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Erika
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Fazer teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I
ESTUDOS DISCIPLINARES XV (6591-05_SEI_LI_0121_R_20242)
CONTEÚDO
Informações do teste
Descrição
Instruções
Várias tentativas Este teste permite 3 tentativas. Esta é a tentativa número 1.
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Suas respostas foram salvas automaticamente.
Estado de Conclusão da Pergunta:
PERGUNTA 1
Leia o texto I, trecho do romance A palavra que resta, de Stênio Gardel, e o texto II, que apresenta dados do censo do IBGE.
Texto I
Ficou de noite. Raimundo passou o dia soltando palavras, perdeu a hora da aula. Foi bom, para não esquecer as letras, como disse a professora, tão nova, tão inteligente, Ana, o nome dela, mais fácil que esse não tinha, será? Mas encheu mesmo as folhas do caderno foi com seu nome, sua assinatura. Daqui a pouco, assinatura também. E iria trocar de identidade. Era homem que sabia assinar o nome. Dava gosto ter isso no documento. Dava gosto ter isso nele, agora que conseguia colocar as palavras para fora, porque dentro elas alvoroçavam a cabeça, engasgavam a goela. Não podia mais ficar assim. Tinha que lhes dar um corpo próprio, só delas. A professora Ana disse que ele conseguiria. Foi se arrumar para a aula. Eram três noites por semana na escola do bairro. Raimundo e mais onze.
GARDEL, Stênio. A palavra que resta. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p.17.
Texto II
Censo 2022: Taxa de analfabetismo cai de 9,6% para 7,0% em 12 anos, mas desigualdades persistem
• Em 2022, havia, no país, 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, das quais 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabiam. Ou seja, a taxa de alfabetização foi 93,0% em 2022 e a taxa de analfabetismo foi 7,0% deste contingente populacional.
• No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 90,4% e 9,6%. Em 1940, menos da metade da população de 15 anos ou mais (44,0%) era alfabetizada.
• Os grupos de idade de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos tinham as menores taxas de analfabetismo (1,5%) e o de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa (20,3%). Porém o grupo de idosos teve a maior queda em duas décadas, passando de 38,0% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022, redução de 17,7 p.p. (queda de - 46,7%).
• As taxas de analfabetismo de pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são mais que o dobro da taxa dos brancos (4,3%). Para cor ou raça indígena (16,1%), é quase quatro vezes maior.
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40098-censo-2022-taxa-de-analfabetismo-cai-de-9-6-para-7-0-em-12-anos-mas-desigualdades-persistem. Acesso em: 4 jul. 2024.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas:
I. No texto I, fica evidente que a alfabetização está relacionada com a cidadania e com a autoestima do indivíduo.
II. Desigualdades étnico-raciais são refletidas nas taxas de analfabetismo no Brasil.
III. Desde meados do século XX, a taxa de analfabetismo no Brasil tem apresentado declínio.
IV. No país, a modalidade da EJA (Educação de Jovens e Adultos) visa a erradicar o analfabetismo de adultos como o personagem Raimundo, do texto I.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III, apenas.
b.
II, III e IV, apenas.
c.
I, II e IV, apenas.
d.
I, III e IV, apenas.
e.
I, II, III e IV.
0,5 pontos
PERGUNTA 2
Uma das habilidades pretendidas na formação de um docente consciente de seu papel de educador é elaborar propostas educacionais que promovam o direito às identidades sexuais, de gênero, étnicas, religiosas e etárias e às manifestações artísticas e culturais, a fim de garantir o respeito e a convivência democrática. Nesse contexto, leia o trecho do artigo sobre o ensino religioso.
A LDB (1996) traz o ensino religioso como parte da formação para construção da cidadania do sujeito, mas não prevê o fortalecimento da fé ou crença. Quando é pretendido fortalecer a fé, essa prática implica estabelecer um credo a ser enaltecido. Devemos ressaltar que a lei que rege a educação ignora qualquer forma de proselitismo, ou seja, de preferência religiosa. O ensino religioso não tem a função de fortalecer a fé, e sim de promover o respeito, a tolerância com o credo do outro. E, ainda, que cada aluno perceba a variedade religiosa de sua sociedade.
A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vistas sobre ele. Visões impregnadas de anseios, dúvidas, de esperança ou desesperança que implicitam temas significativos (FREIRE, 2011, p. 116).
Uma ação pedagógica não pode estar pautada no anúncio de uma visão de mundo. Essa prática, em que o professor é quem ensina e o aluno é quem aprende, é totalmente opressora, incoerente com a atualidade. A educação se faz com professor e aluno, ambos, juntos, constroem um caminho de conhecimentos. Quando o educador traz uma discussão religiosa para o seu roteiro de aula, sem a consulta prévia de seus alunos e de suas crenças, de suas experiências, está estabelecendo uma educação do professor para o aluno. Não há uma interação ou respeito à opinião do aluno, há uma imposição que gera uma desumanização do sujeito.
SILVA, T.G. Considerações em torno da manifestação do cristianismo católico no espaço escolar: um estudo sobre as relações entre diversidade religiosa e o currículo escolar. In: AGUIAR, M. A. S.; PACHECO, J. A. B.; MENDES, G. M. L. (org.). Currículo, cultura, inclusão e diferenças – Anais do XII Colóquio sobre questões curriculares/VIII Colóquio luso-brasileiro de currículo/II Colóquio luso-afro-brasileiro de questões curriculares, 2016. p. 456-464. Disponível em: https://www.academia.edu. Acesso em: 11 jul. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. A educação autêntica pensada por Paulo Freire (autor citado no artigo), aquela que se faz de A com B é coerente com a laicidade preconizada na LDB.
II. Ao privilegiar o ensino de uma religião seguida pela maioria dos indivíduos de determinada comunidade, o espaço educativo trabalha com a homogeneidade, contribuindo para o fortalecimento de uma sociedade plural e democrática.
III. Com base na citação de Paulo Freire, quando o docente conduz uma discussão religiosa em sala de aula, baseada na consulta prévia sobre as crenças e as experiências de seus alunos, pratica uma educação de A com B.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. I e III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
0,5 pontos
PERGUNTA 3
A formação docente se constitui por uma gama de atividades que visa aperfeiçoar a carreira profissional e o desempenho dos professores em sala de aula. Qual é a importância desse mecanismo para a qualidade da educação?
a. Obter vantagem de informações educacionais organizadas.
b. Capacitar em serviço a formação prática de ensino.
c. Reivindicar ações governamentais de melhoria na educação.
d. Supervisionar as competências de trabalho dos professores.
e. Possibilitar que os professores participem de debates fundamentais à educação.
0,5 pontos
PERGUNTA 4
Leia o texto a seguir:
Identidade: memória e atualidade
Apesar das dificuldades relativas à formação docente, experiências da Educação Escolar Indígena buscam cumprir o papel de fortalecimento da cultura dos povos. Até o início dos anos 2000, por exemplo, o tupi, língua materna dos Potiguara da Paraíba, estava praticamente extinto na região. “A articulação da comunidade fez a demanda chegar à Universidade de São Paulo (USP), que enviou um linguista especializado em tupi”, conta Pedro Lôbo, arte-educador indígena e doutorando em Educação na Universidade Federal da Paraíba. A iniciativa resultou na formação de 15 professores potiguares, que passaram a ser multiplicadores. Assim, o tupi voltou a ser ensinado nas escolas da Terra Indígena Potiguara. Pedro estima que atualmente existam mais de cem falantes da língua nas aldeias. O número ainda é pequeno em relação ao total de indígenas no local. No entanto, é significativo considerando que a língua não era mais falada por quase ninguém. Na aldeia Guarani Mbya da capital paulista, ainda que o tupi estivesse vivo na boca dos habitantes, outra tradição estava sendo perdida. O aumento da presença de tecnologias, como a televisão e a internet, estava afastando os jovens do convívio comunitário. “Na nossa cultura, temos de ir para casa de reza todos os dias, à tarde. É o momento de os mais velhos passarem conhecimento para os mais jovens. Mas eles não compareciam”, afirma Priscila Parapoty. A solução foi incorporar atividades realizadas na casa de reza durante o período de aulas. “A escola hoje oferece o conhecimento não indígena, e na casa de reza acontece a educação tradicional do nosso povo. Esse equilíbrio é importante”, reforça Priscila. Se na escola de São Paulo a tecnologia estava desviando a atenção dos costumes tradicionais, na EM Kanata T-Ykua, em Manaus, ela foi utilizada para divulgá-los. Por meio do projeto Tecnologia e o Conhecimento Tradicional Kambeba, os estudantes foram convidados a usar as redes sociais para mostrarem aspectos de sua cultura. Ainda que não fosse a intenção, a iniciativa viralizou. O diretor da Kanata T-Ykua, Raimundo Cruz da Silva, conta que hoje a comunidade tem alunas e ex-alunas influenciadoras digitais. Uma delas, a ativista Tainara da Costa Cruz, foi selecionada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para participar da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), no Egito, em 2022. “A internet serviu para potencializar as nossas tradições, virou uma vitrine para a nossa cultura”, diz Raimundo.
Minha aldeia é o mundo
À sua maneira, cada um dos educadores indígenas ouvidos pela reportagem apresenta a ideia de que o ambiente em que as comunidades estão tem o potencial de promover tanto os saberes tradicionais quanto os do currículo comum. Das questões do território, podem surgir projetos de Geografia, como pesquisas de campo e estudos da vegetação e do relevo. Atividades de caça e pesca ensejam assuntos sobre o estudo da fauna e da biologia animal. O conhecimento das plantas medicinais pode ser uma ótima entrada para o estudo da botânica e do uso de diferentes substâncias para o tratamento de doenças. O artesanato, as músicas, as danças e as pinturas corporais fazem a conexão com os componentes curriculares de Arte e de Matemática. “É bom que os alunos conheçam Caetano Veloso, Gilberto Gil. Mas eles também precisam conhecer Válber, professor que é formado em música, e Clara, que é cantora. Ambos fazem parte do nosso povo. É bem-vindo que saibam quem foram Picasso e Van Gogh, mas também precisam conhecer os artesãos e artistas indígenas. E saber que por meio de colares é possível trabalhar com etnomatemática”, diz Pedro. “De onde eu venho, mestrado era inalcançável, não era para indígena”, fala. De acordo com ele, a grande conquista é ver os estudantes retornando para as terras indígenas com Ensino Superior. “Temos dentistas, veterinários, fonoaudiólogos, enfermeiros… Profissões que antes não eram acessíveis para o nosso povo. A Educação Escolar Indígena está ajudando a formar profissionais para contribuir com o bem-estar da aldeia”, finaliza.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21632/educacao-escolar-indigena-identidades?gad_source=1&gclid=CjwKCAjw48-vBhBbEiwAzqrZVLGtqQPxb-uM8qMVQ6G2IStGAZ_zZEwj_SjtWEfjMY8bmumPFXbbURoC-kEQAvD_BwE. Acesso em: 15 mar. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. A Educação Escolar Indígena visa eliminar as diferenças culturais, integrando os indígenas à sociedade tecnológica, uma vez que os benefícios da internet à comunidade são evidentes.
II. De acordo com o texto, o ensino de tupi nas escolas da Terra Indígena Potiguara procurou reativar o uso da língua nativa e faz parte da ideia de valorização da cultura indígena.
III. As redes sociais têm sido usadas por alguns indígenas para divulgar os costumes e as tradições do seu povo.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III.
b.
I e II, apenas.
c.
II e III, apenas.
d.
I e III, apenas.
e.
III, apenas.
0,5 pontos
PERGUNTA 5
Leia o texto a seguir:
Como a Educação Escolar Indígena pode fortalecer a identidade local
A modalidade cumpre um importante papel para reforço do protagonismo dos povos originários e valorização da cultura, mas precisa ser fortalecida
Bruno Mazzoco – 30/03/2023
As cerimônias de formatura dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas na Terra Indígena Potiguara, em Baía da Traição e Mataraca (PB), destoam dos eventos que acontecem em grande parte das escolas brasileiras. A celebração acontece em meio à natureza, em vez de um auditório com alunos no palco para receber o diploma e a comunidade escolar na plateia.
A turma de estudantes indígenas potiguares que encerra o Ensino Fundamental se reúne no meio da mata, no Terreiro Sagrado. E os mais velhos vão para as coroas de areia que se formam no encontro do rio Camaratuba com o mar. Caciques e pajés das aldeias conduzem, respectivamente, a dança do toré e o ritual espiritual. Só depois disso, a equipe da direção escolar entrega os diplomas. O que acontece na cena descrita acima é um bom exemplo de interculturalidade, conceito que se refere a práticas de intercâmbio entre diferentes culturas e grupos étnicos. E é justamente esse que deve ser o eixo central da Educação Escolar Indígena. “A interculturalidade tem de ser contemplada no Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas indígenas”, diz Pedro Lôbo, arte-educador indígena e doutorando em Educação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O documento norteador das escolas da região também contempla visita a roçados, cultivo de hortas na escola para consumo na merenda escolar e atividades ligadas a cultura, arte e história do povo Potiguara da Paraíba. A adoção de uma Educação “diferenciada, específica e bilíngue”, que une os saberes tradicionais de cada povo às disciplinas curriculares convencionais, é fruto da luta dos povos indígenas pelo direito à liberdade de ensino ao longo de décadas. Essas demandas começaram a se consolidar com a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. A partir da discussão levantada com base nesses e outros marcos legais – como o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (RCNEI) e o Plano Nacional de Educação (PNE) –, ficou estabelecida a Educação Escolar Indígena.
O que difere a Educação Indígena da Educação Escolar Indígena?
“Quando nos tornamos humanos, temos como função passar o conhecimento para novas gerações. Os povos indígenas foram desenvolvendo uma metodologia baseada na oralidade, na educação da mente, do corpo e da alma. Essa é basicamente a Educação Indígena”, explica o professor e escritor Daniel Munduruku. A Educação Indígena está ligada às tradições de cada povo e não precisa necessariamente da escola para acontecer. A Educação Escolar Indígena é uma reivindicação que surge a partir da articulação e da luta de diferentes povos, a partir principalmente da década de 1970. É como uma reação à imposição do modelo escolar ao longo dos anos de “colonização”, denunciada pelos indígenas como tentativa de etnocídio [...]
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21632/educacao-escolar-indigena-identidades?gad_source=1&gclid=CjwKCAjw48-vBhBbEiwAzqrZVLGtqQPxb-uM8qMVQ6G2IStGAZ_zZEwj_SjtWEfjMY8bmumPFXbbURoC-kEQAvD_BwE. Acesso em: 15 mar. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. O objetivo da Educação Escolar Indígena é fazer com que os indígenas assimilem os conhecimentos da sociedade tecnológica, a fim de substituir a cultura própria.
II. O eixo central da Educação Escolar Indígena é a interculturalidade, marcada pelo intercâmbio e pelo respeito às culturas diferentes.
III. A Educação Escolar Indígena é fruto da imposição do Estado colonizador sobre os povos tradicionais, que preferem manter seus saberes inalterados.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III.
b.
I e II, apenas.
c.
II e III, apenas.
d.
I e III, apenas.
e.
II, apenas.
0,5 pontos
PERGUNTA 6
Leia o texto a seguir:
Quase metade dos estudantes não terminam ensino fundamental na idade certa
Pesquisa inédita da Fundação Itaú identifica efeitos da reprovação, evasão e abandono escolar
Agências – 18/03/2024
Apenas pouco mais da metade dos estudantes brasileiros consegue terminar o Ensino Fundamental na idade certa, ou seja, até os 15 anos. Uma pesquisa inédita da Fundação Itaú identificou que 48% dos alunos não conseguiram concluir a trajetória regular nessa etapa, por terem sofrido intercorrências como reprovação, evasão ou abandono escolar. A pesquisa feita com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), analisou o percurso escolar da população nascida entre os anos 2000 e 2005 (que hoje estão na faixa etária entre 19 e 24 anos) até o intervalo de 2007 a 2019. O resultado foi divulgado na manhã desta segunda-feira (18/03). Com a análise, o estudo criou o “indicador de regularidade de trajetórias educacionais”, e os dados revelam um percurso irregular de conclusão da educação básica de maneira generalizada em todo o país, mas que se manifesta de forma ainda mais expressiva entre os alunos mais pobres, com deficiência, indígenas, negros e do sexo masculino. O indicador considerou como trajetória regular concluir o ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) em nove anos e de todo o percurso da educação em 12 anos, o que contempla os três anos do ensino médio. Esse período de conclusão deveria ser garantido a todos os estudantes do país. Os dados mostram que 48% dos alunos não conseguiram concluir o ensino fundamental dentro do período esperado e 59% não terminaram o ensino médio na idade certa.
Disponível em: https://www.otempo.com.br/brasil/quase-metade-dos-estudantes-nao-terminam-ensino-fundamental-na-idade-certa-1.3350293. Acesso em: 5 jul. 2024.
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. Segundo o texto, a reprovação e a evasão escolar estão entre as causas do percurso irregular de conclusão do ensino fundamental.
II. Conforme o texto, a irregularidade na conclusão do ensino fundamental ocorre em todo o país, mas atinge especialmente grupos socialmente mais vulneráveis.
III. De acordo com a pesquisa, 48% dos brasileiros não concluem o ensino fundamental.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III.
b.
I e II, apenas.
c.
I e III, apenas.
d.
II e III, apenas.
e.
I, apenas.
0,5 pontos
PERGUNTA 7
Leia o texto a seguir
Políticas públicas: entenda o que são e quais seus tipos
Políticas públicas são uma parte fundamental do funcionamento e do desenvolvimento de uma sociedade. Elas influenciam a maneira como os recursos e os investimentos são alocados para fins específicos, com foco na melhora da qualidade de vida da população. A implementação dessas políticas afeta diretamente a vida das pessoas e a rotina das organizações, por isso é importante entender o objetivo dessas iniciativas. Ao compreender o que está por trás do conceito de política pública, podemos entender melhor o papel desempenhado pelo Estado e a importância dessas ações para os cidadãos, bem como para o desenvolvimento do país. Para começar, é necessário esclarecer o que, afinal, é uma política pública.
O que são políticas públicas?
O conceito de políticas públicas descreve as ações desenvolvidas pelo governo para garantir direitos à população em diversas áreas, como saúde, educação e lazer, com o objetivo de promover qualidade de vida e bem-estar aos brasileiros. Esse tipo de ação leva a palavra “pública” no nome, mas também pode ser destinada a entes privados, desde que seja uma medida de interesse público. Um programa de segurança ou de cursos profissionalizantes implementado pela Prefeitura em um determinado bairro, por exemplo, é uma política pública. Além de atender ao interesse público, essas políticas também têm a função de assegurar os direitos previstos na Constituição Federal.
Tipos de políticas públicas
Dentro do contexto de política pública, é possível encontrar diferentes tipos de ações, e cada uma delas apresenta características específicas, assim como uma nomenclatura própria. Existem quatro tipos de políticas públicas no Brasil. Confira a seguir quais são eles e qual é a abordagem de cada um.
- Políticas públicas distributivas
As políticas distributivas são aquelas destinadas a uma parcela específica da população. Elas são definidas para atender as necessidades de um determinado grupo social ou de uma situação em particular. Se um bairro enfrenta problemas com enchentes, por exemplo, o governo pode direcionar políticas para melhorar a infraestrutura ou para ajudar a comunidade a reparar possíveis danos causados pelas chuvas.
- Políticas públicas redistributivas
As políticas redistributivas também são voltadas para um grupo específico, mas elas apresentam uma diferença importante em relação ao modelo anterior: neste tipo de política, o objetivo é redistribuir bens, recursos e serviços. Para que essa redistribuição aconteça, os recursos são retirados do orçamento de todos para serem repartidos a uma parcela da sociedade. Isso acontece com os financiamentos estudantis, que contam com um fundo no qual municípios e estados contribuem financeiramente e que, depois, é redistribuído conforme as matrículas de cada local.
- Políticas públicas constitutivas
As políticas constitutivas trazem as normas e os requisitos para regulamentar a criação de políticas públicas. São elas que determinam quem, como e quando as ações destinadas ao interesse público podem acontecer. Um exemplo desse tipo de política é a divisão da responsabilidade educacional no país, que é distribuída entre municípios, estados e Governo Federal da maneira a seguir.
• Educação Infantil e Ensino Fundamental 1: responsabilidade dos municípios.
• Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio: responsabilidade dos estados.
• Ensino Superior: responsabilidade do Governo Federal.
No caso deste exemplo, a política constitutiva define os responsáveis por gerenciar cada etapa de ensino, desde a Educação Infantil até as universidades e outras instituições de Ensino Superior no âmbito público.
- Políticas públicas regulatórias
Como o próprio nome revela, essas políticas têm a função de regular o Estado, estabelecendo regras de comportamento e contribuindo para a organização de processos burocráticos. Esse tipo de política pública é mais abrangente, assim como o anterior, e, por isso, afeta mais pessoas do que as ações distributivas, por exemplo. Diante disso, essas políticas são apresentadas em forma de lei, como é o caso do Código de Trânsito Brasileiro, que dispõe sobre as regras de trânsito e determina as penalidades em caso de descumprimento dessas normas. Segundo essa legislação, por exemplo, o uso do cinto de segurança é obrigatório a todos os passageiros do veículo.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/politicas-publicas/.Acesso em: 13 fev. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas:
I. As políticas públicas têm como objetivo melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e atuam em diversas áreas.
PORQUE
II. As políticas redistributivas são fundamentadas na premissa de justiça social, buscando corrigir desigualdades socioeconômicas pela redistribuição de recursos retirados do orçamento público.
Assinale a alternativa correta:
a.
As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a I.
b.
As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a I.
c.
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa.
d.
A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.
e.
As asserções I e II são falsas.
0,5 pontos
PERGUNTA 8
Leia a tirinha e o texto a seguir:
Disponível em: https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.488361671209144/2461767563868535/?type=3. Acesso em: 8 jul. 2024.
Merenda escolar é principal refeição do dia para maioria dos estudantes da rede pública do RJ
Estudo mostra ainda que 41% dos alunos consideram pouca ou muito pouca a quantidade de comida oferecida nas escolas
Jéssica Rodrigues – Brasil de Fato – Rio de Janeiro (RJ) – 29/03/2023
A pesquisa “Conta pra Gente Estudante – Grande Rio” revelou dados alarmantes sobre a insegurança alimentar no estado do Rio: a maioria dos estudantes da rede pública de ensino da região metropolitana tem a merenda escolar como única ou principal refeição do dia, ou seja, 56% dessas crianças dependem dos alimentos oferecidos na escola. O Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ), em parceria com a Ação da Cidadania, entrevistou 1.046 estudantes e seus responsáveis para o levantamento. Os dados mostram também que para 41% dos estudantes a quantidade de comida é pouca ou muito pouca. O programa “Bem Viver”, uma produção do “Brasil de Fato”, conversou com Patrícia Marino, de 28 anos. Ela é moradora do Parque Esperança, no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio, e tem seis filhos, mas apenas três estão matriculados na escola. Ela conta que está desempregada e seu marido recolhe materiais recicláveis como fonte de renda, mas o dinheiro não é suficiente para garantir a alimentação da família. “A gente passa muita necessidade, então eles indo para escola já é uma boa porque eles almoçam na escola, lancham na escola e é muito bom isso porque às vezes não tem nada em casa, e já é um alívio. Às vezes tem dois pães, aí já divide para os três que estão em casa, porque para mim e meu marido a gente não se importa se comeu ou não comeu, o que importa é a criança tá alimentada”, conta Patrícia
Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/03/29/merenda-escolar-e-principal-refeicao-do-dia-para-maioria-dos-estudantes-da-rede-publica-do-rj. Acesso em: 18 mar. 2024.
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. A tirinha ilustra a situação relatada no texto: muitas crianças têm na escola sua principal refeição.
II. Na tirinha, enfatiza-se a hora do lanche como um período de diversão, o que comprova o fato relatado de que a comida oferecida nas escolas é pouca.
III. De acordo com o texto, 41% das crianças brasileiras vivem em insegurança alimentar.
É correto o que se afirma apenas em:
a.
I.
b.
II.
c.
III.
d.
I e III.
e.
I e II.
0,5 pontos
PERGUNTA 9
Leia o texto
Uso de IA nas escolas automatiza aprendizagem e impede a liberdade criativa dos alunos
Carlota Boto analisa os impactos da implementação, sem as devidas precauções, de recursos digitais no aprendizado dos estudantes
Por Julio Silva – 24/04/2024
O governo de São Paulo anunciou um novo projeto que pretende utilizar recursos de Inteligência Artificial (IA) para a preparação de aulas e atividades escolares a partir do segundo semestre deste ano. O projeto, que ainda está em estágio inicial, impactará alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual. Carlota Boto, diretora da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de São Paulo, organizadora e uma das autoras do livro “Cultura Digital e Educação” (2023), explica quais são os riscos do uso dessa ferramenta na preparação das aulas e qual a importância do professor nesse processo. A especialista explica que é terminantemente contra a implementação desse projeto e afirma que não observa benefícios no uso das inteligências artificiais no ensino público. Ela conta que essas ferramentas podem causar um efeito negativo no aprendizado dos estudantes, já que, muitas vezes, elas não articulam os dados de maneira coerente e podem divulgar inclusive informações equivocadas sem a devida checagem. Segundo a diretora, cada disciplina do ensino básico tem um modo de existir que corresponde a um acervo cultural historicamente acumulado e essa lógica, que é intrínseca à construção da disciplina, constitui um corpo que não será redesenhado pela tecnologia artificial. Por isso, segundo ela, a produção de aulas precisa ser realizada por pessoas físicas e, de preferência, por professores. “A rede de ensino deve ter um currículo, mas a organização de cada aula é tarefa do professor. Para isso, deve haver investimento na formação desse profissional e ele precisa ser bem pago, porque é dele a tarefa de transformação do currículo na proposição didática de uma aula”, conta.
Processo automatizado
De acordo com Carlota, o uso das ferramentas de IA nas aulas pode automatizar o ensino e desconsiderar os processos críticos e criativos envolvidos na aprendizagem, tanto do professor quanto do estudante. Ela reforça a importância da construção de um currículo que permita o processo de debates e diálogos dentro das salas de aula a fim de que a formação do jovem seja acrescida da possibilidade de analisar e construir pensamentos críticos sobre variados assuntos. “É preciso ter cautela para que essa inteligência artificial não se transforme em um Oráculo de Delfos, através do qual você busca irracionalmente qualquer conteúdo como se esse conteúdo não fosse passível de ser criticado, revisto e refutado. É preciso que haja muita precaução, porque a aula é algo sério e que precisa ser preparada por um professor”, discorre. Como explica, a escola moderna foi firmada e se estruturou no Ocidente a partir da expansão da cultura letrada e da tipografia, acompanhadas do surgimento dos livros. Ela afirma que esse modelo de escola precisa ser preservado a partir do momento em que é parcialmente substituído pela cultura digital. “É preciso que essa análise seja feita nas universidades e redes públicas com os professores em sala de aula dialogando e estabelecendo critérios para confluir essa transposição didática dos conteúdos digitais para a ação docente. Isso é uma coisa que só os professores podem fazer, não vir da Secretaria de Educação e muito menos ser um decalque da inteligência artificial”.
Emprego dos professores
Conforme a diretora, o uso das inteligências artificiais, assim como em várias outras profissões, pode representar um risco grave aos professores, os quais podem se tornar figuras descartáveis nas escolas, caso comecem a surgir demissões e afastamento de profissionais de suas funções. Ela, contudo, reforça que todas as novas tecnologias podem ser úteis, desde que sejam usadas conscientemente e aliadas ao trabalho dos professores. Carlota diz que a escola moderna surgiu com a cultura impressa, que foi responsável pela
construção de um acervo cultural que a escola transmite desde o século 16. Ela esclarece que os profissionais da educação precisam se valer da educação digital de uma maneira criativa e organizada para não se distanciar dos benefícios que a cultura impressa trouxe. “Não adianta pensar em alfabetizar uma criança via computador se não alfabetizarmos essa criança no caderno, se não alfabetizamos essa criança com a ajuda do livro. Então, a cultura digital pode ser uma aliada, mas ela precisa ser uma aliada inteligente”, aponta.
Pobreza digital
A docente destaca ainda que as diferenças socioeconômicas da população brasileira impedem que todos os estudantes tenham acesso igualitário às ferramentas digitais. Ela conta que a pandemia de covid-19 explicitou a falta de investimento público dos governos em relação à internet banda larga nas escolas, por isso, grande parte dos alunos tem dificuldade em acessar os conteúdos digitais. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021, mostrou que cerca de 4,1 milhões estudantes da rede pública não tinham acesso à internet, número que representa 12% dos alunos totais do país, com as Regiões Norte e Nordeste sendo as mais afetadas. O celular, aparelho mais utilizado para acesso aos recursos digitais, só estava disponível para 64,8% dos alunos da rede pública. A pesquisa mostrou ainda que a cada 20 alunos sem acesso à internet, 19 são de escolas públicas. “O fato é que temos que nos debruçar sobre essa cultura digital como política pública. No entanto, as políticas públicas voltadas para incorporação da tecnologia digital não significam adesão imediata à inteligência artificial, pois não há pesquisas suficientes para nos assegurar quais são os benefícios dessas ferramentas”, finaliza
Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-usp/uso-de-ia-nas-escolas-automatiza-aprendizagem-e-impede-a-liberdade-criativa-dos-alunos/. Acesso em: 5 jul. 2024.
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. As ferramentas de Inteligência Artificial (IA) tendem, de acordo com a professora entrevistada, a promover um ensino automatizado, sem o desenvolvimento do senso crítico e da criatividade.
II. Entre os benefícios do uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) estão a democratização do ensino e o acesso igualitário a informações de qualidade, o que reduz a desigualdade social.
III. A Inteligência Artificial (IA) seleciona informações de forma rápida e sem equívocos, o que provoca melhora da qualidade do ensino, especialmente nas escolas públicas, segundo a professora entrevistada.
IV. De acordo com a professora, as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) devem substituir suficientemente o professor na elaboração de aulas e atividades e, também, na sala de aula.
É correto o que se afirma apenas em:
a.
I e II.
b.
II e III.
c.
I e IV.
d.
I, III e IV.
e.
I.
0,5 pontos
PERGUNTA 10
Considerando a relação entre didática e formação docente, assinale a alternativa correta.
a. A formação docente se relaciona com a avaliação do desempenho dos alunos, ajudando a definir critérios efetivos e a elaborar instrumentos de avaliação eficientes, como provas, trabalhos e apresentações.
b. A formação docente é a ciência que se refere às estratégias e aos métodos de ensino, enquanto a didática é o processo formal pelo qual os educadores adquirem conhecimentos e habilidades para implementar práticas pedagógicas eficazes.
c. A didática ganha importância na formação pedagógica ao sugerir ações a serem adotadas no processo de ensino. Em outras palavras, ela oferece maneiras variadas de ensinar e de compreender a construção do ensino-aprendizagem, fazendo uso de distintas metodologias que decorrem do processo de ensino.
d. A formação docente engloba as técnicas e as estratégias de ensino utilizadas para facilitar a aprendizagem dos alunos, abrangendo métodos, recursos e avaliação. Já a didática é um processo continuo de desenvolvimento profissional que capacita os educadores com conhecimentos teóricos e práticos.
e. A formação docente é efetiva porque prepara o professor para enfrentar os desafios da sala de aula, antecipando totalmente as situações que surgirão. Isso é extremamente positivo, pois uma didática robusta enfatiza a transmissão de conteúdo e as habilidades interpessoais necessárias para aceitar as demandas impostas pela escola.
0,5 pontos
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UNIP EAD CONTEÚDOS ACADÊMICOS BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAIS LABORATÓRIOS Menu global Fazer teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I ESTUDOS DISCIPLINARES XV (6591-05_SEI_LI_0121_R_20242) CONTEÚDO Informações do teste Descrição Instruções Várias tentativas Este teste permite 3 tentativas. Esta é a tentativa número 1. Forçar conclusão Este teste pode ser salvo e retomado posteriormente. Suas respostas foram salvas automaticamente. Estado de Conclusão da Pergunta: PERGUNTA 1
Leia o texto I, trecho do romance A palavra que resta, de Stênio Gardel, e o texto II, que apresenta dados do censo do IBGE.
Texto I
Ficou de noite. Raimundo passou o dia soltando palavras, perdeu a hora da aula. Foi bom, para não esquecer as letras, como disse a professora, tão nova, tão inteligente, Ana, o nome dela, mais fácil que esse não tinha, será? Mas encheu mesmo as folhas do caderno foi com seu nome, sua assinatura. Daqui a pouco, assinatura também. E iria trocar de identidade. Era homem que sabia assinar o nome. Dava gosto ter isso no documento. Dava gosto ter isso nele, agora que conseguia colocar as palavras para fora, porque dentro elas alvoroçavam a cabeça, engasgavam a goela. Não podia mais ficar assim. Tinha que lhes dar um corpo próprio, só delas. A professora Ana disse que ele conseguiria. Foi se arrumar para a aula. Eram três noites por semana na escola do bairro. Raimundo e mais onze.
GARDEL, Stênio. A palavra que resta. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p.17.
Texto II
Censo 2022: Taxa de analfabetismo cai de 9,6% para 7,0% em 12 anos, mas desigualdades persistem
• Em 2022, havia, no país, 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, das quais 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabiam. Ou seja, a taxa de alfabetização foi 93,0% em 2022 e a taxa de analfabetismo foi 7,0% deste contingente populacional. • No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 90,4% e 9,6%. Em 1940, menos da metade da população de 15 anos ou mais (44,0%) era alfabetizada. • Os grupos de idade de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos tinham as menores taxas de analfabetismo (1,5%) e o de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa (20,3%). Porém o grupo de idosos teve a maior queda em duas décadas, passando de 38,0% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022, redução de 17,7 p.p. (queda de - 46,7%). • As taxas de analfabetismo de pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são mais que o dobro da taxa dos brancos (4,3%). Para cor ou raça indígena (16,1%), é quase quatro vezes maior.
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40098-censo-2022-taxa-de-analfabetismo-cai-de-9-6-para-7-0-em-12-anos-mas-desigualdades-persistem. Acesso em: 4 jul. 2024.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas:
I. No texto I, fica evidente que a alfabetização está relacionada com a cidadania e com a autoestima do indivíduo. II. Desigualdades étnico-raciais são refletidas nas taxas de analfabetismo no Brasil. III. Desde meados do século XX, a taxa de analfabetismo no Brasil tem apresentado declínio. IV. No país, a modalidade da EJA (Educação de Jovens e Adultos) visa a erradicar o analfabetismo de adultos como o personagem Raimundo, do texto I.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III, apenas.
b.
II, III e IV, apenas.
c.
I, II e IV, apenas.
d.
I, III e IV, apenas.
e.
I, II, III e IV.
0,5 pontos
PERGUNTA 2 Uma das habilidades pretendidas na formação de um docente consciente de seu papel de educador é elaborar propostas educacionais que promovam o direito às identidades sexuais, de gênero, étnicas, religiosas e etárias e às manifestações artísticas e culturais, a fim de garantir o respeito e a convivência democrática. Nesse contexto, leia o trecho do artigo sobre o ensino religioso.
A LDB (1996) traz o ensino religioso como parte da formação para construção da cidadania do sujeito, mas não prevê o fortalecimento da fé ou crença. Quando é pretendido fortalecer a fé, essa prática implica estabelecer um credo a ser enaltecido. Devemos ressaltar que a lei que rege a educação ignora qualquer forma de proselitismo, ou seja, de preferência religiosa. O ensino religioso não tem a função de fortalecer a fé, e sim de promover o respeito, a tolerância com o credo do outro. E, ainda, que cada aluno perceba a variedade religiosa de sua sociedade.
A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vistas sobre ele. Visões impregnadas de anseios, dúvidas, de esperança ou desesperança que implicitam temas significativos (FREIRE, 2011, p. 116).
Uma ação pedagógica não pode estar pautada no anúncio de uma visão de mundo. Essa prática, em que o professor é quem ensina e o aluno é quem aprende, é totalmente opressora, incoerente com a atualidade. A educação se faz com professor e aluno, ambos, juntos, constroem um caminho de conhecimentos. Quando o educador traz uma discussão religiosa para o seu roteiro de aula, sem a consulta prévia de seus alunos e de suas crenças, de suas experiências, está estabelecendo uma educação do professor para o aluno. Não há uma interação ou respeito à opinião do aluno, há uma imposição que gera uma desumanização do sujeito.
SILVA, T.G. Considerações em torno da manifestação do cristianismo católico no espaço escolar: um estudo sobre as relações entre diversidade religiosa e o currículo escolar. In: AGUIAR, M. A. S.; PACHECO, J. A. B.; MENDES, G. M. L. (org.). Currículo, cultura, inclusão e diferenças – Anais do XII Colóquio sobre questões curriculares/VIII Colóquio luso-brasileiro de currículo/II Colóquio luso-afro-brasileiro de questões curriculares, 2016. p. 456-464. Disponível em: https://www.academia.edu. Acesso em: 11 jul. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. A educação autêntica pensada por Paulo Freire (autor citado no artigo), aquela que se faz de A com B é coerente com a laicidade preconizada na LDB. II. Ao privilegiar o ensino de uma religião seguida pela maioria dos indivíduos de determinada comunidade, o espaço educativo trabalha com a homogeneidade, contribuindo para o fortalecimento de uma sociedade plural e democrática. III. Com base na citação de Paulo Freire, quando o docente conduz uma discussão religiosa em sala de aula, baseada na consulta prévia sobre as crenças e as experiências de seus alunos, pratica uma educação de A com B. É correto o que se afirma em: a. I, apenas. b. I e III, apenas. c. I e II, apenas. d. II e III, apenas. e. I, II e III.
0,5 pontos
PERGUNTA 3 A formação docente se constitui por uma gama de atividades que visa aperfeiçoar a carreira profissional e o desempenho dos professores em sala de aula. Qual é a importância desse mecanismo para a qualidade da educação? a. Obter vantagem de informações educacionais organizadas. b. Capacitar em serviço a formação prática de ensino. c. Reivindicar ações governamentais de melhoria na educação. d. Supervisionar as competências de trabalho dos professores. e. Possibilitar que os professores participem de debates fundamentais à educação. 0,5 pontos
PERGUNTA 4
Leia o texto a seguir:
Identidade: memória e atualidade
Apesar das dificuldades relativas à formação docente, experiências da Educação Escolar Indígena buscam cumprir o papel de fortalecimento da cultura dos povos. Até o início dos anos 2000, por exemplo, o tupi, língua materna dos Potiguara da Paraíba, estava praticamente extinto na região. “A articulação da comunidade fez a demanda chegar à Universidade de São Paulo (USP), que enviou um linguista especializado em tupi”, conta Pedro Lôbo, arte-educador indígena e doutorando em Educação na Universidade Federal da Paraíba. A iniciativa resultou na formação de 15 professores potiguares, que passaram a ser multiplicadores. Assim, o tupi voltou a ser ensinado nas escolas da Terra Indígena Potiguara. Pedro estima que atualmente existam mais de cem falantes da língua nas aldeias. O número ainda é pequeno em relação ao total de indígenas no local. No entanto, é significativo considerando que a língua não era mais falada por quase ninguém. Na aldeia Guarani Mbya da capital paulista, ainda que o tupi estivesse vivo na boca dos habitantes, outra tradição estava sendo perdida. O aumento da presença de tecnologias, como a televisão e a internet, estava afastando os jovens do convívio comunitário. “Na nossa cultura, temos de ir para casa de reza todos os dias, à tarde. É o momento de os mais velhos passarem conhecimento para os mais jovens. Mas eles não compareciam”, afirma Priscila Parapoty. A solução foi incorporar atividades realizadas na casa de reza durante o período de aulas. “A escola hoje oferece o conhecimento não indígena, e na casa de reza acontece a educação tradicional do nosso povo. Esse equilíbrio é importante”, reforça Priscila. Se na escola de São Paulo a tecnologia estava desviando a atenção dos costumes tradicionais, na EM Kanata T-Ykua, em Manaus, ela foi utilizada para divulgá-los. Por meio do projeto Tecnologia e o Conhecimento Tradicional Kambeba, os estudantes foram convidados a usar as redes sociais para mostrarem aspectos de sua cultura. Ainda que não fosse a intenção, a iniciativa viralizou. O diretor da Kanata T-Ykua, Raimundo Cruz da Silva, conta que hoje a comunidade tem alunas e ex-alunas influenciadoras digitais. Uma delas, a ativista Tainara da Costa Cruz, foi selecionada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para participar da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), no Egito, em 2022. “A internet serviu para potencializar as nossas tradições, virou uma vitrine para a nossa cultura”, diz Raimundo.
Minha aldeia é o mundo À sua maneira, cada um dos educadores indígenas ouvidos pela reportagem apresenta a ideia de que o ambiente em que as comunidades estão tem o potencial de promover tanto os saberes tradicionais quanto os do currículo comum. Das questões do território, podem surgir projetos de Geografia, como pesquisas de campo e estudos da vegetação e do relevo. Atividades de caça e pesca ensejam assuntos sobre o estudo da fauna e da biologia animal. O conhecimento das plantas medicinais pode ser uma ótima entrada para o estudo da botânica e do uso de diferentes substâncias para o tratamento de doenças. O artesanato, as músicas, as danças e as pinturas corporais fazem a conexão com os componentes curriculares de Arte e de Matemática. “É bom que os alunos conheçam Caetano Veloso, Gilberto Gil. Mas eles também precisam conhecer Válber, professor que é formado em música, e Clara, que é cantora. Ambos fazem parte do nosso povo. É bem-vindo que saibam quem foram Picasso e Van Gogh, mas também precisam conhecer os artesãos e artistas indígenas. E saber que por meio de colares é possível trabalhar com etnomatemática”, diz Pedro. “De onde eu venho, mestrado era inalcançável, não era para indígena”, fala. De acordo com ele, a grande conquista é ver os estudantes retornando para as terras indígenas com Ensino Superior. “Temos dentistas, veterinários, fonoaudiólogos, enfermeiros… Profissões que antes não eram acessíveis para o nosso povo. A Educação Escolar Indígena está ajudando a formar profissionais para contribuir com o bem-estar da aldeia”, finaliza.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21632/educacao-escolar-indigena-identidades?gad_source=1&gclid=CjwKCAjw48-vBhBbEiwAzqrZVLGtqQPxb-uM8qMVQ6G2IStGAZ_zZEwj_SjtWEfjMY8bmumPFXbbURoC-kEQAvD_BwE. Acesso em: 15 mar. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. A Educação Escolar Indígena visa eliminar as diferenças culturais, integrando os indígenas à sociedade tecnológica, uma vez que os benefícios da internet à comunidade são evidentes. II. De acordo com o texto, o ensino de tupi nas escolas da Terra Indígena Potiguara procurou reativar o uso da língua nativa e faz parte da ideia de valorização da cultura indígena. III. As redes sociais têm sido usadas por alguns indígenas para divulgar os costumes e as tradições do seu povo.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III.
b.
I e II, apenas.
c.
II e III, apenas.
d.
I e III, apenas.
e.
III, apenas.
0,5 pontos
PERGUNTA 5
Leia o texto a seguir:
Como a Educação Escolar Indígena pode fortalecer a identidade local A modalidade cumpre um importante papel para reforço do protagonismo dos povos originários e valorização da cultura, mas precisa ser fortalecida Bruno Mazzoco – 30/03/2023
As cerimônias de formatura dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas na Terra Indígena Potiguara, em Baía da Traição e Mataraca (PB), destoam dos eventos que acontecem em grande parte das escolas brasileiras. A celebração acontece em meio à natureza, em vez de um auditório com alunos no palco para receber o diploma e a comunidade escolar na plateia. A turma de estudantes indígenas potiguares que encerra o Ensino Fundamental se reúne no meio da mata, no Terreiro Sagrado. E os mais velhos vão para as coroas de areia que se formam no encontro do rio Camaratuba com o mar. Caciques e pajés das aldeias conduzem, respectivamente, a dança do toré e o ritual espiritual. Só depois disso, a equipe da direção escolar entrega os diplomas. O que acontece na cena descrita acima é um bom exemplo de interculturalidade, conceito que se refere a práticas de intercâmbio entre diferentes culturas e grupos étnicos. E é justamente esse que deve ser o eixo central da Educação Escolar Indígena. “A interculturalidade tem de ser contemplada no Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas indígenas”, diz Pedro Lôbo, arte-educador indígena e doutorando em Educação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O documento norteador das escolas da região também contempla visita a roçados, cultivo de hortas na escola para consumo na merenda escolar e atividades ligadas a cultura, arte e história do povo Potiguara da Paraíba. A adoção de uma Educação “diferenciada, específica e bilíngue”, que une os saberes tradicionais de cada povo às disciplinas curriculares convencionais, é fruto da luta dos povos indígenas pelo direito à liberdade de ensino ao longo de décadas. Essas demandas começaram a se consolidar com a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. A partir da discussão levantada com base nesses e outros marcos legais – como o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (RCNEI) e o Plano Nacional de Educação (PNE) –, ficou estabelecida a Educação Escolar Indígena.
O que difere a Educação Indígena da Educação Escolar Indígena? “Quando nos tornamos humanos, temos como função passar o conhecimento para novas gerações. Os povos indígenas foram desenvolvendo uma metodologia baseada na oralidade, na educação da mente, do corpo e da alma. Essa é basicamente a Educação Indígena”, explica o professor e escritor Daniel Munduruku. A Educação Indígena está ligada às tradições de cada povo e não precisa necessariamente da escola para acontecer. A Educação Escolar Indígena é uma reivindicação que surge a partir da articulação e da luta de diferentes povos, a partir principalmente da década de 1970. É como uma reação à imposição do modelo escolar ao longo dos anos de “colonização”, denunciada pelos indígenas como tentativa de etnocídio [...]
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21632/educacao-escolar-indigena-identidades?gad_source=1&gclid=CjwKCAjw48-vBhBbEiwAzqrZVLGtqQPxb-uM8qMVQ6G2IStGAZ_zZEwj_SjtWEfjMY8bmumPFXbbURoC-kEQAvD_BwE. Acesso em: 15 mar. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. O objetivo da Educação Escolar Indígena é fazer com que os indígenas assimilem os conhecimentos da sociedade tecnológica, a fim de substituir a cultura própria. II. O eixo central da Educação Escolar Indígena é a interculturalidade, marcada pelo intercâmbio e pelo respeito às culturas diferentes. III. A Educação Escolar Indígena é fruto da imposição do Estado colonizador sobre os povos tradicionais, que preferem manter seus saberes inalterados.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III.
b.
I e II, apenas.
c.
II e III, apenas.
d.
I e III, apenas.
e.
II, apenas.
0,5 pontos
PERGUNTA 6
Leia o texto a seguir:
Quase metade dos estudantes não terminam ensino fundamental na idade certa
Pesquisa inédita da Fundação Itaú identifica efeitos da reprovação, evasão e abandono escolar Agências – 18/03/2024
Apenas pouco mais da metade dos estudantes brasileiros consegue terminar o Ensino Fundamental na idade certa, ou seja, até os 15 anos. Uma pesquisa inédita da Fundação Itaú identificou que 48% dos alunos não conseguiram concluir a trajetória regular nessa etapa, por terem sofrido intercorrências como reprovação, evasão ou abandono escolar. A pesquisa feita com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), analisou o percurso escolar da população nascida entre os anos 2000 e 2005 (que hoje estão na faixa etária entre 19 e 24 anos) até o intervalo de 2007 a 2019. O resultado foi divulgado na manhã desta segunda-feira (18/03). Com a análise, o estudo criou o “indicador de regularidade de trajetórias educacionais”, e os dados revelam um percurso irregular de conclusão da educação básica de maneira generalizada em todo o país, mas que se manifesta de forma ainda mais expressiva entre os alunos mais pobres, com deficiência, indígenas, negros e do sexo masculino. O indicador considerou como trajetória regular concluir o ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) em nove anos e de todo o percurso da educação em 12 anos, o que contempla os três anos do ensino médio. Esse período de conclusão deveria ser garantido a todos os estudantes do país. Os dados mostram que 48% dos alunos não conseguiram concluir o ensino fundamental dentro do período esperado e 59% não terminaram o ensino médio na idade certa.
Disponível em: https://www.otempo.com.br/brasil/quase-metade-dos-estudantes-nao-terminam-ensino-fundamental-na-idade-certa-1.3350293. Acesso em: 5 jul. 2024.
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. Segundo o texto, a reprovação e a evasão escolar estão entre as causas do percurso irregular de conclusão do ensino fundamental. II. Conforme o texto, a irregularidade na conclusão do ensino fundamental ocorre em todo o país, mas atinge especialmente grupos socialmente mais vulneráveis. III. De acordo com a pesquisa, 48% dos brasileiros não concluem o ensino fundamental.
É correto o que se afirma em:
a.
I, II e III.
b.
I e II, apenas.
c.
I e III, apenas.
d.
II e III, apenas.
e.
I, apenas.
0,5 pontos
PERGUNTA 7
Leia o texto a seguir
Políticas públicas: entenda o que são e quais seus tipos
Políticas públicas são uma parte fundamental do funcionamento e do desenvolvimento de uma sociedade. Elas influenciam a maneira como os recursos e os investimentos são alocados para fins específicos, com foco na melhora da qualidade de vida da população. A implementação dessas políticas afeta diretamente a vida das pessoas e a rotina das organizações, por isso é importante entender o objetivo dessas iniciativas. Ao compreender o que está por trás do conceito de política pública, podemos entender melhor o papel desempenhado pelo Estado e a importância dessas ações para os cidadãos, bem como para o desenvolvimento do país. Para começar, é necessário esclarecer o que, afinal, é uma política pública.
O que são políticas públicas? O conceito de políticas públicas descreve as ações desenvolvidas pelo governo para garantir direitos à população em diversas áreas, como saúde, educação e lazer, com o objetivo de promover qualidade de vida e bem-estar aos brasileiros. Esse tipo de ação leva a palavra “pública” no nome, mas também pode ser destinada a entes privados, desde que seja uma medida de interesse público. Um programa de segurança ou de cursos profissionalizantes implementado pela Prefeitura em um determinado bairro, por exemplo, é uma política pública. Além de atender ao interesse público, essas políticas também têm a função de assegurar os direitos previstos na Constituição Federal. Tipos de políticas públicas Dentro do contexto de política pública, é possível encontrar diferentes tipos de ações, e cada uma delas apresenta características específicas, assim como uma nomenclatura própria. Existem quatro tipos de políticas públicas no Brasil. Confira a seguir quais são eles e qual é a abordagem de cada um.
- Políticas públicas distributivas As políticas distributivas são aquelas destinadas a uma parcela específica da população. Elas são definidas para atender as necessidades de um determinado grupo social ou de uma situação em particular. Se um bairro enfrenta problemas com enchentes, por exemplo, o governo pode direcionar políticas para melhorar a infraestrutura ou para ajudar a comunidade a reparar possíveis danos causados pelas chuvas.
- Políticas públicas redistributivas As políticas redistributivas também são voltadas para um grupo específico, mas elas apresentam uma diferença importante em relação ao modelo anterior: neste tipo de política, o objetivo é redistribuir bens, recursos e serviços. Para que essa redistribuição aconteça, os recursos são retirados do orçamento de todos para serem repartidos a uma parcela da sociedade. Isso acontece com os financiamentos estudantis, que contam com um fundo no qual municípios e estados contribuem financeiramente e que, depois, é redistribuído conforme as matrículas de cada local.
- Políticas públicas constitutivas As políticas constitutivas trazem as normas e os requisitos para regulamentar a criação de políticas públicas. São elas que determinam quem, como e quando as ações destinadas ao interesse público podem acontecer. Um exemplo desse tipo de política é a divisão da responsabilidade educacional no país, que é distribuída entre municípios, estados e Governo Federal da maneira a seguir.
• Educação Infantil e Ensino Fundamental 1: responsabilidade dos municípios. • Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio: responsabilidade dos estados. • Ensino Superior: responsabilidade do Governo Federal.
No caso deste exemplo, a política constitutiva define os responsáveis por gerenciar cada etapa de ensino, desde a Educação Infantil até as universidades e outras instituições de Ensino Superior no âmbito público.
- Políticas públicas regulatórias Como o próprio nome revela, essas políticas têm a função de regular o Estado, estabelecendo regras de comportamento e contribuindo para a organização de processos burocráticos. Esse tipo de política pública é mais abrangente, assim como o anterior, e, por isso, afeta mais pessoas do que as ações distributivas, por exemplo. Diante disso, essas políticas são apresentadas em forma de lei, como é o caso do Código de Trânsito Brasileiro, que dispõe sobre as regras de trânsito e determina as penalidades em caso de descumprimento dessas normas. Segundo essa legislação, por exemplo, o uso do cinto de segurança é obrigatório a todos os passageiros do veículo.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/politicas-publicas/.Acesso em: 13 fev. 2024 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as asserções e a relação proposta entre elas:
I. As políticas públicas têm como objetivo melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e atuam em diversas áreas.
PORQUE
II. As políticas redistributivas são fundamentadas na premissa de justiça social, buscando corrigir desigualdades socioeconômicas pela redistribuição de recursos retirados do orçamento público.
Assinale a alternativa correta:
a.
As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a I.
b.
As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a I.
c.
A asserção I é verdadeira, e a II é falsa.
d.
A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.
e.
As asserções I e II são falsas.
0,5 pontos
PERGUNTA 8
Leia a tirinha e o texto a seguir:
Disponível em: https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.488361671209144/2461767563868535/?type=3. Acesso em: 8 jul. 2024.
Merenda escolar é principal refeição do dia para maioria dos estudantes da rede pública do RJ Estudo mostra ainda que 41% dos alunos consideram pouca ou muito pouca a quantidade de comida oferecida nas escolas Jéssica Rodrigues – Brasil de Fato – Rio de Janeiro (RJ) – 29/03/2023
A pesquisa “Conta pra Gente Estudante – Grande Rio” revelou dados alarmantes sobre a insegurança alimentar no estado do Rio: a maioria dos estudantes da rede pública de ensino da região metropolitana tem a merenda escolar como única ou principal refeição do dia, ou seja, 56% dessas crianças dependem dos alimentos oferecidos na escola. O Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ), em parceria com a Ação da Cidadania, entrevistou 1.046 estudantes e seus responsáveis para o levantamento. Os dados mostram também que para 41% dos estudantes a quantidade de comida é pouca ou muito pouca. O programa “Bem Viver”, uma produção do “Brasil de Fato”, conversou com Patrícia Marino, de 28 anos. Ela é moradora do Parque Esperança, no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio, e tem seis filhos, mas apenas três estão matriculados na escola. Ela conta que está desempregada e seu marido recolhe materiais recicláveis como fonte de renda, mas o dinheiro não é suficiente para garantir a alimentação da família. “A gente passa muita necessidade, então eles indo para escola já é uma boa porque eles almoçam na escola, lancham na escola e é muito bom isso porque às vezes não tem nada em casa, e já é um alívio. Às vezes tem dois pães, aí já divide para os três que estão em casa, porque para mim e meu marido a gente não se importa se comeu ou não comeu, o que importa é a criança tá alimentada”, conta Patrícia
Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/03/29/merenda-escolar-e-principal-refeicao-do-dia-para-maioria-dos-estudantes-da-rede-publica-do-rj. Acesso em: 18 mar. 2024.
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. A tirinha ilustra a situação relatada no texto: muitas crianças têm na escola sua principal refeição. II. Na tirinha, enfatiza-se a hora do lanche como um período de diversão, o que comprova o fato relatado de que a comida oferecida nas escolas é pouca. III. De acordo com o texto, 41% das crianças brasileiras vivem em insegurança alimentar.
É correto o que se afirma apenas em:
a.
I.
b.
II.
c.
III.
d.
I e III.
e.
I e II.
0,5 pontos
PERGUNTA 9
Leia o texto
Uso de IA nas escolas automatiza aprendizagem e impede a liberdade criativa dos alunos Carlota Boto analisa os impactos da implementação, sem as devidas precauções, de recursos digitais no aprendizado dos estudantes Por Julio Silva – 24/04/2024
O governo de São Paulo anunciou um novo projeto que pretende utilizar recursos de Inteligência Artificial (IA) para a preparação de aulas e atividades escolares a partir do segundo semestre deste ano. O projeto, que ainda está em estágio inicial, impactará alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual. Carlota Boto, diretora da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de São Paulo, organizadora e uma das autoras do livro “Cultura Digital e Educação” (2023), explica quais são os riscos do uso dessa ferramenta na preparação das aulas e qual a importância do professor nesse processo. A especialista explica que é terminantemente contra a implementação desse projeto e afirma que não observa benefícios no uso das inteligências artificiais no ensino público. Ela conta que essas ferramentas podem causar um efeito negativo no aprendizado dos estudantes, já que, muitas vezes, elas não articulam os dados de maneira coerente e podem divulgar inclusive informações equivocadas sem a devida checagem. Segundo a diretora, cada disciplina do ensino básico tem um modo de existir que corresponde a um acervo cultural historicamente acumulado e essa lógica, que é intrínseca à construção da disciplina, constitui um corpo que não será redesenhado pela tecnologia artificial. Por isso, segundo ela, a produção de aulas precisa ser realizada por pessoas físicas e, de preferência, por professores. “A rede de ensino deve ter um currículo, mas a organização de cada aula é tarefa do professor. Para isso, deve haver investimento na formação desse profissional e ele precisa ser bem pago, porque é dele a tarefa de transformação do currículo na proposição didática de uma aula”, conta.
Processo automatizado De acordo com Carlota, o uso das ferramentas de IA nas aulas pode automatizar o ensino e desconsiderar os processos críticos e criativos envolvidos na aprendizagem, tanto do professor quanto do estudante. Ela reforça a importância da construção de um currículo que permita o processo de debates e diálogos dentro das salas de aula a fim de que a formação do jovem seja acrescida da possibilidade de analisar e construir pensamentos críticos sobre variados assuntos. “É preciso ter cautela para que essa inteligência artificial não se transforme em um Oráculo de Delfos, através do qual você busca irracionalmente qualquer conteúdo como se esse conteúdo não fosse passível de ser criticado, revisto e refutado. É preciso que haja muita precaução, porque a aula é algo sério e que precisa ser preparada por um professor”, discorre. Como explica, a escola moderna foi firmada e se estruturou no Ocidente a partir da expansão da cultura letrada e da tipografia, acompanhadas do surgimento dos livros. Ela afirma que esse modelo de escola precisa ser preservado a partir do momento em que é parcialmente substituído pela cultura digital. “É preciso que essa análise seja feita nas universidades e redes públicas com os professores em sala de aula dialogando e estabelecendo critérios para confluir essa transposição didática dos conteúdos digitais para a ação docente. Isso é uma coisa que só os professores podem fazer, não vir da Secretaria de Educação e muito menos ser um decalque da inteligência artificial”.
Emprego dos professores Conforme a diretora, o uso das inteligências artificiais, assim como em várias outras profissões, pode representar um risco grave aos professores, os quais podem se tornar figuras descartáveis nas escolas, caso comecem a surgir demissões e afastamento de profissionais de suas funções. Ela, contudo, reforça que todas as novas tecnologias podem ser úteis, desde que sejam usadas conscientemente e aliadas ao trabalho dos professores. Carlota diz que a escola moderna surgiu com a cultura impressa, que foi responsável pela construção de um acervo cultural que a escola transmite desde o século 16. Ela esclarece que os profissionais da educação precisam se valer da educação digital de uma maneira criativa e organizada para não se distanciar dos benefícios que a cultura impressa trouxe. “Não adianta pensar em alfabetizar uma criança via computador se não alfabetizarmos essa criança no caderno, se não alfabetizamos essa criança com a ajuda do livro. Então, a cultura digital pode ser uma aliada, mas ela precisa ser uma aliada inteligente”, aponta.
Pobreza digital A docente destaca ainda que as diferenças socioeconômicas da população brasileira impedem que todos os estudantes tenham acesso igualitário às ferramentas digitais. Ela conta que a pandemia de covid-19 explicitou a falta de investimento público dos governos em relação à internet banda larga nas escolas, por isso, grande parte dos alunos tem dificuldade em acessar os conteúdos digitais. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021, mostrou que cerca de 4,1 milhões estudantes da rede pública não tinham acesso à internet, número que representa 12% dos alunos totais do país, com as Regiões Norte e Nordeste sendo as mais afetadas. O celular, aparelho mais utilizado para acesso aos recursos digitais, só estava disponível para 64,8% dos alunos da rede pública. A pesquisa mostrou ainda que a cada 20 alunos sem acesso à internet, 19 são de escolas públicas. “O fato é que temos que nos debruçar sobre essa cultura digital como política pública. No entanto, as políticas públicas voltadas para incorporação da tecnologia digital não significam adesão imediata à inteligência artificial, pois não há pesquisas suficientes para nos assegurar quais são os benefícios dessas ferramentas”, finaliza
Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-usp/uso-de-ia-nas-escolas-automatiza-aprendizagem-e-impede-a-liberdade-criativa-dos-alunos/. Acesso em: 5 jul. 2024.
Com base na leitura, avalie as afirmativas:
I. As ferramentas de Inteligência Artificial (IA) tendem, de acordo com a professora entrevistada, a promover um ensino automatizado, sem o desenvolvimento do senso crítico e da criatividade. II. Entre os benefícios do uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) estão a democratização do ensino e o acesso igualitário a informações de qualidade, o que reduz a desigualdade social. III. A Inteligência Artificial (IA) seleciona informações de forma rápida e sem equívocos, o que provoca melhora da qualidade do ensino, especialmente nas escolas públicas, segundo a professora entrevistada. IV. De acordo com a professora, as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) devem substituir suficientemente o professor na elaboração de aulas e atividades e, também, na sala de aula.
É correto o que se afirma apenas em:
a.
I e II.
b.
II e III.
c.
I e IV.
d.
I, III e IV.
e.
I.
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PERGUNTA 10 Considerando a relação entre didática e formação docente, assinale a alternativa correta. a. A formação docente se relaciona com a avaliação do desempenho dos alunos, ajudando a definir critérios efetivos e a elaborar instrumentos de avaliação eficientes, como provas, trabalhos e apresentações. b. A formação docente é a ciência que se refere às estratégias e aos métodos de ensino, enquanto a didática é o processo formal pelo qual os educadores adquirem conhecimentos e habilidades para implementar práticas pedagógicas eficazes. c. A didática ganha importância na formação pedagógica ao sugerir ações a serem adotadas no processo de ensino. Em outras palavras, ela oferece maneiras variadas de ensinar e de compreender a construção do ensino-aprendizagem, fazendo uso de distintas metodologias que decorrem do processo de ensino. d. A formação docente engloba as técnicas e as estratégias de ensino utilizadas para facilitar a aprendizagem dos alunos, abrangendo métodos, recursos e avaliação. Já a didática é um processo continuo de desenvolvimento profissional que capacita os educadores com conhecimentos teóricos e práticos. e. A formação docente é efetiva porque prepara o professor para enfrentar os desafios da sala de aula, antecipando totalmente as situações que surgirão. Isso é extremamente positivo, pois uma didática robusta enfatiza a transmissão de conteúdo e as habilidades interpessoais necessárias para aceitar as demandas impostas pela escola.
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