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Estudos Gerais12/07/2024

Quarto de despejo (fragmento)Carolina Maria de Jesus 13 de M...

Quarto de despejo (fragmento)Carolina Maria de Jesus 13 de Maio. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos. ...Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz.  Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. ...Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada: – Viva a mamãe! A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim: – “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude catar papel. Agradeço, Carolina”. ...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

JESUS, Carolina Maria de. “Quarto de despejo: diário de uma favelada”. 10 ed. São Paulo: Ática, 2014.

Audálio Dantas foi o jornalista responsável pela edição do livro “Quarto de despejo” de Carolina Maria de Jesus. Segundo Dantas, “escritor nenhum poderia escrever melhor aquela história: a visão de dentro da favela”, por isso realizou pouquíssimas interferências nos textos. Dessa forma, identifique as marcas de linguagem preservadas que evidenciam o locutor do fragmento “13 de Maio”. *

A)informal, que muitas vezes contraria a gramática, mas que traduz com realismo a forma de a autora enxergar e expressar seu mundo.

B)padrão, seguindo as formalidades adequadas de edição, visto que se trata de uma obra literária que será publicada.

C)técnica, específica de uma área do conhecimento, caracterizada pela clareza, concisão e correção gramatical.

D)formal, sendo utilizada em um contexto menos pessoal, que exige um padrão mais rígido adotado pela sociedade daquela época.

E)culta, seguindo o uso correto das normas gramaticais, que traduz adequadamente o tipo de linguagem utilizada pela autora em seu contexto social.

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