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Orientacao de estudos

Leia este outro excerto do mesmo texto para responder às questões: Mercier nos apresenta a cidade de Paris como ele a vivenciou em seu sonho no ano de 2440 (...). O autor confronta a Paris antiga com a nova. (...) O sistema vigente é o da monarquia constitucional, e os estamentos foram substituídos por uma elite de desempenho. Os mosteiros foram extintos, mas os monges, agora casados, dedicam-se (...) a tarefas especialmente perigosas em prol da humanidade. A Bastilha foi destruída, o monarca abandonou Versalhes e se tornou homem como seus semelhantes. A censura (...) não é abolida, mas para Mercier já não se trata mais de uma censura, pois ela realiza a moral. Livros de conteúdo lúbrico, de Aristófanes ou Petrônio, são simplesmente queimados. Obras questionáveis, como as de Voltaire ou Montesquieu, são vendidas em versões abreviadas e expurgadas. Apenas autores moralmente edificantes, como Rousseau, são publicados em edições integrais, em formato de livro de bolso, para que sejam acessíveis a todos. Todo o conhecimento escolar se baseia na Enciclopédia, esse trampolim para o futuro. O matrimônio por amor (...) é decretado pelo Estado. (...) A mulher ideal não se maquia, não fuma nem bebe, não frequenta salões e também não é coquete. Resta uma mulher reduzida às suas características sexuais, que, aparentemente de forma natural, representa uma criatura naturalista sem valor. Na verdade, Mercier esboça aqui a imagem da família burguesa íntima, na qual o pai reina como patriarca e a mãe é afetuosa e permanece disposta à submissão. (...) A utopia temporal de Mercier é um prognóstico ingênuo. (...) O resultado é o terror da virtude, que, desprevenida, chega ao poder sem o querer, pois deseja dispensar o poder. Por isso, o terror virtuoso se infiltra desimpedidamente. Superficialmente inofensiva e reformadora, umedecida pelo orvalho da ingenuidade de Rousseau no nível dos propósitos e dos desejos, a utopia nos fornece informações semânticas sobre seu pano de fundo, que nós, como filhos da posteridade, sabemos interpretar. Fonte: KOSELLECK, R. A temporalização da utopia. In: Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: Contraponto: Puc-Rio, 2014, pp. 121-126. (Adaptado). Glossário: Lúbrico: afrodisíaco, excitante, devasso. Matrimônio: casamento. Obrigatória Nota: 1 O segundo excerto discorre em maior detalhe sobre a utopia esboçada por Louis Sébastien Mercier. Ao fazê-lo, destaca que uma utopia, em sua busca incansável por um mundo ideal, não está isenta de praticar a violência. Relacionando os dois excertos, preencha as lacunas da frase abaixo: Ao mesmo tempo em que exprime anseios por justiça e um mundo melhor, uma utopia pode também ter uma dimensão _________. A imposição de um _________ como o único desejável para toda a humanidade pode levar à _________ da diversidade cultural humana. E a suposta superioridade dos _________ morais utópicos frequentemente serve de justificativa para a violência. Embora formalmente _________, a utopia e a distopia têm muito em comum. Resposta autoritaria, valores, futuro, supressão, antonimas

R

Rodrigo

27/08/24