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rita
QUESTÃO 1 Em A modernização seletiva: uma reinterpretação d...
QUESTÃO 1
Em A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro, Jessé Souza explana: A proposição freyriana da ideia de uma sociedade intrinsecamente sadomasoquista, nos seus modos de sociabilidade, para o Brasil escravocrata dos tempos coloniais, parece-me interessante sob vários aspectos. Primeiro, ela rompe com a noção de continuidade ibérica desde o começo. O fato de existirem escravos no Portugal da época do descobrimento não tem, comparativamente, sequer semelhança com uma sociedade estruturada, na sua quase totalidade, sobre o trabalho escravo. Valores não se transportam como a roupa do corpo. Eles dependem, em primeira instância, da forma como relações sociais específicas se institucionalizam e adquirem permanência. Nesse sentido, o fato de os senhores dos engenhos que aqui se formaram serem portugueses possui importância secundária em relação ao dado fundamental que é a forma peculiar da relação desses com os povos nativos e adventícios que aqui chegaram sob a forma de escravos. Em segundo lugar, tal proposição também prenuncia uma forma de relação entre privilegiados e oprimidos que se manterá, sob formas modificadas, até os dias de hoje.
Fonte: SOUZA, J. A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro. Brasília: Editora UnB, 2000.
O trecho citado de Jessé de Souza mostra os desdobramentos de uma cultura patriarcal que ganha sustentação intelectual na obra de Gilberto Freyre; ou seja, uma forma de naturalizar as relações de dominação por meio de uma narrativa que daria forma à realidade, e não o inverso.
Elaborado pelo autor.
Sobre essa relação de dominação, característica da sociedade brasileira, considerando as colocações de Jessé Souza, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Alternativa 1:
A produção da geração de 1930 do pensamento social brasileiro, muito embora seja questionada sob o seu caráter científico, constituiu-se como uma referência clássica, porque soube descrever a realidade tal como ela é.
Alternativa 2:
Ao falar que a relação entre privilegiados e oprimidos se mantém no Brasil até hoje, Jessé Souza explicita como as ideias freyreanas, especialmente sobre a miscigenação brasileira, resistem ao tempo configurando relações sociais racialmente horizontalizadas.
Alternativa 3:
Os intelectuais da geração de 1930 buscaram defender projetos de nação que mantivessem as relações de dominação como parte constitutiva da sociedade brasileira, porque esse era o modelo europeu a partir do qual baseavam suas concepções de Estado Nacional.
Alternativa 4:
A força das ideias produzidas pelos intelectuais da geração de 1930 reside no fato de que foram capazes de criar um sentido para as relações de dominação, justificando sua existência e, a partir disso, acomodar as diferenças sociais, étnicas e regionais; além de orientar um sentimento de pertencimento a um caldeirão cultural miscigenado, e de grande extensão territorial, chamado Brasil.
Alternativa 5:
A comparação entre a sociedade portuguesa, que também possuía escravos, e o Brasil, que foi estruturado pelo trabalho escravo, é uma demonstração da inversão apresentada por Bresciani (2010). Ele menciona que os intelectuais da geração de 1930 descreviam uma "realidade brasileira" partindo do pressuposto do modelo ideal que desejavam, e não do futuro possível a partir da realidade dada.
QUESTÃO 1 Em A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro, Jessé Souza explana: A proposição freyriana da ideia de uma sociedade intrinsecamente sadomasoquista, nos seus modos de sociabilidade, para o Brasil escravocrata dos tempos coloniais, parece-me interessante sob vários aspectos. Primeiro, ela rompe com a noção de continuidade ibérica desde o começo. O fato de existirem escravos no Portugal da época do descobrimento não tem, comparativamente, sequer semelhança com uma sociedade estruturada, na sua quase totalidade, sobre o trabalho escravo. Valores não se transportam como a roupa do corpo. Eles dependem, em primeira instância, da forma como relações sociais específicas se institucionalizam e adquirem permanência. Nesse sentido, o fato de os senhores dos engenhos que aqui se formaram serem portugueses possui importância secundária em relação ao dado fundamental que é a forma peculiar da relação desses com os povos nativos e adventícios que aqui chegaram sob a forma de escravos. Em segundo lugar, tal proposição também prenuncia uma forma de relação entre privilegiados e oprimidos que se manterá, sob formas modificadas, até os dias de hoje.
Fonte: SOUZA, J. A modernização seletiva: uma reinterpretação do dilema brasileiro. Brasília: Editora UnB, 2000.
O trecho citado de Jessé de Souza mostra os desdobramentos de uma cultura patriarcal que ganha sustentação intelectual na obra de Gilberto Freyre; ou seja, uma forma de naturalizar as relações de dominação por meio de uma narrativa que daria forma à realidade, e não o inverso.
Elaborado pelo autor.
Sobre essa relação de dominação, característica da sociedade brasileira, considerando as colocações de Jessé Souza, assinale a alternativa correta: Alternativas Alternativa 1: A produção da geração de 1930 do pensamento social brasileiro, muito embora seja questionada sob o seu caráter científico, constituiu-se como uma referência clássica, porque soube descrever a realidade tal como ela é.
Alternativa 2: Ao falar que a relação entre privilegiados e oprimidos se mantém no Brasil até hoje, Jessé Souza explicita como as ideias freyreanas, especialmente sobre a miscigenação brasileira, resistem ao tempo configurando relações sociais racialmente horizontalizadas.
Alternativa 3: Os intelectuais da geração de 1930 buscaram defender projetos de nação que mantivessem as relações de dominação como parte constitutiva da sociedade brasileira, porque esse era o modelo europeu a partir do qual baseavam suas concepções de Estado Nacional.
Alternativa 4: A força das ideias produzidas pelos intelectuais da geração de 1930 reside no fato de que foram capazes de criar um sentido para as relações de dominação, justificando sua existência e, a partir disso, acomodar as diferenças sociais, étnicas e regionais; além de orientar um sentimento de pertencimento a um caldeirão cultural miscigenado, e de grande extensão territorial, chamado Brasil.
Alternativa 5: A comparação entre a sociedade portuguesa, que também possuía escravos, e o Brasil, que foi estruturado pelo trabalho escravo, é uma demonstração da inversão apresentada por Bresciani (2010). Ele menciona que os intelectuais da geração de 1930 descreviam uma "realidade brasileira" partindo do pressuposto do modelo ideal que desejavam, e não do futuro possível a partir da realidade dada.