Leia o poema “Fim”, do poeta português Mário de Sá-Carneiro, para responder à questão.Quando eu morrer batam em latas,Rompam aos saltos e aos pinotes,Façam estalar no ar chicotes,Chamem palhaços e acrobatas!Que o meu caixão vá sobre um burroAjaezado à andaluza1...A um morto nada se recusa,Eu quero por força ir de burro!(Antônio Soares Amora et al. Presença da literatura portuguesa, vol 3, 1961.)1ajaezado à andaluza: enfeitado seguindo a tradição da região espanhola de Andaluzia. No poema, o eu lírico
a) exige uma grande festa no dia de sua morte com todo o aparato que dê caráter solene e heroico a esse evento.
b) revela-se um indivíduo profundamente religioso, por esse motivo aceita serenamente a chegada da própria morte.
c) reconhece que o ser humano é impotente diante da morte, por isso quer concretizar rapidamente seus projetos de juventude.
d) recusa-se a tratar a morte com a reverência e a seriedade que convencionalmente lhe são atribuídas pela sociedade.
e) lamenta o fim de todos os prazeres e alegrias, uma vez que a morte impõe às pessoas uma ruptura com o mundo terreno.