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Ana
A ética é um ramo da filosofia com desdobramentos práticos, ...
A ética é um ramo da filosofia com desdobramentos práticos, porque tem por foco uma reflexão sobre os valores, os princípios e os comportamentos de uma sociedade. Esse sentido de “desdobramento prático” é extensivo a qualquer conhecimento. Porque conhecer implica um transformar, tanto de quem conhece quanto do que se conhece.
Essa experiência ocorre com frequência mesmo longe dos bancos acadêmicos: a transformação. Transformar significa remodelar, reconstruir, reinterpretar, reler, dar novo sentido, novas razões, enfim, ver o mesmo com um olhar diferente. Nossa relação com o mundo é sempre uma relação que passa por transformações mediadas pelo conhecimento.
Essas transformações, no entanto, nem sempre estão isentas de embates. O robô Andrew, interpretado por Robin Williams no clássico “O Homem Bicentenário”, é um exemplo caricato de que o conhecimento pode ser libertador, pode despertar buscas variadas, pode transformar, mas também pode trazer dilemas. No filme, Andrew é um robô que serve a casa do Sr. Martin; ao construir conhecimento sobre sua história e o mundo ao redor, porém, ele exige sua liberdade, o que põe o comportamento do robô em conflito com os interesses de seu dono.
Casos ainda mais dramáticos, e menos fictícios, poderiam ser citados aqui. Por exemplo, o caso da ciência por trás dos equipamentos de guerra, um conhecimento sofisticado usado para eliminar o outro; ou mesmo o caso do conhecimento psicológico usado para investigar o ritmo de trabalho de funcionários, como estudado por Louis Le Guillant (1900-1968), pai da psicologia do trabalho, que percebeu que, num ambiente controlado de pressão psicológica, trabalhadores poderiam render mais.
São pequenos exemplos que deixam evidente que, embora nossa curiosidade como espécie seja inesgotável em relação a tudo, é preciso haver sempre alguma preocupação com os limites - e especificamente com os usos - desses novos conhecimentos e novos conceitos. Nesse caso, uma ética da cooperação, da diversidade e do respeito ao outro, com tudo o que ele tem de diferente e singular, pode ser um caminho (talvez o único) para a continuidade de nossa espécie.
Com base nisso, considere as seguintes asserções:
A ética, assim como qualquer campo de conhecimento, é um ramo teórico que pouco pode contribuir com as questões intrínsecas à construção do próprio conhecimento.
Os usos que são feitos de nossos conhecimentos do mundo (inclusive os usos científicos) não têm relação direta com o campo da ética.
O conhecimento, por si só, é libertador; no entanto, esse mesmo conhecimento pode ser usado contra a espécie humana. Isso justifica a necessidade de uma reflexão ética sobre sua construção e seus usos.
É correto o que se afirma em:
A ética é um ramo da filosofia com desdobramentos práticos, porque tem por foco uma reflexão sobre os valores, os princípios e os comportamentos de uma sociedade. Esse sentido de “desdobramento prático” é extensivo a qualquer conhecimento. Porque conhecer implica um transformar, tanto de quem conhece quanto do que se conhece.
Essa experiência ocorre com frequência mesmo longe dos bancos acadêmicos: a transformação. Transformar significa remodelar, reconstruir, reinterpretar, reler, dar novo sentido, novas razões, enfim, ver o mesmo com um olhar diferente. Nossa relação com o mundo é sempre uma relação que passa por transformações mediadas pelo conhecimento.
Essas transformações, no entanto, nem sempre estão isentas de embates. O robô Andrew, interpretado por Robin Williams no clássico “O Homem Bicentenário”, é um exemplo caricato de que o conhecimento pode ser libertador, pode despertar buscas variadas, pode transformar, mas também pode trazer dilemas. No filme, Andrew é um robô que serve a casa do Sr. Martin; ao construir conhecimento sobre sua história e o mundo ao redor, porém, ele exige sua liberdade, o que põe o comportamento do robô em conflito com os interesses de seu dono.
Casos ainda mais dramáticos, e menos fictícios, poderiam ser citados aqui. Por exemplo, o caso da ciência por trás dos equipamentos de guerra, um conhecimento sofisticado usado para eliminar o outro; ou mesmo o caso do conhecimento psicológico usado para investigar o ritmo de trabalho de funcionários, como estudado por Louis Le Guillant (1900-1968), pai da psicologia do trabalho, que percebeu que, num ambiente controlado de pressão psicológica, trabalhadores poderiam render mais.
São pequenos exemplos que deixam evidente que, embora nossa curiosidade como espécie seja inesgotável em relação a tudo, é preciso haver sempre alguma preocupação com os limites - e especificamente com os usos - desses novos conhecimentos e novos conceitos. Nesse caso, uma ética da cooperação, da diversidade e do respeito ao outro, com tudo o que ele tem de diferente e singular, pode ser um caminho (talvez o único) para a continuidade de nossa espécie.
Com base nisso, considere as seguintes asserções:
A ética, assim como qualquer campo de conhecimento, é um ramo teórico que pouco pode contribuir com as questões intrínsecas à construção do próprio conhecimento.
Os usos que são feitos de nossos conhecimentos do mundo (inclusive os usos científicos) não têm relação direta com o campo da ética.
O conhecimento, por si só, é libertador; no entanto, esse mesmo conhecimento pode ser usado contra a espécie humana. Isso justifica a necessidade de uma reflexão ética sobre sua construção e seus usos.
É correto o que se afirma em:
