Leia a seguinte letra musical:
Cidadão
Intérprete:Zé Ramalho
Compositor: Lucio Barbosa
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar”
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar
Minha filha inocente veio pra mim toda contente
“Pai vou me matricular”
Mas me diz um cidadão:
“Criança de pé no chão aqui não pode estudar”
Essa dor doeu mais forte
Porque que é que eu deixei o Norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
“Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a Terra
Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
Eu também não posso entrar” (Fonte: http://www.vagalume.com.br/ze-ramalho/cidadao.html#ixzz2iGoafjP8)
Esta letra musical retrata as desigualdades sociais presentes no sistema capitalista, as quais são causadas principalmente pela separação
A
da ética protestante e do espírito do capitalismo, sendo este o responsável pelas desigualdades sociais.
B
das classes sociais, de acordo com critérios estabelecidos pela religião.
C
do Estado e da sociedade, em que o primeiro controla as ações do segundo.
D
do capital e trabalho, criando dois tipos de homens livres: o trabalhador e o proprietário dos meios de produção.
E
dos detentores do conhecimento e alijados de qualquer instrução, estes que são renegados aos serviços braçais.