Soneto: Busque Amor novas artes, novo engenho
Luís de Camões
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olha que as esperanças já convémho
Tão cansadas estão de vãs mudanças;
Que em um dia as alcançam as vinganças,
E se algum dia as alcanço, não as tenho.
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Mudo Amor, como falcão, pelo despenho
Me leva a morte, onde o mal se esconde;
E eu, com ele, vou por meu caminho.
Querer fugir do mal que nos consome,
Vem não sei como, dá só sei que por onde.
Interpretação do texto
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Segundo os versos do poema, o eu lírico:
a) está seguro do Amor
d) está seguro devido ao Amor.
c) está inseguro.
b) está sem esperança.
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Ao se dirigir ao Amor, na primeira estrofe, percebe-se por parte do eu lírico um tom de:
a) desprezo
d) euforia
c) ironia
b) súplica
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Por que o eu lírico não teme as novas artes do Amor?
a) Porque a esperança que ele tem o faz sentir mais seguro.
d) Porque não teme nada, nem os perigos de um mar bravo.
c) Porque ele já não possui esperanças.
b) Porque ele sabe que o Amor não irá desistir.
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Apresenta uma contradição e justaposição dos termos ao expressar:
a) bom e mau.
d) bravo e manso.
c) pragas e bênçãos.
b) trabalho e descanso.
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“Busque Amor novas artes, novo engenho”, o termo em destaque tem o sentido de:
a) artimanha.
d) trabalho.
c) aprendizado.
b) prática.
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De acordo com o eu lírico do texto, o Amor gera:
a) sofrimento.
d) dúvidas.
c) aflição.
b) angústia.
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“Onde o mal que bem não se vê” o verso sugere que o Amor é:
a) passageiro.
d) indefinido.
c) duradouro.
b) inatingível.
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A última estrofe revela que:
a) O Amor ainda consome e inquieta o eu lírico.
d) O Amor abandona o destino e eu lírico.
c) O eu lírico mente e minimiza as artes do Amor.
b) O eu lírico busca descobrir as razões do Amor.