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Historia

“Os braços de que se vale o senhor do engenho e que hão de ser para o bom governo da gente e da fazenda, são os feitores. Porém, se cada um deles quiser ser cabeça, será o governo monstruoso e um verdadeiro retrato do cão Cérbero, a quem os poetas fabulosamente dão três cabeças. Eu não digo que se não dê autoridade aos feitores; digo que esta autoridade há de ser bem ordenada e dependente, não absoluta, de sorte que os menores se hajam com subordinação ao maior, e todos ao senhor a quem servem. Convém que os escravos se persuadam de que o feitor-mor tem muito poder para lhes mandar e para os repreender e castigar quando for necessário, porém de tal sorte que também saibam que podem recorrer ao senhor ouvidos como pede a justiça. Nem os outros feitores, por terem mandado, hão de crer que o seu poder não é cortado nem limitado, principalmente no que é castigar e prender. Portanto, o senhor há de declarar muito bem a autoridade que dá a cada um deles, e mais ao maior, se excederem, há de puxar pelas rédeas com a repreensão que os excessos merecem; mas não diante dos escravos, para que outra vez se não levantem contra o feitor, e este leve o mal de ser repreendido diante deles e se não atreva a governá-los. Só bastará que por terceira pessoa se faça entender ao escravo que padeceu e a alguns outros dos mais antigos da fazenda que o senhor estranhou muito ao feitor o excesso que cometeu e que, quando se não emende, o há de despedir certamente.”(FONTE: Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e Minas de 1711, por André João Antonil) Considerando-se as informações desse texto, escrito por um padre jesuíta em 1711, é CORRETO afirmar que o crescente fortalecimento do cargo de feitor, entre meados do século XVII e início do século XVIII, se explica como consequência da: a) interiorização da população em direção à área das drogas do sertão, o que resulta numa ocupação desordenada desses espaços produtivos por brancos e negros. b) possibilidade do surgimento de novos e resistentes núcleos de quilombolas, tanto no Nordeste quanto em outras áreas de interesse metropolitano e também a dificuldade das campanhas para a destruição dos quilombos. c) explosão demográfica ocorrida nas regiões centro-norte, que implicou em um adensamento populacional propício às desordens e violência, sobretudo a praticada por escravos fugidos. d) urbanização do Nordeste, derivada da crise açucareira, gerada pela expulsão dos holandeses, crise que promoveu, nas vilas e arraiais, a concentração de escravos, que, até então, trabalhavam nos engenhos.

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Thiago

23/09/24