TRECHO 1 – O Guarani, de José de Alencar.
“Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até o meio da perna, e desenhava a talhe delgado e esbelto com um junco selvagem. [...] Ali onde arremetia o fachismo, distinguia-se um vulto de adolescente, de olhos em urso negro, brilhante, marechado de pardio; às vezes, via-se brilhar na sombra dos raios vítreos e pálidos, que se assemelhavam a reflexos de alguma cristalização de rocha, ferida pela luz do sol. [...]”
(ALENCAR, 1996)
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TRECHO 2 – O Brasil de 154 línguas, de Caio Santana.
“Apesar de ser praticamente homogêneo em todo o território nacional, apenas com distinções de sotaques e regionalismos dependendo do local onde é falado, o português brasileiro não é a única língua falada no país. Além do idioma oficial, há muitas outras línguas que fazem parte da realidade brasileira. São as línguas indígenas, remanescentes dos povos que habitavam o Brasil antes de sua colonização. [...] Muitas dessas línguas estão ameaçadas de extinção, mas ainda resistem bravamente. Segundo o censo de 2010, existem no Brasil cerca de 180 línguas indígenas, incluindo línguas ágrafas, que são transmitidas de geração em geração por meio da oralidade. [...] O inventário de línguas da Unesco, que lista as línguas ameaçadas de extinção em todo o mundo, aponta que 45% das línguas faladas no Brasil correm esse risco. Hoje, estima-se que existam 154 línguas indígenas faladas no Brasil. [...]”
(SANTANA, 2020)