São dois pinheiros altos, e atrás deles o mar. Na linha do horizonte, as linhas parecem estar boiando, nesta luz indecisa da manhã de inverno.
O homem lança um olhar apressado a paisagem que ele precisa proporcionar às instalações elétricas do apartamento; precisa providenciar algumas alterações, cientes que uma coisa horrenda prosaica, a saber: convém trocar o rádio chuveiro por um desses que se pode regular e ainda evitar o ingresso de baratas.
(…) E preciso pensar nisso também colocado. (…) O colchão não veio? Mas ficaram de mandar trazer no sábado, sem falta. Ali está a cama; ah, o homem, em breve tu dormiras, amarás, sonharás, morrerás talvez, quem sabe?
Assim, dentro do apartamento, só existem problemas; entediado, o homem se voltou para a varanda, para o mar. Em manchas verdes, três ou quatro, perto das ilhas que estão mais nítidas / parece que se ergueram um pouco no horizonte. Que planura terrena, que montanha imponente, que este mundo vai ao mar? No mar do alto-mar, mas esse mar custa a distância, sempre investindo sobre as coisas que recebe plantas que descem dos montes. O homem desde então, entretanto batendo os pés à canção do eterno, chamando para o desconhecido, anunciando ao nosso mundo que este mundo não tem fim.
Chega, porteiro, diz algumas coisas sobre calafates ladrilhos, água e contrato. O homem descente lentamente, e encontra um amigo na esquina, o amigo que lhe dizia que agora vai morar ali no bairro, em que apartamento, ele respondeu que não sabe, mas que está em um andar térreo, onde não habite-se, mas continua sendo mesmo, ele pensa apenas: são dois pinheiros altos.