Leia o poema de Fernando Pessoa:
Navegar é preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso."
Quero para mim o espírito desta frase, transformada
A forma para a casar com o que eu sou: Viver não
É necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso
Tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso
Tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho
Na essência anímica do meu sangue o propósito
Impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
Para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Fonte: PESSOA, Fernando. “Navegar é preciso”, [s.d.]. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000001.pdf
Acesso em: 10 abr. 2024.
Considerando o termo “preciso” como “necessário”, no contexto do poema, o eu lírico atribui à vida uma dimensão:
A) dispensável, reforçando que a vida não tem propósito claro.
B) otimista, valorizando a vida como fonte de prazeres e experiências.
C) igualitária, observando que todos os indivíduos têm o mesmo valor.
D) coletivista, exaltando sacrifícios e ações feitas em prol da sociedade.
E) inferior, demonstrando sua falta de importância diante dos acontecimentos mundiais.
