O princípio moral, por exemplo, segundo o qual dizer a verdade é um dever, se fosse considerado de uma maneira absoluta e isolada, tornaria impossível a vida na sociedade. Temos a prova disso nas consequências muitos diretas que um filósofo alemão tirou desse princípio, chegando até mesmo a pretender que a mentira fosse um crime em relação a assassinos que vos perguntassem se o vosso amigo, perseguido por eles, não está refugiado em vossa casa".
Benjamin Constant. Das reações políticas (Dos princípios). In: PUENTE, F.E.R. (org.). Os Filósofos e a Mentira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002, p. 69.
Benjamin Constant faz uma crítica a perspectiva do filósofo alemão Immanuel Kant. A perspectiva de Constant está mais próxima de qual teoria ética?
a.
Constant defende uma posição relativista, pois pensa que a mentira é certa ou errada de acordo com as diferentes percepções e considerações dos indivíduos.
b.
O problema da mentira para Constant se concentra no caráter mais do que no comportamento individualmente distinto, isto é, a mentira afeta a conduta da pessoa virtuosa e, por isso, ela é errada.
c.
A posição de Constant é oposta a ideia de que um agente é responsável pelas consequências intencionais de um ato e, por isso, ele não deveria ser levado a se preocupar com as consequências de falar a verdade quando se faz juízos sobre o correto e incorreto.
d.
Para Constant, a mentira é moralmente certa ou errado independente das consequências que serão acarretadas. A única motivação para falar a verdade é o dever de fazer a coisa certa.
Incorreto
e.
Constant é um utilitarista, pois pensa que a mentira pode ser moralmente certa (enquanto contar a verdade pode ser moralmente danoso) caso produza pelo menos tanto bem (utilidade) para todas as pessoas afetadas por esta ação quanto qualquer ação alternativa que a pessoa poderia fazer em vez dela.