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Estudos Gerais17/03/2024

Uma Vela para Dario - de Dalton Trevisan Dario vinha apressa...

Uma Vela para Dario - de Dalton Trevisan Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque. Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-Ihe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando the retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca. Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, emlora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guardachuva ou cachimbo ao seu lado. A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata. Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantálas. Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. Um terceiro sugeriu que the examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade. Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a policia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo - os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão. A última boca repetiu - Ele morreu, ele mcrreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

  1. Na cena inicial do conto, Dario está caminhando apressado na calçada de uma rua, mas algo acontece Observe os tres parágrafos iniciais. a) O que acontece com Dario? b) Como as pessoas inicialmente reagem diante do ocorrido? c) A atitude dessas pessoas é esperada na situação? 2. Em torno de Dario forma-se uma multidão. Uma "velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morendo" São tomadas duas iniciativas para ajudar Dario: levá-lo até um táxi ,e depois, levá-lo a uma farmácia próxima. a) Por que essas iniciativas não dão certo? b) A solidariedade que se verifica nas primeiras cenas se mantém, momentos depois? Justifique sua resposta. 3. Observe que, ao longo do conto, poucas informações são dadas sobre Dario: sabemos apenas qual é o seu nome e quais roupas e objetos ele usa. No quarto parágrafo do texto, desaparecem dois pertences de Dario: o guarda-chuva e o cachimbo. a) O que a falta de maiores informações sobre o protagonista pode representar? b) Faça um levantamento: Que outros pertences de Dario desaparecem ao longo do conto? Depois, conclua: Que sentido esses desaparecimentos acrescentam ao longo da narrativa, considerando a situação de Dario na calçada? 4. Observe a construção sintática destes trechos do texto: "Quando the tiram os sapatos" "Concordam chamar a ambulância." "Alguém informa da farmácia" "Não carregam Dario além da esquina". "É largado na porta de uma peixaria." "Ficam sabendo do nome, idade, sinal de nascença." a) Quem é o sujeito ou o agente da ação nesses enunciados? b) Que sentido esse dado atribui ao texto, considerando-se a relação entre Dario e as pessoas que o cercam? 5. Observe estes trechos do conto: "Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o inciden te e, agora, comendo e bebendo, gozam as delicias da noite". "Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes". "Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos." a) No segundo trecho, em que se transformou o corpo de Dario?

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