Baixe o app do Guru IA
Android e iOS

Jshfhsdjf
Festa Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avent...
Festa
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o crioulão de roupa
limpa e remendada, acompanhado de dois meninos de tênis branco, um mais velho e
outro mais novo, mas ambos com menos de dez anos.
Os três atravessam o salão, cuidadosa mas resolutamente, e se dirigem para o
cômodo dos fundos, onde há seis mesas desertas.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O homem pergunta em
quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois pãezinhos.
− Duzentos e vinte.
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
− Como?
− Que tal o pão com molho? − sugere o rapaz.
− Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gostoso.
O homem olha para os meninos.
− O preço é o mesmo − informa o rapaz.
– Está certo.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como se o estivessem
fazendo pela primeira vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em seguida, num
pratinho, os dois pães com meia
almôndega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos
pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de cerveja até à
boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando criteriosamente o
menino mais velho e o menino mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. E permanecem
para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados naquela mesa.
No que tange à distinção entre um texto literário e um não-literário, vários aspectos podem ser levados em consideração, por exemplo, a linguagem, o caráter ficcional e a verossimilhança. Os teóricos, em geral, afirmam que a literatura não está preocupada com o fato histórico em si, mas com o que é verossímil, isto é, aquilo “que parece verdadeiro; que é possível ou provável por não contrariar a verdade” ou, ainda, a “ligação, nexo ou harmonia entre fatos, ideias etc., ainda que os elementos imaginosos ou fantásticos sejam determinantes no contexto; coerência” (Dicionário Houaiss).
Levando em conta as considerações anteriores e sua associação ao conto Festa, de Wander Piroli, é CORRETO afirmar que:
a.
O texto Festa, apesar de estar numa coletânea de contos, não deveria ser considerado literário, pois leva em consideração uma cena cotidiana, pertencente à História e, não, ao mundo ficcional.
b.
O conto apresenta inverossimilhança, visto que não nomeia os personagens, não apresenta nenhuma data ou cronologia e, ainda, chega a afirmar, no final, que os personagens “permanecem para sempre”.
c.
O conto contraria a intenção tipicamente ficcional de uma obra literária, ao reproduzir uma cena que, com certeza, ocorreu em algum estabelecimento próximo da casa do autor.
d.
O texto de Wander Piroli é verossímil, pois relata um acontecimento plausível. Além disso, a narrativa é construída de tal forma a evitar contradições estruturais.
e.
O texto Festa é coerente, na medida em que usa elementos imaginosos, fantásticos ou fantasiosos, mantendo, porém, a lógica interna do enredo.
Festa Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos com menos de dez anos. Os três atravessam o salão, cuidadosa mas resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há seis mesas desertas. O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois pãezinhos. − Duzentos e vinte. O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido. − Como? − Que tal o pão com molho? − sugere o rapaz. − Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gostoso. O homem olha para os meninos. − O preço é o mesmo − informa o rapaz. – Está certo. Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida. O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira. Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de cerveja até à boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão. O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando criteriosamente o menino mais velho e o menino mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida. Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados naquela mesa.
No que tange à distinção entre um texto literário e um não-literário, vários aspectos podem ser levados em consideração, por exemplo, a linguagem, o caráter ficcional e a verossimilhança. Os teóricos, em geral, afirmam que a literatura não está preocupada com o fato histórico em si, mas com o que é verossímil, isto é, aquilo “que parece verdadeiro; que é possível ou provável por não contrariar a verdade” ou, ainda, a “ligação, nexo ou harmonia entre fatos, ideias etc., ainda que os elementos imaginosos ou fantásticos sejam determinantes no contexto; coerência” (Dicionário Houaiss).
Levando em conta as considerações anteriores e sua associação ao conto Festa, de Wander Piroli, é CORRETO afirmar que:
a. O texto Festa, apesar de estar numa coletânea de contos, não deveria ser considerado literário, pois leva em consideração uma cena cotidiana, pertencente à História e, não, ao mundo ficcional.
b. O conto apresenta inverossimilhança, visto que não nomeia os personagens, não apresenta nenhuma data ou cronologia e, ainda, chega a afirmar, no final, que os personagens “permanecem para sempre”.
c. O conto contraria a intenção tipicamente ficcional de uma obra literária, ao reproduzir uma cena que, com certeza, ocorreu em algum estabelecimento próximo da casa do autor.
d. O texto de Wander Piroli é verossímil, pois relata um acontecimento plausível. Além disso, a narrativa é construída de tal forma a evitar contradições estruturais.
e. O texto Festa é coerente, na medida em que usa elementos imaginosos, fantásticos ou fantasiosos, mantendo, porém, a lógica interna do enredo.