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Paula

pratica textual01/07/2024

Segundo Antônio Joaquim Severino, em seu roteiro para estudo...

Segundo Antônio Joaquim Severino, em seu roteiro para estudo do texto, a análise temática antecede a análise interpretativa. Ela tem por objetivo a compreensão profunda do texto, portanto, não ainda, o diálogo com o autor. Nela são feitas a descoberta da ideia principal do autor, o modo como o autor aborda e expõe a problemática do tema e as ideias principais e secundárias. Tendo em vista essa informação, leia o texto a seguir. Estes são tempos de lagartos. Basta olhar ao nosso redor: a Austrália recusou-se a dar o visto ao polêmico David Icke, negacionista do Holocausto e criador de teorias conspiratórias sobre reptilianos humanoides. Icke daria palestras sobre governantes reptilianos, manipulação e controle mental governamental. Parece, então, que aceitamos que estamos cercados de teorias conspiratórias e que elas representam enormes perigos sociais e políticos. Como chegamos até aqui em tão pouco tempo? Quando nos acostumamos com histórias de conspiração que agora é necessário deter? Como Chris French explicou à BBC News, as teorias conspiratórias “são transversais em termos de classe social, gênero e idade”, e pressupõem a falácia de que os dois lados de uma disputa científica, social ou política devem ter a mesma veracidade. Se somarmos a isso que uma teoria conspiratória tem, como norma, a capacidade narrativa de criar padrões regulares, podemos compreender que sejam objeto de sedução. Nosso presente parece ter acelerado o poder das conspirações: são cada vez mais frequentes as ideias tóxicas sobre elites que controlam o mundo ou planos delirantes para a introdução de migrantes de origem muçulmana com ajudas governamentais. Até muito recentemente, pressupunha-se que a bucha de canhão para as teorias da conspiração era uma massa uniforme de ignorantes e caipiras capaz de sucumbir às mais absurdas teorias sem nenhuma base em relação à origem do universo, à mudança climática, ou ao atentado das Torres Gêmeas. Mas um artigo recente de Julia Ebner no The Guardian alertou sobre os perigos para a democracia que representam não apenas as teorias conspiratórias, mas também sua construção material, seu arcabouço. Ebner citou o exemplo da comunidade Qanon, que começou no fórum 4chan, e com claros paralelos com as redes de ação de movimentos de extrema direita como o da Liga da Defesa Inglesa e o Pegida. Nos últimos tempos, Qanon cooptou manifestações dos coletes amarelos e promoveu as campanhas da linha mais dura pró-Brexit. O relatório The Battle for Bavaria (A Batalha pela Baviera), do Institute for Strategic Dialogue, do qual Ebner fez parte, usa um estudo de caso: as eleições bávaras. Nele se detalha como a comunidade internacional de extrema direita se mobilizou, principalmente a favor da ultradireitista Alternativa para a Alemanha, e revelou quais são as novas comunidades transnacionais de extrema direita que emergem na Europa e como participaram ativamente da eleição da Baviera, difundindo teorias de conspiração e desinformação com aliados transatlânticos. Ebner explica como, ao injetar narrativas conspiratórias nesses movimentos, seus membros podem aproveitar as redes existentes e alterar sua direção política. Uma tática usada é combinar hashtags conspiratórias com as de campanhas virais e temas que são trending topic nas redes. O ruído que gera é suficiente para distorcer a percepção pública. Teremos que fiscalizar essas narrativas, e também verificar quão reais são as tentativas das grandes plataformas de detê-las. Por exemplo, dois dos grandes criadores de conteúdo do YouTube, Logan Paul e Shane Dawson, publicaram vídeos flertando com teorias da conspiração – o terraplanismo e a orquestração dos incêndios na Califórnia. O vídeo de Dawson ultrapassou 62 milhões de visitas. Diante da pergunta do The Verge ao YouTube sobre se as novas regulamentações anunciadas pela empresa seriam aplicadas a esses vídeos, o YouTube não esclareceu sua decisão. Mas respondeu que ao vídeo sobre terraplanismo não será acrescentada informação refutando a teoria.

Pela leitura do texto, pode-se constatar que a autora tem o objetivo de revelar como as teorias conspiratórias representam enormes perigos sociais e políticos e necessitam ser detidas ou fiscalizadas. Analisando como essa tese é abordada pela autora, julgue as afirmações a seguir.

I. A autora do texto opta por introduzir essa tese a partir de um caso (a recusa do visto ao polêmico David Icke, disseminador da ideia de manipulação e controle mental governamental) e das perguntas: "Como chegamos até aqui em tão pouco tempo? Quando nos acostumamos com histórias de conspiração que agora é necessário deter?".

II. Para defender o seu argumento sobre o perigo social e político das teorias conspiratórias, a autora defende que as teorias conspiratórias contêm em si dois fatores que estimulam a guerra e a manipulação: a provocação da disputa científica, social ou política entre dois lados que brigarão por ter razão e a capacidade narrativa de criar padrões regulares que sejam objeto de sedução.

III. O recurso à citação do artigo de Julia Ebner para o The Guardian serve tanto para corroborar a ideia central do texto, uma vez que o exemplo da comunidade Qanon mencionado por Ebner justifica a tese central da autora do El País, quanto para dar validade e representatividade a essa tese, visto que o The Guardian é uma fonte de informação renomada e consagrada.

IV. A autora conclui o texto exortando para que os leitores fiscalizem as narrativas de cunho conspiratório e sugere que eles investiguem se os conteúdos do YouTube estão ou não flertando com as teorias da conspiração, a começar pelos vídeos sobre terraplanismo e a orquestração dos incêndios na Califórnia. Considerando o exposto pelos itens, é correto o que se afirma em A) I, III e IV, apenas. B) I, II, III e IV. C) II e IV, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) I, II e III, apenas.

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