Nos Estados Unidos, na década de 50, Henrietta Lacks, uma mulher negra, recebeu o diagnóstico de câncer cervical. Naquela época, suas células foram coletadas para análise, sem o seu consentimento, uma vez ainda não havia consentimento ético no meio material biológico. Infelizmente, Henrietta faleceu aos 31 anos, mas suas células foram denominadas como imortais, em função de sua capacidade de cultivar células em laboratório, revolucionando a ciência, não apenas por sobreviver a longos períodos em meio de pesquisa, mas também por suas aplicações em diversas áreas da saúde. Entre as células que receberam o nome de HeLa, junção das duas primeiras letras do nome dela, foram utilizadas em vários laboratórios do mundo todo, sendo fundamentais em inúmeras pesquisas realizadas, como no desenvolvimento da vacina de poliomielite, descoberta do HPV, produção de fármacos e desenvolvimento da vacina contra o vírus causado da COVID-19.