Leia o poema a seguir para responder à questão.Catar feijãoCatar feijão se limita com escrever:Joga-se os grãos na água do alguidarE as palavras na folha de papel;E depois, joga-se fora o que boiar.Certo, toda palavra boiará no papel,Agua congelada, por chumbo seu verbo:Pois para catar esse feijão, soprar nele,E jogar fora o leve e o oco, palha eco,Ora, nesse catar feijão entra um risco:O de que entre grãos pesados entreUm grão qualquer, pedra ou indigesto,Um grão imastigável, de quebra dente.Certo não, quando ao catar palavras:A pedra dá à frase seu grão mais vivo:Obstrui a leitura fluviante, flutual,Açula a atenção, isca-a com o risco.MELO NETO, João Cabral de. Poesias completas. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 21-22. No sexto verso da segunda estrofe, de acordo com o eu lírico, o termo “pedra”, quando associado ao processo de escrita,
a) torna a leitura mais fácile rápida.
b) confere ao texto um caráter político.
c) enriquece o texto e instiga o leitor.
d) faz com que a leitura seja menos lúdica.