Leia um trecho sobre o parnasianismo, escrito pelo crítico literário Alfredo Bosi, e responda às questões 8 e 9:
Na verdade, a teoria do “poeta impassível” era uma chochice que só a mediocridade da reflexão estética de todo esse período seria capaz de engendrar. Na origem, a poesia que se seguiu à dos românticos tendeu a diferenciar o momento emotivo pelo registro mais atento das sensações e das impressões, deslocando assim a tônica dos sentimentos vagos para a visão do real. Baudelaire falava em “moral das coisas”, o que não significava impassibilidade, mas objetividade. Desta última, mal-entendida, passou-se em pouco tempo ao fetichismo do objeto, à reificação, de que fala a crítica dialética ao analisar o espírito da sociedade burguesa nos seus aspectos autofruidores.
O parnasiano típico acabará deleitando-se na nomeação de alfaias, vasos e leques chineses, flautas gregas, taças de coral, ídolos de gesso em túmulos de mármore… e exaurindo-se na sensação de um detalhe ou na memória de um fragmento narrativo.
Entre a sua atitude estética e a de um pintor impressionista há uma diferença de peso: a mão deste é mais leve e pura, menos carregada de intenções; mas subsiste em ambos como fundo comum a ambição de fixar meridianamente o jogo das impressões visuais.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 172-173.
De acordo com o trecho de Alfredo Bosi e seus conhecimentos, pode-se afirmar que os fundamentos da estética parnasiana se aproximam do
A
barroco, uma vez que há o ímpeto de causar sensações e emoções fortes em seu leitor.
B
romantismo, uma vez que há uma atenção especial dada a dimensão emotiva, mesmo que a retratando forma vaga.
C
arcadismo, já que a atenção especial dada a objetos da natureza, que remetam ao campo e ao bucólico.
D
realismo, uma vez que se busca objetividade ao representar a realidade, mesmo que essa seja sentimental.
E
modernismo, uma vez que há atenção especial dada ao experimentalismo formal, na busca de se criar novos modelos de arte.