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Ana

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Estudos Gerais11/22/2024

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No princípio eram os árvores ...

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No princípio eram os árvores

Os livros são filhos das árvores, que foram o primeiro lar da nossa espécie e, talvez, o mais antigo receptáculo das palavras escritas. A etimologia da palavra contém um velho relato sobre os primórdios. Em latim, liber, que significa "livro", originalmente dava nome à casca da árvore ou, mais exatamente, a película fibrosa que separa a casca da madeira do tronco. Plínio, o Velho, afirma que o papiro, o pergaminho - ocuparam o lugar daqueles antigas páginas de madeira, mas, numa viagem de ida e volta, com adoção do papel, os livros voltaram a nascer das árvores.

Como eu já expliquei, os gregos chamavam o livro de biblion, rememorando a exportação de papiro. Atualmente o emprego dessa palavra, em sua evolução, ficou reduzido ao título de uma única obra, a Bíblia. Para os romanos, liber não evocava apenas linhas rotas comerciais, mas o mistério do bosque onde seus antepassados começaram a escrever; a família era o tronco embranquecido. Os nomes germânicos - book, Buch, boek - também descendem de uma palavra arcaica.

Os livros têm suas origens em lugares diversos. Muitas línguas neolatinas, como o espanhol, o francês, o italiano e o português, herdaram palavras de raízes indo-europeias, que se relacionam foneticamente, criando um jogo de palavras, identificando leitura e liberdade. Para os iluministas dos dois lados do Atlântico, a ideia de livro sobre telas de papel era uma evidência de que Campos de Castel, costumava parar junto ao rio para ler algumas linhas desse livro dos amantes:

Violetas e ervas d'alma dourados, dávamos de caminho na ribeira do Douro, entre San Polo e San Satiuro, atrás das muralhas velhas de Soria [...]

Estes chuveiros do rio, que acompanhavam com o som da água, quando o vento sopra, têm em suas casas gravadas iniciais que são nomes aquilatados, nomes que se amassam.

Quando um adolescente risca duas iniciais com a ponta do canivete na casca pretada de um álamo, reproduz, sem saber, um gesto muito antigo. Calímaco, o bibliotecário de Alexandria, já mencionou no século III a.C. uma mensagem amorosa dentro árvore. Não é o início. Um personagem de Virgílio imagina como a casca, com o passar dos anos, irá se alargar e correr seu nome e o dela: vivo, de talhar letras na pele de uma árvore para preservar a lembrança de alguém que viveu e amou também sido um dos episódios mais antigos na escrita na Europa. Talvez, a beira de um rio que corre e passa a sonhar, como dizia Machado, os antigos gregos e romanos tendo escrito os primeiros textos e as primeiras palavras do amor. Sabe-se lá quantas dessas árvores acabaram se transformando em livros.

GLOSSÁRIO: [...]

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No princípio eram os árvores

Os livros são filhos das árvores, que foram o primeiro lar da nossa espécie e, talvez, o mais antigo receptáculo das palavras escritas. A etimologia da palavra contém um velho relato sobre os primórdios. Em latim, liber, que significa "livro", originalmente dava nome à casca da árvore ou, mais exatamente, a película fibrosa que separa a casca da madeira do tronco. Plínio, o Velho, afirma que o papiro, o pergaminho - ocuparam o lugar daqueles antigas páginas de madeira, mas, numa viagem de ida e volta, com adoção do papel, os livros voltaram a nascer das árvores.

Como eu já expliquei, os gregos chamavam o livro de biblion, rememorando a exportação de papiro. Atualmente o emprego dessa palavra, em sua evolução, ficou reduzido ao título de uma única obra, a Bíblia. Para os romanos, liber não evocava apenas linhas rotas comerciais, mas o mistério do bosque onde seus antepassados começaram a escrever; a família era o tronco embranquecido. Os nomes germânicos - book, Buch, boek - também descendem de uma palavra arcaica.

Os livros têm suas origens em lugares diversos. Muitas línguas neolatinas, como o espanhol, o francês, o italiano e o português, herdaram palavras de raízes indo-europeias, que se relacionam foneticamente, criando um jogo de palavras, identificando leitura e liberdade. Para os iluministas dos dois lados do Atlântico, a ideia de livro sobre telas de papel era uma evidência de que Campos de Castel, costumava parar junto ao rio para ler algumas linhas desse livro dos amantes:

Violetas e ervas d'alma dourados,
dávamos de caminho na ribeira
do Douro, entre San Polo e San Satiuro,
atrás das muralhas velhas de Soria [...] 

Estes chuveiros do rio, que acompanhavam
com o som da água, quando o vento sopra,
têm em suas casas
gravadas iniciais que são nomes
aquilatados, nomes que se amassam.

Quando um adolescente risca duas iniciais com a ponta do canivete na casca pretada de um álamo, reproduz, sem saber, um gesto muito antigo. Calímaco, o bibliotecário de Alexandria, já mencionou no século III a.C. uma mensagem amorosa dentro árvore. Não é o início. Um personagem de Virgílio imagina como a casca, com o passar dos anos, irá se alargar e correr seu nome e o dela: vivo, de talhar letras na pele de uma árvore para preservar a lembrança de alguém que viveu e amou também sido um dos episódios mais antigos na escrita na Europa. Talvez, a beira de um rio que corre e passa a sonhar, como dizia Machado, os antigos gregos e romanos tendo escrito os primeiros textos e as primeiras palavras do amor. Sabe-se lá quantas dessas árvores acabaram se transformando em livros.

GLOSSÁRIO: [...]
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