Tendo ido certa vez a Delfos, (Querofonte) ousou inquirir o oráculo com esta questão (peço-vos não perturbeis com o que vou dizer) – se haveria alguém mais sábio do que eu. A pítia respondeu-lhe que ninguém me superava em sabedoria. [...] Quando tive notícia da resposta do oráculo, interroguei-me a mim mesmo: "que significa o oráculo de deus, que sentido oculto há em suas palavras? Por mim estou cônscio de que não sou sábio, nem muito nem pouco. Que pretende ele significar, ao afirmar que sou o mais sábio? Ele certamente não pode mentir; isso lhe é impossível!". E durante muito tempo fiquei perplexo, sem atinar com o significado do oráculo. Por fim, com grande relutância, decidi-me a investigar isso [...] PLATÃO, Apologia de Sócrates. Trad. Pinhavanda Gomes. Lisboa: Guimarães Editores, 1993. Como resultado de sua investigação, Sócrates concluiu que A a verdadeira sabedoria pressupunha a consciência da fragilidade da sabedoria dos homens. B os atenienses eram incapazes de aprender a verdadeira filosofia. C o método de ensino dos sofistas era mais eficaz do que o seu método maiêutico. D o deus estava enganado, pois ele, Sócrates, não era definitivamente um sábio.