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Estudos Gerais12/01/2024

Questão 1 A ética exige um governo que amplie a igualdade en...

Questão 1 A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os cidadãos. Essa é a base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem em casa, experimentam-se como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento. SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos. OLIVEIRA, E. R (Org.) Segurança & Defesa Nacional: da competição à cooperação regional. São Paulo; Fundação Memorial da América Latina, 2007 (adaptado). Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de indivíduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a A valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade. B preceitos normativos impostos pela coação das leis jurídicas. C normas determinadas pelo governo, diferentes das leis estrangeiras. D transferência dos valores praticados em casa para a esfera social. E proibição da interferência de estrangeiros em nossa pátria. Questão 2 Texto I Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Texto II Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. ROUSSEAU, J-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado). Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma A predisposição ao conhecimento. B submissão ao transcendente. C tradição epistemológica. D condição original. E vocação política. Questão 3 A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como A alienação ideológica B microfísica do poder. C estado de natureza. D contrato social. E vontade geral. Questão 4 A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003 Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles A entravam em conflito. B recorriam aos clérigos. C consultavam os anciãos. D apelavam aos governantes. E exerciam a solidariedade. Questão 5 Texto I Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Texto II Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994. Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) A condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta. B organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade. C capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil. D situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original. E estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações Sociais e violenta a humanidade. Questão 6 Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz. CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1995 (adaptado). A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se fundamentada na A imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano. B abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo. C alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca. D cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático. E mobilização do povo e na autoridade do parlamento. Questão 7 Tais, e ainda mais perniciosos [...] são os efeitos naturais desta nova doutrina. Mas [...] este espírito de insubordinação e independência, ainda que espalhado em todas as heresias destes últimos séculos, não produziu universalmente os mesmos efeitos. Encontrou diversos limites, segundo o temor, os interesses, o caráter dos indivíduos e das nações, ou segundo o poder divino que, quando lhe agrada, põe termos imprevistos às mais indomáveis paixões humanas. Disponível em: revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/ view/6189/3354. Acesso em: 18 out. 2019 As ideias presentes no texto acima são associadas a A Jacques Bossuet, teórico do absolutismo francês que divergia da Teoria do Contrato Social. B Nicolau Maquiavel, italiano que defendia valores como virtude e fortuna para a manutenção do poder do príncipe. C Thomas Hobbes, inglês que defendia que a sociedade civil deveria se organizar politicamente para sair do estado de natureza, associada à guerra. D Hugo Grotius, que preconizava a existência de um Estado forte para controlar a sociedade civil. E John Locke, que indica a liberdade como princípio fundamental. Questão 8 Com o propósito de que aquilo a que me propus escrever acerca do método histórico possua algum valor didático, começarei por definir a história e suas principais divisões; em seguida, estudarei a sucessão cronológica; em seguida, para auxiliar a memória, adaptarei à história os desenvolvimentos clássicos relativos às ações humanas; assim, distinguirei dentre todos os historiadores, minha escolha pessoal; discutirei então acerca do juízo crítico em história. BODIN, Jean. Methodus ad facilem historiarum cognitionem. Em torno do conjunto da obra de Jean Bodin (1530- 1596), formou-se uma tradição interpretativa longa e volumosa, que acumula a produção de sentidos bastantes diversificados. A análise preponderante na obra de Bodin é A compreensiva. B crítica. C analítica. D positiva. E pragmática. Questão 9 O Estado Moderno surgiu a partir da fragmentação do sistema feudal. É marcado por quatro fases: estado moderno, estado liberal, crise no estado liberal e estado democrático liberal. Nasceu no século XV, com o desenvolvimento do capitalismo mercantil registrado em Portugal, França, Inglaterra e Espanha. Disponível em: www.todamateria.com.br/estado-moderno/ Acesso em: 18 out. 2019 O Estado Moderno surge a partir do(a) A fortalecimento do poder da nobreza. B ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja. C desagregação do feudalismo e centralização política. D diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial. E enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre Estado e Igreja. Questão 10 Texto I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma- -se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). Texto II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que A eram baseadas nas ciências da natureza. B refutavam as teorias de filósofos da religião. C tinham origem nos mitos das civilizações antigas. D postulavam um princípio originário para o mundo. E defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. Questão 11 Para a história da filosofia, a importância de Tales advém sobretudo de ter afirmado que a água era a origem de todas as coisas. A água seria a physis, que, no vocabulário da época, abrangia tanto a acepção de "fonte originária" quanto a de "processo de surgimento e de desenvolvimento", correspondendo perfeitamente a "gênese". Os Pensadores. Pré-Socráticos. Seleção de textos e supervisão: Prof. José Cavalcante de Souza. Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo, 1996. Para os pensadores pré-socráticos a arché (elemento primordial) seria encontrado na natureza (physis). Esses filósofos também eram chamados de A estagiaras. B teogônicos C fisiólogos. D espíritas. E dogmáticos. Questão 12 Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo –, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa. DIÓGENES, In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo, Cultrix, 1967. O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem A cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza. B política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras de democracia. C ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior. D estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis. E hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade. Questão 13 A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura. HEGEL. G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural. 2000 (adaptado). O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a) A número, que fundamenta a criação dos deuses. B devir, que simboliza o constante movimento dos objetos. C água, que expressa a causa material da origem do universo. D imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal. E átomo, que explica o surgimento dos entes. Questão 14 “[...] tudo o que existe se engendrou por uma determinada condensação do ar ou, ao contrário, por uma dilatação. O movimento existe ao longo de toda a eternidade. A terra foi criada pela compressão do ar. Ela é muito achatada e é, por consequência, suportada pelo ar. Quanto ao Sol, à Lua e aos outros astros tiveram na Terra a sua origem [...]” In Jean Voilquin (org.), 1964, Les Penseurs Grecs Avant Socrate, Paris, Garnier-Flammarion, p.56. Em Anaxímenes há uma regressão às reflexões filosóficas de outro pensador pré-socrático. Que pensador é esse? A Pitágoras. B Demócrito. C Leucipo. D Zenão. E Tales. Questão 15 Texto I Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne. HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). Texto II Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se? PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado). Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das A investigações do pensamento sistemático. B preocupações do período mitológico. C discussões de base ontológica. D habilidades da retórica sofística. E verdades do mundo sensível. Questão 16 Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja A exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. B consagração do poder político pela autoridade religiosa. C concentração do poder nas mãos de elites técnico-cientificas. D estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. E reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. Questão 17 O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo. ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que A o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. B as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural. C o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele. D o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. E as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. Questão 18 É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito A ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. B ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. C à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. D ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências E ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Questão 19 A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado). De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção A identifica indivíduos despreparados para a vida em comum. B contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social. C estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade. D determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes. E Questão 20 Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978. SegundoQuestão 1 A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os cidadãos. Essa é a base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem em casa, experimentam-se como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento. SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos. OLIVEIRA, E. R (Org.) Segurança & Defesa Nacional: da competição à cooperação regional. São Paulo; Fundação Memorial da América Latina, 2007 (adaptado). Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de indivíduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a A valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade. B preceitos normativos impostos pela coação das leis jurídicas. C normas determinadas pelo governo, diferentes das leis estrangeiras. D transferência dos valores praticados em casa para a esfera social. E proibição da interferência de estrangeiros em nossa pátria. Questão 2 Texto I Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Texto II Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. ROUSSEAU, J-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado). Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma A predisposição ao conhecimento. B submissão ao transcendente. C tradição epistemológica. D condição original. E vocação política. Questão 3 A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado).

O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como A alienação ideológica B microfísica do poder. C estado de natureza. D contrato social. E vontade geral. Questão 4 A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003 Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles A entravam em conflito. B recorriam aos clérigos. C consultavam os anciãos. D apelavam aos governantes. E exerciam a solidariedade. Questão 5 Texto I Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Texto II Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994. Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) A condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta. B organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade. C capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil. D situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original. E estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações Sociais e violenta a humanidade. Questão 6 Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz. CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1995 (adaptado). A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se fundamentada na A imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano. B abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo. C alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca. D cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático. E mobilização do povo e na autoridade do parlamento. Questão 7 Tais, e ainda mais perniciosos [...] são os efeitos naturais desta nova doutrina. Mas [...] este espírito de insubordinação e independência, ainda que espalhado em todas as heresias destes últimos séculos, não produziu universalmente os mesmos efeitos. Encontrou diversos limites, segundo o temor, os interesses, o caráter dos indivíduos e das nações, ou segundo o poder divino que, quando lhe agrada, põe termos imprevistos às mais indomáveis paixões humanas. Disponível em: revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/ view/6189/3354. Acesso em: 18 out. 2019 As ideias presentes no texto acima são associadas a A Jacques Bossuet, teórico do absolutismo francês que divergia da Teoria do Contrato Social. B Nicolau Maquiavel, italiano que defendia valores como virtude e fortuna para a manutenção do poder do príncipe. C Thomas Hobbes, inglês que defendia que a sociedade civil deveria se organizar politicamente para sair do estado de natureza, associada à guerra. D Hugo Grotius, que preconizava a existência de um Estado forte para controlar a sociedade civil. E John Locke, que indica a liberdade como princípio fundamental. Questão 8 Com o propósito de que aquilo a que me propus escrever acerca do método histórico possua algum valor didático, começarei por definir a história e suas principais divisões; em seguida, estudarei a sucessão cronológica; em seguida, para auxiliar a memória, adaptarei à história os desenvolvimentos clássicos relativos às ações humanas; assim, distinguirei dentre todos os historiadores, minha escolha pessoal; discutirei então acerca do juízo crítico em história. BODIN, Jean. Methodus ad facilem historiarum cognitionem. Em torno do conjunto da obra de Jean Bodin (1530- 1596), formou-se uma tradição interpretativa longa e volumosa, que acumula a produção de sentidos bastantes diversificados. A análise preponderante na obra de Bodin é A compreensiva. B crítica. C analítica. D positiva. E pragmática. Questão 9 O Estado Moderno surgiu a partir da fragmentação do sistema feudal. É marcado por quatro fases: estado moderno, estado liberal, crise no estado liberal e estado democrático liberal. Nasceu no século XV, com o desenvolvimento do capitalismo mercantil registrado em Portugal, França, Inglaterra e Espanha. Disponível em: www.todamateria.com.br/estado-moderno/ Acesso em: 18 out. 2019 O Estado Moderno surge a partir do(a) A fortalecimento do poder da nobreza. B ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja. C desagregação do feudalismo e centralização política. D diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial. E enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre Estado e Igreja. Questão 10 Texto I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma- -se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). Texto II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que A eram baseadas nas ciências da natureza. B refutavam as teorias de filósofos da religião. C tinham origem nos mitos das civilizações antigas. D postulavam um princípio originário para o mundo. E defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. Questão 11 Para a história da filosofia, a importância de Tales advém sobretudo de ter afirmado que a água era a origem de todas as coisas. A água seria a physis, que, no vocabulário da época, abrangia tanto a acepção de "fonte originária" quanto a de "processo de surgimento e de desenvolvimento", correspondendo perfeitamente a "gênese". Os Pensadores. Pré-Socráticos. Seleção de textos e supervisão: Prof. José Cavalcante de Souza. Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo, 1996. Para os pensadores pré-socráticos a arché (elemento primordial) seria encontrado na natureza (physis). Esses filósofos também eram chamados de A estagiaras. B teogônicos C fisiólogos. D espíritas. E dogmáticos. Questão 12 Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo –, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa. DIÓGENES, In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo, Cultrix, 1967. O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem A cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza. B política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras de democracia. C ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior. D estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis. E hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade. Questão 13 A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura. HEGEL. G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural. 2000 (adaptado). O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a) A número, que fundamenta a criação dos deuses. B devir, que simboliza o constante movimento dos objetos. C água, que expressa a causa material da origem do universo. D imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal. E átomo, que explica o surgimento dos entes. Questão 14 “[...] tudo o que existe se engendrou por uma determinada condensação do ar ou, ao contrário, por uma dilatação. O movimento existe ao longo de toda a eternidade. A terra foi criada pela compressão do ar. Ela é muito achatada e é, por consequência, suportada pelo ar. Quanto ao Sol, à Lua e aos outros astros tiveram na Terra a sua origem [...]” In Jean Voilquin (org.), 1964, Les Penseurs Grecs Avant Socrate, Paris, Garnier-Flammarion, p.56. Em Anaxímenes há uma regressão às reflexões filosóficas de outro pensador pré-socrático. Que pensador é esse? A Pitágoras. B Demócrito. C Leucipo. D Zenão. E Tales. Questão 15 Texto I Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne. HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). Texto II Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se? PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado). Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das A investigações do pensamento sistemático. B preocupações do período mitológico. C discussões de base ontológica. D habilidades da retórica sofística. E verdades do mundo sensível. Questão 16 Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado). A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja A exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas. B consagração do poder político pela autoridade religiosa. C concentração do poder nas mãos de elites técnico-cientificas. D estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo. E reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito. Questão 17 O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo. ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que A o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. B as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural. C o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele. D o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. E as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. Questão 18 É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito A ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. B ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. C à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. D ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências E ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Questão 19 A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado). De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção A identifica indivíduos despreparados para a vida em comum. B contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social. C estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade. D determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes. E SegundoQuestão 20 Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978. Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve A manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável. B abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum. C abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte. D concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade. E renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência. Questão 21

WATTERSON, B. Calvin e Haroldo: O Progresso Científico deu “Tilt”. São Paulo: Best News, 1991. De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas teorias é denominado de A liberalismo. B despotismo. C socialismo. D anarquismo. E contratualismo. Questão 22 Suponhamos que homem chegando à aquele ponto em que os obstáculos prejudiciais à sua conservação no estado de natureza sobrepujam pela sua resistência às forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se nesse estado. Então, nesse estado primitivo já não pode subsistir, e o gênero humano pareceria se não mudasse de modo de vida ROUSSEAU, J-J. O contrato social. In: Oeuvres completes, tome III. Collection “Pléíade”. Paris: Gallimard, 1757. Rousseau demonstra que a força não cria o direito e que obedecer à força é um ato de necessidade. Sabemos que o homem que renuncia à sua liberdade, renuncia A ao Estado. B à sua qualidade de homem. C ao contrato social. D à sua propriedade. E à sua esfera privada. Questão 23 [...] sua sedução como imagem de ordem social capaz de manter um estranho equilíbrio entre a força da vontade geral inalienável e o interesse individual; entre a defesa da propriedade e a regulação do abuso dos poderosos; entre a igualdade perante a lei, sustento da ordem democrática, e a afirmação de um mínimo de igualdade real como condição e funcionamento do pacto e garantia de inclusão dos mais desprotegidos [...]. CIRIZA, A. A propósito de Jean Jacques Rousseau: contrato, educação e subjetividade. Publicado em: Filosofia política moderna. De Hobbes e Marx Boron. Atilio A. Uma das questões centrais em Do Contrato Social é a relação estabelecida entre A a esfera pública e a esfera privada. B a moda e o padrão. C a liberdade e a organização de uma sociedade política. D a natureza e Deus. E Religião e razão. Questão 24 Um estado também de igualdade, em que é recíproco todo o poder e jurisdição, não tendo ninguém mais que outro qualquer – sendo absolutamente evidente que criaturas da mesma espécie e posição, promiscuamente nascidas para todas as mesmas vantagens da natureza e para o uso das mesmas faculdades, devam ser também iguais umas às outras, sem subordinação ou sujeição, a menos que o Senhor e dono de todas elas, mediante qualquer declaração manifesta de sua vontade, colocasse uma acima da outra e lhe conferisse, por evidente e clara indicação, um direito indubitável ao domínio e à soberania. John Locke. Capítulo II – Do estado de natureza. In: Dois Tratados sobre o Governo. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp. 382-383. Mesmo considerando as criaturas como iguais, Locke justifica a desigualdade a partir de uma vontade divina. Nessa perspectiva, proprietários e não-proprietários seriam designados por uma força superior que lhes é externa, e não pela desigualdade enquanto um produto social. O fundamento desse fenômeno está na A propriedade. B liberdade. C vida. D trabalho. E riqueza. Questão 25 Indicado em cinco categorias do Oscar, entre elas melhor filme, Zona de Interesse faz um retrato [...] do Holocausto ao observar o dia a dia da família nazista que vivia feliz e sem sinais de culpa ao lado de Auschwitz, campo de extermínio de judeus localizado na Polônia. [...] A família em questão era formada pelo casal Rudolf e Hedwig Höss e seus cinco filhos. Por quase quatro anos, o clã viveu na residência bucólica que dividia terreno com o campo onde 1,1 milhão de judeus foram assassinados e queimados — a chaminé do crematório ficava a menos de 150 metros da casa. [...] [Rudolf Höss] foi preso em 1946 e julgado no Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, onde descreveu com frieza os métodos desenvolvidos por ele para o assassinato em massa dos judeus em diversos campos de extermínio durante o Holocausto. Ao ser acusado de ter matado 3,5 milhões de pessoas, ele respondeu: “Não. Foram só 2,5 milhões — o restante morreu de doença ou desnutrição”. VEJA. ‘Zona de Interesse’: o que aconteceu com a família do filme após a guerra. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ coluna/e-tudo-historia/zona-de-interesse-o-que-aconteceu-com-a-familia-do-filme-apos-a-guerra. Acesso em: 21 fev. 2024. A perspectiva do filme Zona de Interesse (2023) e a resposta de Rudolf Höss ao Tribunal de Nuremberg A traduzem a estruturação organizacional que John Rawls usa para negar o véu da ignorância. B contemplam a quebra de consenso entre governo e sociedade presentes na análise de Norberto Bobbio. C exemplificam a caracterização que Hannah Arendt estrutura a respeito da banalização do mal. D justificam a análise que Theodor Adorno faz sobre a emoção como elemento definidor das ações. E negam as ideias de Emmanuel Levinas sobre a linguagem enquanto meio de transmissão de valores. Anterior

Próxima Questão 26 Os filósofos medievais herdaram alguns elementos da tradição filosófica grega, reconfigurando-os no interior de uma ética cristã. [...] O que diferencia a ética cristã da ética grega são dois pontos: a ética cristã deixa de lado a ideia de que é pela razão que se alcança a perfeição moral e centrou a busca dessa perfeição no amor a Deus e na boa vontade. [...] acentuando a tendência já esboçada na filosofia de estoicos e epicuristas, a ética cristã tratou da relação entre cada indivíduo e Deus, isolando-o de sua condição social. COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 299. No contexto medieval, a ética cristã era A racionalista, tendendo à secularização. B concreta, deixando de lado a subjetividade. C universal, prevalecendo o grupo sobre o particular. D antropocêntrica, centrando-se na autonomia humana. E subjetiva, isolando o indivíduo de sua condição social. Questão 27 Em Uma teoria da justiça, publicada em 1971, o filósofo político John Rawls defende uma reavaliação da justiça em termos do que chama de “justiça como equidade”. Sua abordagem recaiu na tradição conhecida como teoria do contrato social, que vê o controle da lei como uma forma de contrato celebrado pelos indivíduos porque rende benefícios superiores aos bens obtidos individualmente. A versão de Rawls envolve uma experiência na qual as pessoas são levadas a esquecer seu lugar na sociedade [...]. A partir disso, Rawls estabeleceu princípios de justiça em relação aos quais, ele afirmava, todos os seres racionais devem concordar. BUCKINGHAM, W. et al. O Livro da Filosofia. São Paulo: Globo, 2011, p. 294. Rawls estabelece que o momento no qual é firmado o contrato social corresponde à(ao) A posição original. B autonomia social. C liberdade pessoal. D estado de natureza. E material substancial. Questão 28 Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles propôs que a alma moderada e racional deve evitar os extremos (o excesso e a deficiência) se quiser evitar o comportamento vicioso. Sua lista de virtudes inclui coragem, temperança, liberalidade, magnanimidade, mansidão, franqueza e justiça, sendo esta última considerada a maior de todas. Essa concepção foi desenvolvida por inúmeros outros pensadores ocidentais. A Idade Média, por exemplo, permaneceu fiel a ela com São Tomás de Aquino, que imaginou Deus como o fim último do homem, princípio esse do qual deriva sua doutrina da felicidade e da virtude. Já para Hegel, que segue a mesma concepção, o Estado era o objetivo da conduta humana. Esse Estado é a totalidade ética, o ápice do que ele designa como eticidade. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2020. Sobre a transitoriedade do conceito de ética ao longo do tempo, pode-se afirmar que A a filosofia e a religião possuem estruturas contraditórias e que não se associam. B a tradição hegeliana aponta para a negação da filosofia medieval, ao readaptar a ética. C a filosofia eclesiástica buscou invalidar a tradição aristotélica por meio de sua negação. D o classicismo refuta a ideia de ética religiosa, ao limitá-la à vivência do mundo secular. E a tradição escolástica realizou uma releitura da filosofia clássica grega, adaptando-a à fé cristã. Questão 29 O conceito de Política, entendida como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligado ao de poder. Este tem sido tradicionalmente definido como "consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem" (Hobbes) ou, analogamente, como "conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados" (Russell). Sendo um destes meios, além do domínio da natureza, o domínio sobre os outros homens, o poder é definido por vezes como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao outro a própria vontade e lhe determina, malgrado seu, o comportamento. Mas, como o domínio sobre os homens não é geralmente fim em si mesmo, mas um meio para obter "qualquer vantagem" ou, mais exatamente, "os efeitos desejados", como acontece com o domínio da natureza, a definição do poder como tipo de relação entre sujeitos tem de ser completada com a definição do poder como posse dos meios (entre os quais se contam como principais o domínio sobre os outros e sobre a natureza) que permitem alcançar justamente uma "vantagem qualquer" ou os "efeitos desejados".

BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: Editora UnB, 1998, p. 954-955.

Ao analisar as formulações de Hobbes e Russel, o texto estabelece o(a) A analogia entre ação política e o comportamento moral. B separação total entre a esfera política e a esfera da força. C conceito de política como associada às relações hierárquicas. D poder como uma ação definida pela igualdade entre os homens. E conceito de governo como uma vantagem individual sobre a natureza. Questão 30 A moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento dos homens em sociedade, e essas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. A ética é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, reflete e questiona sobre as normas morais.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, p. 127.

Segundo a definição apresentada no texto, a A moral e a ética referem-se ao exercício de diferentes normas do comportamento. B moral atua sobre a ética, mas a ética está separada do campo das normas morais. C ética se mantém na esfera privada, enquanto a moral exercita-se na esfera pública. D ética é mutável, mas a moral é imutável, na medida em que corresponde à essência humana. E ética é a parte teórica, enquanto a moral é a parte prática das normas comportamentais. Questão 31 O processo de justiça é um processo ora de diversificação do diverso, ora de unificação do idêntico. A igualdade entre todos os seres humanos em relação aos direitos fundamentais é o resultado de um processo de gradual eliminação de discriminações e, portanto, de unificação daquilo que ia sendo reconhecido como idêntico: uma natureza comum do homem acima de qualquer diferença de sexo, raça, religião etc. BOBBIO. N. Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. De acordo com o texto, a construção de uma sociedade democrática fundamenta-se em: A A norma estabelecida pela disciplina social. B pertença dos indivíduos à mesma categoria. C A ausência de constrangimentos de ordem pública. D A debilitação das esperanças na condição humana. E A garantia da segurança das pessoas e valores sociais.

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