sonho o poema de arquitetura ideal
cuja própria nata de cimento encaixa palavra por
palavra,
tornei-me perito em extrair faíscas das britas
e leite das pedras.
acordo. (...)
(mas eu figuro meu vulto
caminhando até a escrivaninha
e abrindo o caderno de rascunho
onde já se encontra escrito
que a palavra “recalcado” é uma expressão
por demais definida, de sintomatologia cerrada:
assim numa operação de supressão mágica
vou rasurá-la daqui do poema)
pois a questão-chave é:
sob que máscara retornará?
SALOMÃO, Waly Dias. Fábrica do poema. Disponível em: http://noblat.oglobo.globo.com/noticias/noticia/2013/12/fabrica-do-poema-waly-salomao-519001.html. Acesso em: 11 set. 2017.
Analisando sintaticamente os dois primeiros versos do poeta baiano Waly Salomão, nota-se a presença do vocábulo “cuja”. Esse é um pronome relativo que possui sentido de
a
tempo, e indica o momento em que a posse ocorre no poema.
b
posse, e indica que o substantivo posterior a ele possui o anterior.
c
tempo, e indica que “cuja” retoma “o poema de arquitetura ideal”.
d
posse, e indica que o substantivo anterior a ele possui o posterior.
e
tempo, e indica que “cuja” retoma o verbo “sonho” no verso 1.