O primeiro depoimento sobre a alimentação indígena é a carta de Pero Vaz de Caminha, datada “deste Porto Seguro da vossa ilha de Vera Cruz, hoje sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500”. Sabemos a data do primeiro contato dos brasileiros baianos com a comida europeia, sexta-feira, 24 de abril. Dois tupiniquins são levados à nau-capitânia e recebidos com aparato. O capitão (Pedro Álvares Cabral) sentado em cadeira, bem-vestido, colar de ouro “mui grande ao pescoço”, alcatifa por estrado aos pés. Os comandantes acomodados no chão e o cronista, de pernas cruzadas como mouros. Tochas acesas. Não fizeram os visitantes sinal de cortesia ao capitão nem aos demais. Reconheceram um papagaio pardo como familiar. Não fizeram caso de um carneiro, o primeiro que viam. Quase tiveram medo de uma galinha. “Deram-lhes ali de comer; pão, peixe cozido, confeito, fartéis, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada daquilo; se alguma coisa provaram, logo a lançavam fora”.Fonte: CASCUDO, L. C. História da alimentação no Brasil. 4. ed. São Paulo: Global, 2011. Cap. 1. p. 73.Considerando o excerto e a relação entre portugueses e indígenas brasileiros, assinale a alternativa correta:
A) Os indígenas no encontro se mostraram confortáveis com a troca de cultura desenvolvida pelos portugueses.
B) A estranheza observada nos indígenas quanto à comida advém da sua alimentação voltada para colheita de frutas, raízes e caças.
C) O depoimento retrata o marco inicial das mudanças da cozinha brasileira para a portuguesa.
D) O relato de Pero Vaz de Caminha exemplifica como foi a imposição portuguesa e o total abandono de sua cultura pelos indígenas.
E) O registro realizado por Pero Vaz de Caminha mostra indígenas com um padrão de comportamento semelhante ao dos portugueses.