Quando era mais jovem, eu estudara um pouco de filosofia, de lógica, e, das matemáticas, a análise dos geômetras e a álgebra, três artes ou ciências que pareciam poder contribuir com algo para o meu propósito. No entanto, analisando-as, percebi que, quanto à lógica, seus silogismos e a maior parte de seus outros preceitos servem mais para explicar aos outros as coisas já conhecidas (...). Depois, no que concerne à análise dos antigos e à álgebra dos modernos, além de se estenderem apenas a assuntos muito abstratos, e de não parecerem de utilidade alguma, a primeira permanece sempre tão ligada à consideração das figuras que não pode propiciar a compreensão sem cansar muito a imaginação; e, na segunda, esteve-se de tal maneira sujeito a determinadas regras e cifras que se fez dela uma arte confusa e obscura que atrapalha o espírito, em vez de uma ciência que o cultiva. Por este motivo, considerei ser necessário buscar algum outro método que, contendo as vantagens desses três, estivesse desembaraçado de seus defeitos.
DESCARTES, R. Discurso do método. Martins Fontes: São
Paulo, 2001. p. 21-22.
A Modernidade coincide com a formação do Racionalismo, corrente estreitamente associada ao pensamento do pensador francês René Descartes; sobre este autor, tomando o texto como referência, é possível afirmar que:
despreza o viés matemático como elemento de fundamentação do conhecimento.
B
apela aos sentidos e à experiência como fonte de legitimação do saber.
promove um método de busca pelo conhecimento através do empirismo.
nega o papel da lógica enquanto ferramenta de sustentação do conhecimento.
busca estabelecer uma espécie de ligação entre a Filosofia e a Matemática.