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Materiais de Construção Civil 1

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Concreto Leve com Argila Expandida e Flexão Simples - Análise e Resultados

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Concreto Leve com Argila Expandida e Flexão Simples - Análise e Resultados

Materiais de Construção Civil 1

UNASP

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ISSN 15177076 artigo e11938 2017 Autor Responsável Andressa Fernanda Angelin Data de envio 26042017 Data de aceite 14082017 101590S15177076201700050274 Uso da argila expandida e sílica ativa no melhoramento dos desempenhos mecânicos físicos e térmicos de concretos leves estruturais Use of expanded clay and silica fume for the improvement of mechanical physical and thermal performances of structural lightweight concretes Andressa Fernanda Angelin1 Rosa Cristina Cecche Lintz 1 Luisa Andreia Gachet Barbosa1 1 Faculdade de Tecnologia Universidade Estadual de Campinas Rua Paschoal Marmo 1888 CEP 13484332 Jardim Nova Itália Limeira SP email andressaangelinyahoocombr rosacclintzftunicampbr gachetftunicampbr RESUMO Neste estudo realizouse uma investigação para a confecção de concretos com alta resistência baixa densida de e excelente desempenho térmico com a finalidade de executar construções energeticamente eficientes Concretos leves estruturais foram estudados utilizando duas granulometrias de argila expandida C05 e C15 onde houve a substituição do agregado graúdo pela em 0 25 50 75 e 100 Para promover a manutenção da consistência e resistência utilizaramse superplastificante e sílica ativa nas misturas Com base na metodolo gia utilizada os concretos foram caracterizados física e mecanicamente de acordo com as normas nacionais e internacionais vigentes A densidade dos concretos no estado endurecido variou de 1787 a 2400 kgm³ e quanto a resistência à compressão variouse de 26 a 53 MPa aos 7 dias de idade O ensaio de condutividade térmica por meio do método da placa quente protegida foi realizado de acordo com a EN 12667 onde ob servouse uma variação de 061 a 100 WmK Informações microestruturais da zona de transição interfacial entre agregado e matriz de cimento foram obtidas com a finalidade de analisar a relação com a resistência mecânica A investigação revelou que com a adição de argila expandida C05 e C15 e sílica ativa nos concre tos houve a redução da densidade e da resistência mecânica entretanto as características térmicas melhoram Palavraschave materiais alternativos concreto leve estrutural densidade resistência mecânica condu tividade térmica ABSTRACT In this study an investigation was carried out for the execution of concretes with high strength low density and excellent thermal properties in order to execute energyefficient constructions Structural Lightweight Concretes were studied using two different granulometries of expanded clay C05 and C15 where the coarse aggregate was replaced by 0 25 50 75 and 100 To promote the maintenance of consistency and re sistance superplasticizer and silica fume were used in the mixtures Based on the methodology used the concretes were physically and mechanically characterized in accordance with current national and interna tional standards The density of the concretes in the hardened state ranged from 1787 to 2400 kgm³ and for compressive strength ranged from 26 to 53 MPa at 7 days of age The thermal conductivity test using the protected hot plate method was performed according to EN 12667 where was observed a variation of 061 to 100 WmK Microstructural information of the interfacial transition zone between aggregate and cement matrix were obtained with the purpose of analyzing the relationship with mechanical resistance The investi gation revealed that with the addition of expanded clay C05 and C15 and silica fume in the concretes there was reduction of the density and the mechanical resistance while the thermal characteristics improved Keywords alternative materials structural lightweight concrete density mechanical strength thermal con ductivity ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 1 INTRODUÇÃO Usualmente os concretos leves são diferenciados dos convencionais devido à redução significativa da massa específica entretanto essa não é a única característica que justifica atenção especial a este material uma vez que as resistências mecânicas e o desempenho termo acústico são fortemente alterados a partir do uso de agregados leves nas misturas cimentícias conforme observado por Díaz et al 1 Os concretos leves podem ser obtidos pela substituição parcial ou total dos agregados convencionais e segundo o ACI 213R87 2 deve apresentar massa específica seca entre 1400 a 2000 kgm³ característica que influencia diretamente as estruturas principalmente a fundação das grandes construções Rossignolo 3 reforça ainda que o uso de concretos leves acarreta numa maior produtividade em construções pré fabricadas pois o transporte das peças se torna mais rápido reduzindo o custo final da construção Em decorrência da redução da massa específica as resistências mecânicas dos concretos com agrega dos leves são comprometidas Entretanto Bogas et al 4 argumentam que este problema pode ser minimiza do por meio da utilização de agregados com menores dimensões aliandose ainda a verificação do teor óti mo entre o proporcionamento de diferentes granulometrias Ademais Golewski et al 5 averiguaram que concretos leves que utilizam adições minerais na sua composição como a sílica ativa apresentam zona de transição interfacial ZTI menores melhorando os valores das resistências mecânicas podendo ser utilizados para fins estruturais Quanto ao conforto térmico uma das grandes vantagens que o concreto leve possui sobre o concreto convencional é a redução da absorção e a transferência do calor proveniente da radiação solar promovendo segundo Sacht 6 maior conforto térmico No estudo realizado por Granja e Labaki 7 foi observado que painéis mais leves tendem a adiantar sensivelmente o pico de carga térmica para dentro do cômodo em rela ção a painéis de massa mais elevada ou seja há um comportamento distinto em relação à onda térmica a partir da diferença de massa específica que cada tipo de concreto apresenta Frente ao exposto esta pesquisa teve como objetivo produzir um concreto com propriedades físicas e mecânicas especiais a partir do uso de duas granulometrias de argila expandida como agregado leve Os en saios de resistência à compressão massa específica absorção de água e índice de vazios foram realizados com a finalidade de caracterizar os concretos como sendo leves estruturais Ademais executouse uma análi se do comportamento térmico das misturas desenvolvidas por intermédio do método da placa quente protegi da Hot Plate Por fim analisouse a zona de transição interfacial matrizagregado para um melhor enten dimento dos comportamentos físicos e mecânicos dos concretos convencionais e leves 2 MATERIAIS E MÉTODOS Foram produzidos concretos leves os quais foram submetidos a ensaios nos estados fresco e endurecido No processo de moldagem das misturas foram utilizados cimento Portland CPV ARI sílica ativa agregado miú do de origem quartzosa agregado graúdo de origem basáltica argilas expandidas de diferentes granulometri as C05 e C15 e superplastificante com base química de éter policarboxílico 21 Ensaios para a caracterização física dos agregados Para caracterizar os materiais realizaramse os ensaios de massa específica e unitária A determinação da massa específica da argila expandida C05 e agregado miúdo de origem quartzosa foram realizadas conforme as prescrições da ABNT NBR 522009 8 enquanto para o cimento sílica ativa e superplastificante utilizou se as recomendações da ABNT NBR 232001 9 e para a argila expandida C15 a ABNT NBR 532009 10 A determinação de massa unitária dos agregados miúdos e graúdos foi determinada conforme ABNT NBR 452006 11 A composição granulométrica dos agregados leves foi determinada de acordo com a ABNT NBR 2482003 12 e suas respectivas classificações conforme a ABNT NBR 72112009 13 Os resultados obtidos estão dispostos na Tabela 1 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Tabela 1 Caracterização física dos materiais MATERIAL MASSA ESPECÍ FICA gcm3 MASSA UNITÁ RIA gcm3 DIMENSÃO MÁXIMA CA RACTERÍSTICA mm MÓDULO DE FINURA Cimento 307 103 Sílica 221 Agregado miúdo 264 156 120 164 Agregado graúdo 290 151 950 531 C05 152 085 480 310 C15 115 062 950 550 Superplastificante 119 22 Dosagem dos concretos As dosagens utilizadas seguiram as recomendações da ACI 213R03 14 e dos estudos de Rossignolo 3 O teor de sílica ativa foi de 10 em relação à massa de cimento a relação águacimento foi de 040 e teor de argamassa de 65 para todas as misturas Fixaramse também as porcentagens do agregado miúdo natural e C05 para efeito de comparação entre os traços desenvolvidos Portanto variaramse as porcentagens de agregado graúdo natural e argila expandida C15 A Tabela 2 apresenta os traços das misturas de concreto Tabela 2 Dosagem dos concretos TRAÇO PROPORCIONAMENTO EM MASSA Cimento Sílica Agregado miúdo C05 Agregado graúdo C15 SPA T1 1 01 128 023 160 0 004 T2 119 018 004 T3 080 037 002 T4 040 055 002 T5 0 075 002 23 Produção dos concretos Inicialmente devido à alta absorção de água pelos agregados leves de forma a compensar esse efeito fezse um umedecimento dos mesmos por 24 horas antes de serem utilizados na produção dos concretos Após a realização deste processo houve a separação e pesagem dos materiais utilizados na fabricação dos concretos No momento da fabricação das peças o índice de temperatura apresentou uma média de 25ºC 2ºC e teor de umidade em torno de 60 mostrandose adequados O processo de mistura do traço T1 em betoneira de eixo inclinado previamente umedecida ocorreu da seguinte forma a primeiramente introduziuse o agregado graúdo em seguida a água proveniente da rede pública b logo após o cimento Portland de alta resistência inicial foi introduzido seguido da areia e da argila expandida nacional C05 c em seguida a sílica ativa foi incluída na mistura havendo mistura por 5 minutos d por último introduziuse o superplastificante ocorrendo nova mistura por 3 minutos O processo de mistura dos materiais dos traços T2 T5 ocorreu de forma análoga ao utilizado para a confecção do T1 sendo a argila expandida C15 introduzida juntamente com o agregado graúdo convencio nal Após o término do processo de amassamento dos concretos foi observado que a mistura cimentícia apre sentouse coesa sem serem observados os fenômenos de segregação e exsudação entre os materiais Foi realizado o ensaio de abatimento do tronco de cone segundo as prescrições da ABNT NBR 671998 15 por meio do qual podese verificar a consistência e plasticidade do concreto e assim efetuar a moldagem dos corposdeprova cilíndricos de 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura além das placas de concreto com 3005 mm x 3005 mm de largura e 45 mm de altura Adotouse como processo de adensamento a vibração por imersão para os corposdeprova cilíndri cos com a finalidade de evitar a formação de vazios Para as placas optouse pelo adensamento em mesa vibratória para que houvesse total preenchimento das fôrmas Após 24 horas os corposdeprova foram desmoldados e em seguida submetidos ao processo de cu ra úmida onde a temperatura foi de 23ºC 2ºC e umidade relativa do ar acima de 95 Os corposde prova permaneceram em cura até a data da realização dos ensaios 7 ou 28 dias após a moldagem de acordo com as prescrições da ABNT NBR 57382008 16 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 24 Ensaios no estado endurecido A Tabela 3 apresenta os procedimentos normatizados utilizados na avaliação das propriedades dos concretos Tabela 3 Ensaios normativos dos concretos no estado endurecido ITEM NORMA Massa específica índice de vazios e absorção de água por imersão ABNT NBR 97782009 17 Resistência à compressão ABNT NBR 57392007 18 Condutividade térmica EN 12667 19 Análise microestrutural 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 31 Resistência à compressão e massa específica A resistência à compressão dos concretos foi determinada utilizandose corposdeprova cilíndricos com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura nas idades de 7 e 28 dias Para cada dosagem e idade foram moldados 4 corposdeprova A massa específica no estado seco foi determinada aos 28 dias de idade utilizandose corposdeprova com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura Foram moldados 3 corposdeprova para cada traço Os valores obtidos nestes ensaios são apresentados na Tabela 4 Tabela 4 Resistência à compressão e massa específica dos concretos TRAÇO RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO MPa MASSA ESPECÍFICA kgm3 Média aos 7 dias Desvio padrão Média aos 28 dias Desvio padrão Média Desvio padrão T1 53 13 63 18 2400 153 T2 40 16 42 20 2205 157 T3 35 12 40 20 2033 161 T4 29 14 37 12 1902 105 T5 26 14 32 22 1687 100 Os valores da resistência à compressão dos concretos apresentaram uma redução média de 17 aos 7 dias e de 15 aos 28 dias de idade conforme o aumento da argila expandida C15 nas misturas Comparando o concreto com agregado convencional T1 com o concreto com 100 de agregado leve T5 houve uma re dução de 30 da massa específica A Figura 1 apresenta a relação entre a resistência à compressão aos 28 dias e a massa específica dos concretos ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Figura 1 Relação entre resistência à compressão aos 28 dias e massa específica dos concretos leves Nos resultados apresentados na Tabela 4 observase que os valores da resistência à compressão dos concretos leves foram semelhantes entre as idades de 7 e 28 dias indicando assim que aos 7 dias os concre tos leves apresentam estabilização dos valores dessa propriedade Segundo Rossignolo 3 e Bektas et al 20 considerase a estabilização dos valores de resistência à compressão aos 7 dias de idade uma caracterís tica dos concretos com agregados leves pois normalmente aos 7 dias de idade os valores da resistência à compressão da matriz de cimento ultrapassam os valores da resistência à compressão do agregado princi palmente com a utilização de cimento de alta resistência inicial ou seja a resistência final do concreto não se beneficia na mesma proporção com o aumento da resistência à compressão da matriz de cimento Durante a realização das análises experimentais observouse que as rupturas dos concretos leves submetidos à compressão foram mais frágeis com o aumento dos valores da resistência à compressão Quan do o concreto com massa específica normal é submetido à tensão de compressão a propagação das fissuras normalmente ocorre na matriz de cimento ou na interface agregadomatriz pois geralmente o agregado mostrase mais resistente do que a matriz de cimento absorvendo uma considerável quantidade de energia Segundo Moravia 21 e Malaiskiene et al 22 nos concretos com agregados leves tipicamente menos re sistentes que a matriz de cimento a propagação das fissuras ocorre normalmente nos agregados ocasionan do um acúmulo de tensões na matriz de cimento provocando assim uma ruptura brusca do concreto Entendese também que a manutenção desta propriedade ocorre devido ao uso de adições minerais como a sílica ativa utilizada na fabricação das peças de concreto desta pesquisa Segundo Borja 23 este fato torna a mistura do concreto mais estável aumentando assim a sua resistência mecânica consequente mente a sua durabilidade 32 Absorção de água e índice de vazios A absorção de água e o índice de vazios foram determinados aos 28 dias de idade utilizandose corposde prova com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura Foram moldados 3 corposdeprova para cada traço Os valores obtidos nestes ensaios são apresentados na Tabela 5 Tabela 5 Absorção de água por imersão e índice de vazios dos concretos TRAÇO ABSORÇÃO DE ÁGUA ÍNDICE DE VAZIOS Média Desvio padrão Média Desvio padrão T1 402 02 883 03 T2 640 02 1132 03 T3 706 01 1168 02 T4 822 03 1307 02 T5 915 03 1337 04 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Os valores médios de absorção de água e índice de vazios dos concretos foram de 7 e 1165 res pectivamente valores muito próximos aos observados nos concretos com agregados tradicionais fato tam bém observado por Angelin et al 24 Bogas et al 4 e Golewski et al 5 demonstrando assim que não há aumento significativo do índice de permeabilidade dos concretos com a utilização dos agregados leves 33 Condutividade térmica A determinação da condutividade térmica foi realizada nas misturas com 28 dias de idade utilizandose cor posdeprova com 3005 mm x 3005 mm de largura e 45 mm de altura Foram moldadas 6 placas de concreto para cada traço A Tabela 6 apresenta os valores da condutividade e resistência térmica obtidos enquanto a Figura 2 apresenta a relação entre a condutividade térmica e a massa específica dos concretos Tabela 6 Condutividade e resistência térmica dos concretos TRAÇO CONDUTIVIDADE TÉRMICA WmK RESISTÊNCIA TÉRMICA m2KW T1 100 0045 T2 077 0058 T3 073 0062 T4 072 0063 T5 061 0074 Figura 2 Relação entre a condutividade térmica e a massa específica dos concretos De acordo com a ABNT NBR 152202005 25 os valores de condutividade e resistência térmica pa ra todas as misturas estão de acordo com os valores máximos prescritos Observouse um aumento da condutividade térmica com o aumento da massa específica ou seja o conforto térmico é diretamente influenciado pelo peso próprio do elemento neste caso tem relação direta com a presença da argila expandida nas misturas Granja e Labaki 7 Lamberts 26 Sacht 6 AndiçÇakir et al 27 34 Microestrutura Análise da zona de transição interfacial ZTI A técnica de Microscopia Eletrônica de Varredura MEV foi utilizada para análise da interface entre a ma triz de cimento e o agregado dos concretos com e sem argila expandida para efeito de comparação da ZTI As amostras foram provenientes de pequenos fragmentos dos corposdeprova dos concretos As Figuras de 3 e 4 apresentam os perfis analisados ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Figura 3 MEV do perfil do concreto com argila expandida Figura 4 MEV do perfil do concreto com basalto Observouse que a espessura da zona de transição dos concretos com agregados leves foi expressiva mente inferior aos dos concretos com basalto Esse efeito está relacionado principalmente com a maior ab sorção de água dos agregados leves em comparação ao basalto reduzindo assim a quantidade de água na superfície desse tipo de agregado com consequente redução de espessura da ZTI Diversos pesquisadores como Rossignolo 3 Borja 23 e Golewski et al 5 afirmam que há uma forte relação entre a espessura e qualidade da ZTI e as propriedades relacionadas a durabilidade dos concre tos A zona de transição influencia diretamente as propriedades relacionadas à resistência mecânica e o mó dulo de elasticidade consequentemente alterando o mecanismo de propagação de fissuras e a permeabilidade dos concretos A utilização de sílica ativa devido a sua atividade pozolânica na composição dos concretos leves estruturais desta pesquisa além de evitar o fenômeno de segregação também auxiliaram na redução da es pessura da zona de transição fato também observado por Heikal et al 28 Mohammed et al 29 e Duan et al 30 que ressaltam ainda que as adições minerais proporcionam um arranjamento mais denso das partí culas microcristalinas presentes nos concretos aumentando assim a resistência mecânica e durabilidade 4 CONCLUSÕES Este trabalho apresenta um estudo sobre um tipo particular de concreto com características e propriedades diferenciadas em função da utilização conjunta de cimento de alta resistência inicial sílica ativa superplasti ficante e agregados leves Este concreto pode ter aplicação específica no setor da construção civil na produ ção de elementos préfabricados tais como painéis estruturais e de vedação Os concretos para todas as dosagens estudadas apresentaram coesão e consistência adequadas para o manuseio e moldagem além da manutenção da trabalhabilidade Quanto aos valores obtidos no ensaio de massa específica o concreto de referência T1 apresentou 2400 kgm3 enquanto o concreto leve estrutural com 100 de C15 T5 apresentou valor de 1687 kgm3 ou seja houve uma redução de 30 Observouse que os valores da resistência à compressão dos concretos apresentaram em média 40 MPa sendo que houve uma redução de 16 conforme o aumento do agregado leve C15 nas misturas ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Verificouse que os índices obtidos no ensaio de condutividade térmica por meio do método da placa quente protegida nos concretos com 100 de argila expandida foram aproximadamente 40 menores em comparação ao concreto com agregado natural o qual apresentou valor máximo de condutividade térmica de 100 WmK Nos estudos microestruturais observouse que com a utilização conjunta do agregado leve e a sílica ativa houve uma diminuição significativa da espessura da ZTI em comparação aos concretos convencionais A partir do conjunto de informações de dosagem obtidas no programa experimental observouse que os concretos leves produzidos podem ser utilizados em elementos prémoldados devido principalmente à diminuição no tempo de moldagem e do peso próprio Sugerese então sua aplicação em elementos estrutu rais ou de vedação como painéis de concreto e lajes aveolares devido essencialmente à redução da massa específica e ao excelente desempenho nas propriedades mecânicas proporcionando a fabricação de peças leves que proporcionam maior conforto térmico sem comprometer a função estrutural 5 AGRADECIMENTOS À Faculdade de Tecnologia FTUNICAMP e ao Instituto de Física IFUNICAMP pelo suporte técnico e às empresas CINEXPAN SILICON e BASF pela doação dos materiais utilizados nesta pesquisa 6 BIBLIOGRAFIA 1 DÍAZ JJC GARCÍA NIETO PJ HERNÁNDEZ JD et al A FEM comparative analysis of the thermal efficiency among floors made up of clay concrete and lightweight concrete hollow blocks Applied Thermal Engineering v 30 pp 28222826 2010 2 AMERICAN CONCRETE INSTITUTE ACI Guide for structural lightweight aggregate concrete ACI 213R87 ACI Manual of Concrete Practice Part 1 1997 3 ROSSIGNOLO JA Concreto leve estrutural produção propriedades microestrutura e aplicações São Paulo PINI 2009 4 BOGAS JA GOMES A PEREIRA MFC Selfcompacting lightweight concrete produced with expanded clay aggregate Construction and Building Materials v 35 pp 10131022 2012 5 GOLEWSKI GJ SADOWSKI T An analysis of shear fracture toughness KIIc and microstructure in concretes containing flyash Construction and Building Materials v 51 p 207214 2014 6 SACHT HM Painéis de vedação de concreto moldados in loco Avaliação de desempenho térmico e desenvolvimento de concretos Dissertação de MSc Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo São Carlos São Paulo 2008 7 GRANJA AD LABAKI LC Paredes orientadas a leste e a oeste uma abordagem crítica em relação ao conforto e à eficiência energética In Encontro nacional sobre conforto no ambiente construído Porto Alegre Rio Grande do Sul v 4 p 6575 2004 8 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 52 Agregado miúdo Determinação de massa específica e massa específica aparente Rio de Janeiro 2009 9 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 23 Cimento Portland e outros materi ais em pó Determinação da massa específica Rio de Janeiro 2001 10 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 53 Agregado graúdo Determinação de massa específica massa específica aparente e absorção de água Rio de Janeiro 2009 11 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 45 Agregado em estado solto De terminação da massa unitária Rio de Janeiro 2006 12 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 248 Agregados Determinação da composição granulométrica Rio de Janeiro 2003 13 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7211 Agregado para concreto Espe cificação Rio de Janeiro 2009 14 AMERICAN CONCRETE INSTITUTE ACI Guide for structural lightweight aggregate concrete ACI 213R03 ACI Manual of Concrete Practice 2003 15 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 67 Concreto Ensaio de abatimento do tronco de cone Rio de Janeiro 1998 16 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Concreto NBR 5738 Concreto Procedi mento para moldagem e cura de corposdeprova Rio de Janeiro 2008 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 17 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9778 Concreto Determinação da absorção de água índice de vazios e massa específica Rio de Janeiro 2009 18 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 5739 Concreto Ensaios de compres são de corposdeprova cilíndricos Rio de Janeiro 2007 19 BS EN 12667 Thermal performance of building materials and products Determination of thermal re sistance by means of guarded hot plate and heat flow meter methods Products of high and medium thermal resistance 2001 20 BEKTAS F WANG K Performance of ground clay brick in ASRaffected concrete Effects on ex pansion mechanical properties and ASR gel chemistry Cement and Concrete Composites v 34 pp 273 278 2012 21 MORAVIA WG Influência de parâmetros microestruturais na durabilidade do concreto leve produzi do com argila expandida Tese de DSc a Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte Minas Gerais 2007 22 MALAISKIENE J VAICIENE M ZURAUSKIENE R Effectiveness of technogenic waste usage in products of building ceramics and expanded clay concrete Construction and Building Materials v 25 pp 3869387 2011 23 BORJA EV Efeito da adição da argila expandida e adições minerais na formulação de concretos es truturais leves autoadensáveis Tese de DSc Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal Rio Grande do Norte 2011 24 ANGELIN AF RIBEIRO LCLJ PIRES MSG et al Effects of Consumption of Cement in Mechanical Properties of Lightweight Concrete Containing Brazilian Expanded Clay Applied Mechanics and Materials v 368370 pp 925928 2013 25 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15220 Desempenho térmico de edifi cações Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo princípio da placa quente protegida Rio de Janeiro 2005 26 LAMBERTS R Desempenho térmico de edificações Tese de DSc Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis Santa Catarina 2005 27 ANDIÇÇAKIR O HIZAL S Influence of elevated temperatures on the mechanical properties and microstructure of selfconsolidating lightweight aggregate concrete Construction and Building Materials v 34 pp 575583 2012 28 HEIKAL M ZOHDY KM ABDELKREEM M Mechanical microstructure and rheological char acteristics of high performance selfcompacting cement pastes and concrete containing ground clay bricks Construction and Building Materials v 38 pp 101109 2013 29 MOHAMMED MK DAWSON AR THOM NH Production microstructure and hydration of sustainable selfcompacting concrete with different types of filler Construction and Building Materials v 49 pp 8492 2013 30 DUAN P SHUI Z CHEN W et al Efficiency of mineral admixtures in concrete Microstructure compressive strength and stability of hydrate phases Applied Clay Science v 8384 pp 115121 2013

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de argila expandida C05 e C15 onde houve a substituição do agregado graúdo pela em 0 25 50 75 e 100 Para promover a manutenção da consistência e resistência utilizaramse superplastificante e sílica ativa nas misturas Com base na metodolo gia utilizada os concretos foram caracterizados física e mecanicamente de acordo com as normas nacionais e internacionais vigentes A densidade dos concretos no estado endurecido variou de 1787 a 2400 kgm³ e quanto a resistência à compressão variouse de 26 a 53 MPa aos 7 dias de idade O ensaio de condutividade térmica por meio do método da placa quente protegida foi realizado de acordo com a EN 12667 onde ob servouse uma variação de 061 a 100 WmK Informações microestruturais da zona de transição interfacial entre agregado e matriz de cimento foram obtidas com a finalidade de analisar a relação com a resistência mecânica A investigação revelou que com a adição de argila expandida C05 e C15 e sílica ativa nos concre tos houve a redução da densidade e da resistência mecânica entretanto as características térmicas melhoram Palavraschave materiais alternativos concreto leve estrutural densidade resistência mecânica condu tividade térmica ABSTRACT In this study an investigation was carried out for the execution of concretes with high strength low density and excellent thermal properties in order to execute energyefficient constructions Structural Lightweight Concretes were studied using two different granulometries of expanded clay C05 and C15 where the coarse aggregate was replaced by 0 25 50 75 and 100 To promote the maintenance of consistency and re sistance superplasticizer and silica fume were used in the mixtures Based on the methodology used the concretes were physically and mechanically characterized in accordance with current national and interna tional standards The density of the concretes in the hardened state ranged from 1787 to 2400 kgm³ and for compressive strength ranged from 26 to 53 MPa at 7 days of age The thermal conductivity test using the protected hot plate method was performed according to EN 12667 where was observed a variation of 061 to 100 WmK Microstructural information of the interfacial transition zone between aggregate and cement matrix were obtained with the purpose of analyzing the relationship with mechanical resistance The investi gation revealed that with the addition of expanded clay C05 and C15 and silica fume in the concretes there was reduction of the density and the mechanical resistance while the thermal characteristics improved Keywords alternative materials structural lightweight concrete density mechanical strength thermal con ductivity ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 1 INTRODUÇÃO Usualmente os concretos leves são diferenciados dos convencionais devido à redução significativa da massa específica entretanto essa não é a única característica que justifica atenção especial a este material uma vez que as resistências mecânicas e o desempenho termo acústico são fortemente alterados a partir do uso de agregados leves nas misturas cimentícias conforme observado por Díaz et al 1 Os concretos leves podem ser obtidos pela substituição parcial ou total dos agregados convencionais e segundo o ACI 213R87 2 deve apresentar massa específica seca entre 1400 a 2000 kgm³ característica que influencia diretamente as estruturas principalmente a fundação das grandes construções Rossignolo 3 reforça ainda que o uso de concretos leves acarreta numa maior produtividade em construções pré fabricadas pois o transporte das peças se torna mais rápido reduzindo o custo final da construção Em decorrência da redução da massa específica as resistências mecânicas dos concretos com agrega dos leves são comprometidas Entretanto Bogas et al 4 argumentam que este problema pode ser minimiza do por meio da utilização de agregados com menores dimensões aliandose ainda a verificação do teor óti mo entre o proporcionamento de diferentes granulometrias Ademais Golewski et al 5 averiguaram que concretos leves que utilizam adições minerais na sua composição como a sílica ativa apresentam zona de transição interfacial ZTI menores melhorando os valores das resistências mecânicas podendo ser utilizados para fins estruturais Quanto ao conforto térmico uma das grandes vantagens que o concreto leve possui sobre o concreto convencional é a redução da absorção e a transferência do calor proveniente da radiação solar promovendo segundo Sacht 6 maior conforto térmico No estudo realizado por Granja e Labaki 7 foi observado que painéis mais leves tendem a adiantar sensivelmente o pico de carga térmica para dentro do cômodo em rela ção a painéis de massa mais elevada ou seja há um comportamento distinto em relação à onda térmica a partir da diferença de massa específica que cada tipo de concreto apresenta Frente ao exposto esta pesquisa teve como objetivo produzir um concreto com propriedades físicas e mecânicas especiais a partir do uso de duas granulometrias de argila expandida como agregado leve Os en saios de resistência à compressão massa específica absorção de água e índice de vazios foram realizados com a finalidade de caracterizar os concretos como sendo leves estruturais Ademais executouse uma análi se do comportamento térmico das misturas desenvolvidas por intermédio do método da placa quente protegi da Hot Plate Por fim analisouse a zona de transição interfacial matrizagregado para um melhor enten dimento dos comportamentos físicos e mecânicos dos concretos convencionais e leves 2 MATERIAIS E MÉTODOS Foram produzidos concretos leves os quais foram submetidos a ensaios nos estados fresco e endurecido No processo de moldagem das misturas foram utilizados cimento Portland CPV ARI sílica ativa agregado miú do de origem quartzosa agregado graúdo de origem basáltica argilas expandidas de diferentes granulometri as C05 e C15 e superplastificante com base química de éter policarboxílico 21 Ensaios para a caracterização física dos agregados Para caracterizar os materiais realizaramse os ensaios de massa específica e unitária A determinação da massa específica da argila expandida C05 e agregado miúdo de origem quartzosa foram realizadas conforme as prescrições da ABNT NBR 522009 8 enquanto para o cimento sílica ativa e superplastificante utilizou se as recomendações da ABNT NBR 232001 9 e para a argila expandida C15 a ABNT NBR 532009 10 A determinação de massa unitária dos agregados miúdos e graúdos foi determinada conforme ABNT NBR 452006 11 A composição granulométrica dos agregados leves foi determinada de acordo com a ABNT NBR 2482003 12 e suas respectivas classificações conforme a ABNT NBR 72112009 13 Os resultados obtidos estão dispostos na Tabela 1 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Tabela 1 Caracterização física dos materiais MATERIAL MASSA ESPECÍ FICA gcm3 MASSA UNITÁ RIA gcm3 DIMENSÃO MÁXIMA CA RACTERÍSTICA mm MÓDULO DE FINURA Cimento 307 103 Sílica 221 Agregado miúdo 264 156 120 164 Agregado graúdo 290 151 950 531 C05 152 085 480 310 C15 115 062 950 550 Superplastificante 119 22 Dosagem dos concretos As dosagens utilizadas seguiram as recomendações da ACI 213R03 14 e dos estudos de Rossignolo 3 O teor de sílica ativa foi de 10 em relação à massa de cimento a relação águacimento foi de 040 e teor de argamassa de 65 para todas as misturas Fixaramse também as porcentagens do agregado miúdo natural e C05 para efeito de comparação entre os traços desenvolvidos Portanto variaramse as porcentagens de agregado graúdo natural e argila expandida C15 A Tabela 2 apresenta os traços das misturas de concreto Tabela 2 Dosagem dos concretos TRAÇO PROPORCIONAMENTO EM MASSA Cimento Sílica Agregado miúdo C05 Agregado graúdo C15 SPA T1 1 01 128 023 160 0 004 T2 119 018 004 T3 080 037 002 T4 040 055 002 T5 0 075 002 23 Produção dos concretos Inicialmente devido à alta absorção de água pelos agregados leves de forma a compensar esse efeito fezse um umedecimento dos mesmos por 24 horas antes de serem utilizados na produção dos concretos Após a realização deste processo houve a separação e pesagem dos materiais utilizados na fabricação dos concretos No momento da fabricação das peças o índice de temperatura apresentou uma média de 25ºC 2ºC e teor de umidade em torno de 60 mostrandose adequados O processo de mistura do traço T1 em betoneira de eixo inclinado previamente umedecida ocorreu da seguinte forma a primeiramente introduziuse o agregado graúdo em seguida a água proveniente da rede pública b logo após o cimento Portland de alta resistência inicial foi introduzido seguido da areia e da argila expandida nacional C05 c em seguida a sílica ativa foi incluída na mistura havendo mistura por 5 minutos d por último introduziuse o superplastificante ocorrendo nova mistura por 3 minutos O processo de mistura dos materiais dos traços T2 T5 ocorreu de forma análoga ao utilizado para a confecção do T1 sendo a argila expandida C15 introduzida juntamente com o agregado graúdo convencio nal Após o término do processo de amassamento dos concretos foi observado que a mistura cimentícia apre sentouse coesa sem serem observados os fenômenos de segregação e exsudação entre os materiais Foi realizado o ensaio de abatimento do tronco de cone segundo as prescrições da ABNT NBR 671998 15 por meio do qual podese verificar a consistência e plasticidade do concreto e assim efetuar a moldagem dos corposdeprova cilíndricos de 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura além das placas de concreto com 3005 mm x 3005 mm de largura e 45 mm de altura Adotouse como processo de adensamento a vibração por imersão para os corposdeprova cilíndri cos com a finalidade de evitar a formação de vazios Para as placas optouse pelo adensamento em mesa vibratória para que houvesse total preenchimento das fôrmas Após 24 horas os corposdeprova foram desmoldados e em seguida submetidos ao processo de cu ra úmida onde a temperatura foi de 23ºC 2ºC e umidade relativa do ar acima de 95 Os corposde prova permaneceram em cura até a data da realização dos ensaios 7 ou 28 dias após a moldagem de acordo com as prescrições da ABNT NBR 57382008 16 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 24 Ensaios no estado endurecido A Tabela 3 apresenta os procedimentos normatizados utilizados na avaliação das propriedades dos concretos Tabela 3 Ensaios normativos dos concretos no estado endurecido ITEM NORMA Massa específica índice de vazios e absorção de água por imersão ABNT NBR 97782009 17 Resistência à compressão ABNT NBR 57392007 18 Condutividade térmica EN 12667 19 Análise microestrutural 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 31 Resistência à compressão e massa específica A resistência à compressão dos concretos foi determinada utilizandose corposdeprova cilíndricos com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura nas idades de 7 e 28 dias Para cada dosagem e idade foram moldados 4 corposdeprova A massa específica no estado seco foi determinada aos 28 dias de idade utilizandose corposdeprova com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura Foram moldados 3 corposdeprova para cada traço Os valores obtidos nestes ensaios são apresentados na Tabela 4 Tabela 4 Resistência à compressão e massa específica dos concretos TRAÇO RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO MPa MASSA ESPECÍFICA kgm3 Média aos 7 dias Desvio padrão Média aos 28 dias Desvio padrão Média Desvio padrão T1 53 13 63 18 2400 153 T2 40 16 42 20 2205 157 T3 35 12 40 20 2033 161 T4 29 14 37 12 1902 105 T5 26 14 32 22 1687 100 Os valores da resistência à compressão dos concretos apresentaram uma redução média de 17 aos 7 dias e de 15 aos 28 dias de idade conforme o aumento da argila expandida C15 nas misturas Comparando o concreto com agregado convencional T1 com o concreto com 100 de agregado leve T5 houve uma re dução de 30 da massa específica A Figura 1 apresenta a relação entre a resistência à compressão aos 28 dias e a massa específica dos concretos ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Figura 1 Relação entre resistência à compressão aos 28 dias e massa específica dos concretos leves Nos resultados apresentados na Tabela 4 observase que os valores da resistência à compressão dos concretos leves foram semelhantes entre as idades de 7 e 28 dias indicando assim que aos 7 dias os concre tos leves apresentam estabilização dos valores dessa propriedade Segundo Rossignolo 3 e Bektas et al 20 considerase a estabilização dos valores de resistência à compressão aos 7 dias de idade uma caracterís tica dos concretos com agregados leves pois normalmente aos 7 dias de idade os valores da resistência à compressão da matriz de cimento ultrapassam os valores da resistência à compressão do agregado princi palmente com a utilização de cimento de alta resistência inicial ou seja a resistência final do concreto não se beneficia na mesma proporção com o aumento da resistência à compressão da matriz de cimento Durante a realização das análises experimentais observouse que as rupturas dos concretos leves submetidos à compressão foram mais frágeis com o aumento dos valores da resistência à compressão Quan do o concreto com massa específica normal é submetido à tensão de compressão a propagação das fissuras normalmente ocorre na matriz de cimento ou na interface agregadomatriz pois geralmente o agregado mostrase mais resistente do que a matriz de cimento absorvendo uma considerável quantidade de energia Segundo Moravia 21 e Malaiskiene et al 22 nos concretos com agregados leves tipicamente menos re sistentes que a matriz de cimento a propagação das fissuras ocorre normalmente nos agregados ocasionan do um acúmulo de tensões na matriz de cimento provocando assim uma ruptura brusca do concreto Entendese também que a manutenção desta propriedade ocorre devido ao uso de adições minerais como a sílica ativa utilizada na fabricação das peças de concreto desta pesquisa Segundo Borja 23 este fato torna a mistura do concreto mais estável aumentando assim a sua resistência mecânica consequente mente a sua durabilidade 32 Absorção de água e índice de vazios A absorção de água e o índice de vazios foram determinados aos 28 dias de idade utilizandose corposde prova com 100 mm de diâmetro e 200 mm de altura Foram moldados 3 corposdeprova para cada traço Os valores obtidos nestes ensaios são apresentados na Tabela 5 Tabela 5 Absorção de água por imersão e índice de vazios dos concretos TRAÇO ABSORÇÃO DE ÁGUA ÍNDICE DE VAZIOS Média Desvio padrão Média Desvio padrão T1 402 02 883 03 T2 640 02 1132 03 T3 706 01 1168 02 T4 822 03 1307 02 T5 915 03 1337 04 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Os valores médios de absorção de água e índice de vazios dos concretos foram de 7 e 1165 res pectivamente valores muito próximos aos observados nos concretos com agregados tradicionais fato tam bém observado por Angelin et al 24 Bogas et al 4 e Golewski et al 5 demonstrando assim que não há aumento significativo do índice de permeabilidade dos concretos com a utilização dos agregados leves 33 Condutividade térmica A determinação da condutividade térmica foi realizada nas misturas com 28 dias de idade utilizandose cor posdeprova com 3005 mm x 3005 mm de largura e 45 mm de altura Foram moldadas 6 placas de concreto para cada traço A Tabela 6 apresenta os valores da condutividade e resistência térmica obtidos enquanto a Figura 2 apresenta a relação entre a condutividade térmica e a massa específica dos concretos Tabela 6 Condutividade e resistência térmica dos concretos TRAÇO CONDUTIVIDADE TÉRMICA WmK RESISTÊNCIA TÉRMICA m2KW T1 100 0045 T2 077 0058 T3 073 0062 T4 072 0063 T5 061 0074 Figura 2 Relação entre a condutividade térmica e a massa específica dos concretos De acordo com a ABNT NBR 152202005 25 os valores de condutividade e resistência térmica pa ra todas as misturas estão de acordo com os valores máximos prescritos Observouse um aumento da condutividade térmica com o aumento da massa específica ou seja o conforto térmico é diretamente influenciado pelo peso próprio do elemento neste caso tem relação direta com a presença da argila expandida nas misturas Granja e Labaki 7 Lamberts 26 Sacht 6 AndiçÇakir et al 27 34 Microestrutura Análise da zona de transição interfacial ZTI A técnica de Microscopia Eletrônica de Varredura MEV foi utilizada para análise da interface entre a ma triz de cimento e o agregado dos concretos com e sem argila expandida para efeito de comparação da ZTI As amostras foram provenientes de pequenos fragmentos dos corposdeprova dos concretos As Figuras de 3 e 4 apresentam os perfis analisados ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Figura 3 MEV do perfil do concreto com argila expandida Figura 4 MEV do perfil do concreto com basalto Observouse que a espessura da zona de transição dos concretos com agregados leves foi expressiva mente inferior aos dos concretos com basalto Esse efeito está relacionado principalmente com a maior ab sorção de água dos agregados leves em comparação ao basalto reduzindo assim a quantidade de água na superfície desse tipo de agregado com consequente redução de espessura da ZTI Diversos pesquisadores como Rossignolo 3 Borja 23 e Golewski et al 5 afirmam que há uma forte relação entre a espessura e qualidade da ZTI e as propriedades relacionadas a durabilidade dos concre tos A zona de transição influencia diretamente as propriedades relacionadas à resistência mecânica e o mó dulo de elasticidade consequentemente alterando o mecanismo de propagação de fissuras e a permeabilidade dos concretos A utilização de sílica ativa devido a sua atividade pozolânica na composição dos concretos leves estruturais desta pesquisa além de evitar o fenômeno de segregação também auxiliaram na redução da es pessura da zona de transição fato também observado por Heikal et al 28 Mohammed et al 29 e Duan et al 30 que ressaltam ainda que as adições minerais proporcionam um arranjamento mais denso das partí culas microcristalinas presentes nos concretos aumentando assim a resistência mecânica e durabilidade 4 CONCLUSÕES Este trabalho apresenta um estudo sobre um tipo particular de concreto com características e propriedades diferenciadas em função da utilização conjunta de cimento de alta resistência inicial sílica ativa superplasti ficante e agregados leves Este concreto pode ter aplicação específica no setor da construção civil na produ ção de elementos préfabricados tais como painéis estruturais e de vedação Os concretos para todas as dosagens estudadas apresentaram coesão e consistência adequadas para o manuseio e moldagem além da manutenção da trabalhabilidade Quanto aos valores obtidos no ensaio de massa específica o concreto de referência T1 apresentou 2400 kgm3 enquanto o concreto leve estrutural com 100 de C15 T5 apresentou valor de 1687 kgm3 ou seja houve uma redução de 30 Observouse que os valores da resistência à compressão dos concretos apresentaram em média 40 MPa sendo que houve uma redução de 16 conforme o aumento do agregado leve C15 nas misturas ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 Verificouse que os índices obtidos no ensaio de condutividade térmica por meio do método da placa quente protegida nos concretos com 100 de argila expandida foram aproximadamente 40 menores em comparação ao concreto com agregado natural o qual apresentou valor máximo de condutividade térmica de 100 WmK Nos estudos microestruturais observouse que com a utilização conjunta do agregado leve e a sílica ativa houve uma diminuição significativa da espessura da ZTI em comparação aos concretos convencionais A partir do conjunto de informações de dosagem obtidas no programa experimental observouse que os concretos leves produzidos podem ser utilizados em elementos prémoldados devido principalmente à diminuição no tempo de moldagem e do peso próprio Sugerese então sua aplicação em elementos estrutu rais ou de vedação como painéis de concreto e lajes aveolares devido essencialmente à redução da massa específica e ao excelente desempenho nas propriedades mecânicas proporcionando a fabricação de peças leves que proporcionam maior conforto térmico sem comprometer a função estrutural 5 AGRADECIMENTOS À Faculdade de Tecnologia FTUNICAMP e ao Instituto de Física IFUNICAMP pelo suporte técnico e às empresas CINEXPAN SILICON e BASF pela doação dos materiais utilizados nesta pesquisa 6 BIBLIOGRAFIA 1 DÍAZ JJC GARCÍA NIETO PJ HERNÁNDEZ JD et al A FEM comparative analysis of the thermal efficiency among floors made up of clay concrete and lightweight concrete hollow blocks Applied Thermal Engineering v 30 pp 28222826 2010 2 AMERICAN CONCRETE INSTITUTE ACI Guide for structural lightweight aggregate concrete ACI 213R87 ACI Manual of Concrete Practice Part 1 1997 3 ROSSIGNOLO JA Concreto leve estrutural produção propriedades microestrutura e aplicações São Paulo PINI 2009 4 BOGAS JA GOMES A PEREIRA MFC Selfcompacting lightweight concrete produced with expanded clay aggregate Construction and Building Materials v 35 pp 10131022 2012 5 GOLEWSKI GJ SADOWSKI T An analysis of shear fracture toughness KIIc and microstructure in concretes containing flyash Construction and Building Materials v 51 p 207214 2014 6 SACHT HM Painéis de vedação de concreto moldados in loco Avaliação de desempenho térmico e desenvolvimento de concretos Dissertação de MSc Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo São Carlos São Paulo 2008 7 GRANJA AD LABAKI LC Paredes orientadas a leste e a oeste uma abordagem crítica em relação ao conforto e à eficiência energética In Encontro nacional sobre conforto no ambiente construído Porto Alegre Rio Grande do Sul v 4 p 6575 2004 8 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 52 Agregado miúdo Determinação de massa específica e massa específica aparente Rio de Janeiro 2009 9 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 23 Cimento Portland e outros materi ais em pó Determinação da massa específica Rio de Janeiro 2001 10 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 53 Agregado graúdo Determinação de massa específica massa específica aparente e absorção de água Rio de Janeiro 2009 11 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 45 Agregado em estado solto De terminação da massa unitária Rio de Janeiro 2006 12 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 248 Agregados Determinação da composição granulométrica Rio de Janeiro 2003 13 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7211 Agregado para concreto Espe cificação Rio de Janeiro 2009 14 AMERICAN CONCRETE INSTITUTE ACI Guide for structural lightweight aggregate concrete ACI 213R03 ACI Manual of Concrete Practice 2003 15 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 67 Concreto Ensaio de abatimento do tronco de cone Rio de Janeiro 1998 16 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Concreto NBR 5738 Concreto Procedi mento para moldagem e cura de corposdeprova Rio de Janeiro 2008 ANGELIN AF LINTZ RCC GACHETBARBOSA LA revista Matéria Suplemento 2017 17 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9778 Concreto Determinação da absorção de água índice de vazios e massa específica Rio de Janeiro 2009 18 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 5739 Concreto Ensaios de compres são de corposdeprova cilíndricos Rio de Janeiro 2007 19 BS EN 12667 Thermal performance of building materials and products Determination of thermal re sistance by means of guarded hot plate and heat flow meter methods Products of high and medium thermal resistance 2001 20 BEKTAS F WANG K Performance of ground clay brick in ASRaffected concrete Effects on ex pansion mechanical properties and ASR gel chemistry Cement and Concrete Composites v 34 pp 273 278 2012 21 MORAVIA WG Influência de parâmetros microestruturais na durabilidade do concreto leve produzi do com argila expandida Tese de DSc a Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte Minas Gerais 2007 22 MALAISKIENE J VAICIENE M ZURAUSKIENE R Effectiveness of technogenic waste usage in products of building ceramics and expanded clay concrete Construction and Building Materials v 25 pp 3869387 2011 23 BORJA EV Efeito da adição da argila expandida e adições minerais na formulação de concretos es truturais leves autoadensáveis Tese de DSc Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal Rio Grande do Norte 2011 24 ANGELIN AF RIBEIRO LCLJ PIRES MSG et al Effects of Consumption of Cement in Mechanical Properties of Lightweight Concrete Containing Brazilian Expanded Clay Applied Mechanics and Materials v 368370 pp 925928 2013 25 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15220 Desempenho térmico de edifi cações Medição da resistência térmica e da condutividade térmica pelo princípio da placa quente protegida Rio de Janeiro 2005 26 LAMBERTS R Desempenho térmico de edificações Tese de DSc Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis Santa Catarina 2005 27 ANDIÇÇAKIR O HIZAL S Influence of elevated temperatures on the mechanical properties and microstructure of selfconsolidating lightweight aggregate concrete Construction and Building Materials v 34 pp 575583 2012 28 HEIKAL M ZOHDY KM ABDELKREEM M Mechanical microstructure and rheological char acteristics of high performance selfcompacting cement pastes and concrete containing ground clay bricks Construction and Building Materials v 38 pp 101109 2013 29 MOHAMMED MK DAWSON AR THOM NH Production microstructure and hydration of sustainable selfcompacting concrete with different types of filler Construction and Building Materials v 49 pp 8492 2013 30 DUAN P SHUI Z CHEN W et al Efficiency of mineral admixtures in concrete Microstructure compressive strength and stability of hydrate phases Applied Clay Science v 8384 pp 115121 2013

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