QUESTÃO 09
SEDIA LA FREMOSA SEU SIRGO TORCENDO
Sedia la fremosa seu sirgo torcendo, Sa voz manselinha fremoso dizendo Cantigas d'amigo.
Sedia la fremosa seu sirgo lavrando, Sa voz manselinha fremoso cantando Cantigas d'amigo.
- Par Deus de Cruz, dona, sey que avedes
Estêväo Coelho
Amor muy coytado que tan ben dizedes Cantigas d'amigo.
Par Deus de Cruz, dona, sey que andades D'amor muy coytada que tan ben cantades Cantigas d'amigo.
- Avuytor comestes, que adevinhades.
ESTAVA A FORMOSA SEU FIO TORCENDO
Tradução de Cleonice Berardinelli
Estava a formosa seu fio torcendo,
Sua voz harmoniosa, suave dizendo
Cantigas de amigo.
Estava a formosa sentada, bordando,
Sua voz harmoniosa, suave cantando
Cantigas de amigo.
- Por Jesus, senhora, vejo que sofreis
De amor infeliz, pois tão bem dizeis Cantigas de amigo.
Por Jesus, senhora, eu vejo que andais Com penas de amor, pois tão bem cantais Cantigas de amigo.
- Abutre comeste, pois que adivinhais.
O paralelismo é um dos recursos estilísticos mais comuns na poesia lírico-amorosa trovadoresca. Consiste na ênfase de uma ideia central, às vezes repetindo expressões idênticas, palavra por palavra, em séries de estrofes paralelas. A partir destas observações, releia o texto de Estêvão Coelho e responda:
a) O poema se éstrutura em quaptas séries de estrofes paralelas? Identifique-as.
b) Quais ideias centrais são enfatizadas em cada série paralelística?