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Ridmdca
Resuma: • início da colonização •capitanias hereditárias •...
Resuma: • início da colonização
•capitanias hereditárias
•governo-geral
•economia açucareira
•a produção do açúcar
•sociedade açucareira
•escravidão no Brasil
•pessoas escravizadas e resistência
•atividades econômicas no século XVII
•franceses e holandeses no Brasil
•presença francesa
•presença holandesa
•atividades econômicas no século XVIII
•economia mineira
•sociedade mineira
•abastecimento das regiões de mineração
•cultura e religião no período colonial
•festas religiosas
•barroco mineiro
[Inicio da colonização]
Durante o Período Pré-Colonial, os portugueses não demonstraram interesse em colonizar o Brasil. Porém, por volta de 1530, a presença de outros Estados europeus interessados na extração de pau-brasil gerou preocupação na Coroa portuguesa, que decidiu enviar a primeira expedição colonizadora. Chefiada por Martim Afonso de Sousa, a expedição chegou ao Brasil em 1532 e fundou São
Vicente, a primeira vila portuguesa na América.
[Capitanias Hereditárias] -
Em 1534, a Coroa portuguesa decidiu implantar as Capitanias
Hereditárias no território brasileiro, o primeiro sistema administrativo da América portuguesa. De acordo com esse sistema, 15 lotes de terra foram distribuídos a 12 donatários, homens da pequena nobreza de Portugal, como militares e burocratas. Esse grupo deveria, com recursos próprios, comprar, equipar e armar os navios, arregimentar colonos e colonizar a terra.
Nesse sistema de colonização, os principais documentos utilizados eram a Carta de Doação e a Carta Foral. Assim, os donatários recebiam o direito de atuar sobre uma faixa de terra, contudo não eram considerados proprietários, pois a terra pertencia à Coroa.
Antes, tal sistema foi implantado em outras colônias portuguesas, como na Ilha da Madeira e nos Açores.
Como obrigações, os donatários deveriam povoar o território recebido, defendê-lo contra ataques dos indígenas que viviam no local e explorar economicamente a capitania com os próprios recursos. Por outro lado, podiam cobrar impostos de colonos e doar sesmarias.
O sistema de Capitanias Hereditárias não obteve o êxito esperado por Portugal, pois a maioria delas não prosperou. Entre os motivos, estava a falta de interesse e de recursos financeiros dos donatários, a ocorrência de conflitos entre colonos e indígenas, a grande dimensão das capitanias e o isolamento de povoados e vilas nessas áreas.
Entretanto, nem tudo deu errado. Duas capitanias prosperaram:
Pernambuco e São Vicente. Seu sucesso se devia à fundação de vilas, à distribuição de sesmarias, à pacificação dos indígenas e à instalação de engenhos de açúcar.
[Governo-Geral] -
Conforme explicamos, a maioria das Capitanias Hereditárias não obteve os resultados esperados. Diante disso, a Coroa portuguesa implantou, em 1549, um novo modelo de administração colonial, chamado de Governo-Geral. Nesse mesmo ano, foi fundada a cidade de Salvador, na Bahia, que se tornou a sede do Governo-Geral e capital da Colônia até 1763.
A principal característica desse modelo estava na centralização
política do governo colonial, que era representado por um governador-geral, ao qual estavam subordinados os capitães donatários.
Considerado chefe da administração colonial, o governador-geral tinha funções militares, administrativas, civis e judiciárias. E, com o objetivo de fortalecer o Estado português no Brasil, também deveria auxiliar donatários e colonos no processo de ocupação das terras, combater tribos indígenas consideradas inimigas, defender o território de corsários e piratas, além de fomentar expedições para encontrar riquezas, como metais preciosos, no interior do território.
Com o Governo-Geral, foram instituídas as câmaras municipais, órgãos políticos locais que tinham funções administrativas, judiciais, policiais e financeiras. Essas câmaras eram compostas pelos chamados
"homens bons" - membros da elite colonial, geralmente proprietários de terras e de escravizados. De acordo com uma lei régia de 1705,
"mecânicos, operários, degredados, judeus e todos os peões" estavam proibidos de compor as câmaras municipais.
[Economia açucareira] -
Por volta de 1530, foram instalados os primeiros engenhos de cana-de-açúcar no Brasil, com o objetivo produzir riquezas para Portugal. O açúcar foi escolhido porque, além de ser caro e cobiçado nos mercados europeus, os portugueses tinham experiência com esse produto em outras colónias. O engenho era a unidade básica da produção de açúcar, cuja base de organização era a plantation: latifúndio, monocultura, mão de obra escrava e produção voltada à exportação.
[A produção do açúcar] -
Significativa parte da cana utilizada na produção de açúcar não era proveniente do engenho, mas comprada de produtores que não tinham capital para montar a própria moenda.
HISTORIA
Essas plantações ficavam nas redondezas do engenho.
Sem trabalhadores braçais e especializados, não era possível produzir açúcar. A solução encontrada pelos portugueses foi a utilização de mão de obra escrava e de artesãos
que tivessem conhecimento técnico. Após a cana ser colhida, escravizados ou indivíduos livres especializados trabalhavam nas etapas de fabrico. Quanto mais claro o açúcar, melhor sua qualidade, o que significava ser vendido por um bom preço.
[Sociedade açucareira] -
A sociedade colonial no Brasil era hierarquizada e estava
centralizada na figura masculina.
Era comum haver famílias patriarcais, em que o homem exercia um intenso controle sobre a mulher, os filhos e demais pessoas que vivessem em sua residência. Contudo, é impossível estabelecer o patriarcalismo como único padrão de organização familiar do Período Colonial. Os arranjos variavam conforme a riqueza dos cônjuges e o local onde viviam. Diversas famílias foram chefiadas por mulheres, e muitos casais moravam juntos sem estarem casados perante a Igreja, caracterizando uma relação de concubinato.
Nas famílias dos proprietários de grandes engenhos, o patriarcalismo tinha características bem definidas: o chefe era dono da terra, da casa, dos escravizados e da vida de seus familiares.
Também escolhia com quem os filhos e as filhas se casariam - os casamentos arranjados eram um modo de estabelecer alianças com outras famílias.
[Escravidão no Brasil] -
No decorrer de todo o
Período Colonial, a principal mão de obra no Brasil foi composta de africanos e afrodescendentes escravizados.
Como já sabemos, essas pessoas eram trazidas à força e, desde sua captura na África, passando pelos navios negreiros e mercados, sofriam com maus-
-tratos, sendo submetidas a condições desumanas.
Nos primeiros séculos da colonização, a escravização africana foi preponderante nas regiões agroexportadoras, como no nordeste açucareiro, no século XVII, e na região de mineração, no século XVIII.
A escravização durou muito tempo no Brasil, e qualquer pessoa podia ter escravizados, fato que também explica essa longevidade. Nas áreas rurais, os senhores de engenho eram os maiores proprietários; nas cidades, muitas pessoas, como donos de comércio e funcionários públicos, tinham escravizados. Desse modo, diversos brasileiros figuravam como proprietários, tornando a escravização um valor social enraizado.
Os escravizados eram submetidos a trabalhos variados, desde atuar nas lavras de ouro e nos engenhos de açúcar até executar trabalhos domésticos e urbanos (trabalhando como quitandeiros e vendedores).
[Pessoas escravizadas e resistência] -
Engana-se
cometiam suicídio; havia os que
quem pensa que os escravizados
destruíam equipamentos, ateavam
enfrentaram
fogo nas fazendas. Muitos fugiam, conseguiam se organizar e formar
pacificamente sua
quilombos - destes, no Período
condição. Estudos
Colonial, o maior foi o Quilombo
históricos indicam
dos Palmares.
que sempre resistiram
Formado no fim do século
à escravidão. As
XVI na região do atual estado de
estratégias variavam:
Alagoas, o Quilombo dos Palmares
alguns se revoltavam;
abrigava vários povoados, entre
assassinavam senhores
eles, Amaro, Dambrabanga e
e feitores; outros
Subupira, chegando a contar com cerca de 20 mil pessoas.
Estabelecidos nos moldes de alguns reinos africanos, cada povoado tinha o próprio chefe, e o conjunto de povoados era liderado por um rei. Um dos principais líderes do Quilombo dos Palmares foi Zumbi, morto em 20 de novembro de 1695, após forte resistência contra as autoridades coloniais.
[Atividades econômicas no século XVII] -
No século XVII, o cultivo de cana-de-açúcar foi a principal atividade econômica na Colônia (tendo em vista seu expressivo valor comercial), mas não era a única. Além de haver a extração de pau-brasil, desde o século XVI, alguns produtos de valor comercial eram cultivados no território, como tabaco e algodão.
Também era intensa a extração das chamadas drogas do sertão.
Ao estudarmos o primeiro século de colonização do Brasil, verificamos que a maioria dos povoamentos se localizava no litoral, pois o oceano era o meio de comunicação com Portugal. Entretanto, aos poucos, expedições foram
percorrendo e desbravando o interior da Colônia. Muitos desses exploradores, conhecidos como bandeirantes, partiam em busca de indígenas para escravizar, de drogas do sertão e, principalmente, de metais preciosos.
As expedições bandeirantes contribuíram para a exploração, o conhecimento do interior da Colônia e a ampliação do território.
Outra atividade econômica que favoreceu a ocupação do interior foi a criação de gado bovino, usado como animal de carga e do qual também se obtinham carne, leite e couro. Não apenas no nordeste mas também no sul da Colônia surgiram fazendas de criação de gado. Diferentemente dos engenhos, a principal mão de obra que atuava na pecuária era composta de pessoas livres.
O gado do nordeste abastecia as vilas e os engenhos locais; os animais criados nas estâncias sulinas eram levados até a Feira de Sorocaba, onde eram vendidos para abastecer vilas e cidades do sudeste do território brasileiro. Nas vilas e nas proximidades, surgiram hortas e locais de criação de porcos, galinhas, etc., que eram comercializados localmente.
[Franceses e holandeses no Brasil] -
Além dos portugueses, outros europeus estavam interessados nas riquezas do Brasil. Entre eles, havia franceses e holandeses.
A preocupação com a presença desses povos fez com que os portugueses construíssem fortes em vários locais da Colônia nos séculos XVI e XVII, como é possivel observar no mapa.
EM MEMÓRIA DE MIM
©Wikimedia Commons/Christian bitencourt
A colônia francesa na Baía de Guanabara foi um refúgio para os protestantes franceses (huguenotes), que estavam sendo perseguidos por católicos na França.
[Presença francesa] -
Os franceses demonstravam interesse nas riquezas do
Brasil desde o século XVI, quando vieram extrair pau-brasil no litoral. Em 1555, fundaram uma colônia na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, mas essa experiência francesa não durou muito. Enfraquecidos, os franceses foram expulsos pelos portugueses em 1567, os quais retomaram o território e fundaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Posteriormente, o núcleo de povoamento francês foi denominado como França Antártica.
No século XVII, os franceses tentaram novamente estabelecer uma colônia no Brasil. Em 1612, fundaram, no Maranhão, a França Equinocial e construíram o Forte São Luís, que deu origem à capital do atual estado do Maranhão.
Depois de vários conflitos armados, os franceses foram novamente expulsos pelos portugueses, o que aconteceu em
1615.
[Presença holandesa] -
A presença holandesa no Brasil está relacionada a um contexto político mais amplo, vinculado à União Ibérica.
Naquele período, que se estendeu de 1580 a 1640, os reinos de Portugal e Espanha foram governados por um único monarca, o rei Filipe II da Espanha.
Como uma das consequências da União Ibérica, os inimigos da Espanha passaram a ser também inimigos de Portugal e do Brasil. Com isso, o Brasil sofreu ataques dos holandeses, que estavam em guerra com os espanhóis.
Os holandeses, que já participavam da economia açucareira, foram proibidos pelo rei espanhol de atuar no Brasil. Diante dessa situação, decidiram invadir a Colônia.
A primeira invasão aconteceu na Bahia, entre 1624 e 1625, quando foram expulsos. A segunda durou mais tempo, de 1630 a 1654, com a ocupação de Pernambuco e de grande.
[Atividades econômicas no século XVIII] -
No decorrer do século XVIII, ainda havia a extração de pau
-brasil, assim como o cultivo de cana-de-açúcar, tabaco e algodão. A extração das drogas do sertão também foi mantida na região amazônica. A pecuária se desenvolveu bastante naquela época, sendo praticada em vários locais da Colônia.
Durante os séculos XVI e
XVII, apesar de os portugueses procurarem ouro em diversos locais no Brasil e encontrarem pequenas quantidades em Curitiba, Paranaguá e Jaraguá (São Paulo), foram as descobertas das minas na região central, as Minas Gerais, que forneceram as riquezas esperadas por Portugal desde
as descobertas espanholas na América.
A descoberta de minas de ouro e pedras preciosas por parte dos bandeirantes na região dos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás gerou uma brusca mudança nos interesses econômicos e administrativos de Portugal em relação ao Brasil, os quais se concentraram na atividade mineradora.
As notícias de tal descoberta levaram um grande número de pessoas às regiões de mineração. Indivíduos de várias localidades da Colônia e também de Portugal se deslocaram para as regiões das minas. Essa migração abrangia
economia colonial no século XVI
várias camadas sociais.
Um segundo fluxo muito importante na formação da identidade e da cultura nacional foi a imigração forçada de africanos, principalmente dos atuais países de Gana e Nigéria.
Os escravizados eram trazidos para trabalhar nas minas.
A necessidade de enviar o ouro da Colônia para Portugal motivou a Coroa portuguesa a transferir, em 1763, a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade portuária mais próxima das áreas de mineração.
Leia, a seguir, o mapa das atividades econômicas no século
XVIII.
[Economia mineira] -
Em virtude do grande fluxo de pessoas para os locais de mineração, a Coroa portuguesa buscou criar meios de controlar a exploração e evitar o contrabando. Em 1702, criou a Intendência das Minas, órgão responsável pela administração, pelo controle e pela cobrança dos impostos.
Como uma de suas primeiras medidas, esse órgão promulgou o Regimento das Minas de Ouro - conjunto de
leis e medidas que determinava a forma de explorar as minas e regulamentava a cobrança dos impostos.
Um dos principais impostos cobrados pela Coroa portuguesa era o quinto, isto é, 1/5, ou seja, 20% do metal extraído. Para fundir o ouro e extrair a quinta parte, em 1719, foram criadas casas de fundição.
[Sociedade mineira] -
A sociedade que se formou
nas regiões de mineração tinha a miscigenação como característica de destaque.
Tornaram-se mais comuns os casamentos inter-raciais, principalmente entre homens brancos e mulheres negras.
Diferentemente da sociedade açucareira, a mineira permitia certa mobilidade. Com o
esgotamento das minas, muitos senhores de escravizados preferiram alforriá-los a pagar o custo de mantê-los. Apesar disso, ainda se constatava um grande contraste entre ricos e pobres, sendo esses últimos a maioria. A grande quantidade de africanos e afrodescendentes compondo a população era outra característica marcante dessa sociedade.
[Abastecimento das regiões de mineração] -
Na região das minas, grande parte da mão de obra se dedicava a procurar ouro e pedras preciosas. Poucas pessoas trabalhavam na agricultura ou na pecuária, sendo, por isso, comum faltarem alimentos para a população. Para suprir tal carência e também a demanda por ferramentas, vestimentas e outros produtos, destacou-se a figura dos viajantes conhecidos como tropeiros.
Os tropeiros desempenharam um papel fundamental em diferentes períodos da história do Brasil, principalmente na época da mineração. O excerto a seguir, de Mary Del Priore e Renato
Venâncio, trata desse assunto.
[Cultura e religião no Período
Colonial] -
Nos primeiros séculos de colonização,
as
tempo livre e este era, de certa forma, orientado
pessoas tinham pouco
É importante considerar que o catolicismo estava
pela religião católica.
diversas práticas culturais e sociais do Período Colonial.
muito ligado às
Mary Del Priore, na obra Histórias da gente brasileira (2016), no volume sobre a Colônia, esclarece que, apesar do pouco tempo livre, havia algumas atividades sociais intrínsecas ao cotidiano da população colonial: visitas de mascates e entre vizinhos, conversas e mexericos, cafunés, jogos de baralho e tabuleiros, cantorias, festividades, contação de histórias, entre outras.
Os escravizados aproveitavam todas as oportunidades para cantar e dançar. Seus batuques eram comuns nas senzalas e em alguns espaços urbanos. Eles também confeccionavam objetos, como colares, esteiras, cestos, chapéus de palha, com motivos relacionados à sua etnia e/ou fé.
[Festas religiosas] -
As festas religiosas eram momentos de descontração, servindo também para reafirmar as hierarquias sociais. A posição de um indivíduo em uma procissão ou na igreja durante a missa espelhava a posição que ocupava na sociedade. Aos grandes proprietários rurais e ricos mineradores, eram reservados espaços próximos ao altar e às imagens de santos, Escravizados, negros livres e mestiços, por sua vez, ficavam na parte externa da igreja, durante a ocorrência de grandes festas.
[Barroco mineiro] -
Exagero, exuberância, personalismo e forte apelo religioso são algumas das características do Barroco mineiro, estilo artístico que se desenvolveu nas regiões de mineração nos séculos XVIII e XIX.
O Barroco mineiro foi expresso nas artes visuais, na arquitetura, na literatura e na música do período. Embora preservasse características do Barroco europeu, a arte barroca mineira inovou em vários aspectos, criando um estilo artístico único e impactante.
A intensa religiosidade, o fascínio exercido pelo ouro, a necessidade que os senhores enriquecidos com a mineração tinham em demonstrar opulência foram elementos que possibilitaram a produção de obras ricamente ornamentadas.
O estabelecimento de ordens religiosas na região das minas não era permitido, o
pesquisa
que acarretou aos artistas mais liberdade de criação. Além disso, eles precisaram fazer adaptações para utilizar os materiais disponíveis, caso exemplificado pelo uso da pedra-sabão.
As construções, tanto em seu exterior quanto em sua rica decoração interna, foram fortemente marcadas pelas principais características do Barroco. Manuel da Costa Ataíde e Antônio Francisco Lisboa, este último mais conhecido como Aleijadinho, podem ser destacados como os grandes ícones do Barroco mineiro.
Na literatura, nas artes visuais, na música e na arquitetura, esse estilo legou traços que podem ser reconhecidos nas obras de vários intelectuais e artistas. São exemplos: Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga (literatura); Mestre Valentim (escultura); e José Joaquim Emérico Lobo (música).
Quais
Resuma: • início da colonização •capitanias hereditárias •governo-geral •economia açucareira •a produção do açúcar •sociedade açucareira •escravidão no Brasil •pessoas escravizadas e resistência •atividades econômicas no século XVII •franceses e holandeses no Brasil •presença francesa •presença holandesa •atividades econômicas no século XVIII •economia mineira •sociedade mineira •abastecimento das regiões de mineração •cultura e religião no período colonial •festas religiosas •barroco mineiro [Inicio da colonização] Durante o Período Pré-Colonial, os portugueses não demonstraram interesse em colonizar o Brasil. Porém, por volta de 1530, a presença de outros Estados europeus interessados na extração de pau-brasil gerou preocupação na Coroa portuguesa, que decidiu enviar a primeira expedição colonizadora. Chefiada por Martim Afonso de Sousa, a expedição chegou ao Brasil em 1532 e fundou São Vicente, a primeira vila portuguesa na América. [Capitanias Hereditárias] - Em 1534, a Coroa portuguesa decidiu implantar as Capitanias Hereditárias no território brasileiro, o primeiro sistema administrativo da América portuguesa. De acordo com esse sistema, 15 lotes de terra foram distribuídos a 12 donatários, homens da pequena nobreza de Portugal, como militares e burocratas. Esse grupo deveria, com recursos próprios, comprar, equipar e armar os navios, arregimentar colonos e colonizar a terra. Nesse sistema de colonização, os principais documentos utilizados eram a Carta de Doação e a Carta Foral. Assim, os donatários recebiam o direito de atuar sobre uma faixa de terra, contudo não eram considerados proprietários, pois a terra pertencia à Coroa. Antes, tal sistema foi implantado em outras colônias portuguesas, como na Ilha da Madeira e nos Açores. Como obrigações, os donatários deveriam povoar o território recebido, defendê-lo contra ataques dos indígenas que viviam no local e explorar economicamente a capitania com os próprios recursos. Por outro lado, podiam cobrar impostos de colonos e doar sesmarias. O sistema de Capitanias Hereditárias não obteve o êxito esperado por Portugal, pois a maioria delas não prosperou. Entre os motivos, estava a falta de interesse e de recursos financeiros dos donatários, a ocorrência de conflitos entre colonos e indígenas, a grande dimensão das capitanias e o isolamento de povoados e vilas nessas áreas. Entretanto, nem tudo deu errado. Duas capitanias prosperaram: Pernambuco e São Vicente. Seu sucesso se devia à fundação de vilas, à distribuição de sesmarias, à pacificação dos indígenas e à instalação de engenhos de açúcar. [Governo-Geral] - Conforme explicamos, a maioria das Capitanias Hereditárias não obteve os resultados esperados. Diante disso, a Coroa portuguesa implantou, em 1549, um novo modelo de administração colonial, chamado de Governo-Geral. Nesse mesmo ano, foi fundada a cidade de Salvador, na Bahia, que se tornou a sede do Governo-Geral e capital da Colônia até 1763. A principal característica desse modelo estava na centralização política do governo colonial, que era representado por um governador-geral, ao qual estavam subordinados os capitães donatários. Considerado chefe da administração colonial, o governador-geral tinha funções militares, administrativas, civis e judiciárias. E, com o objetivo de fortalecer o Estado português no Brasil, também deveria auxiliar donatários e colonos no processo de ocupação das terras, combater tribos indígenas consideradas inimigas, defender o território de corsários e piratas, além de fomentar expedições para encontrar riquezas, como metais preciosos, no interior do território. Com o Governo-Geral, foram instituídas as câmaras municipais, órgãos políticos locais que tinham funções administrativas, judiciais, policiais e financeiras. Essas câmaras eram compostas pelos chamados "homens bons" - membros da elite colonial, geralmente proprietários de terras e de escravizados. De acordo com uma lei régia de 1705, "mecânicos, operários, degredados, judeus e todos os peões" estavam proibidos de compor as câmaras municipais. [Economia açucareira] - Por volta de 1530, foram instalados os primeiros engenhos de cana-de-açúcar no Brasil, com o objetivo produzir riquezas para Portugal. O açúcar foi escolhido porque, além de ser caro e cobiçado nos mercados europeus, os portugueses tinham experiência com esse produto em outras colónias. O engenho era a unidade básica da produção de açúcar, cuja base de organização era a plantation: latifúndio, monocultura, mão de obra escrava e produção voltada à exportação. [A produção do açúcar] - Significativa parte da cana utilizada na produção de açúcar não era proveniente do engenho, mas comprada de produtores que não tinham capital para montar a própria moenda. HISTORIA Essas plantações ficavam nas redondezas do engenho. Sem trabalhadores braçais e especializados, não era possível produzir açúcar. A solução encontrada pelos portugueses foi a utilização de mão de obra escrava e de artesãos que tivessem conhecimento técnico. Após a cana ser colhida, escravizados ou indivíduos livres especializados trabalhavam nas etapas de fabrico. Quanto mais claro o açúcar, melhor sua qualidade, o que significava ser vendido por um bom preço. [Sociedade açucareira] - A sociedade colonial no Brasil era hierarquizada e estava centralizada na figura masculina. Era comum haver famílias patriarcais, em que o homem exercia um intenso controle sobre a mulher, os filhos e demais pessoas que vivessem em sua residência. Contudo, é impossível estabelecer o patriarcalismo como único padrão de organização familiar do Período Colonial. Os arranjos variavam conforme a riqueza dos cônjuges e o local onde viviam. Diversas famílias foram chefiadas por mulheres, e muitos casais moravam juntos sem estarem casados perante a Igreja, caracterizando uma relação de concubinato. Nas famílias dos proprietários de grandes engenhos, o patriarcalismo tinha características bem definidas: o chefe era dono da terra, da casa, dos escravizados e da vida de seus familiares. Também escolhia com quem os filhos e as filhas se casariam - os casamentos arranjados eram um modo de estabelecer alianças com outras famílias. [Escravidão no Brasil] - No decorrer de todo o Período Colonial, a principal mão de obra no Brasil foi composta de africanos e afrodescendentes escravizados. Como já sabemos, essas pessoas eram trazidas à força e, desde sua captura na África, passando pelos navios negreiros e mercados, sofriam com maus- -tratos, sendo submetidas a condições desumanas. Nos primeiros séculos da colonização, a escravização africana foi preponderante nas regiões agroexportadoras, como no nordeste açucareiro, no século XVII, e na região de mineração, no século XVIII. A escravização durou muito tempo no Brasil, e qualquer pessoa podia ter escravizados, fato que também explica essa longevidade. Nas áreas rurais, os senhores de engenho eram os maiores proprietários; nas cidades, muitas pessoas, como donos de comércio e funcionários públicos, tinham escravizados. Desse modo, diversos brasileiros figuravam como proprietários, tornando a escravização um valor social enraizado. Os escravizados eram submetidos a trabalhos variados, desde atuar nas lavras de ouro e nos engenhos de açúcar até executar trabalhos domésticos e urbanos (trabalhando como quitandeiros e vendedores). [Pessoas escravizadas e resistência] - Engana-se cometiam suicídio; havia os que quem pensa que os escravizados destruíam equipamentos, ateavam enfrentaram fogo nas fazendas. Muitos fugiam, conseguiam se organizar e formar pacificamente sua quilombos - destes, no Período condição. Estudos Colonial, o maior foi o Quilombo históricos indicam dos Palmares. que sempre resistiram Formado no fim do século à escravidão. As XVI na região do atual estado de estratégias variavam: Alagoas, o Quilombo dos Palmares alguns se revoltavam; abrigava vários povoados, entre assassinavam senhores eles, Amaro, Dambrabanga e e feitores; outros Subupira, chegando a contar com cerca de 20 mil pessoas. Estabelecidos nos moldes de alguns reinos africanos, cada povoado tinha o próprio chefe, e o conjunto de povoados era liderado por um rei. Um dos principais líderes do Quilombo dos Palmares foi Zumbi, morto em 20 de novembro de 1695, após forte resistência contra as autoridades coloniais. [Atividades econômicas no século XVII] - No século XVII, o cultivo de cana-de-açúcar foi a principal atividade econômica na Colônia (tendo em vista seu expressivo valor comercial), mas não era a única. Além de haver a extração de pau-brasil, desde o século XVI, alguns produtos de valor comercial eram cultivados no território, como tabaco e algodão. Também era intensa a extração das chamadas drogas do sertão. Ao estudarmos o primeiro século de colonização do Brasil, verificamos que a maioria dos povoamentos se localizava no litoral, pois o oceano era o meio de comunicação com Portugal. Entretanto, aos poucos, expedições foram percorrendo e desbravando o interior da Colônia. Muitos desses exploradores, conhecidos como bandeirantes, partiam em busca de indígenas para escravizar, de drogas do sertão e, principalmente, de metais preciosos. As expedições bandeirantes contribuíram para a exploração, o conhecimento do interior da Colônia e a ampliação do território. Outra atividade econômica que favoreceu a ocupação do interior foi a criação de gado bovino, usado como animal de carga e do qual também se obtinham carne, leite e couro. Não apenas no nordeste mas também no sul da Colônia surgiram fazendas de criação de gado. Diferentemente dos engenhos, a principal mão de obra que atuava na pecuária era composta de pessoas livres. O gado do nordeste abastecia as vilas e os engenhos locais; os animais criados nas estâncias sulinas eram levados até a Feira de Sorocaba, onde eram vendidos para abastecer vilas e cidades do sudeste do território brasileiro. Nas vilas e nas proximidades, surgiram hortas e locais de criação de porcos, galinhas, etc., que eram comercializados localmente. [Franceses e holandeses no Brasil] - Além dos portugueses, outros europeus estavam interessados nas riquezas do Brasil. Entre eles, havia franceses e holandeses. A preocupação com a presença desses povos fez com que os portugueses construíssem fortes em vários locais da Colônia nos séculos XVI e XVII, como é possivel observar no mapa. EM MEMÓRIA DE MIM ©Wikimedia Commons/Christian bitencourt A colônia francesa na Baía de Guanabara foi um refúgio para os protestantes franceses (huguenotes), que estavam sendo perseguidos por católicos na França. [Presença francesa] - Os franceses demonstravam interesse nas riquezas do Brasil desde o século XVI, quando vieram extrair pau-brasil no litoral. Em 1555, fundaram uma colônia na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, mas essa experiência francesa não durou muito. Enfraquecidos, os franceses foram expulsos pelos portugueses em 1567, os quais retomaram o território e fundaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Posteriormente, o núcleo de povoamento francês foi denominado como França Antártica. No século XVII, os franceses tentaram novamente estabelecer uma colônia no Brasil. Em 1612, fundaram, no Maranhão, a França Equinocial e construíram o Forte São Luís, que deu origem à capital do atual estado do Maranhão. Depois de vários conflitos armados, os franceses foram novamente expulsos pelos portugueses, o que aconteceu em 1615. [Presença holandesa] - A presença holandesa no Brasil está relacionada a um contexto político mais amplo, vinculado à União Ibérica. Naquele período, que se estendeu de 1580 a 1640, os reinos de Portugal e Espanha foram governados por um único monarca, o rei Filipe II da Espanha. Como uma das consequências da União Ibérica, os inimigos da Espanha passaram a ser também inimigos de Portugal e do Brasil. Com isso, o Brasil sofreu ataques dos holandeses, que estavam em guerra com os espanhóis. Os holandeses, que já participavam da economia açucareira, foram proibidos pelo rei espanhol de atuar no Brasil. Diante dessa situação, decidiram invadir a Colônia. A primeira invasão aconteceu na Bahia, entre 1624 e 1625, quando foram expulsos. A segunda durou mais tempo, de 1630 a 1654, com a ocupação de Pernambuco e de grande.
[Atividades econômicas no século XVIII] - No decorrer do século XVIII, ainda havia a extração de pau -brasil, assim como o cultivo de cana-de-açúcar, tabaco e algodão. A extração das drogas do sertão também foi mantida na região amazônica. A pecuária se desenvolveu bastante naquela época, sendo praticada em vários locais da Colônia. Durante os séculos XVI e XVII, apesar de os portugueses procurarem ouro em diversos locais no Brasil e encontrarem pequenas quantidades em Curitiba, Paranaguá e Jaraguá (São Paulo), foram as descobertas das minas na região central, as Minas Gerais, que forneceram as riquezas esperadas por Portugal desde as descobertas espanholas na América. A descoberta de minas de ouro e pedras preciosas por parte dos bandeirantes na região dos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás gerou uma brusca mudança nos interesses econômicos e administrativos de Portugal em relação ao Brasil, os quais se concentraram na atividade mineradora. As notícias de tal descoberta levaram um grande número de pessoas às regiões de mineração. Indivíduos de várias localidades da Colônia e também de Portugal se deslocaram para as regiões das minas. Essa migração abrangia economia colonial no século XVI várias camadas sociais. Um segundo fluxo muito importante na formação da identidade e da cultura nacional foi a imigração forçada de africanos, principalmente dos atuais países de Gana e Nigéria. Os escravizados eram trazidos para trabalhar nas minas. A necessidade de enviar o ouro da Colônia para Portugal motivou a Coroa portuguesa a transferir, em 1763, a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade portuária mais próxima das áreas de mineração. Leia, a seguir, o mapa das atividades econômicas no século XVIII. [Economia mineira] - Em virtude do grande fluxo de pessoas para os locais de mineração, a Coroa portuguesa buscou criar meios de controlar a exploração e evitar o contrabando. Em 1702, criou a Intendência das Minas, órgão responsável pela administração, pelo controle e pela cobrança dos impostos. Como uma de suas primeiras medidas, esse órgão promulgou o Regimento das Minas de Ouro - conjunto de leis e medidas que determinava a forma de explorar as minas e regulamentava a cobrança dos impostos. Um dos principais impostos cobrados pela Coroa portuguesa era o quinto, isto é, 1/5, ou seja, 20% do metal extraído. Para fundir o ouro e extrair a quinta parte, em 1719, foram criadas casas de fundição. [Sociedade mineira] - A sociedade que se formou nas regiões de mineração tinha a miscigenação como característica de destaque. Tornaram-se mais comuns os casamentos inter-raciais, principalmente entre homens brancos e mulheres negras. Diferentemente da sociedade açucareira, a mineira permitia certa mobilidade. Com o esgotamento das minas, muitos senhores de escravizados preferiram alforriá-los a pagar o custo de mantê-los. Apesar disso, ainda se constatava um grande contraste entre ricos e pobres, sendo esses últimos a maioria. A grande quantidade de africanos e afrodescendentes compondo a população era outra característica marcante dessa sociedade. [Abastecimento das regiões de mineração] - Na região das minas, grande parte da mão de obra se dedicava a procurar ouro e pedras preciosas. Poucas pessoas trabalhavam na agricultura ou na pecuária, sendo, por isso, comum faltarem alimentos para a população. Para suprir tal carência e também a demanda por ferramentas, vestimentas e outros produtos, destacou-se a figura dos viajantes conhecidos como tropeiros. Os tropeiros desempenharam um papel fundamental em diferentes períodos da história do Brasil, principalmente na época da mineração. O excerto a seguir, de Mary Del Priore e Renato Venâncio, trata desse assunto. [Cultura e religião no Período Colonial] - Nos primeiros séculos de colonização, as tempo livre e este era, de certa forma, orientado pessoas tinham pouco É importante considerar que o catolicismo estava pela religião católica. diversas práticas culturais e sociais do Período Colonial. muito ligado às Mary Del Priore, na obra Histórias da gente brasileira (2016), no volume sobre a Colônia, esclarece que, apesar do pouco tempo livre, havia algumas atividades sociais intrínsecas ao cotidiano da população colonial: visitas de mascates e entre vizinhos, conversas e mexericos, cafunés, jogos de baralho e tabuleiros, cantorias, festividades, contação de histórias, entre outras. Os escravizados aproveitavam todas as oportunidades para cantar e dançar. Seus batuques eram comuns nas senzalas e em alguns espaços urbanos. Eles também confeccionavam objetos, como colares, esteiras, cestos, chapéus de palha, com motivos relacionados à sua etnia e/ou fé. [Festas religiosas] - As festas religiosas eram momentos de descontração, servindo também para reafirmar as hierarquias sociais. A posição de um indivíduo em uma procissão ou na igreja durante a missa espelhava a posição que ocupava na sociedade. Aos grandes proprietários rurais e ricos mineradores, eram reservados espaços próximos ao altar e às imagens de santos, Escravizados, negros livres e mestiços, por sua vez, ficavam na parte externa da igreja, durante a ocorrência de grandes festas. [Barroco mineiro] - Exagero, exuberância, personalismo e forte apelo religioso são algumas das características do Barroco mineiro, estilo artístico que se desenvolveu nas regiões de mineração nos séculos XVIII e XIX. O Barroco mineiro foi expresso nas artes visuais, na arquitetura, na literatura e na música do período. Embora preservasse características do Barroco europeu, a arte barroca mineira inovou em vários aspectos, criando um estilo artístico único e impactante. A intensa religiosidade, o fascínio exercido pelo ouro, a necessidade que os senhores enriquecidos com a mineração tinham em demonstrar opulência foram elementos que possibilitaram a produção de obras ricamente ornamentadas. O estabelecimento de ordens religiosas na região das minas não era permitido, o pesquisa que acarretou aos artistas mais liberdade de criação. Além disso, eles precisaram fazer adaptações para utilizar os materiais disponíveis, caso exemplificado pelo uso da pedra-sabão. As construções, tanto em seu exterior quanto em sua rica decoração interna, foram fortemente marcadas pelas principais características do Barroco. Manuel da Costa Ataíde e Antônio Francisco Lisboa, este último mais conhecido como Aleijadinho, podem ser destacados como os grandes ícones do Barroco mineiro. Na literatura, nas artes visuais, na música e na arquitetura, esse estilo legou traços que podem ser reconhecidos nas obras de vários intelectuais e artistas. São exemplos: Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga (literatura); Mestre Valentim (escultura); e José Joaquim Emérico Lobo (música). Quais