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Vitória
Quarenta dias Sofro vendo uma mãe chorar. Fiquei arrasada. D...
Quarenta dias
Sofro vendo uma mãe chorar. Fiquei arrasada. Dei vontade de perguntar o nome do filho dela só para dedicar um conto
Diego Moraes
Sai, em busca de Cícero Araújo ou sei lá de quê, mas sem descer dessa nova Alice, arisca e áspera, que tinha brotado e se transformado nos últimos meses e tratava de escamotear-se, perscrutando-me em um mundo sem porteira, fugindo ao controle de quem quer que fosse. Tirei o interferno do gancho e o deixei balançando, pensando no fim, bati a porta e desci correndo pela escada, esperando que o porteiro se enfastiasse na guari ta pra responder, por trás dos pilotos, e escapar sem ser vista. Não me lembrei de nada e que haveria de acontecer com o interferno nem com o porteiro.
Ganhei a rua e saí a esmo, querendo dar o fora dali o mais depressa possível, como se alguém me vigiasse ou me perseguisse, sendo que a cidade, como a gente soubesse perfeitamente onde ia, eu, nunca tinha pisado em parte alguma da minha antiga terra, ali, sem perguntar nada ao guri da banca da esquina rumo tomar. Ali, sem perguntar nada a ninguém, até que me visse a uma distância segura daquele endereço que imprimiram e eu me sentia espionada, sabendo que a ideia de combinação existia com os porteiros, com os vizinhos? Olá, Barbie, como eu chegava perigosamente perto da paranoia e ainda falava do "deles" como se fossem meus inimigos, minha filha e meu gênero.
Andei quadras e quadras, repetindo na cabeça "Cícero Araújo, Vila Maria Degolada", como uma jaculatória... isso era o que se dizia lá em Boi Velho, Barbie, você não deve saber o que é... agora dizem "mantra", que não é nada a mesma coisa. Enfim... jaculatória, mais uma palavra pra botar na lista das compulsórias ante aposentadas. Fui repetindo meu mantra e caminhando, às vezes virando esquinas, sei lá quanto tempo, ou só subia e esquenta, comecei a esmorecer, a tontear, com fome, tendo sido na doida, sem comer nada, sem tomar nem um café.
Passei diante de uma portinha aberta, quase invisível entre duas casas, um balcãozinho, prateleiras com poucas mercadorias e uma caixa de vidro com umas empadas e coxinhas, ou coisa parecida, sobrecarregadas de atenotem, caloria bastante pra eu continuar minha peregrinação. Quem servia era um homem idoso, nada a ver com as imagens de gaucho de churrascaria que eu tinha pregadas na imaginação, e ver como era um menininho de chapeuzinho preto, lenço vermelho, laço no ombro em alto e louro, nem moreno bigodudo, de chapéu fino, um resto de bigode fino, um bonezinho e bombacha bufante. Baixinho e cochichinho, com um resto de bigode fino, um lenço amarrado no pescoço. Comi, paguei e me animei a perguntar pra onde era tal Vila Maria Degolada. É lá do lado da Bento, na altura do hospital de loucos... na Protásio deve passar por besta, agora. Não entendi nada, só percebi que não era perto, mas não queria passar por baixo, me deixando ver as calças apertadas no tornozelo com um corredor de perguntas dos lados, descendo os.
Quarenta dias Sofro vendo uma mãe chorar. Fiquei arrasada. Dei vontade de perguntar o nome do filho dela só para dedicar um conto Diego Moraes Sai, em busca de Cícero Araújo ou sei lá de quê, mas sem descer dessa nova Alice, arisca e áspera, que tinha brotado e se transformado nos últimos meses e tratava de escamotear-se, perscrutando-me em um mundo sem porteira, fugindo ao controle de quem quer que fosse. Tirei o interferno do gancho e o deixei balançando, pensando no fim, bati a porta e desci correndo pela escada, esperando que o porteiro se enfastiasse na guari ta pra responder, por trás dos pilotos, e escapar sem ser vista. Não me lembrei de nada e que haveria de acontecer com o interferno nem com o porteiro. Ganhei a rua e saí a esmo, querendo dar o fora dali o mais depressa possível, como se alguém me vigiasse ou me perseguisse, sendo que a cidade, como a gente soubesse perfeitamente onde ia, eu, nunca tinha pisado em parte alguma da minha antiga terra, ali, sem perguntar nada ao guri da banca da esquina rumo tomar. Ali, sem perguntar nada a ninguém, até que me visse a uma distância segura daquele endereço que imprimiram e eu me sentia espionada, sabendo que a ideia de combinação existia com os porteiros, com os vizinhos? Olá, Barbie, como eu chegava perigosamente perto da paranoia e ainda falava do "deles" como se fossem meus inimigos, minha filha e meu gênero. Andei quadras e quadras, repetindo na cabeça "Cícero Araújo, Vila Maria Degolada", como uma jaculatória... isso era o que se dizia lá em Boi Velho, Barbie, você não deve saber o que é... agora dizem "mantra", que não é nada a mesma coisa. Enfim... jaculatória, mais uma palavra pra botar na lista das compulsórias ante aposentadas. Fui repetindo meu mantra e caminhando, às vezes virando esquinas, sei lá quanto tempo, ou só subia e esquenta, comecei a esmorecer, a tontear, com fome, tendo sido na doida, sem comer nada, sem tomar nem um café. Passei diante de uma portinha aberta, quase invisível entre duas casas, um balcãozinho, prateleiras com poucas mercadorias e uma caixa de vidro com umas empadas e coxinhas, ou coisa parecida, sobrecarregadas de atenotem, caloria bastante pra eu continuar minha peregrinação. Quem servia era um homem idoso, nada a ver com as imagens de gaucho de churrascaria que eu tinha pregadas na imaginação, e ver como era um menininho de chapeuzinho preto, lenço vermelho, laço no ombro em alto e louro, nem moreno bigodudo, de chapéu fino, um resto de bigode fino, um bonezinho e bombacha bufante. Baixinho e cochichinho, com um resto de bigode fino, um lenço amarrado no pescoço. Comi, paguei e me animei a perguntar pra onde era tal Vila Maria Degolada. É lá do lado da Bento, na altura do hospital de loucos... na Protásio deve passar por besta, agora. Não entendi nada, só percebi que não era perto, mas não queria passar por baixo, me deixando ver as calças apertadas no tornozelo com um corredor de perguntas dos lados, descendo os.
Que relação o leitor pode inferir entre a epígrafe e o capítulo da história de Alice