impostas pelo Partido Comunista,
foram obrigados a adotar o russo como língua oficial.
Diante do isolamento da União Soviética, o governo financiou o desenvolvimento tecnológico e industrial do país com recursos internos. Com o Primeiro Plano Quinquenal,
instituído em 1929, o governo de Stálin estimulou o desenvolvimento da indústria de base,
como a de energia elétrica e a metalúrgica, e promoveu a coletivização da agricultura
privada a fim de ampliar a produção. Durante a execução desse plano (1929-1932), teve
início o processo de expulsão dos camponeses contrários à coletivização da agricultura.
O Estado também investiu na educação e na qualificação da mão de obra.
Arte na União Soviética
Após a revolução, mesmo durante o período de guerra civil, houve grande efervescência cultural na Rússia. Floresceu uma estética inovadora que tinha o objetivo
de servir à consolidação de uma nova sociedade. Entre 1917 e a ascensão de Stálin,
muitos trabalhos foram produzidos no país em diferentes áreas: no cinema revolucionário, no teatro político e nas artes plásticas. Importantes artistas, reconhecidos
internacionalmente até hoje, estavam ligados ao governo bolchevique, como Wassily
Kandinsky, pintor modernista russo que escolheu as formas geométricas como meio
de representação.
A consolidação de Stálin no poder, no entanto, transformou a arte em instrumento de
propaganda do regime, asfixiando as experiências criativas dos anos iniciais da revolução.
Com o Realismo Socialista, a arte deveria servir
para educar os trabalhadores no caminho do
comunismo e, principalmente, para exaltar
as realizações do regime stalinista. As obras
enalteciam os líderes soviéticos, os operários e
os camponeses, assim como os feitos políticos
de Stálin. Durante o stalinismo, muitos artistas
acabaram deixando a União Soviética, como
Kandinsky, que se exilou na Alemanha em 1921
e nunca mais retornou ao país..
Resposta:
Resumo: Neocolonialismo na África e na Ásia
Entre 1870 e o início do século XX, a Europa viveu uma grande expansão econômica, marcada pela Segunda Revolução Industrial. Esse período trouxe avanços tecnológicos, desenvolvimento dos transportes e comunicação, além da formação do capitalismo financeiro e oligopólios. Nesse contexto, as nações europeias mais industrializadas buscaram novos territórios na África e na Ásia para exploração econômica, iniciando o neocolonialismo ou imperialismo.
Os objetivos do neocolonialismo incluíam a busca por novos mercados consumidores, áreas para investimento de capital excedente e a realocação do excesso populacional europeu. As potências ocidentais justificaram suas ações com ideologias racistas baseadas no darwinismo social, que defendia a superioridade dos brancos sobre outros povos, considerados "menos desenvolvidos". Assim, a expansão imperialista foi vista como uma missão civilizadora.
A presença europeia na Ásia não era novidade, mas intensificou-se entre 1830 e 1880. Portugal, Espanha, Holanda e Grã-Bretanha já tinham colônias na região desde o período mercantilista. A Índia, sob domínio britânico desde o século XVIII, enfrentou medidas econômicas desfavoráveis que culminaram na Revolta dos Cipaios (1857-1859). Após a revolta, o Reino Unido assumiu controle direto sobre a Índia.
Na África, a Conferência de Berlim (1884-1885) definiu a partilha "amigável" do continente entre as potências europeias, estabelecendo regras para a anexação de territórios. Esse processo foi marcado pela violência e resistência dos povos africanos, como a Rebelião de Mamadou Lamine (1898-1901) e a Revolta Maji Maji (1905-1907).
O Japão, pressionado pelas potências ocidentais na década de 1850, modernizou-se rapidamente após a Revolução Meiji (1866), tornando-se um exemplo de industrialização no Oriente. O país investiu em infraestrutura, educação e forças armadas, transformando-se em uma potência imperialista.
A China, por sua vez, enfrentou as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860) contra os britânicos, resultando em tratados que beneficiavam os interesses europeus. A Rebelião dos Boxers (1899-1901) foi um movimento nacionalista contra a dominação ocidental, mas foi sufocada por um exército internacional.
Esses eventos refletem as complexas dinâmicas do neocolonialismo, onde potências ocidentais expandiram seu domínio econômico e político sobre África e Ásia, justificando suas ações com ideologias racistas e enfrentando resistências locais.
Pergunta: Fazer um resumo: resumo:
Neocolonialismo na África e na Ásia De 1870 até o início do século XX, a economia europeia passou por uma gran de expansão. Nesse periodo, ocorreu o que alguns historiadores consideram a Segunda Revolução Industrial. Ela se caracterizou por avanços no processo de Industrialização, como o uso de novas fontes de energia - petróleo e eletricidade- que transformaram a economia capitalista. Também houve grande desenvolvi mento dos meios de transporte e dos meios de comunicação, além da formação do capitalismo financeiro e dos oligopólios.
Acompanhando esse processo de expansão econômica, a burguesia dos paises mais industrializados e, portanto, mais ricos - voltou-se para uma nova exploração de territórios na África e na Ásia, dando início ao neocolonialismo ou imperialismo. Esse processo tinha os objetivos de buscar novos mercados consu midores e áreas para investir o capital excedente europeu e de realocar o excesso demográfico do continente.
As potências ocidentais utilizaram ideologias racistas para justificar suas investidas sobre a África e a Ásia baseando-se no darwinismo social, uma apro priação da teoria da evolução das espécies de Charles Darwin para análise das sociedades. Assim, haveria uma hierarquia entre os seres humanos na qual os brancos seriam superiores aos demais, o que justificaria seu domínio sobre os outros, considerados menos desenvolvidos. Desse modo, o darwinismo social fundamentou a ideia de que a expansão imperialista seria uma missão civilizadora dos brancos, representados por europeus e estadunidenses, por meio da qual africanos e asiáticos tinham de ser dominados. A "missão" levaria tecnologia e
cultura cristă para áreas onde a população nativa "jamais" as alcançaria sozinha
Essa visão racista que se propagou entre o final do século XIX e início do sé
culo XX incentivou e legitimou a violência contra os povos colonizados.> Expansão colonial na Ásia
Entre 1830 1880, as potencessed on devolveram politic imperialistas na Assa. A presença europeia no continente, porém, não era novida pois as riquezas da Asia atraiam os ocidentals desde a época medieval. No periodo as mercantilista, os europeustab, mor (Indonesia), Goa, Dane con expansiontico: Portugal colonizou Macau (China), 17(1898, a Holanderio D (India): a Espanha esteve presente nas Filipinas entre 1571 e 1898; a Holanda estabeler plodalat em Java e Sumatra, entre outras ilhas da Indonésia, Ne início do século Xix permanencia dessas colônias testemunhava a primeira onda de expansão europeia Asia, bem anterior ao avanço imperialista.
Índia sob domínio britânico
Desde o século XVIII, a Índia, fornecedora de especiarias que proporcionaram muitos lucros aos portugueses e espanhóis no período das Grandes Navegações, era mercado essencial para os tecidos de algodão e as exportações das manufaturas británicas.
Entre 1784 e 1858, a quase totalidade do território esteve submetida à Companhia das Indias Orientais Británica, que controlava a região por meio de alianças com os principes locais. A companhia praticava o comércio, coletava impostos e comandara tropas de soldados nativos, conhecidos como cipaios.
A partir de 1848, medidas econômicas adotadas pelos británicos na India, como a cobrança de um imposto individual em dinheiro e a redução das tarifas alfandegarias para as importações, abalaram os costumes locais e prejudicaram a indústria artesanal textil indiana, que não pôde concorrer com os produtos britânicos.
A reação veio com a Revolta dos Cipaios. A rebelião, que ocorreu entre 1857 e 1859, aliou soldados muçulmanos, hindus e principes contra a dominação britànica O movimento foi duramente reprimido e serviu de pretexto para que o Reino Unido assumisse o controle político do subcontinente. Em 1876, a India passou a integrar o Império Británico, e a rainha Vitória recebeu o título de imperatriz da India.milhares de congoleses impondo um truculento regime de trabalho forçado, que incluía mutilações e assassinatos, o monarca foi obrigado pela comunidade internacional a abandonar a possessão, que em 1908 foi assumida pelo Estado belga.
A Alemanha e a Itália, unificadas na segunda metade do século XIX, entraram mais tarde na corrida imperialis- ta. Entre 1884 e 1885 ocorreu, por iniciativa de Otto von Bismarck, a Conferência de Berlim, com o objetivo de disciplinar e definir a repartição "amigável" da África a fim de evitar uma guerra entre as potências imperialistas. Os participantes da conferência estabeleceram um acordo por meio do qual, a partir daquela data, qualquer anexação do território africano deveria ser comunicada imediata- mente às outras potências, seguindo-se a ocupação efetiva para garantir a posse.
Protetorado: território ou país que, apesar de manter-se como Es- tado independente, tem sua política externa controlada por outro. Em alguns casos, esse controle estende-se ao governo, ao Poder Judiciário e às instituições financeiras.Africanos contra o imperialismo
Arquato Pacamarcada pela violència e pelo racismo, expresio O no desapropriação de terras, na cotiranca de impostos, em formad sabalando no desrespeito as tradições locals. Diante disso, muitos pons tena dominação estrangeira dando origem a prolongados confiites Ardo do corridos na Liberta e na Etiópia, os movimentos de resistência fores tamente debelados pelas potências ocidentais.
Na miko do Alto Senegal, na Africa Ocidental Francesa, eclodiu a Rebelião de Ma madou Lamine enbe 1898 1901. O movimento se originou da crença religiosa de que of muçulmanos não poderiam ser governados por não islâmicos. Assim, liderados por Mamadou Lamine, os rebeldes atacaram construções em que havia trabalho forcado kvmmaram guemihas, promovendo pilhagens nas áreas de forte presença francesa Atamadou, porém, foi capturado e executado, e o movimento perdeu força.
Costa do Ouro (atual Gana), entre 1890 e 1900, eclodiu uma revolta contra o do ritánico, que ficou conhecida como Rebelião Ashanti. O principal motivo para levante foi a deposição de lideres tradicionais por parte das autoridades británicas anomeação de outros governantes para substitui-los. Para os ashanti, essa atitude #anificou a violação de sua tradição religiosa e cultural, pois os lideres locais eram onsiderados sagrados. Em 1900, depois de sangrentas batalhas, diversos generais ea rainha Yaa Asantewaa, também lider do movimento, foram presos e deportados chegando ao fim a resistência ashanti na região.
Outra revolta importante foi a de Maji Maji, na África Oriental Alemă (atual Tanza
nial que durou de 1905 a 1907. A origem da revolta está na desapropriação das terras dos nativos, nos maus-tratos e na imposição, pelos alemães, de altos impostos e de trabalhos forçados nas plantações de algodão da região. Sob a liderança de Kinjikitile Ngwale, cerca de vinte grupos étnicos diferentes uniram-se no combate aos invasores alemães, come mostra o texto a seguir.
"Para unir cerca de vinte grupos étnicos diferentes e combater os alemães pela liberdade, Kinjikitile recorreu às suas crenças religiosas atrelando-as aos princípios de unidade e liberdade de todos os africanos. Com essa bandeira de luta os grupos se uniram, acreditando que a guerra era um designio divino e que seus ancestrais regressariam à vida terrena para ajudá-los nessa empreitada.
Para ressaltar e dar concretude à unidade das várias etnias. Kinjikitile promoveu a construção de um enorme altar ao qual chamou 'a casa de Deus e nele passou a preparar o maji, isto é, uma água tida como medicinale sagrada com poder de tornar todos os africanos que a bebessem invulne ráveis à artilharia europeia."
HERNANDEZ. LL. Movimentos de resistência na África
Revista de História, n. 141, p. 145, 1999. Disponível em: <http://www.revistas sap
revhistoria/article/view/18887/2068
Acesso em: 12 maio 2000
Kinjikitile foi enforcado em 1905. O movimento, porém, não perdeu força e acabou sendo liderado pelo pai de Kinjikitile. A resistència durou até 1907, quando foi reprimida pelas autoridades alemás.Império do Sol Nascente: o Japão
No inicio da década de 1850. o sistema de governo japonés, og fors pelas potências ocidentats. Lideradas pelos Estados Unidos, eles pressionaram e exigus a abertura dos portos japoneses.
Reagindo à investida ocidental, em 1860 os japoneses começaram a enviar jovens a universidades da Europa e dos Estados Unidos para aprender ciência e tecnologie modernas. Com o conhecimento técnico adquirido, os japoneses impulsionaram seu processo de industrialização. Paralelamente, o Japão passou a reestruturar seu exército e sua marinha.
Em 1866, com o apoio do exército, o governo foi restaurado em nome do imperador Mutsuhito Meiji, que iniciou uma série de reformas com o objetivo de modernizar o pais. O poder dos grandes senhores de terras foi substituido por um sistema de prefei turas controladas por uma burocracia central. Tais reformas ficaram conhecidas como Revolução Meiji.
Essa revolução transformou o Japão em exemplo de industrialização no Oriente. Uma reforma tributária garantiu boas fontes de renda ao governo, que investiu cerca de um terço de seu orçamento no comércio e na indústria, além de subsidiar a construção naval. A modernização económica foi obtida graças aos investimentos no aperfeiçoa- mento da indústria metalúrgica, à ampliação da rede de transportes, sobretudo com a construção de ferrovias, e à consolidação dos bancos, responsáveis por um ambiente financeiro eficiente. Além disso, o governo investiu na agricultura e na educação.Primeira Guerra Mundial
A revolução científica e tecnológica na Sopa do se culo XIX, que introduziu inovações como avtombe o avião, o telefone, o cinema e o fatégrafo sem fro, entre no tras, contribuma para reafirmar a idets burguesa de estatua dade e progresso continuo preponderante na matuns dos paises europeus. Essa sensação de otimtumo também fol promovida pela relativa paz e estabilidade no continente, ja que desde a Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Parts não ocorriam conflitos de grandes proporções. Por isso o periodo entre 1871 e 1914 na Europa ficou conhecido diversidade de
pela denominação francesa Belle Époque (Bela Epoca). Apesar do clima de euforia e paz interna, no plano externo ampliava-se a tensão entre as principals potências europeias. Elas disputavam fontes de energia e de matérias-primas, assim como mercados consumidores para seus produtos industria lizados e para investimento de capitais excedentes na Europa e nos dominios coloniais na África e na Asia.
A economia mundial deixava, assim, de girar apenas em torno do Reino Unido. Outros países industrializados passaram a disputar com os britânicos os mercados consu midores, e nenhum concorrente era tão agressivo quanto os alemães. Essa disputa se estendia à esfera financeira: os empréstimos alemães às vezes eram mais vantajosos que os británicos. Além disso, a força naval do Império Alemão preocupava o Reino Unido, que dependia do mar para distribuir suas mercadorias.
Poderio militar e alianças
O mesmo desenvolvimento científico e tecnológico que possibilitou o advento de invenções que tornaram a vida burguesa mais confortável viabilizou o incremento da indústria bélica financiada pelas potências europeias, que desejavam garantir seus mercados e proteger seus domínios coloniais. Assim, embora a Europa passasse por um período de aparente paz, as potências iniciavam uma corrida armamentista, que se aceleraria nas primeiras décadas do século XX.
Ao mesmo tempo que modernizavam seus exércitos, as
potências europeias firmavam acordos politico-militares, o que caracterizou a chamada política de alianças. Forma- da em 1882, a Tríplice Aliança incluía o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro e o Reino da Itália. A aliança entre Alemanha e Austria-Hungria explicava-se pela necessidade de manter o equilíbrio interno do Império Alemão. Essa política também estava indiretamente ligada à formação tardia dos Estados nacionais alemão e italiano e ao atraso desses países na corrida imperialista.
750
700
196-
1800
Fonte: HOBSBAWM, E Amader
Paze Terra, 1998, p. 479
A Tríplice Entente, por sua vez, era formada por Reino Unido, França e Império Russo, e foi constituída entre 1893 e 1907. A participação da França pode ser explicada por sua derrota na Guerra Franco-Prussiana e a subsequente anexação da região da Alsácia-Lorena pelo Império Alemão. Já a presença russa era uma resposta ao envolvimento.[10/6 19:54] +55 61 8129-0187: China: resistência e queda A China representava um atraente mercado consumidor e fornecedor de produtos, como a seda, o chá, a porcelana e outros artigos de luxo. No início do século XIX, comerciantes britânicos descobriram um produto cujo consumo podia ser incentivado entre os chineses: o ópio. Em represália, o governo chinês proibiu o comércio legal de ópio e combateu o contrabando com severas penas. A tensão cresceu quando as autoridades chinesas confiscaram uma carga britânica e a jogaram ao mar. Alegando prejuízos à propriedade privada e ao livre comércio, o governo britânico iniciou uma série de retaliações, que terminaram em conflitos conhecidos como Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860). Na Primeira Guerra do Ópio, os chineses foram derrotados pelos britânicos e, na segunda, por uma aliança anglo-francesa. O resultado dessas guerras foi a assinatura de tratados que beneficiavam os interesses europeus. Pelo Tratado de Nanquim (1842), a China foi obrigada a abrir cinco de seus portos e entregar a Ilha de Hong Kong aos britânicos. Em 1844, os franceses obtiveram importantes concessões comerciais na China e privilégios para seus cidadãos. Pelo Tratado de Tientsin, ou Tratado de Tianjin (1858), os chineses admitiram a livre importação do ópio, abriram dez novos portos ao comércio europeu e permitiram a atuação de missionários cristãos no país, entre outras concessões. Em 1860, foi reconhecida a soberania da Rússia sobre territórios siberianos que o país disputava com a China. O Japão entrou mais tarde na corrida, mas, como vimos, venceu os chineses na guerra de 1894-1895 e conseguiu o controle de portos, além de anexar e ocupar porções do território chinês. A luta dos boxers Entre 1899 e 1901, surgiu um movimento contra a dominação ocidental na China, que ficou conhecido como Rebelião dos Boxers. Nacionalistas chineses insatisfeitos com a presença estrangeira no país deram início a uma série de atentados, que acabaram gerando uma guerra contra o governo. Um exército internacional composto de europeus, estadunidenses e japoneses sufocou a rebelião. Os chineses foram condenados a pagar uma indenização e a permitir a presença de tropas estrangeiras em seu território. [10/6 19:55] +55 61 8129-0187: Nacionalismo belicista A situação de instabilidade na Europa foi agravada por outro fator não menos importante: o nacionalismo. Na primeira metade do século XIX, liberais, republicanos e representantes do nascente movimento operário lutaram lado a lado contra o despotismo monárquico, e isso ajudou a criar um sentimento nacionalista. No final daquele século, esse nacionalismo passou a ser manipulado pelos governos e pelas classes dominantes por meio de discursos que foram capazes de transformar a nação em um “objeto de culto”, um elemento de união entre os cidadãos e o Estado. A intensa exaltação do sentimento nacional no período deu origem aos três movimentos explicados a seguir. • Revanchismo francês. Movimento baseado no desejo de vingança dos nacionalistas exacerbados da França, dispostos a recuperar o território da Alsácia-Lorena, perdido na Guerra Franco-Prussiana, em 1871. • Pangermanismo. Movimento originário da Liga Pangermânica, formada em 1886, que preconizava a expansão da Alemanha com a incorporação de todos os povos de origem germânica que habitavam a Europa Central. • Pan-eslavismo. Movimento que defendia a unificação política dos povos eslavos da Europa Oriental em um único país, a Grande Sérvia. O projeto nacionalista da Grande Sérvia teve origem na independência do país em 1878, após séculos de domínio turco-otomano. Em 1908 teve início a Crise dos Bálcãs, com a ocupação das províncias da Bósnia e da Herzegovina pelo Império Austro-Húngaro. Tais províncias eram habitadas por povos eslavos e cobiçadas pela Sérvia. Logo depois, nas Guerras dos Bálcãs de 1912 e 1913, os sérvios, apoiados pelos russos, ocuparam parte da Macedônia. Com a expansão sérvia e o crescimento da influência russa na região, os austríacos ficaram em estado de alerta. Nesse contexto, o Império Austro-Húngaro apoiou a independência da Albânia, outro território ambicionado pela Sérvia. Diante desses acontecimentos, cresceu a hostilidade sérvia ao Império Austro-Húngaro. No dia 28 de junho de 1914, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, foi assassinado por um ativista sérvio em Sarajevo. A Áustria-Hungria exigiu reparações da Sérvia pelo ocorrido, mas suas exigências não foram atendidas. Os austríacos, então, declararam guerra à Sérvia. Assim come- çou a Grande Guerra, ou, como ficou conhecida posteriormente, a Primeira Guerra Mundial. [10/6 19:56] +55 61 8129-0187: Nacionalismo belicista A situação de instabilidade na Europa foi agravada por outro fator não menos importante: o nacionalismo. Na primeira metade do século XIX, liberais, republicanos e representantes do nascente movimento operário lutaram lado a lado contra o despotismo monárquico, e isso ajudou a criar um sentimento nacionalista. No final daquele século, esse nacionalismo passou a ser manipulado pelos governos e pelas classes dominantes por meio de discursos que foram capazes de transformar a nação em um “objeto de culto”, um elemento de união entre os cidadãos e o Estado. A intensa exaltação do sentimento nacional no período deu origem aos três movimentos explicados a seguir. • Revanchismo francês. Movimento baseado no desejo de vingança dos nacionalistas exacerbados da França, dispostos a recuperar o território da Alsácia-Lorena, perdido na Guerra Franco-Prussiana, em 1871. • Pangermanismo. Movimento originário da Liga Pangermânica, formada em 1886, que preconizava a expansão da Alemanha com a incorporação de todos os povos de origem germânica que habitavam a Europa Central. • Pan-eslavismo. Movimento que defendia a unificação política dos povos eslavos da Europa Oriental em um único país, a Grande Sérvia. O projeto nacionalista da Grande Sérvia teve origem na independência do país em 1878, após séculos de domínio turco-otomano. Em 1908 teve início a Crise dos Bálcãs, com a ocupação das províncias da Bósnia e da Herzegovina pelo Império Austro-Húngaro. Tais províncias eram habitadas por povos eslavos e cobiçadas pela Sérvia. Logo depois, nas Guerras dos Bálcãs de 1912 e 1913, os sérvios, apoiados pelos russos, ocuparam parte da Macedônia. Com a expansão sérvia e o crescimento da influência russa na região, os austríacos ficaram em estado de alerta. Nesse contexto, o Império Austro-Húngaro apoiou a independência da Albânia, outro território ambicionado pela Sérvia. Diante desses acontecimentos, cresceu a hostilidade sérvia ao Império Austro-Húngaro. No dia 28 de junho de 1914, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, foi assassinado por um ativista sérvio em Sarajevo. A Áustria-Hungria exigiu reparações da Sérvia pelo ocorrido, mas suas exigências não foram atendidas. Os austríacos, então, declararam guerra à Sérvia. Assim come- çou a Grande Guerra, ou, como ficou conhecida posteriormente, a Primeira Guerra Mundial. [10/6 19:56] +55 61 8129-0187: Guerra de trincheiras: a vida no front Em seu primeiro ano, a Primeira Guerra foi marcada pela movimentação inicial das tropas, consolidando-se depois como uma guerra de posições, em que cada território ocupado tinha de ser mantido e defendido. Desse modo, a guerra passou a ser caracterizada pelo uso das trincheiras, uma rede de valas cavadas na terra e cercadas por fileiras de sacos de areia que ajudavam a proteger os soldados. O território que separava as trincheiras dos blocos inimigos era conhecido como “terra de ninguém”. Nesse local eram instalados crateras de bombas e rolos de arame farpado para dificultar a mobilidade do exército inimigo. Como em algumas ocasiões da guerra se tornava impossível avançar ou recuar, os soldados passavam longos períodos nas trincheiras se defendendo e aguardando ordens de ataque. Assim, as trincheiras transformaram-se em lares temporários de muitos combatentes. Naqueles locais apertados, além de manusear suas armas, eles descansavam, escreviam cartas, liam, jogavam cartas e faziam as refeições. [10/6 19:56] +55 61 8129-0187: Tecnologia para a destruição A Primeira Guerra Mundial inaugurou os conflitos modernos que marcaram o século XX. Ainda que durante os combates tenham sido empregadas algumas estratégias militares do século XIX, foram utilizadas pela primeira vez tecnologias como o avião, o submarino e as armas químicas. O primeiro uso de arma química foi feito em Ypres, na Bélgica, no dia 22 de abril de 1915. O exército alemão lançou contra soldados franceses e belgas o gás cloro. Ao inalar a nuvem de fumaça esverdeada de cheiro doce, centenas de homens tiveram os pulmões queimados e morreram asfixiados. Depois dessa experiência, os franceses desenvolveram um gás ainda mais letal, o fosgênio, que matava também por asfixia, mas, diferentemente do cloro, não tinha cor. Os exércitos logo equiparam suas tropas contra os gases. Foi desenvolvida uma máscara conectada a um cilindro, que filtrava os gases do ar. Com o uso das máscaras, as mortes diminuíram, apesar de os efeitos colaterais, como a cegueira temporária, continuarem a afetar os soldados. Em 1925, foi firmado o Protocolo de Genebra, um acordo entre vários países, incluindo o Brasil, proibindo o uso de armas químicas em combates militares. [10/6 19:57] +55 61 8129-0187: Paz de Versalhes e consequências da guerra Em janeiro de 1918, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, apresentou ao Congresso do país um plano de paz que ficou conhecido como Catorze Pontos de Wilson. Entre eles, estavam a abolição da diplomacia secreta, a liberdade dos mares, a eliminação das barreiras econômicas entre as nações, a redução dos armamentos nacionais e a revisão da política colonialista. Esse programa não foi muito bem recebido por algumas potências por não prever punição para a Alemanha como elas desejavam. No ano seguinte, representantes dos países vencedores reuniram-se em Versalhes, na França, para elaborar um tratado de paz. Assim, em 28 de junho de 1919, a Alemanha foi submetida ao Tratado de Versalhes. Para cumprir as cláusulas desse documento, os alemães foram obrigados a abrir mão de suas colônias na África e no Pacífico e de territórios na Europa. Tiveram, ainda, que reduzir seu exército, foram proibidos de produzir tanques e blindados e de manter sua força naval pesada e sua força aérea. Além disso, a Alemanha, considerada a única responsável pelo conflito, foi forçada a pagar uma elevada indenização aos países vencedores. Além de punir a Alemanha, os países participantes da reunião em Versalhes decidiram fundar a Liga das Nações com o propósito de evitar uma nova guerra. A entidade, entretanto, já nasceu falha, uma vez que nela não ingressaram Alemanha, Rússia nem Estados Unidos. Ainda em 1919, foi assinado o Tratado de Saint-Germain, por meio do qual o Império Austro-Húngaro foi desmembrado e a Áustria perdeu sua saída para o mar. A guerra redesenhou o mapa europeu com a formação de novos países, entre eles Polônia, Tchecoslováquia, Hungria e Iugoslávia. Travada essencialmente na Europa, a Primeira Guerra Mundial trouxe sérias consequências para esse continente. Cerca de 10 milhões de pessoas morreram no conflito, principalmente jovens trabalhadores. A destruição provocada pela guerra na Europa possibilitou a ascensão dos Estados Unidos como maior potência econômica, militar e política do mundo. As consequências econômicas da guerra levaram à descrença no liberalismo, o que impulsionou o crescimento dos partidos socialistas e comunistas e também a formação de regimes fascistas. Em razão disso, as décadas de 1920 e 1930 foram marcadas, na Europa, por intensa polarização política. [10/6 19:57] +55 61 8129-0187: Impactos da Primeira Guerra na América Latina Com exceção do Brasil, os países latino-americanos mantiveram-se neutros durante a Primeira Guerra Mundial. Entre abril e outubro de 1917, navios brasileiros foram afundados pelos alemães. Sob forte pressão da opinião pú- blica, o então presidente Venceslau Brás declarou guerra à Alemanha, entrando no conflito ao lado da Tríplice Entente. Sem condições militares e econômicas para uma grande atuação, a participação do país foi praticamente simbólica. No plano econômico, a Primeira Guerra provocou efeitos positivos na América Latina, pois incentivou a exportação nos países que dispunham de matérias-primas estratégicas à indústria bélica. Foi o caso do Peru com o cobre, do Brasil com a borracha, do Chile com o salitre – por conter o nitrato de sódio, necessário para a produção de pólvora – e do México com o petróleo. Exportaram-se, ainda, da América Latina, muitos alimentos, pois os produtores europeus se encontravam prejudicados. Ao mesmo tempo, o conflito desestimulou as importa- ções de produtos manufaturados da Europa, impulsionando, assim, o desenvolvimento industrial de alguns países latino-americanos. No Brasil, esse fator estimulou a produção nacional voltada ao mercado interno, principalmente das indústrias têxtil e alimentí- cia. Assim, entre 1912 e 1920, o número de operários praticamente dobrou no país. O arrocho salarial gerado pela inflação, no entanto, impulsionou o movimento operário, responsável por uma série de greves e agitações sociais. Após a guerra, as exportações do cobre peruano, do salitre chileno e do petróleo mexicano mantiveram-se. O Brasil, porém, perdeu o mercado da borracha para a Ásia, voltando a ter o café como principal produto de exportação, o que aumentou a inflação no país. [10/6 19:57] +55 61 8129-0187: Revolução Russa Enquanto as principais potências da Europa lutavam na Primeira Guerra, em dezembro de 1917 a Rússia saiu do conflito e assinou um armistício com a Alemanha. Internamente, o país estava abalado pelos efeitos da guerra. O saldo era de 5 milhões de soldados feridos e quase 2 milhões de mortos. Nesse período, o país passava por muitas agitações populares, que contavam com a participação de operários e camponeses. Às vésperas da revolução, a população russa, de quase 170 milhões de pessoas, era governada pelo czar Nicolau II, monarca absoluto que tinha o apoio da Igreja Ortodoxa, da burocracia civil e da nobreza proprietária de terras. Além disso, o Império Russo era composto por um mosaico de povos, que falavam dezenas de línguas, com o predomínio do russo. Cerca de 85% da população vivia no campo, em condições precárias, pois não possuía terras suficientes para garantir sua sobrevivência – a maioria das terras pertencia à nobreza e à Igreja, e a produtividade era baixa. Até 1861, grande parcela do trabalho agrícola era feita pelos mujiques, camponeses que se submetiam aos nobres na condição de servos. Para parte da sociedade russa, a servidão representava um entrave ao desenvolvimento econômico e social do país. Sua gradual abolição foi uma das realizações do czar Alexandre II, que atribuiu terras aos mujiques, mas não de maneira suficiente e satisfató- ria. Durante seu governo, ele empreendeu uma série de outras reformas para modernizar e industrializar o país. A industrialização da Rússia teve início na segunda metade do século XIX graças a um grande afluxo de capital estrangeiro (britânico, francês, belga e alemão) e investimentos estatais. As principais indústrias concentravam-se nas maiores cidades ocidentais do império, como Moscou e São Petersburgo. Nelas, foi empregado um grande contingente de operários. Como havia ocorrido no Reino Unido, no início da industrialização russa os trabalhadores eram submetidos a condições extremas de exploração: longas jornadas de trabalho, baixos salários, falta de segurança e de legislação trabalhista. Esse contexto contribuiu para a difusão no Império Russo de diversas interpretações do pensamento marxista sobre a superação do capitalismo por meio de uma revolução operária, e para a formação de diversos agrupamentos e organizações políticas, entre os quais o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), fundado em 1898. Em virtude das discordâncias sobre a natureza da luta contra o czarismo, formaram-se duas correntes no interior do POSDR. De um lado, os mencheviques (minoria) defendiam que a burguesia deveria tomar o poder e instaurar uma república que promovesse reformas econômicas e sociais para desenvolver o capitalismo. A transição para o socialismo ocorreria de forma gradual. Do outro lado, os bolcheviques (maioria) acreditavam que a solução seria uma revolução proletária conduzida por uma organização de revolucionários profissionais, centralizada e submetida a uma rigorosa disciplina [10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Ensaio geral de 1905 Um dos episódios determinantes para a eclosão de um movimento revolucionário na Rússia foi o Domingo Sangrento, ocorrido em 1905. Em dezembro de 1904, um grupo de trabalhadores da usina de Putilov, situada em São Petersburgo, elaborou um boletim de reivindica- ções trabalhistas que foi apresentado à direção da empresa. Os dirigentes não só ignoraram as demandas, como também demitiram todos os que aderiram à iniciativa. Em solidariedade aos demitidos, núcleos de trabalhadores organizaram, em janeiro do ano seguinte, uma manifestação pública. Operários e integrantes de outros setores populares marcharam rumo ao Palácio de Inverno, residência imperial, para entregar uma petição ao czar solicitando reformas sociais, políticas, religiosas e fiscais, além da convocação de uma Assembleia Constituinte. Em resposta, os soldados do czar metralharam centenas de manifestantes. Numa reação indignada ao Domingo Sangrento, greves e manifestações eclodiram por todo o país. Iniciaram-se motins militares, entre eles a rebelião dos marinheiros do encouraçado Potemkin, maior navio de guerra do impé- rio, contra o abuso dos comandantes. Os confrontos de 1905 também impulsionaram a formação dos sovietes, que eram assembleias ou conselhos formados por representantes de operários, soldados e camponeses russos, e dos partidos liberais russos. Apesar da organização desses movimentos, milhares de pessoas foram mortas ou presas pelo governo czarista e vários líderes socialistas foram exilados. Os sovietes foram duramente reprimidos e extintos. Para evitar novos conflitos, o czar prometeu realizar uma reforma agrária e respeitar as liberdades civis. Além disso, convocou a Duma, uma assembleia de representantes da sociedade russa composta principalmente de nobres e burgueses ricos, que tinha função apenas consultiva e podia ser dissolvida a qualquer momento. Guerra Russo-Japonesa Entre 1904 e 1905, os impérios Russo e Japonês travaram uma guerra em razão da política expansionista de ambos no Extremo Oriente. Os russos viam com maus olhos a influência japonesa sobre a Coreia, enquanto o Japão não aprovava a expansão russa no território da Manchúria. O ataque japonês a Porto Arthur, na Manchú- ria, foi o estopim da guerra. O Império Japonês derrotou o Russo em batalhas consecutivas, vencendo rapidamente a guerra. A derrota do czar abalou a autoestima do exército imperial. Além disso, os altos custos humanos e econômicos da guerra, considerada desnecessária por grande parte dos russos, contribuíram para desgastar ainda mais a imagem do czarismo perante a população [10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Revolução de Fevereiro de 1917 Após os acontecimentos de 1905 até 1916, a Rússia experimentou uma aparente democracia. Contudo, depois de convocar a quarta Duma, o governo proibiu os debates de ordem pública e constitucional. À repressão política se somaram os prejuízos da participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, instalando-se um cenário de descontentamento e pressões sociais no país. De 1914 até o final de 1917, período em que a Rússia participou da guerra, o enorme, porém mal-equipado exército do país, sofreu derrotas sucessivas. Os gastos com o conflito agravaram ainda mais a situação interna do país, que se tornou insustentável: a inflação cresceu desenfreadamente, assim como o desemprego e a carestia de alimentos. Esses foram alguns fatores que contribuíram para desencadear uma série de manifestações contra a guerra e o governo czarista. Assim, um clima de efervescência revolucionária tomou conta da sociedade. Manifestações espontâneas nas ruas, greves operárias e atos de insubordinação dos soldados contra os comandos militares culminaram na Revolução de Fevereiro. No dia 23 de fevereiro (8 de março no calendário ocidental, pois nesse período os russos utilizam o calendário juliano, que possui uma diferença de treze dias em relação ao calendário gregoriano, adotado no Ocidente), trabalhadoras do setor de tecelagem entraram em greve e, em passeata, conclamaram os metalúrgicos a aderir à paralisação. Em vários pontos de Petrogrado (denominação de São Petersburgo de 1914 a 1924), milhares de manifestantes saíram às ruas. Três dias depois, uma multidão dirigiu-se à Duma bradando: “Abaixo a autocracia! Abaixo a guerra!”. O governo respondeu com repressão. Os grupos bolcheviques e mencheviques, juntamente com socialistas revolucionários e anarquistas, intensificaram suas ações. Nesse contexto, o presidente da Duma suplicou inutilmente ao czar que atendesse a algumas reivindicações populares e formasse um novo governo. Nicolau II ordenou que os soldados atirassem nos manifestantes, mas os oficiais negaram-se a acatar a ordem e se uniram à multidão. No dia 27 de fevereiro, soldados e operários ocuparam o Palácio de Inverno e em poucas horas a capital do império foi tomada pelos revolucionários. De Petrogrado, a revolução propagou-se por toda a Rússia. Assim, o czarismo russo foi derrubado [10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Dualidade de poderes Nesse período de agitações políticas, formou-se uma expressiva rede de sovietes, associada a outras instituições populares, como sindicatos e assembleias. A princípio, os setores populares representados nos sovietes acreditavam que a aliança com os liberais garantiria a conquista de suas reivindicações. Mas, em curto prazo, o governo de alianças cedeu lugar a uma situação de dualidade de poderes. De um lado, o governo provisório adotava medidas que não correspondiam às aspirações populares; de outro, o soviete de Petrogrado representava, de forma direta e efetiva, os interesses das camadas populares. Uma das mais fortes discordâncias entre o governo provisório e o soviete dizia respeito à Primeira Guerra Mundial. Enquanto o governo liberal defendia a permanência da Rússia na guerra, o soviete de Petrogrado elaborava uma proposta de paz. Além disso, operários reivindicavam uma legislação de proteção aos trabalhadores e o controle operário da produção, camponeses clamavam por uma reforma agrária e grande parte da nação exigia a convocação de uma Assembleia Constituinte. Em abril de 1917, o líder dos bolcheviques, Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido por Lênin, retornou de seu exílio na Suíça, onde estava desde 1907 em razão da repressão do czar aos líderes socialistas. Ao chegar à Rússia, Lênin apresentou ao Partido Bolchevique as chamadas Teses de Abril. Nelas, propôs, entre outras medidas: • a paz imediata e a retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial; • a dissolução do governo provisório; • a transferência do poder aos sovietes; • a supressão da polícia, do exército e dos funcionários do Estado; • o confisco das grandes propriedades rurais e a nacionalização da terra; • a fundação de um banco nacional único; • o controle da produção e da distribuição dos produtos pelos sovietes. Em julho, em vários levantes, os bolcheviques confrontaram a autoridade do governo provisório, que aproveitou o fato para pôr o Partido Bolchevique na ilegalidade e prender vários líderes. Para não ser preso, Lênin refugiou-se na Finlândia. [10/6 19:58] +55 61 8129-0187: Revolução de Outubro De março a outubro de 1917, a Rússia passou por sucessivas mobilizações populares em defesa da saída do país da guerra e de mudanças políticas e econômicas profundas. O agravamento da crise criou condições para que as palavras de ordem bolcheviques “Paz, Pão e Terra” conquistassem o apoio da maioria da população, da mesma forma que aproximou os sovietes e as organizações operárias e camponesas do projeto político do Partido Bolchevique. “Teve início, então, um processo fulminante de radicalização dos sovietes de soldados e operários. Bolchevizavam-se não no sentido de que houvesse uma adesão formal ao Partido Bolchevique, mas no sentido de que aderiam à proposta bolchevique de que todo o poder deveria ser assumido pelos sovietes. Os mujiques, tomando o destino nas mãos, ocupavam e demarcavam as terras, e faziam a revolução agrária. Ao sabê-lo, os soldados, camponeses fardados, começaram a desertar em massa levando à decomposição das forças armadas. A onda provocou um terremoto no partido político mais enraizado nos campos, os socialistas revolucionários. Fez desabrochar uma corrente que já vinha amadurecendo, favorável à ofensiva de ocupação de terras, e que se tornou claramente autônoma desde então, os socialistas revolucionários de esquerda [...].” REIS FILHO, D. A. As revoluções russas e o socialismo soviético. São Paulo: Editora Unesp, 2003. p. 63-64. (Coleção Revoluções do século XX) Na mesma proporção, crescia o antagonismo entre as aspirações populares e a orientação política do governo provisório, liderado então por Alexander Kerensky com o apoio dos socialistas moderados, que defendiam a transição gradual e pacífica da Rússia em direção ao socialismo. Em outubro, após sucessivas revoltas e uma tentativa de golpe de Estado por parte dos grupos conservadores, Lênin, de volta do exílio na Finlândia, propôs, em uma reunião do comitê central do Partido Bolchevique, o início imediato da insurreição para derrubar o governo provisório. A criação do Comitê Militar Revolucionário do Soviete de Petrogrado e a preparação da Guarda Vermelha para debelar os contrarrevolucionários propiciaram as condições para a tomada do poder em nome dos sovietes, em 25 de outubro de 1917. Após tomar o poder, os revolucionários adotaram vá- rias medidas para acabar com a velha ordem imperial. Entre elas, estavam a anulação dos títulos de nobreza; a separação entre a Igreja e o Estado; a simplificação da língua escrita russa; a liberdade de expressão, de imprensa, de greve e de associação; a escolha de juízes pela população; a substituição da polícia e do exército permanente pelo armamento geral do povo; o controle das empresas pelos operários por meio de instituições eleitas; bem como a igualdade e a soberania dos povos reunidos no território russo, incluindo o direito de eles se separarem da Rússia e constituírem Estados independentes. [10/6 19:59] +55 61 8129-0187: Do conflito mundial para a guerra civil Uma das questões mais sensíveis a ser resolvida no momento em que o governo bolchevique assumiu o poder dizia respeito à saída do país da Primeira Guerra Mundial. As negociações com a Alemanha resultaram no abandono da guerra, em dezembro de 1917, que foi formalizado com a assinatura do Tratado de Brest-Litovski, em 3 de março de 1918. A Rússia teve de ceder ao inimigo vastas regiões férteis, renunciar a suas pretensões territoriais e reconhecer a independência da Ucrânia e da Finlândia. Descontentes com os rumos que a Rússia tomava, antigos oficiais monarquistas e políticos conservadores formaram uma força militar contrarrevolucionária, o Exército Branco, que recebeu o apoio de potências estrangeiras, como Reino Unido, Estados Unidos, França e Japão. Para combatê-los, o governo bolchevique formou o Exército Vermelho. Iniciou-se, assim, a guerra civil na Rússia. Para derrotar os Brancos, o governo bolchevique estabeleceu um rígido controle sobre a produção e o consumo. Por meio de uma tática conhecida como comunismo de guerra, instituiu uma economia de troca, a proibição do comércio privado, o pagamento do salário em gêneros e o confisco da produção agrícola para abastecer a população. Além disso, foi imposta uma rigorosa disciplina ao Exército Vermelho, sob o comando de Leon Trótsky. No final de 1920, haviam sido eliminados praticamente todos os focos da contrarrevolução. Nas batalhas, o Exército Vermelho anexou territórios que formaram, em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Adoção da NEP Os bolcheviques venceram a guerra civil, mas a agricultura, a produção industrial e o sistema de transportes do país estavam arruinados. Diante do colapso da economia, o governo bolchevique instituiu a Nova Política Econômica (NEP), em março de 1921, revogando algumas medidas tomadas durante o período do comunismo de guerra. Na esfera comercial, foi permitida a presença da iniciativa privada no pequeno comércio e a criação de cooperativas de comércio, mas as grandes indústrias, os bancos e o comércio atacadista continuaram a ser controlados pelo governo. Os camponeses passaram a pagar um imposto em espécie ao governo e a ter direito de comercializar os excedentes de sua produção a preço de mercado. As pequenas e médias indústrias receberam estímulos para fomentar seu crescimento. Nas cidades, proibiu-se a nacionalização das fábricas sem deliberação dos órgãos administrativos superiores, revogou-se a prestação de serviços obrigatórios, foi autorizada a livre circulação de mão de obra e suprimiu-se a remuneração igualitária do trabalho, buscando-se, em vez disso, a correlação entre o salário e a produtividade. O Partido Comunista e os novos rumos da revolução A abertura econômica, porém, não foi acompanhada por uma abertura política. Com a crescente centraliza- ção das decisões durante a guerra, o poder da classe operária, organizada nos sovietes, foi substituído pelo do Partido Comunista, reforçado ainda mais com a ascensão de Josef Stálin ao posto de secretário-geral do partido em 1922. Com a morte de Lênin, em 1924, teve início uma disputa pelo poder entre Trótsky e Stálin. Entre as numerosas divergências dos dois líderes estava o modo como viam a União Soviética. Trótsky considerava o Estado soviético uma conquista da classe operária, que só se consolidaria com a expansão da revolução na Europa e a derrota do capitalismo no mundo. Stálin, por sua vez, defendia a construção do socialismo primeiro na União Soviética, para depois expandi-lo. No XIII Congresso do Partido Comunista (1924), Trótsky foi derrotado por uma aliança entre Stálin e importantes dirigentes bolcheviques. No XIV Congresso do Partido Comunista (1925), foi aprovada a tese de Stálin, que se tornou o principal líder soviético. Fundador do Exército Vermelho e principal líder do soviete de Petrogrado durante as revoluções de 1905 e 1917, Trótsky acabou sendo expulso do partido e exilado em 1927. [10/6 19:59] +55 61 8129-0187: Stálin e o totalitarismo soviético Stálin governou como um ditador. Durante seu governo, uma implacável censura foi imposta aos meios de comunicação, as liberdades individuais foram suspensas e seus adversários políticos, incluindo muitos líderes da revolução, acabaram presos ou assassinados. A burocratização do Estado deu origem a uma elite que trabalhava para o governo e usufruía de privilégios políticos e econômicos, em detrimento da maioria da população, que vivia modestamente e sob o rigor de um Estado opressor. Os povos não russos, submetidos às rígidas regras impostas pelo Partido Comunista, foram obrigados a adotar o russo como língua oficial. Diante do isolamento da União Soviética, o governo financiou o desenvolvimento tecnológico e industrial do país com recursos internos. Com o Primeiro Plano Quinquenal, instituído em 1929, o governo de Stálin estimulou o desenvolvimento da indústria de base, como a de energia elétrica e a metalúrgica, e promoveu a coletivização da agricultura privada a fim de ampliar a produção. Durante a execução desse plano (1929-1932), teve início o processo de expulsão dos camponeses contrários à coletivização da agricultura. O Estado também investiu na educação e na qualificação da mão de obra. Arte na União Soviética Após a revolução, mesmo durante o período de guerra civil, houve grande efervescência cultural na Rússia. Floresceu uma estética inovadora que tinha o objetivo de servir à consolidação de uma nova sociedade. Entre 1917 e a ascensão de Stálin, muitos trabalhos foram produzidos no país em diferentes áreas: no cinema revolucionário, no teatro político e nas artes plásticas. Importantes artistas, reconhecidos internacionalmente até hoje, estavam ligados ao governo bolchevique, como Wassily Kandinsky, pintor modernista russo que escolheu as formas geométricas como meio de representação. A consolidação de Stálin no poder, no entanto, transformou a arte em instrumento de propaganda do regime, asfixiando as experiências criativas dos anos iniciais da revolução. Com o Realismo Socialista, a arte deveria servir para educar os trabalhadores no caminho do comunismo e, principalmente, para exaltar as realizações do regime stalinista. As obras enalteciam os líderes soviéticos, os operários e os camponeses, assim como os feitos políticos de Stálin. Durante o stalinismo, muitos artistas acabaram deixando a União Soviética, como Kandinsky, que se exilou na Alemanha em 1921 e nunca mais retornou ao país.. Resposta: Resumo: Neocolonialismo na África e na Ásia
Entre 1870 e o início do século XX, a Europa viveu uma grande expansão econômica, marcada pela Segunda Revolução Industrial. Esse período trouxe avanços tecnológicos, desenvolvimento dos transportes e comunicação, além da formação do capitalismo financeiro e oligopólios. Nesse contexto, as nações europeias mais industrializadas buscaram novos territórios na África e na Ásia para exploração econômica, iniciando o neocolonialismo ou imperialismo.
Os objetivos do neocolonialismo incluíam a busca por novos mercados consumidores, áreas para investimento de capital excedente e a realocação do excesso populacional europeu. As potências ocidentais justificaram suas ações com ideologias racistas baseadas no darwinismo social, que defendia a superioridade dos brancos sobre outros povos, considerados "menos desenvolvidos". Assim, a expansão imperialista foi vista como uma missão civilizadora.
A presença europeia na Ásia não era novidade, mas intensificou-se entre 1830 e 1880. Portugal, Espanha, Holanda e Grã-Bretanha já tinham colônias na região desde o período mercantilista. A Índia, sob domínio britânico desde o século XVIII, enfrentou medidas econômicas desfavoráveis que culminaram na Revolta dos Cipaios (1857-1859). Após a revolta, o Reino Unido assumiu controle direto sobre a Índia.
Na África, a Conferência de Berlim (1884-1885) definiu a partilha "amigável" do continente entre as potências europeias, estabelecendo regras para a anexação de territórios. Esse processo foi marcado pela violência e resistência dos povos africanos, como a Rebelião de Mamadou Lamine (1898-1901) e a Revolta Maji Maji (1905-1907).
O Japão, pressionado pelas potências ocidentais na década de 1850, modernizou-se rapidamente após a Revolução Meiji (1866), tornando-se um exemplo de industrialização no Oriente. O país investiu em infraestrutura, educação e forças armadas, transformando-se em uma potência imperialista.
A China, por sua vez, enfrentou as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860) contra os britânicos, resultando em tratados que beneficiavam os interesses europeus. A Rebelião dos Boxers (1899-1901) foi um movimento nacionalista contra a dominação ocidental, mas foi sufocada por um exército internacional.
Esses eventos refletem as complexas dinâmicas do neocolonialismo, onde potências ocidentais expandiram seu domínio econômico e político sobre África e Ásia, justificando suas ações com ideologias racistas e enfrentando resistências locais.