·
Psicologia ·
Psicologia Institucional
Send your question to AI and receive an answer instantly
Preview text
1ª ETAPA Objetivo Geral Sistematizar e analisar produções na área de psicologia que discutam a relação entre avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Objetivos Específicos Levantar produções bibliográficas que tenham sido publicadas nos últimos cinco anos inerentes ao tema avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Sistematizar as produções levantadas verificando o atendimento ao objetivo da pesquisa segundo o resumo Analisar produções bibliográficas e evidenciar de que forma a avaliação do processo de aprendizagem se relaciona com os aspectos da afetividade Introdução A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada aluno reorientando sua prática e elaborando o seu planejamento propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem e contribuir para que os alunos desenvolvam mais suas competências FONSECA 2011 Nessa seara evidenciase o impacto entre o desempenho dos estudantes e seus aspectos cognitivos e emocionais pesando sobre a emoção a autoestima e sua influência direta sobre os processos sociais e de aprendizagem desse indivíduo demandando uma construção conjunta entre a família e a instituição de ensino A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Nesta forma há que se ponderar sobre o predomínio de formas de avaliação como instrumento de exclusão com base na cultura de classificação e seleção de melhores cabendo ao professor compreender a indissociabilidade da prática avaliativa do contexto do trabalho pedagógico FONSECA 2011 Portanto o contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem Mediante o disposto o presente estudo objetiva por meio de pesquisa de natureza qualitativa através do procedimento de pesquisa de campo a análise da relação entre autoestima métodos avaliativos e resultados de desempenho escolar 1ª ETAPA Objetivo Geral Sistematizar e analisar produções na área de psicologia que discutam a relação entre avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Objetivos Específicos Levantar produções bibliográficas que tenham sido publicadas nos últimos cinco anos inerentes ao tema avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Sistematizar as produções levantadas verificando o atendimento ao objetivo da pesquisa segundo o resumo Analisar produções bibliográficas e evidenciar de que forma a avaliação do processo de aprendizagem se relaciona com os aspectos da afetividade Introdução A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada aluno reorientando sua prática e elaborando o seu planejamento propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem e contribuir para que os alunos desenvolvam mais suas competências FONSECA 2011 Nessa seara evidenciase o impacto entre o desempenho dos estudantes e seus aspectos cognitivos e emocionais pesando sobre a emoção a autoestima e sua influência direta sobre os processos sociais e de aprendizagem desse indivíduo demandando uma construção conjunta entre a família e a instituição de ensino A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Nesta forma há que se ponderar sobre o predomínio de formas de avaliação como instrumento de exclusão com base na cultura de classificação e seleção de melhores cabendo ao professor compreender a indissociabilidade da prática avaliativa do contexto do trabalho pedagógico FONSECA 2011 Portanto o contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem Mediante o disposto o presente estudo objetiva por meio de pesquisa de natureza qualitativa através do procedimento de pesquisa de campo a análise da relação entre autoestima métodos avaliativos e resultados de desempenho escolar Data de entrega qua Introdução trazer conceitos de afetividade e definir avaliação no Âmbito da escola 100 pontos Adicionar comentário para a turma Diante do objetivo do artigo é importante definir dois conceitos afetividade e avaliação na escola tem um texto que vai ser usado para definir afetividade Mas vocÊs precisam procurar outras referências para citar na introdução Vamos fazer introdução junto com referencial teórico pois os artigos da revista tem poucas páginas então para garantir todos os elementos necessário vamos juntar introdução com referencial teórico Anexos Mono Ádrivan M Henrique A Psi sócio Salvar todos os arquivos offline Seu trabalho Data de entrega qua Adicionar trabalho Larissa Biomedica ART online Oi então tive minha primeira orientação com professor e ele já pediu pra gente iniciar a escrita do artigo Ele solicitou já a introdução e dois objetivos específicos Eu preciso que você me entregue domingo Bom dia Boa tarde Data de entrega qua Escrever 1 página de metodologia Definir revisão bibliográfica Explicar as palavraschaves que vamos utilizar nesse artigo Explicar que vamos buscar na base de dados pepsic trabalhos do últimos 5 anos que cumpram o objetivo do artigo 100 pontos Adicionar comentário para a turma Seu trabalho Data de entrega qua Adicionar trabalho Data de entrega qua Introdução trazer conceitos de afetividade e definir avaliação no Âmbito da escola 100 pontos Adicionar comentário para a turma Diante do objetivo do artigo é importante definir dois conceitos afetividade e avaliação na escola tem um texto que vai ser usado para definir afetividade Mas vocês precisam procurar outras referências para citar na introdução Vamos fazer introdução junto com referencial teórico pois os artigos da revista tem poucas páginas então para garantir todos os elementos necessário vamos juntar introdução com referencial teórico Anexos Mono Ádrivan M Henrique A Psi sócio Seu trabalho Data de entrega qua Adicionar trabalho 1ª ETAPA Objetivo Geral Elucidar a relação entre autoestima métodos escolares avaliativos e impacto repercutido sobre os resultados escolares Objetivos Específicos Construir roteiro de entrevista na forma de questionário semiestruturado para subsidiar pesquisa de campo acerca dos aspectos que resultam da relação entre autoestima e resultados escolares Realizar pesquisa de campo com alunos do 6 ano em duas escolas sendo uma pública e uma particular mediante procedimento de entrevista audiogravada Evidenciar como os métodos escolares avaliativos influenciam a autoestima dos alunos Introdução A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada aluno reorientando sua prática e elaborando o seu planejamento propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem e contribuir para que os alunos desenvolvam mais suas competências FONSECA 2011 Nessa seara evidenciase o impacto entre o desempenho dos estudantes e seus aspectos cognitivos e emocionais pesando sobre a emoção a autoestima e sua influência direta sobre os processos sociais e de aprendizagem desse indivíduo demandando uma construção conjunta entre a família e a instituição de ensino A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Nesta forma há que se ponderar sobre o predomínio de formas de avaliação como instrumento de exclusão com base na cultura de classificação e seleção de melhores cabendo ao professor compreender a indissociabilidade da prática avaliativa do contexto do trabalho pedagógico FONSECA 2011 Portanto o contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem Mediante o disposto o presente estudo objetiva por meio de pesquisa de natureza qualitativa através do procedimento de pesquisa de campo a análise da relação entre autoestima métodos avaliativos e resultados de desempenho escolar Primeira Orientação do TCC de Evanilda Lucas e Isabelly data 16 de agosto de 2023 às 18h Local sala 06 do prédio neoclássico Caminhos necessários para reformulação Mudar a problemática da pesquisa visando agora a execução de uma pesquisa bibliográfica Continuar dentro da temática se for a opção do grupo apenas mudar o caminho metodológico O que fizemos hoje Estruturamos de forma geral os elementos necessários para a escrita do artigo Escrevemos a nova problemática Escrevemos o objetivo geral Também analisamos a revista da fimca para ver a estrutura necessária do artigo Tarefas Escrever dois objetivos específicos Escrever uma parte da introdução e pode aproveitar partes do projeto escrito inicialmente Dar uma lida na conceituação de revisão de literatura estado de arte e ver qual melhor se encaixa para o artigo de vocês Tarefas Nova problemática O que a psicologia tem produzido sobre a avaliação no processo de aprendizagem na relação com afetividade Objetivo geral Sistematizar e analisar as produções da psicologia sobre a temática da avaliação do processo de aprendizagem na relação com a afetividade Objetivos específicos Tarefinha transformar esse objetivo geral em dois específicos 8 páginas Resumo abstract Introdução 15 Apresentação do tema Problemática da pesquisa Justificativa Social Justificativa científica Objetivo geral Objetivos específicos 2 no máximo Referencial teórico 2 páginas Elementos e conceitos Avaliação o que a gente chama afetividade emoções quando autoestima justificativa Metodologia revisão bibliográfica estado da arte revisão de literatura 15 3 análise 3 páginas critério de inclusão Artigos da base de dados PEPSIC 5 anos 3 anos Avaliação avaliação na relação com afetividade Na pesquisa em si dos artigos 1º coisa que a gente Ler título Depois Leitura do resumo UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA ÁDRIVAN MACHADO HENRIQUE A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Campos dos GoytacazesRJ 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA ÁDRIVAN MACHADO HENRIQUE A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Trabalho monográfico apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Psicologia Tipo de Trabalho Estudo teórico Formato Monografia tradicional ORIENTADOR Profª LURDES OBERG Campos dos GoytacazesRJ 2016 Henrique M A A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Ádrivan machado Henrique 2016 5 f Orientador Lurdes Oberg Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Departamento de Psicologia 2016 Bibliografia 1 Psicologia sóciohistórica 2 Cotidiano 3 Afetividade 4 Materialismo histórico dialético 5 Sofrimento éticopolítico 6 Exclusão social 7 Humilhação social I Oberg Lurdes II Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia III CDD 305 896081 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA ÁDRIVAN MACHADO HENRIQUE A PSICOLOGIA SÓCIOHISTÓRICA COTIDIANO E AFETIVIDADE NO ENFRENTAMENTO DO SOFRIMENTO ÉTICOPOLÍTICO BANCA EXAMINADORA Prof Lurdes Oberg Universidade Federal Fluminense Prof Francisco Estácio Neto Universidade Federal Fluminense Campos dos Goytacazes 2016 Dedicatória Dedico este trabalho a todas as pessoas em sofrimento que ao longo desses últimos 10 anos prontifiqueime em cuidar esforceime por compreender o seu sofrer e quando me fora possível apontarlhes as soluções de suas dores angústias e enfermidades Agradecimentos Agradeço aos meus familiares e amigos que me foram sempre incentivadores cada um à sua maneira Agradecimento em especial destaque à minha mãe Ceir Machado Henrique quem sempre participou do cotidiano desta luta pela graduação Agradeço a todos os professores que pude conviver e com eles aprender muito Agradeço ao professor Leonardo Pinto de Almeida por ter entendido a minha proposta inicial para realizar este trabalho e indicandome as possibilidades Agradeço especialmente a professora Lurdes Oberg por ter me orientado diante das dificuldades e desafios de desenvolver um trabalho como este Epígrafe um preto um pobre um estudante uma mulher sozinha blue jeans e motocicletas pessoas cinzas normais garotas dentro da noiterevólver cheira cachorro os humilhados do parque com os seus jornais me interessam amar e mudar as coisas me interessa mais Autor Belchior Resumo Este trabalho tenciona evidenciar um estudo teórico sobre a psicologia sóciohistórica como possibilidade de entender nas tramas da cotidianidade a noção de afetividade no enfrentamento das injustiças sociais e do sofrimento éticopolítico Por meio de pesquisa bibliográfica foram apresentados os autores que fizeram por desenvolver a psicologia sóciohistórica no Brasil como Bock e outros Concebese o homem como ser social e histórico através de uma exposição dos conceitos da psicologia sóciohistórica e do materialismo histórico dialético A cotidianidade é evidenciada no pensamento de Heller como tentativa de expor os aspectos dialéticos da vida em sociedade permitindo reflexões que afirmam a assimilação da história na cotidianidade Percebe se então que o homem do cotidiano está imerso num complexo relacional em diversos aspectos tais como o caráter heterogêneo e hierárquico de seus vínculos e ações sobre o mundo Num próximo momento abordase os aspectos mais intensos das injustiças sociais nomeandoos de sofrimento éticopolítico à luz de autores como Sawaia e Gonçalves Filho Através da noção de pobreza exclusão social e humilhação social justificamos a psicologia sóciohistórica como meio de prover o interesse na afetividade desestabilizadora da exclusão social Concluise que é importante desenvolver nas políticas públicas o interesse pela dialética individual e social fazendo valer a singularidade e afetividade como forma de potencializar o poder de ação dos homens em seus contextos PalavrasChave psicologia sóciohistórica materialismo histórico dialético cotidiano afetividade sofrimento éticopolítico Abstract This work was written with the intention of pointing out a theoretical study on sociohistorical psychology as a means to comprehend within the everyday life relationships the notion of affection while facing social injustice and the ethicalpolitical suffering Through bibliographical research were presented authors who made possible the development of sociohistorial psychology in Brazil such as Block and others Man is conceived as a social and historical being through the exposition of the concepts of sociohistorical psychology and historical and dialectical materialism The everyday life is made evident in the thinking of Heller as an attempt to expose the dialectical aspects of life in society allowing reflections that affirm the assimilation of history in the everyday life One can see then that the daily man is immersed in a relational complex in many aspects such as the heterogeneous and hierarchical character of his connections with his connections and actions on the world Further more intense aspects of social injustices are approached named ethicalpolitical suffering under the light of authors such as Sawaia and Gonçalves Filho Through the notion of poverty social exclusion and social humiliation sociohistorical psychology is justified as a means to provide interest in affection which can destabilize social exclusion We conclude that it is important to develop in public policies the interest for individual dialectics enforcing singularity and affection as a way to potentiate the power of action of men within their contexts Keywords sociohistorical psychology historical and dialectical materialism everyday life affection ethicalpolitical suffering A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Sumário 10 Introdução 01 21 A psicologia sóciohistórica suas categorias de análise do fenômeno psicológico e o materialismo histórico dialético em psicologia social 05 22 Agnes Heller uma possibilidade de reflexão do cotidiano 15 23 O sofrimento éticopolítico na realidade atual brasileira pobreza humilhação social e exclusão social problematizados pela noção da afetividade 24 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS36 REFERÊNCIAS40 1 Introdução Você pode nos imaginar em uma casinha como aquela Eu farei isso Teremos uma casa Tempos modernos Charlie Chaplin 1936 A cena deste diálogo acima é do grandioso filme tempos modernos produzido e interpretado por Charlie Chaplin Esta obra retrata de maneira quase cômica por meio de encontros acidenticos a tragédia da vida e dos homens que se puseram a caminhar em direção ao sonho da realização individual Há que descrever o momento que Chaplin profere tais palavras o personagem propõe a uma jovem garota que acabara de ficar órfã de pai e em seguida fora separada por lei das irmãs mais novas Chaplin propõe a esta jovem imaginar como seria se eles morassem em uma casinha semelhante a que estavam por sobre os olhos Então a jovem e o personagem de Charlie Chaplin são envoltos pelo devaneio de pertencer ou possuir aquela casinha Tal devaneio mostraos dando conta da sobrevivência matando a fome e reproduzindo a vida ideal e perfeita que se imaginam juntamente de alguns caprichos do célebre Charlie Chaplin Quando então um policial intervém irrompendo o devaneio e trazendoos de volta a realidade da condição em que estavam desempregados e sem ter onde morar Então são expulsos da calçada postos em movimento em busca da realização de obter uma casa Este filme traz para o presente trabalho uma reflexão sobre os diversos aspectos que nos remetem de forma sutil a psicologia sóciohistórica tais como o cotidiano onde ocorre os encontros dos homens com outros homens Nestes encontros marcados pela servidão do proletariado também existe o sofrimento daqueles que não conseguem ser incluídos no modelo de sociedade da época do filme em questão entre tantas possibilidades Ainda que a problemática da obra tempos modernos esteja ligada a alienação no trabalho e as consequências patogênicas deste não podemos ignorar as representações da pobreza exclusãoinclusão humilhação social e um cotidiano cruel daquele momento histórico onde homens mulheres crianças e grupos manifestantes experimentaram a afecção utópica que se propagava sobre a vida moderna Estamos hoje em outro momento da história porém vivemos cada um a seu modo às circunstâncias do modelo individualista de ser da busca incessante pela realização da felicidade 2 sem ao menos questionarmos pela condição humana ou experimentarmos o sofrimento de alguma classe de pessoas O objetivo geral deste trabalho se realiza por meio de pesquisa bibliográfica onde são apresentados os autores que fizeram por desenvolver a psicologia sóciohistórica principalmente no Brasil Procurase então promover um estudo teórico e assim realizar as considerações necessárias para estabelecer um entendimento sobre a psicologia sóciohistórica sem a pretensão de esgotar o tema mas de promover uma reflexão e questionamento sobre a atividade humana Concebendo o homem como ser social e histórico isto se faz por meio da explanação de uma breve crítica a psicologia fazendo surgir a noção de psicologia crítica Propiciando a exposição dos conceitos da psicologia sóciohistórica e do método materialismo histórico dialético Posteriormente voltase para o cotidiano produzindo uma leitura que enfatiza a concretude da vida humana e culminando no interesse pela afetividade como forma a revelar o sofrimento ético político Sendo assim objetivase conceber o sofrimento do humano decorrente das questões econômicas que os impedem de fruir uma vida digna Ou seja demarcar a importante posição que qualifica como sendo perverso os efeitos produzidos pela lógica de mercado sobre a constituição subjetiva dos seres que não acompanham o modelo proposto Situamos a produção de conhecimento realizada por este trabalho apoiado nas contribuições da psicologia sóciohistórica no escopo da psicologia social Com isso enxergar a forma como os autores desta corrente teórica abordam o sofrimento social no Brasil de modo que aprecie sua magnitude e importância Esta atitude neste trabalho monográfico iniciase ao primeiro capítulo sobre o título A psicologia sóciohistórica suas categorias de análise do fenômeno psicológico e o materialismo histórico dialético em psicologia social Neste estágio situase brevemente a psicologia social na sua importância histórica com os apontamentos encontrados nas obras da autora Bock et al 2007 2009 Neste seguimento apareceram os conceitos classificados como sendo categoria de análise do fenômeno psicológico atividade consciência identidade sentidos e significados Os estudos sobre estas categorias de análise indicam a linguagem como sendo aspecto semiótico e de importância para o humano como tal Revelaramse então duas características peculiares da psicologia sóciohistórica uma se direciona ao intuito de entender o homem em relação com a sua história e a outra no aspecto de sua singularidade como na vida em sociedade A aproximação realizada aqui se dá como tentativa de situar a psicologia sóciohistórica em seu método Abrantes A A Silva N R Martins S T 2005 evidenciaram esta corrente teórica em seu bojo metodológico o materialismo histórico dialético sendo este pressuposto norteador de 3 sua prática em pesquisa ou a partir da maneira pela qual estes atuam frente a seu objeto de estudo Tornandose interessante neste estudo a contribuição de autores de inclinação teóricomarxista Ao adentrarmos no segundo capitulo Agnes Heller uma possibilidade de reflexão do cotidiano foi possível investigar através de seus apontamentos os aspectos teóricoconceituais de uma produção que visa os encontros da vida cotidiana Desenvolvese assim o entendimento acerca da organização para o trabalho e vida social Ampliando assim o conceito de identidade qual apresentase em um campo proximal do homem particular e genéricohumano A investigação do pensamento Heller 1970 revela o interesse da autora pela consciência e a noção de paixão e afetividade permitindo estabelecermos conexão com o terceiro capítulo Desta forma ao adentrarmos no terceiro capítulo O sofrimento éticopolítico na realidade atual brasileira pobreza humilhação social e exclusão social problematizados pela noção da afetividade Enfatizase a afetividade humana juntamente com os pressupostos da psicologia sóciohistórica e da reflexão sobre a cotidianidade contida nos capítulos anteriores e realizase uma breve elucidação da psicologia social que temos considerado Avançando até a proposta de Sawaia et al 2001 por fazer um entendimento acerca da dialética exclusão e inclusão social na análise do sofrimento éticopolítico A humilhação social é entendida como modalidade de angústia pensamento promovido por Gonçalves filho 1998 Apoiado por este autor anunciamos a humilhação social como um problema político em psicologia social É importante que esteja claro a intenção do enfoque subjetivo do fenômeno social e das condições que paralisam e enfraquecem os indivíduos sendo assim voltase para a afetividade Quanto a literatura utilizada afirmase propositalmente a presença de autores cuja nacionalidade seja brasileira húngara e da antiga união soviética com o intuito de trazer para o campo de produção científica e discussão acadêmica as contribuições dos que sempre estiveram à margem da apreciação majoritária Destacamos a filósofa Agnes Heller 1970 da escola húngara Vygotsky é um psicólogo da antiga União Soviética que surge como o autor da psicologia históricocultural que realiza apontamentos quais são apropriados pelos autores da psicologia sóciohistórica no Brasil este autor é com frequência citado nos referenciais daqueles teóricos que suscitaram o interesse intelectual deste trabalho Entendese a distinção do enfoque desenvolvido pelos pesquisadores da UNICAMP acerca de Vygotsky e a sua teoria históricocultural do enfoque que os autores brasileiros da PUCSP têm considerado o termo sóciohistórico Os autores da PUCSP Bock Gonçalves Furtado 2007 apresentam a intenção de manter a perspectiva crítica da psicologia desenvolvida pelo teórico russo em questão A utilização da nomenclatura sóciohistórica ao invés da histórico 4 cultural se faz por considerar que no Brasil a expressão cultural é carregada de tantos outros sentidos e não aponta o conteúdo de ordem marxista presente na psicologia históricocultural No entanto afirma Rey González 2007 que o históricocultural não se refere a herança marxista das teorias de Vygotsky Estão presentes ainda autores brasileiros como Silvia Lane 1995 considerada a precursora da perspectiva crítica em psicologia social no Brasil Bock é fundamental para a construção desta presente apreciação da psicologia sóciohistórica pois notase a grande produção científica desenvolvida Bock et al 2007 2009 Salientamos a importância deste trabalho sobre a psicologia sóciohistórica para o enriquecimento e capacitação dos diversos profissionais que atuam em vários níveis de atenção e proteção psicossocial ou do contexto clínico pois as considerações aqui presentes são pertinentes à mudança do olhar que se tem sobre os sujeitos Isto encontrase apoiado numa ética de promover a todos os seres o conhecimento acerca da sua condição humana Sawaia et al 2001 apud Bordieu 1998 Concluímos que para superar toda problemática levantada não é apenas devolver os sujeitos para estarem em condições de igualdades mas entender a necessidade de trabalhar as emoções contidas na palavra de quem sofre mesmo daquilo que seja alegadamente de uma ordem política intensificando seu potencial de ação Assim este trabalho monográfico voltase a partir do aporte teórico da psicologia sóciohistórica para o estudo do sofrimento humano nomeandoos em uma categoria desestabilizadora da análise dos problemas sociais o sofrimento éticopolítico 5 21 A psicologia sóciohistórica suas categorias de análise do fenômeno psicológico e o materialismo histórico dialético em psicologia social A escolha de explanar a psicologia sóciohistórica se dá pela possibilidade de situar os homens no contexto de sua história de tornar ativo o movimento que reavalia as formas de sofrimento social mantendo assim a trajetória de autores consagrados da psicologia social no Brasil como Lane 1994 Sawaia 2001 Bock 2007 entre outros Estes autores que me inspiram tanto ao proporcionarme um brilho maior de expectativas pois anunciam nas mazelas subjetivas dos seres as implicações da história de exclusão social humilhação e pobreza entre outras situações vividas por alguma categoria humana Se fosse possível simplificar a forma como estes autores e a psicologia sóciohistórica perpassam todo este trabalho diria se há excluídos há quem exclua se há pobreza há quem tenha concentração de riquezas se há alienados há alienadores Ou seja é preciso retirar os aspectos banais encontrados nos temas tão difíceis de lidar como estes situados acima mas que são de uma importância incomensurável E assim preparar o leitor para possibilidade de vislumbrar o instante do cotidiano a luz das premissas da psicologia sóciohistórica e seu método Isto marca a intenção de compreender os homens como sendo protagonistas da sua história que em momento algum deixe passar por despercebido as belezas e importâncias contidas nas suas atividades Mas que garanta o compromisso de anunciar todo e qualquer mecanismo que tencione inviabilizar esta realização ou simplesmente mesmo que fatal perder de vista os homens e as circunstâncias que o compõe E é neste sentido que o conjunto de premissas da psicologia sóciohistórica que apresentarei neste capítulo bem como a epistemologia que a sustenta encantamme devido sobretudo a sua possibilidade de movimentarse em direção de uma constante reavaliação de suas práxis Ainda mais por acentuar a importância de romper com metodologias que façam valer as dicotomias qual não apenas por atitude de radicalismo mas por assumir a investigação desta questão em sua complexidade apoiada no método do materialismo dialético como possibilidade de integrar o ser humano Apresentarei os principais conceitos da psicologia sóciohistórica sua visão de mundo e a leitura que faço dos autores que compõe essa vertente Assim como é enfatizado por Bock Gonçalves Furtado 2007 é importante ressaltar que a psicologia sóciohistórica é uma das formas de psicologia que apresentam a característica de psicologia crítica ao modelo econômico e estrutural da sociedade Sendo assim isto faz da psicologia sóciohistórica uma psicologia crítica 6 Apresento a psicologia sóciohistórica de forma a produzir os conhecimentos necessários que tornem os profissionais da psicologia capazes de entender o homem como sendo um ser que transforma o mundo que o compõe e com isso transforma a si mesmo em seu movimento de produção da própria existência Assim como a qualidade de ser histórico Deste modo atentar para as implicações da tentativa de produzir conhecimento sobre o humano isolandoo de todo seu contexto cultural Bock et al 2009 apud Lane Silvia T M A 1994 Algumas discussões são apontadas pelos autores do campo da psicologia social neste caso a psicologia sóciohistórica como sendo importantes para a compreensão do fenômeno psicológico De acordo com Bock Gonçalves Furtado 2007 a psicologia em seu surgimento produzia conhecimentos que visavam aumentar os lucros das empresas e pouco deste conhecimento se fazia por melhorias da vida sobretudo daqueles pertencentes aos grupos menos privilegiados E a psicologia social realizava um movimento crítico destes conhecimentos questionando a contribuição deste saber psicológico e desta nova ciência A afirmativa encontrada nas leituras das obras da autora Bock et al 2007 aponta para crítica do saber que a ciência psicológica apoiada no método positivista estava por produzir Pois que muito pouco desta produção fazia por melhorias da qualidade de vida das pessoas de condições de trabalhos que não fossem por exploração e controle Retificando o interesse na compreensão do homem se dava na valorização do homem certo numa função certa ou seja de ter uma sociedade homogênea formando os grupos de maneira coercitiva e controladora Ainda sobre a contribuição da autora mencionada acima a intenção de entender o comportamento humano bem como as interpretações deste fenômeno indicavam tendências de controle de proporcionar uma compreensão que enquadra os homens à perspectiva capitalista marcando a ruptura e crítica ao modelo de antes o feudalismo Com isso potencializando e fazendo funcionar o que estava relacionado à ascensão da burguesia E ainda propiciando a naturalização do normal ou seja produzindo exclusões sobre o ideal de uma sociedade homogênea O momento histórico que permitiu que a psicologia recebesse o estatuto de ciência distinta e não subjugada ou mesmo subordinada a outras áreas do saber é muito peculiar e as condições que favoreceram este emergir do saber psicológico é atravessado de acordo com os autores Bock Gonçalves e Furtado 2007 pela ascensão da burguesia norteado pela utopia liberalista apoiada pelos métodos positivistas De acordo com as literaturas existentes e a história da psicologia o nascimento da psicologia é datado do século XIX ao ano de 1875 que é atribuído como marco que lhe concede 7 o estatuto de ciência em seu campo específico de atuação Assim como aponta Bock Gonçalves e Furtado 2007 tem como características o experimental empírico e quantitativo A psicologia tem muitos anos de existência pois o marco que temos considerado para sua instituição enquanto área específica na ciência é o ano de 1875 As condições para a construção da Psicologia encontramse pois no século XIX Nesse período a burguesia moderna ascende enquanto classe social Todas as transformações daí decorrentes são consideradas condições históricas para o surgimento da ciência moderna e posteriormente da Psicologia A ênfase na razão humana na liberdade do homem na possibilidade de transformação do mundo real e a ênfase no próprio homem foram características do período de ascensão da burguesia que permitiram uma ciência racional que buscou desvendar as leis da natureza e construir um conhecimento pela experiência e pela razão Um método científico rigoroso permitia ao cientista observar o real e construir um conhecimento racional sem interferência de suas crenças e valores Assim surge a ciência moderna Experimental empírica quantitativa BOCK et al 2007 p15 Na continuidade do pensamento apresentado por Bock Gonçalves e Furtado 2007 a psicologia sóciohistórica apoiase na psicologia sóciocultural proposta por Vygotsky qual aponta para a possibilidade de um contorno que supera as visões dicotômicas O movimento crítico às dicotomias tais como indivíduosociedade subjetividadeobjetividade naturalsocial e sobre tudo crítica a uma ciência apoiada na razão e na neutralidade do cientista permitindo uma nova psicologia social Os conceitos da psicologia sóciohistórica são produções que visam uma psicologia integrada ou seja que não tomem como objeto de estudo por exemplo um aspecto natural abandonando o aspecto social Como exemplo da resolução da dicotomia internoexterno exponho a explicação de como a consciência humana é constituída pelo pensamento Vygotsky e maneira pela qual resolve o problema das dicotomias Vygotsky esclarece bem esse processo de constituição da consciência quando afirma que cada função no desenvolvimento cultural da criança aparece duas vezes ou em dois planos Primeiro aparece no plano do social e depois no plano psicológico Assim o autor elimina qualquer possibilidade de dicotomização internoexterno uma vez que tudo que é interno tenha sido para os outros aquilo que agora é para si AGUIAR W M J 2007 p 99 apud VYGOTSKY 1993 p 24 8 Todo o movimento produzido por este trabalho até o presente momento é o de explicitar a visão de mundo e do fenômeno psicológico nesta perspectiva crítica Aprofundando esta possibilidade com o pensamento de AGUIAR W M J 2007 p 95 Fazer considerações teóricas em psicologia sóciohistórica significa de alguma forma apresentar a visão teórica que se tem do fenômeno psicológico Sendo assim estudar o fenômeno psicológico está como tentativa de entender o homem Nesta abordagem tal compreensão se realiza ao apresentar o objeto de estudo em sua gênese Esta gênese é histórica e social Temos então os conceitos que podem ser tomados como sendo o ponto central da psicologia sóciohistórica os quais são postulados por AGUIAR W M J 2007 p 9596 como sendo categoria de análise As categorias de análise do fenômeno psicológico apresentado pela autora são atividade e consciência A expansão de seu pensamento se desenvolve remontando as contribuições de autores como Vygotsky Leontiev no entanto é novamente o pensamento de Vygotsky o de maior valor devido ao interesse voltado ao estudo da gênese da consciência e da atividade simbólica que permeia a constituição do psiquismo Bock Furtado e Teixeira 2009 enumeram de modo explícito além de atividade e consciência o conceito de identidade e também o de sentidos e significados E apresenta o conceito de consciência sustentando outros subgrupos trabalho vida social e linguagem Antes de iniciarmos a expansão destas categorias de análise do fenômeno psicológico tornamse necessárias duas recomendações que orientam e possibilitam maior compreensão dos elementos contidos nesta apresentação A primeira tratase da definição do psicológico Vejamos o pensamento AGUIAR W M J 2007 p 96 referimos ao psicológico como atividade do homem de registrar a experiência e a relação que mantém com o ambiente sócio cultural Sendo assim a autora propõe o psicológico dentro de um molde fundamental indicando capacidade mnemônica juntamente com a relação com os outros dentro do existir cultural A segunda recomendação é realizada pela apreciação crítica do molde científico positivista pois com a leitura das obras Bock et al 2007 2009 afirmo a dificuldade ou mesmo a impossibilidade da tentativa de esgotar a análise deste tema Visto que os conceitos atividade consciência identidade signos ou sentidos por mais que sejam apresentados em formato sistematizados podese verificar que se trata de uma tentativa de tornar didático e possível de uma apresentação mas que com a leitura sobretudo de Aguiar W M J 2007 e sua apresentação da teoria sóciohistórica no plano da cotidianidade humana os conceitos listados acima se dão em um emaranhado de formas sem que seja possível enumeração de uma ordem de importância ou acontecimento E a autora alerta para isto 9 O homem ao construir seus registros psicológico o faz na relação com o mundo objetivando sua subjetividade e subjetivando sua objetividade O psicológico se constitui não no homem mas na relação do homem com o mundo sociocultural Nós psicólogos é que o estudamos na dimensão pessoal que tem AGUIAR W M J 2007 P 96 É imprescindível a leitura processual dos autores que compõem a história da produção desses conhecimentos tais como Vygotsky Leontiev entre outros Mas sigamos na tentativa de apresentar os fundamentos teóricos da Psicologia sóciohistórica Através do pensamento de Bock Furtado e Teixeira 2009 falase no conceito de atividade como meio fundamental na qual o sujeito se apropria do mundo que transforma o real assim como trás para si aquilo que está fora no sentido de apropriarse de algo Sendo assim atividade é uma espécie de prática humana a qual é apontada pelos autores como a base do pensamento e do conhecimento Atuar no mundo é uma das propriedades do ser humano isto é a atividade é uma das suas determinações BOCK et al 2009 p 186 O que se estabelece é a noção de que há nos indivíduos a necessidade de relacionarse ativamente com o mundo transformandoo de acordo com as suas necessidades O pensamento destes autores citados acima indicanos que transformar o mundo é transformar a si mesmo Com isso fica claro a tentativa de situar as transformações e construções do mundo como sendo também transformações e construções de si mesmo Ou seja há a intenção de aproximar e destacar as relações entre mundo interno e externo Falase que estes estão em correlação ou seja de dependência mutua Podemos compreender então que atividade como aponta Aguiar W M J 2007 é o movimento que torna possível que o homem se torne humano pois tratase da atividade humana do seu trabalho sobre o mundo e da produção de uma determinada forma de relação que está incorporado ao cultural No seguimento do pensamento de Aguiar W M J 2007 avancemos a outra categoria de análise do fenômeno psicológico que contribui para compreensão do humano a consciência Afirma Bock et al 2009 p 186 A consciência humana expressa a forma como o ser humano se relaciona com o mundo objetivo Em Bock Furtado e Teixeira 2009 o homem realiza este movimento relacionarse com o mundo objetivo por meio da compreensão transformandoo em ideias e imagens com isso consegue estabelecer relações entre essas informações Isto se dá ao movimento de compreender o que acontece no ambiente 10 Conforme salienta Bock et al 2009 a consciência é um saber de algo e não se trata de um saber puramente lógico é o que permite a compreensão do mundo objetivo mas não é estritamente racional Tratase pois de saberes tais como saber das emoções e sentimentos saber dos desejos e saber do inconsciente E se a consciência é um modo do ser humano reagir ao mundo isto lhe dá a qualidade de permanente movimento Assim Bock et al 2009 em uma proposição interrogativa de como a consciência surge indicam que é proveniente das relações entre os humanos Mesmo que tenha sido pela evolução do cérebro humano outros fatores estiveram e estão presentes neste desenvolvimento pensar o mundo por meio de imagens símbolos e estabelecer relações com o mundo objetivo só foi possível além das transformações biológicas mas dos estímulos externos e da atividade transformadora sobre este É desta forma que se pensa a consciência Levandose em conta aspectos no qual acredito que para melhor visualização didática podem ser explanados como sendo subgrupos pertinentes a formação da consciência São estes o trabalho vida social e linguagem O pensamento de Aguiar W M J 2007 p 99 contribui para o entendimento do trabalho enquanto atividade humana transformação da natureza para a produção da existência humana algo que só é possível em sociedade Esta breve elucidação aponta imediatamente para a vida em sociedade e a importância que estes fatores têm na constituição da consciência humana A consciência é entendida por Bock et al 2009 como produto subjetivo e de apropriação da objetividade do mundo pelos homens por meio de uma atividade social denominada trabalho Falase em trabalho porém para estes autores o trabalho não é puramente o de labor ou de um regulamento podendo ser mas no entanto esta atividade transformadora e organizada socialmente é entendida como atividade sobre o mundo O ser humano encontra um mundo de objetos e significados já construídos pelos outros homens Nas relações sociais ele se apropria desse mundo cultural e desenvolve o sentido pessoal Produz assim uma compreensão sobre o mundo sobre si mesmo e os outros compreensão construída no processo de produção da existência compreensão que tem sua matériaprima na realidade objetiva e na realidade social mas que é própria do indivíduo pois é resultado de um trabalho seu BOCK FURTADO TEIXEIRA 2009 p 187 Temos também o conceito de identidade no qual é apontado por Bock et al 2009 como uma categoria que assume peculiaridade de movimento permanente Assim como o homem e a consciência O indivíduo pois está atrelado a um eterno transformarse A consciência se desenvolve numa compreensão que produz um conhecimento de si mesmo a identificação 11 Com o pensamento de Bock et al 2009 a identidade está em constante relação com o mundo social E a cada nova forma de relacionarse com o mundo produz uma nova compreensão Ou seja a identidade movimentase juntamente com a realidade objetiva Neste sentido a Identidade é feito de ideias e sentidos que os sujeitos criam mas também apropriação das representações que lhe são conferidos Sobretudo podese pensar a identidade como síntese pessoal sobre o simesmo A forma como a identidade é conceituada pela psicologia sócio histórica reforça os apontamentos feito no início deste capítulo quanto à crítica da compreensão do homem por meio de produção de conhecimentos que fazem por caracterizálo de maneira ajustada a uma função social estática na organização para o trabalho Vejamos Esse conceito supera a compreensão do ser humano como conjunto de papéis de valores de habilidades de atitudes etc pois compreende todos esses aspectos integrados o homem como totalidade e busca captar a singularidade do indivíduo produzida no confronto com o outro BOCK FURTADO TEIXEIRA 2009 p 188 Sentidos e significados são neste momento os conceitos alvos de explanação Bock et al 2009 p 188 utilizandose do pensamento de Vygotsky os autores explicam a noção do conceito de sentido representa um agregado de fatos psicológicos que estão registrados pelo sujeito arquivado de modo emocionado ou seja carregado de afeto e por imagens e sensações Os autores Bock et al 2009 pensam o sentido como sendo o que permite a ligação entre o sujeito e um evento atual e a maneira pela qual experimenta isto se dá pela configuração histórica da psique na qual é históricosocial Os autores citados acima afirmam que a vida social do sujeito não está alheia a construção de seu psicológico Pois é através da sua vivência que se produz os seus sentidos e é isto que permite aos homens o movimento ativo e não apenas como organismo reagindo ao seu meio Percebese que estes autores em sua sutileza já apontam para a linguagem como ponto crucial e é a isto que se referem em suas considerações sobre os signos e sentidos Pode ser observado na exposição do pensamento de Aguiar W M J 2007 que a linguagem está atrelada a constituição da consciência e assumindo característica de uma produção social notadamente histórica Pois isto marca a condição humana devemos focalizar a questão da linguagem que sendo produzida social e historicamente é o instrumento fundamental nesse processo de constituição do sujeito Os signos entendidos como instrumentos convencionais de natureza 12 social são os meios de contato do indivíduo com o mundo exterior e também consigo mesmo e com a própria consciência AGUIAR W M J 2007 P 100 A caracterização feita por Aguiar W M J 2007 permite o entendimento sobre os signos O signo seria tudo aquilo que possui um significado e se remete a algo situado fora de si mesmo é o elemento que integra as funções psíquicas superiores Podemos realçar a importância da palavra para a produção ideológica Bakhtin destaca a importância dos signos Para ele a palavra além de constituir a chave para a compreensão da consciência e da subjetividade é também espaço privilegiado da criação ideológica AGUIAR W M J 2007 p 101 apud Bakhtin 1981 De acordo com Aguiar W M J 2007 a palavra e o campo da linguagem sistema semiótico são os cenários onde ocorrem os conflitos são os artifícios da produção ideológica e por onde se exprimem as relações de dominação entre outras Sendo assim influir sobre a ideologia implicaria em mudanças na linguagem A palavra signo ideológico aponta sempre as menores variações das relações sociais não só os referentes aos sistemas ideológicos constituídos mas também as que dizem respeito à ideologia do cotidiano aquela que se exprime na vida corrente em que se formam e se renovam as ideologias constituídas AGUIAR W M J 2007 p 101 Mantendo a proposta deste capítulo e assim como fora proposto na introdução avancemos para a metodologia presente na sóciohistórica Pois que para abordar a psicologia sóciohistórica mais que entender as questões referentes à visão de mundo e a característica crítica que esta corrente teórica mantém é primordial estar situado ao seu método Enquanto a Psicologia social cognitiva se baseava em uma perspectiva naturalizante e dicotômica valendose do método experimental e da neutralidade do investigador em suas análises das relações interpessoais e dos fatores sociais no indivíduo a psicologia social brasileira sóciohistórica se fundamentava no método do materialismo dialético visando ao compromisso social ALMEIDA Leonardo pinto de 2012 p 132 Neste segundo momento temos o materialismo dialético como pressuposto norteador desta perspectiva Motivado pela proposta de explanar a psicologia sóciohistórica fica estabelecido à característica crítica à neutralidade do cientista pesquisador ou mesmo profissional atuante Martins M L 2005 evidencia isto ao diferenciar as disposições metodológicas que tem no materialismo histórico dialético para o fazer históricosocial Acrescenta que há na relação 13 pesquisadorpesquisado processos que se configuram em dinâmico e interativo entre as singularidades destes Sendo necessário o movimento do pesquisador que almeja à singularidade de seu objeto investigado Falase na importância de superar a própria singularidade De acordo com Gonçalves M G M 2005 o método do materialismo dialético faz por servir a psicologia sóciohistórica instrumentos que viabilizam a superação da dicotomia sujeitoobjeto Ao conceber estes elementos numa relação dialética onde há no sujeito propriedades do objeto fruto de sua ação subjetiva Esta discussão é intensa se pensarmos na quantidade de teorias que tentaram dar conta deste problema ou que se quer interessouse por isso abandonando um ou outro abordando por exemplo o individual e deixando a margem o social e vice e versa Afirma Silva F L 2005 o materialismo histórico é uma teoria que se desenvolve no seio do movimento operário e lutas de classe tendo sido instaurados por Karl Marx e Friedrich Engels Indica o materialismo histórico como sendo a forma de interpretar os meios de produção e reprodução do capitalismo sob a ótica do proletariado De acordo com o pensamento apresentado por Gonçalves M G M 2005 utilizase do marxismo para compreensão da questão sujeitoobjeto O movimento de fazer uma unificação entre sujeito e objeto se dá a partir do pensamento de Hegel pois que os outros pensadores como Kant e os de ordem positivistas tinham em suas reflexões atributos que estavam mais por fazer valer a lógica do capitalismo Mas que foi através do pensamento de Karl Marx fazendo valer do materialismo dialético que a dicotomia sujeitoobjeto pode ser unificada na compreensão do homem no mundo o materialismo histórico e dialético mantém a importância do sujeito ativo como em Hegel mas mantém também a existência objetiva do objeto Ou seja na concepção materialista sujeito e objeto têm existência objetiva e real e na visão dialética formam uma unidade de contrários agindo um sobre o outro Assim o sujeito é ativo porque é racional mas não só Antes de mais nada o sujeito é sujeito da ação de transformação do objeto A ação do sujeito transforma o objeto e o próprio sujeito E essa ação do sujeito é necessariamente situada e datada é social e histórica GONÇALVES M G M 2005 P 93 O pensamento de Gonçalves M G M 2005 acerca da dialética tornase interessante e preciso pois leva em consideração a ação do sujeito como sendo datada ou seja que se dá num momento que diz respeito as possibilidades concretas de ação Esta ação não é vazia dos aspectos dinâmicos do sujeito Subjetividade e objetividade numa relação dialética não pressupõe apenas 14 o ser numa progressão transformadora mas sim que as construções da vida humana se dão na transformação do meio porém fica acentuado que o interno e o externo se confundem pois são equivalentes As considerações realizadas até este momento tornam possível a proposta de entender o humano levando em consideração os aspectos teóricos da psicologia sóciohistórica tais como a transformação do mundo e de si mesmo De acordo com os apontamentos dos autores situados neste capítulo percebese que isto se caracteriza pela organização para o trabalho e a vida social Estes autores consideram o estudo acerca dos sentidos e significados como sendo um campo de produção e transformação ideológica No entanto o objetivo aqui não é o de explanar a questão da ideologia pois seria necessário um trabalho especificamente neste contexto sendo assim alegase que não fora possível expor e analisar todas as contribuições teóricas da psicologia sócio histórica A proposta deste capítulo fora a de demonstrar as principais considerações teóricas em psicologia sóciohistórica e aproximála do materialismo histórico dialético Partimos para o capítulo seguinte que tenciona refletir sobre as nuances contidas nas atividades dos homens mas com o olhar voltado para o cotidiano visto que temos considerado uma perspectiva teórica sem investigar o que é este humano no contexto de seu cotidiano ou seja em relação a sua consciência e atividade A preparação que se faz para o conteúdo que se aproxima se dá pela assertiva de que é no cotidiano onde se dão os encontros entre os homens onde suas relações estão de maneira diversas conectadas também a intersubjetividade destes homens quais mutuamente constroem e atualizam as situações da história e sobretudo do seu efeito que a história causa na vida cotidiana Sendo assim novas considerações teóricas são apresentadas no entanto não são excludentes ou antagônicas às categorias de análise deste primeiro capítulo O aspecto dialético se mantém é nesse sentido que se torna possível o entendimento do pensamento de Agnes Heller 15 22 Agnes Heller uma possibilidade de reflexão sobre a cotidianidade Refletir acerca do cotidiano a luz do pensamento filosófico de Agnes Heller vai de encontro com as considerações realizadas sobre a psicologia sóciohistórica Naturalmente surgem outras perspectivas mas que ainda permeiam a ideia central da proposta monográfica Desta forma tornase possível a ratificação dos conceitos apresentados no capítulo anterior por exemplo atividade e identidade O que tornou esta autora importante para a presente apreciação é justamente a inclinação teórico marxista de seu pensamento promovendo a visão de homem e das interações que este mantém com outros homens porém anunciase a lógica do particular do singular e do genérico Manifestamse através destas considerações teóricas os pressupostos metodológicos da dialética com o acréscimo de outras possíveis formas de entender a história o humano e a vida cotidiana A exposição do pensamento da autora prepara o leitor para o entendimento dos elementos citados acima Heller 1970 evidencia o homem cotidiano em relação aos aspectos de suas relações sociais e afirma a cotidianidade em uma instância que não escapa a nenhum ser Ou seja todo homem vive a sua cotidianidade inteiramente no sentido de ter ao seu dispor os recursos de que é capaz Afirma que o instante irredutível do cotidiano é independente de qualquer que seja a posição social de um ser ou o posto que este pertence na organização para o trabalho Dentro desta possibilidade a autora acrescenta um contraditório mesmo que todo ser experimente sua cotidianidade apoiado por todas as suas capacidades e circunstâncias isto não significa que as suas capacidades sejam aperfeiçoadas ao ápice de realização do seu potencial A vida cotidiana é a vida do homem inteiro ou seja o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade de sua personalidade Nela colocamse em funcionamento todos os seus sentidos todas as suas capacidades intelectuais suas habilidades manipulativas seus sentimentos paixões ideias ideologias O fato de que todas as suas capacidades se coloquem em funcionamento determina também naturalmente que nenhuma delas possa realizarse nem de longe em toda sua intensidade HELLER 1970 p 17 Temos então ao pensamento do teórico em questão o homem cotidiano como sendo atuante e fruidor ativo e receptivo mas é geralmente atravessado pela urgência de seu existir com isso nenhum desses seus aspectos são elevados ao ápice do funcionamento E nas palavras da autora estes aspectos não são aguçados em toda sua intensidade 16 Heller 1970 considera que a vida cotidiana possui características mistas sendo heterogênea e em igual expressão a vida cotidiana é hierárquica Estes aspectos heterogêneo e hierárquico se dão em relação à significação e importância contidas nos tipos de atividade desempenhadas Porém a heterogeneidade está para a significação da vida cotidiana de forma mais estável enquanto a hierarquia sofre tensionadas modificações por via das variadas formas de estruturação econômicosociais A heterogeneidade conforme o pensamento de HELLER 1970 p 18 indica as variadas atividades que desempenha os homens em sua vida cotidiana a organização do trabalho e da vida privada os lazeres e o descanso a atividade social sistematizada o intercâmbio e a purificação Temos considerado que indivíduo e sociedade não são instâncias antagônicas propondo a relação dialética destes Com isso temos falado durante todo momento que o homem nasce em um mundo repleto de circunstâncias que lhe são extras Vejamos então o pensamento da autora e o que nos acrescenta O homem nasce já inserido em sua cotidianidade O amadurecimento do homem significa em qualquer sociedade que o indivíduo adquire todas as habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade camada social em questão É adulto quem é capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade HELLER 1970 p 18 Heller 1970 ao ressaltar a importância contida em adquirir habilidades que permitam movimentar a vida cotidiana propõe que existe neste ponto algo de fundamental para a humanidade Isto é explicitada pela autora através do olhar voltado a possibilidade de assimilação Sendo assim adquirir habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade ocorre por meio do que denomina assimilação da manipulação das coisas Esta assimilação manipulativa é apontada por Heller 1970 como sinônimo de outra forma de assimilação assimilação das relações sociais Neste ponto existem subterfúgios no que diz respeito à maneira pela qual o homem domina as leis da natureza e promove o movimento da vida cotidiana de que estamos falando Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das relações sociais continua também contendo inevitavelmente de modo imanente o domínio espontâneo das leis da natureza A forma concreta de submissão ao poder da natureza é sempre mediatizada pelas relações sociais mas o fato em si da submissão à natureza persiste sempre como tal HELLER 1970 p 19 17 Heller 1970 indica as assimilações das relações sociais como sendo o que faz pelo domínio espontâneo das leis da natureza O homem contorna as condições reais que lhe são ameaçadoras ou satisfazem as suas necessidades particulares por meio da manipulação das coisas culminando em assimilação das relações sociais A mediação social ou seja as formas de relações sociais provêm assim do domínio imediato das leis da natureza Contudo a fragilidade do homem ao poder da natureza geralmente mantémse emudecido geralmente não é percebido devido sobretudo a organização social Acrescenta Heller 1970 que está assimilação garante as condições de nos tornarmos adultos e consequentemente mover e garantir a vida cotidiana Para acontecer o êxito desta configuração outra condição tornase necessária e a autora caracterizaa de assimilação imediata referindose ao intercâmbio da comunicação e assim estreitando para comunicação social A autora supõe que a assimilação imediata das coisas se inicia por vias das relações de grupos Por exemplo a família a escola e a comunidade etc Nestes grupos são instaurados costumes valores que medeiam à relação entre o indivíduo e as organizações maiores e isto nos importa pois temos considerado a historicidade do homem O homem aprende no grupo os elementos da cotidianidade por exemplo que deve levantar e agir por sua conta ou o modo de cumprimentar ou ainda como comportarse em determinadas situações etc mas não ingressa nas fileiras dos adultos nem as normas assimiladas ganham valor a não ser quando essas comunicam realmente ao indivíduo os valores das integrações maiores quando o indivíduo saindo do grupo por exemplo da família é capaz de se manter autonomamente no mundo das integrações maiores de orientarse em situações que já não possuem a dimensão do grupo humano comunitário de moverse no ambiente da sociedade em geral e além disso de mover por vez esse mesmo ambiente HELLER 1970 p 19 Para Heller 1970 o cotidiano está no centro da história pois é o âmbito por onde se eternizam os costumes tradições etc Toda a vivência que possa ser mencionada por exemplo em livros os grandes feitos de que tomamos conhecimento por este meio são façanhas que retornam para a vida cotidiana E é isso que permite que a história se torne particular pois produzem na trivialidade corriqueira do cotidiano os efeitos que se eternizam ou se dissipam Conforme acompanhamos no pensamento de Heller 1970 a cotidianidade não está fora da história muito longe de ser vista assim Os seres que assimilam o cotidiano incorporam em suas atividades acontecimentos de outros tempos tais como os costumes tendências morais etc Adverte muito precisamente a autora que a assimilação qual nos remete a uma grandiosidade possa ser feita em si ou seja não exatamente consciente O que assimila a cotidianidade de sua 18 época assimila também com isso o passado da humanidade embora tal assimilação possa não ser consciente mas apenas emsi HELLER 1970 p 20 Mesmo que na assimilação o homem façao de maneira consciente ou não sua atividade assimilativa está sob a experiência de irrepetibilidade pois isto é um fato ontológico São apontados por Heller 1970 a irrepetibilidade e a unicidade como sendo fatos ontológicos complexos que estão em comunhão com a assimilação da realidade social e da capacidade de manipulação préestabelecida isto pode ser entendido como o que antes mencionado caracterizandose em condições concretas que já estão dadas Em tempo será dedicado este momento para a apresentação da elucidação do particular e do genérico O indivíduo é sempre simultaneamente ser particular e ser genérico Esta é uma afirmativa encontrada na leitura de HELLER 1970 p 20 A particularidade aparece como uma possibilidade proveniente da capacidade de o ser humano expressar além de seu ser isolado mas sua individualidade Pois como exemplo Heller 1970 compara que o estudo a partir de uma folha de árvore seria capaz de esclarecer todas outras folhas de árvores pertencentes ao mesmo grupo no entanto um único homem não permite expressar ou representar a essência humana A autora referese à particularidade do indivíduo sob a forma das necessidades da humanidade no entanto esta necessidade apresentase no indivíduo Esta aparição das necessidades humanas surge no indivíduo como sendo a consciência das necessidades do eu E a dinâmica da particularidade individual humana se apresenta na forma de satisfação de tais necessidades do eu Heller 1970 anuncia que todo questionamento motivado por esse eu todo o conhecimento que se produz acerca do posicionamento de um homem e suas necessidades é uma questão talvez diremos expressão do particular Esse conteúdo qual a autora aproxima com as paixões individuais surge e retorna para a particularidade individual Porém no próprio homem contém as representações do humanogenérico sobretudo devido a importância contida no meio de satisfação das necessidades do eu mencionadas acima qual provém de uma atividade essencial Atividade socialmente necessária que temos considerado nesta perspectiva denominase trabalho Mesmo sendo o trabalho uma atividade social ou seja está como atividade do gênero humano mas também é movido pela particularidade de cada homem porém não afasta a categoria de atividade do gênero humano Com essas possibilidades apresentadas temos a ocorrência de que um indivíduo possa então identificarse com a representação do humano genérico e também de serem indiferentes a necessidades do eu de maneira consciente ou em si Com isso Heller 1970 tenta preparar as imbricações entre o humanogenérico e o particular 19 Heller 1970 já afirmara que o homem é sempre ser particular e genérico Genérico pois contém de forma consciente ou não os efeitos da produção social das relações que mantém neste conviver em grupos em sociedade Sendo assim ratificase o que antes fora posto mesmo que contenham nos homens as consequências de suas relações sociais um homem isolado jamais será a representação do gênero humano pois esta representação é qualidade da integração que o compõe E é nesta integração tribo classe nação etc que faz por formar em cada ser humano a consciência de si e dos outros O estudo da consciência promovido em Heller 1970 é de escolha intencional e isto é acentuado pela autora Pois a vida cotidiana existe antes mesmo do conhecimento da história que temos hoje E ao referimos a vida cotidiana estamos considerando os postulados anteriores deste capítulo e apenas fazendo por acrescentar via pensamento de Agnes Heller a importância contida na consciência de nós como sendo fruto da consciência do eu ou seja o dinamismo presente entre o particular e o genérico O indivíduo a individualidade contém tanto a particularidade quanto o humano genérico que funciona consciente e inconscientemente no homem Mas o indivíduo é um ser singular que se encontra em relação com sua própria individualidade particular e com sua própria genericidade humana e nele tornamse conscientes ambos os elementos HELLER 1970 p 22 No seguimento da apresentação Heller 1970 referese à escolha autônoma de um indivíduo sobre os aspectos particular e genérico que são incorporados em sua singularidade E evidência uma peculiaridade humana que é a de estarse diante de sua particularidade bem como diante de sua genericidade tendo estes dois aspectos efeitos conscientes Fazendo uma distinção e afirmando o indivíduo não é puramente ser singular Na síntese de seu pensamento percebese que autora não caracteriza a escolha como sendo exercício pleno de liberdade existe a possibilidade de que o sujeito exerça sua singularidade optando pelos elementos quais já estão dados porém é uma atitude que acentua como sendo relativamente livre pois estão atrelados aos seus papéis sociais O homem singular não é pura e simplesmente indivíduo no sentido aludido nas condições da manipulação social e da alienação ele se vai fragmentando cada vez mais em seus papéis O desenvolvimento do indivíduo é antes de mais nada mas de nenhum modo exclusivamente função de sua liberdade fática ou de suas possibilidades de liberdade HELLER 1970 p 22 Tornase interessante apresentar a noção contida em Heller 1970 sobre o papel social O papel social é apresentado sob forma de função É entendido como uma categoria abstrata na 20 qual existe independente do homem ou seja como algo que está dado em seu meio reforçando assim a possibilidade de função de assimilação ativa A imitação manifestase sobretudo como imitação dos usos Em todos os estágios do desenvolvimento social o homem nasce num mundo já feito numa estrutura consuetudinária já feita Deve então assimilar esses usos do mesmo modo como assimila as experiências de trabalho Desse modo toma posse da história humana ingressa na história e esse é o marco em que o homem consegue se orientar Nos vários terrenos da realidade constroemse estruturas consuetudinárias diferentes O homem jamais se enfrenta com usos isolados ele os aprende numa totalidade relativa como sistema como estrutura O caráter estruturado do uso a presença simultânea de várias reações consuetudinárias sistema tanto mais complexo quanto mais desenvolvida é a sociedade é um dos pressupostos da função papel HELLER 1970 p 88 De acordo com a reflexão da citação em questão o papel social é decorrente de uma mimese humana ou seja é o comportamento e capacidade do homem em imitar não só uma atitude mais toda a inteira prestação de um complexo de comportamento que garante a atuação participativa no social Com isso há na mimese humana os atributos que antes fora mencionado tratase da assimilação e neste caso a assimilação de papéis Estas assimilações de papéis acontecem de maneira ativa com toda potencialidade que a ideia de atividade possa invocar neste presente momento no entanto atividade consuetudinária ou seja a significância da atividade para um indivíduo se dá na medida em que o mesmo desempenha uma atividade fazendo uso como um meio em sua realidade concreta Percebese então que o homem do cotidiano qual estamos considerando está imerso num complexo relacional em diversos aspectos tais como o caráter heterogêneo e hierárquico de seus vínculos e ações sobre o mundo Preso ou digamos alienado a irredutibilidade do instante sem que com isso possa significar a desqualificação da apreensão histórica contida na vida cotidiana Pois o homem do cotidiano é também o homem da história este atributo se dá pela assimilação A assimilação como tem observado Heller 1970 indica o homem em sua ação de atividade onde a alienação não é plena Pois como evidenciou a autora o homem sofre da urgência das diversas possibilidades não galgando ao ápice do funcionamento das suas capacidades bem como ao ápice da característica alienante da organização para o trabalho e vida social Ainda que exista a possibilidade de ser genéricohumano pois há também possibilidade de ser particular Mesmo que em uma consideração hipotética haja maior evidência ao genéricohumano por exemplo uma sociedade em maior significação orgânica e coercitiva o homem é ser singular que se encontra 21 diante de sua genericidade e particularidade E o homem isolado não é exemplo ou essência da humanidade Nesta exposição falase no homem como ser particular humanogenérico e singular Acrescentando que a dinâmica destes se dá sobre a forma de necessidades do eu Assim sendo Heller 1970 aponta para possibilidade de que a particularidade do homem submeta o humano genérico em função da sua própria necessidade Ou seja a vida social em prol das paixões individuais O que baliza isto impedindo a ocorrência do que a autora denominou de vitória espontânea da particularidade sobre o humanogenérico é a ética A ética nesta apreciação é entendida como exigências e normas necessárias a comunidade social Mas não encerra assim deste modo faz por promover outro efeito a intimação Heller 1970 supõe que a intimação se dá como efeito de dominação propondo ao indivíduo que submeta sua particularidade ao humano genérico porém como fora apontado antes a particularidade e genericidade humana e o choque entre estes não costumam estar consciente na vida cotidiana Percebese aí um ideal o desfecho de controle social sob a intenção de que esta intimação de que estamos falando tornese motivação interior A vida cotidiana está carregada de alternativas de escolhas Essas escolhas podem ser inteiramente indiferentes do ponto de vista moral por exemplo a escolha entre tomar um ônibus cheio ou esperar o próximo mas também podem estar moralmente motivadas por exemplo ceder ou não o lugar a uma mulher de idade Quanto maior é a importância da moralidade do compromisso pessoal da individualidade e do risco que vão sempre juntos na decisão acerca de uma alternativa dada tanto mais facilmente essa decisão elevase acima da cotidianidade e tanto menos se pode falar de uma decisão cotidiana Quanto mais intensa é a motivação do homem pela moral isto é pelo humanogenérico tanto mais facilmente sua particularidade se elevará através da moral à esfera da genericidade HELLER 1970 p 24 Na expansão das possibilidades da particularidade e genericidade Heller 1970 realiza duas restrições afirmando que a elevação do particular ao genérico não significa o fim da particularidade Pois considera que as paixões e afetos quando sendo orientadas para o eu não desaparecem mas convertemse ao externo surgindo assim uma espécie de motor de realização do humanogenérico Outra restrição que realiza a autora diz respeito a uma relativização das decisões morais indicando que tais decisões se dão como uma tendência Com isso não é possível identificar rigorosamente o que seria ação cotidiana e ação moralmente motivada No seguimento afirma HELLER 1970 p 24 A maiorias das ações e escolhas tem motivações 22 heterogênea E indica que há união de motivações Ocorre o encontro entre motivações de tendências particulares e genéricomorais e isto faz com que jamais se realize de maneira completa uma inclinação moral a ponto de elevarse de maneira plena por sobre o particularindividual A particularidade e genericidade proposta por Heller 1970 remetemnos a grandes pensadores indiretamente situados em sua obra e outros diretamente ligados à sua produção como o Karl Marx e Georg Lukács respectivamente A contribuição de Lukács se dá por meio da evolução da dinâmica que permite o homem inteiro ou melhor dizendo quando ocorre a elevação do particular ao genéricohumano por este trajeto promovendo a ideia de homem inteiro Este homem inteiro em Heller 1970 vem indicarnos outra forma de pensar a atividade do gênero humano a atividade que causa mudanças na cotidianidade e pode ser encarado como sendo atividade qual estar por ser assimilada Heller 1970 ressalta que a vida cotidiana é em sua forma heterogênea no entanto é a homogeneização que permite o homem inteiro por estar em relação análoga aos outros homens ou seja numa tendência genéricohumano Ao referirmonos a vida heterogênea estamos considerando que a cotidianidade exige dos homens todas as suas capacidades sem que com isso uma única capacidade em especial Agora tornase possível explicitar também o possível aspecto de homogeneidade Heller 1970 anuncia que são necessários três fatores conjuntos para a ocorrência da homogeneização que se eleve totalmente acima da vida cotidiana são estes concentração de toda a atenção numa única questão seguido pela suspensão de qualquer outra atividade enquanto executase a tarefa em questão e o emprego da inteira individualidade humana na resolução da tarefa Apenas quando esses três fatores se verificam conjuntamente é que podemos falar de uma homogeneização que se eleva totalmente acima da cotidianidade para penetrar na esfera do humanogenérico O tipo de homogeneização que só apresenta o primeiro fator ou seja a concentração em uma única tarefa concilia se ainda perfeitamente com a cotidianidade fazendo parte orgânica da mesma HELLER 1970 p 27 Até este momento foram explanadas as considerações importantes para a contemplação da cotidianidade sob a ótica da dialética do particular e genérico entre outras contribuições do pensamento de Agnes Heller para compreensão da vida cotidiana O objetivo de que fora proposto encontrase resoluto É possível então perceber o atravessamento que tem o pensamento da autora para o entendimento da produção da vida humana a vida cotidiana em relação com os grupos integração à vida social do sujeito por meio dos grupos e esses fatores fazendo por garantir o movimento da vida cotidiana 23 Neste sentido nos aproximamos do terceiro capitulo tencionando o cuidado para não abordar elementos que ultrapassem o objetivo proposto por este trabalho Tornase necessário evidenciar as condições onde há escassez para a produção da existência humana Os homens onde os artifícios da sua história e do seu cotidiano estão marcados por situações precárias violentas assim como situação de humilhação social ou por pertencimento a uma classe desfavorecida A partir da produção de conhecimento que fora realizada por este trabalho temos a intenção de refletir acerca da vida humana ocupada demasiadamente apenas no sentido de garantir a sua sobrevivência A linguagem como sendo o meio de apreensão do mundo pelo sujeito aponta para a expressão das mazelas sociais como se fossem de origem individual No entanto a psicologia sóciohistórica possibilitanos encarar esta problemática de forma crítica com isso retirando do indivíduo a culpabilidade pelo seu sofrimento A todo momento temos reforçado as proposições da psicologia sóciohistórica como forma de não cairmos no banal de que a vida seja mera assimilação da existência pois como vimos a assimilação por mais simples e impensada carrega consigo aspectos ontológicos e históricos que dispensam a inteira alienação Sendo assim não há nada de ingênuo ou de pouco valor a afirmação de que só é possível entender o homem se consideramos a sua história Esta afirmativa é uma perspectiva metodológica e em igual expressão afirmativa ética Ao inclinarmos para a apreciação da dialética exclusão e inclusão social promovida por Sawaia 2001 nos dispusemos dos meios intelectuais para a especulação de todo este trabalho e do sofrimento individual como sendo sofrimento social Obviamente nos aproximamos intimamente dos aspectos subjetivos dos seres no entanto não há que separálos como polos extremos de uma ligeira comunicação pois ambos são expressões de um mesmo fenômeno A psicologia sóciohistórica permeia a caracterização do nosso objeto de estudo considera a história do sujeito e o meio cultural que este se encontra como a única forma de poder entendê lo fazendose assim a compreensão que aqui se manifesta 24 23 O sofrimento éticopolítico na realidade atual brasileira pobreza humilhação social e exclusão social problematizados pela noção da afetividade Os pensamentos de autores como Vygotsky e Heller são enfatizados por Sawaia et al 2001 apoiando nossa caracterização sobre a psicologia sóciohistórica e a cotidianidade respectivamente Possibilitandonos ainda considerar a intersubjetividade e o sofrimento dentro de uma perspectiva que incorpora a afetividade em sua análise O olhar promovido pela psicologia sóciohistórica voltase para o meio onde se manifesta a vida inteira dos homens enfatizando a trajetória histórica que permeiam seus sentidos e as formas concretas de produção da sua existência o significado é fenômeno intersubjetivo portanto social e histórico que se reverte em ideologia e funções psicológicas distintas Sawaia 2001 Apud Vygotsky p 103 Encontramos sustentação no pensamento de Heller 1970 ao concebermos o cotidiano como palco das relações intersubjetivas onde os seres se relacionam assumindo diversos papéis sociais Evidenciamos no capítulo anterior com o pensamento de Heller 1970 que estes papéis se dão de forma humanoparticular mais voltada para o individual ou humanogenérica mais voltada para o coletivo podendo ser heterogênea ou seja formada por mais de uma atividade sobre o mundo em igual medida a vida cotidiana é hierárquica regida pelo grau de importância contida na atividade Heller 1970 enfatiza que o ser adulto é o ser relativamente livre pois assimila o que já está dado ou seja faz funcionar o cotidiano a partir das ferramentas justapostas em seu meio Com isso Heller 1970 acrescenta a ideia de como se dá a singularidade humana estreitandose em diversos papéis sociais desempenhados pelos homens em seu cotidiano Não pretendemos aqui discursar sobre a questão da liberdade mas destacar que as noções do capítulo anterior não se ausentam no presente momento no entanto esta dinâmica da vida cotidiana está imersa na configuração tanto da pobreza da exclusão como da humilhação social As mesmas podem ser concebidas como sofrimento éticopolítico e estão dentro da perspectiva que as consideram como sendo formas de injustiças sociais Concentramonos nas injustiças sociais e com isso alçaremos algumas indagações fundamentais para o estabelecimento do entendimento que se almeja especificamente sobre a humilhação social pobreza e a dialética contida na inclusãoexclusão social Sabemos de uma vida moderna cercada de grandes avanços científicos e invenções tecnológicas Mas por que o impacto destas grandes invenções destes avanços científicos não 25 contribuem de forma humanitária para a vida da sociedade como um todo Podemos pensar a medicina ou a indústria farmacêutica que a cada momento possuem uma novidade porém presenciamos muitas pessoas não usufruindo satisfatoriamente de tais recursos Outras questões podem ser colocadas neste rol de indagações Por exemplo Como é possível a aceitação da estagnação social Dividindo as pessoas por classes em uma naturalização que beira o banal por permitir a desigualdade social Estes são pobres estes são os ricos Será que é imutável a proposta que sugere a humanidade ao poder de compra que cada um possui Sendo assim a vida humana paira sob a lógica econômica da produção de lucros Fazendo por legitimar a manutenção de pessoas em situações de injustiças e de desigualdades sociais para garantir uma sociedade onde o poderio pertença a uma classe muito pequena e exclusiva Declaradamente retirase o aspecto de ingenuidade contida na produção das relações e da vida sob o modelo capitalista Talvez seja esta a grande característica desta perspectiva em psicologia social tantas vezes enaltecida por este trabalho A importante proposição destacada por Sawaia et al 2001 de situar o sofrimento éticopolítico nas injustiças sociais justifica que não é ingênuo o movimento de exclusão e inclusão presente na modernidade Sendo assim não é por acaso que hajam sujeitos em situação de humilhação social e exclusão social pois estes são manipulados para manter o funcionamento do modelo de produção atual sendo sua força de trabalho utilizada para este fim No entanto este capítulo está com a atenção aos efeitos das injustiças sociais sobre os seres que não acompanham o sistema produtivo vigente na modernidade A relação existente entre os sujeitos e os meios de produção acabam por desencadear a exclusão e humilhação social causandolhes um tipo de sofrimento mediado pelas injustiças opressão fome etc Doravante nomeado de sofrimento éticopolítico por Sawaia et al 2001 O pensamento de Gonçalves Filho 1998 faz por entender este sofrimento proveniente das formas injustas das relações econômicas e afirmar que os males desta relação vêm desabrochar justamente na vida dos sujeitos perjurandolhes a um desenvolvimento econômico irrealizável desorganizando sua saúde por meio de um embotamento afetivo Ou seja os homens em situação de humilhação social tem nos seus corpos na força de seus músculos e na força de trabalho a exclusividade do meio possível para garantir sua sobrevivência e a de seus próximos Sendo assim as indagações e o posicionamento crítico presente na concepção de humilhação social e sofrimento éticopolítico permitenos algum movimento em direção a mudanças ou transformações da pobreza e exclusão social Entendese que estes fatores são 26 responsáveis por desumanizar os homens E é a noção de humanidade relacionada aos afetos que nos importa O entendimento que se faz a partir disto permitenos criticar o Estado e a vida que for a favor dos propósitos individualistas ou reduzidos a classe com maiores possibilidades além do mais permite inserir estas problemáticas como questões pertinentes à psicologia Gonçalves Filho 1998 Justamente a situação que chamamos humilhação social está intimamente relacionada a impossibilidade de apropriarse das formas atuais de produção da vida Tanto que Gonçalves Filho 1998 aponta o humilhado na condição de impedido cidadão impedido trabalhador impedido morador impedido etc No entanto não é apenas por meio da questão econômica que ocorre a injustiça social de que estamos falando Mas o interesse em explicitar esta característica se dá pela noção de constituição subjetiva que esta relação de injustiça social promove Sendo assim tornase alvo da psicologia crítica os impactos causados pela lógica capitalista na vida cotidiana das pessoas e na sua saúde No tocante ao sofrimento sob a perspectiva proposta são esses subterfúgios que nos importam por revelar o caráter político contido nesta relação mesmo se tratando do psicológico mesmo referente a uma forma de sofrimento sobretudo em uma leitura que se volta ao intersubjetivo Os parágrafos anteriores deste capítulo trazem para problematização a importância da noção política e econômica presentes na injustiça e no sofrimento social Representando assim uma tomada de posição para entender o adoecimento na perspectiva sóciohistórica Os principais autores que contribuem para produção deste capítulo Sawaia et al 2001 e Gonçalves Filho 1998 estão atentos a isto afirmam este caráter político presente na constituição subjetiva do sofrimento dos seres marginalizados Sigamos a uma exemplificação que nos orienta a reflexão éticopolítica Imaginemos que os trabalhadores e os donos das empresas possuíssem os conhecimentos ou sensibilidades para o entendimento das injustiças que perpassam as relações do cotidiano Seria justo se pudessem dialogar e criticar a exploração e a circunstância histórica que torna esta situação numa ordem do banal A ética então representa o aspecto ontológico importante para orientação da vida cotidiana visando ser reveladora da posição do homem no mundo relativa a condição material e a concretude humana de cada ser Alertamos que estamos nos referindo ao contexto social e histórico não a uma essência humana 27 Cabe neste momento retomarmos algumas considerações da psicologia social importantes para este trabalho como um todo então avançamos para a caracterização fundamental do sofrimento éticopolítico Partimos do pensamento de Gonçalves Filho 1998 acerca da influência que a história tem na vida cotidiana Com isso apontamos elementos que validam a perspectiva que atualiza formas de vida em sofrimento devido a constantes submissões às injustiças Outra consideração diz respeito a perspectiva teórica que veio possibilitar as elucidações contidas neste capítulo Qual fazem por manter as contribuições pertinentes ao desenvolvimento de uma psicologia social que se volta para o individual e o social enaltecendo o aspecto dialético contido nesta dinâmica Pois desde o início desta produção fazse por tentar contornar os extremos que habitualmente se configuraram em dicotomias Há que considerarmos a possibilidade da psicologia sóciohistórica norteadora deste trabalho qual almeja retirar dos indivíduos a culpabilidade de suas enfermidades Isto por entender o homem decorrente do contexto histórico que o abriga Sendo assim estejamos atentos ao movimento que se prestou anteriormente explanar a psicologia sóciohistórica o materialismo dialético e a vida cotidiana A mais importante consideração é a proposta de uma psicologia social como disciplina intermediária Então esta proposição significa que o seu olhar está entre o individual e o social sem deixar escapar os homens seus encontros com outros homens Como já falado encontramos apoio na sensível escrita de Gonçalves Filho 1998 sobre a humilhação social pois este autor faz por salientar esta noção de psicologia social como disciplina intermediária permitindo assim designar a humilhação social como sendo um problema político e histórico em psicologia afirmando as dificuldades existentes na tentativa de abordar este tema apenas pelo lado do individual ou do social reforçando o interesse pela intersubjetividade Este autor nos acrescenta muito pelo contato direto que a pesquisa participante pode suscitar para caracterização do real e isto tem proporções significativas na intenção de que a singularidade do pesquisador adentre a singularidade do objeto pesquisado Os temas da Psicologia Social justamente incidem sobre problemas intermediários difíceis de considerar apenas pelo lado do indivíduo ou apenas pelo lado da sociedade E este o caso para o problema da humilhação social Sem dúvida tratase de um fenômeno histórico A humilhação crônica longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais e efeito da desigualdade política indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do âmbito intersubjetivo da iniciativa e da palavra Mas é também de dentro que no humilhado a humilhação vem atacar A humilhação vale como uma modalidade 28 de angustia e nesta medida assume internamente como um impulso mórbido o corpo o gesto a imaginação e a voz do humilhado GONÇALVES FILHO 1998 p 14 15 Gonçalves Filho 1998 demonstra as implicações desta assertiva por meio de uma explanação de dois grandes representantes teóricos dos séculos passados Para a conceituação sobre o individual Freud e o social Marx Esta proposta sugere o meio pelo qual se justifica o fazer a práxis da psicologia social considerando o termo político em sua categoria morfológica e que se tem esvaziado na repetição e banalização O exame de processos psíquicos beneficiase do recurso ao seu tempo social um recurso à maneira pela qual cada época geralmente organizou as relações dos homens com outros homens com a cidade e também com a natureza Esta disciplina de fronteira a Psicologia Social caracterizase não pela consideração do indivíduo pela focalização da subjetividade no homem separado mas pela exigência de encontrar o homem na cidade o homem no meio dos homens a subjetividade como aparição singular vertical no campo intersubjetivo e horizontal das experiências GONÇALVES FILHO 1998 p 04 Sendo assim na companhia do pensamento dos autores como Sawaia et al 2001 e Gonçalves Filho 1998 adentramos neste terceiro capítulo tencionandose dar um contorno as problemáticas levantadas até então Avançamos com a intenção de entender a importante noção de afetividade que perpassa o sofrimento éticopolítico apontada por estes autores sobretudo por Sawaia et al 2001 Com o entendimento sobre a afetividade tencionase permitir a exposição da consideração sobre a pobreza exclusão social humilhação social Sawaia et al 2001 afirma a importância que tem a afetividade para o estudo da condição humana Seu pensamento remete ao trabalho produzido por Espinoza onde este autor ao tratar a ética realiza um movimento de consideração das paixões humanas Portanto tornase também importante para nossa apreciação a noção de afetividade no estudo do sofrimento éticopolítico Adotandose esse recurso inevitavelmente deparase com a afetividade a qual quando não é desconsiderada é olhada negativamente como obscurecedora fonte de desordem empecilho para a aprendizagem fenômeno incontrolável e depreciado do ponto de vista moral Esses atributos que se cristalizaram em torno da afetividade ao longo da história das Ciências Humanas recomendam na como conceito desestabilizador da análise psicossocial da exclusão Uma vez olhada positivamente a afetividade nega a neutralidade das reflexões científicas sobre desigualdade social permitindo que sem que se perca o rigor teórico 29 metodológico mantenhase viva a capacidade de se indignar diante da pobreza SAWAIA 2001 p 98 O entendimento e diferenciação entre sofrimento e dor acrescenta o conhecimento sobre afetividade Perguntar por sofrimento e por felicidade no estudo da exclusão é superar a concepção de que a preocupação do pobre é unicamente a sobrevivência e que não tem justificativa trabalhar a emoção quando se passa fome Sawaia 2001 p 98 Ou seja as categorias de análise pobreza exclusão social e humilhação social abordadas através do interesse pela afetividade se dá pelo viés que enfatiza a humanidade Pois se as emoções vivenciadas pelos sujeitos são relativas à humanidade tornase necessário levar em conta seus afetos suas emoções além do que isto não inviabiliza a participação e análise de outras perspectivas tais como o Estado a política e o rigor científico etc Pois estes elementos são os que compõe a humanidade Quando se considera a afetividade de modo geral estamos nos referindo as emoções dos sujeitos tão importantes para compreensão das questões que permeiam o sofrimento psicossocial O pensamento de Sawaia et al 2001 aponta o sofrimento éticopolítico já Gonçalves Filho 1998 referese à modalidade de angústia contida na humilhação social Fora mencionado acima a influência que tem o pensamento de Spinoza sobre o trabalho desenvolvido por Sawaia et al 2001 neste seguimento acerca do sofrimento éticopolítico O interesse pela afetividade permite pôr o corpo humano sem a dicotômica relação corpo e alma Desta forma encarase o corpo do sujeito como o receptáculo das questões econômicas políticas atreladas ao adoecimento psíquico O pensamento da autora Sawaia 2001 p 101 nos ampara nesta perspectiva Ao introduzir as emoções como questão éticopolítica obrigamse as ciências humanas em geral e a Psicologia social em especial a incorporar o corpo do sujeito até então desencarnado e abstrato nas análises econômicas e políticas Porque o afeto é experimentado no sujeito por toda a dimensão da vida e esta força faz por aumentar ou diminuir sua potência de agir de fazer valer o cotidiano marcado por intersubjetividades A intersubjetividade é o meio pelo qual se dá as emoções de cada sujeito Tendose em conta que o corpo reage não apenas por razão dos neurotransmissores mas sim à semântica ou seja a uma ideia então o sentido e significado é social e histórico Sawaia et al 2001 apud Vygotsky Estamos assim propondo um olhar que supere a noção de homens apenas em adaptação às circunstâncias da vida moderna mas sim a possibilidade de desfrutar e fazer funcionar seu 30 corpo numa condição fruitiva Superar a possibilidade de manutenção da ordem social que se faz por relações de dominação e controle social que valida e faz uso da inclusão causadora de exclusão Como se assim vivêssemos hoje as realizações dos investimentos dominadores de outros séculos que decaem por sob os corpos permeados pela constituição subjetiva que a lógica capitalista e individualizante produz e nos propõem Aparece no pensamento de Sawaia et al 2001 a noção de corpos como sendo desencarnados Ou seja esta expressão é referente aos sentimentos e afetos que não se dão numa perspectiva humana e sim alienada Por exemplo as relações por meio da internet que estão tão presentes em nossa contemporaneidade encontramse de forma abstrata e vazia de possibilidades reais do contato humano Estas relações realizam o enaltecimento das emoções porém são relações esterilizadas Vide longa citação pela clareza de suas palavras Vivemos a utopia da sociedade e do corpo perfeitos e o enaltecimento das emoções O avanço fantástico da tecnobiologia e da neurociência decretou o fim da velhice e da tristeza mas em lugar de potencializar o corpo e os afetos instrumentalizouos Saúde e felicidade são mercadorias compradas em prateleiras sob receita médica A tristeza eliminada pelo ombro amigo é substituída pela angústia biológica curada na solidão do indivíduo com ele mesmo Estamos viciados em livros de autoajuda esoterismo malhação Falamos livremente de nossa intimidade a desconhecidos valorizamos o tocar a relação íntima a exposição do corpo e do eu mas esse corpo e esse eu são desencarnados insensíveis ao outro Sem o perceber em nome da liberação das emoções e do exercício da sensibilidade estamos sutilmente formatando e despotencializando nosso conatus e aceitando velhos argumentos higienistas morais e racionais que só modernizaram sua roupagem Também com a ênfase no próprio eu desencarnado e solitário estamos nos afastando das questões públicas nos mobilizando apenas enquanto multidão pelo evangelho e pela música pop SAWAIA 2001 P106 Tencionando expandir a noção de afetividade para a análise do sofrimento éticopolítico e com a leitura realizada indicamos novamente a importância que tem as considerações dos pensadores Vygotsky e Heller Estes autores ressaltam a afetividade para a análise psicossocial do sofrimento Nas palavras de Sawaia 2001 p 100 Heller e Vygotsky oferecem referenciais analíticos que superam os vícios clássicos presentes na análise psicossocial da afetividade Os autores citados acima concebem a emoção positivamente como constitutiva do pensamento e da ação coletivos ou individuais bons ou ruins como processo imanente que se constitui e atualiza com os ingredientes fornecidos pelas 31 diferentes manifestações históricas Portanto um fenômeno objetivo e subjetivo que constituí a matéria prima básica à condição humana SAWAIA 2001 P 100 De acordo com Sawaia et al 2001 voltarse para a ideia de humanidade com ênfase na afetividade permitenos uma investigação que considera a razão mas não somente pois a afetividade não está como sendo antagônicas a razão ou perturbadora da ordem científica nem como um fenômeno que se dá naturalmente por se tratar do corpo homem permeado pela linguagem ou do biológico Ou seja as emoções que se experimentam na vida não são apenas frutos de interações mas algo ainda maior são a própria condição humana Portanto de acordo com Sawaia et al 2001 o pensamento dos autores Heller e Vygotsky possuem aspectos do subjetivo e do objetivo em uma mesma conjectura analisando o individual e o social e os aspectos históricosociais fundamentais para o entendimento do que se almeja a dialética exclusãoinclusão Em nosso caso a análise das mazelas individuais e as situações causadoras de sofrimento se dão por meio de uma categoria desestabilizadora da análise das questões sociais sob a forma do sofrimento éticopolítico Sawaia 2001 apud Souza Santos 1997 É fundamental a iniciativa de considerar os elementos desestabilizadores pois estamos diante de questões que não são introdutórias O olhar para o sofrimento éticopolítico permite considerarmos todos os elementos situados nos parágrafos acima por exemplo o corpo a afetividade a linguagem a lógica capitalista para o trato das questões sociais e individuais pois entendese por sofrimento ético político tudo aquilo que reduz ou aniquila a potência de ação de cada sujeito ou de seus grupos e de alguma forma encontrase legitimado na história e faz por violentar o corpo O sofrimento éticopolítico que nos referimos tem características distintas da dor Dor é próprio da vida humana um aspecto inevitável É algo que emana do indivíduo das afecções do seu corpo nos encontros com outros corpos e diz respeito a sua capacidade de sentir Sawaia 2001 p 102 apud Heller 1979 Já o sofrimento de acordo como salienta Sawaia et al 2001 é fruto das injustiças sociais O qual não é sentido por todos podendo nem mesmo ser sentido pelos que estão submetidos a tais injustiças sociais por exemplo fome opressão etc Devido a multiplicidade de aparições das mazelas da alma do corpo enfim da vida do sujeito acometido pelo sofrimento Em síntese o sofrimento éticopolítico abrange as múltiplas afecções do corpo e da alma que mutilam a vida de diferentes formas Qualificase pela maneira 32 como sou tratada e trato o outro na intersubjetividade face a face ou anônima cuja dinâmica conteúdo e qualidade são determinados pela organização social Portanto o sofrimento éticopolítico retrata a vivência cotidiana das questões sociais dominantes em cada época histórica especialmente a dor que surge da situação social de ser tratado como inferior subalterno sem valor apêndice inútil da sociedade Ele revela a tonalidade ética da vivência cotidiana da desigualdade social da negação imposta socialmente às possibilidades da maioria apropriarse da produção material cultural e social de sua época de se movimentar no espaço público e de expressar desejo e afeto SAWAIA 2001 P 105 De acordo com SAWAIA 2006 p 157 Promover a saúde equivale a condenar todas as formas de conduta que violentam o corpo o sentimento e a razão humana gerando consequentemente a servidão e a heteronomia Apontar o sofrimento éticopolítico é estar atento a ideia de humanidade no que tange o objetivo de promoção da saúde E os aspectos encontrados na humilhação social e na pobreza são incisivamente desumanizadores Diante disto enaltecemos a dialética exclusãoinclusão como forma de entender o que precisa ser combatido para o estabelecimento da noção de humanidade Na dialética exclusãoinclusão é presente a ideia de que essas não sejam alternantes no sentido fixo ou seja criticase a concepção de que onde haja inclusão não haja exclusão e vice e versa A opção pela dialética inclusãoexclusão reflete uma análise criticamente minuciosa destas pois afirmase o processo de inclusão social com a possibilidade de abrigar paradoxalmente o processo de exclusão social ou seja ainda permite o sofrimento Outra contribuição importante de Sawaia et al 2001 é situar o pensamento desenvolvido por Foucault para o entendimento de exclusão e inclusão como um conceito processo As reflexões de Foucault servem de referência teórica à concepção de exclusão como processo dialético de inclusão Sawaia 2001 p 107 108 No seguimento a autora reforça a ideia expressa anteriormente de que a inclusão social é processo de disciplinarização dos excluídos portanto um processo de controle social e manutenção da ordem na desigualdade social No entanto sabe se que Foucault dedicase ao estudo das instituições e as relações de poder quais também nos importa para o entendimento da dialética inclusão e exclusão No entanto Sawaia et al 2001 indica que é o pensamento dialético que assume maior contribuição teórica para a noção de exclusão e inclusão social Mas é a concepção marxista sobre o papel fundamental da miséria e da servidão na sobrevivência do sistema capitalista que constitui a ideia central da dialética 33 exclusãoinclusão a ideia de que a sociedade inclui o trabalhador alienandoo de seu esforço vital SAWAIA 2001 p 108 Esta passagem e retorno ao pensamento marxista influencia de maneira veemente este trabalho pois se a miséria e a servidão têm espaço a nível fundamental na manutenção do capitalismo podese retificar a noção de que nos prontificamos afirmar qual se trata da atualização dessas formas de relações baseadas na injustiça social Outro elemento precisamente descrito por Sawaia et al 2001 tratase do esforço em se manter a exclusãoinclusão como estratégias de controle social O que isto produz Produz a história humana sob a forma de tais estratégias e o interesse econômico predominando sobre a educação saúde lazer liberdade etc Só essa ideia pode explicar porque um governo prioriza a saúde de bancos em detrimento à saúde da população SAWAIA 2001 p 108 Então fica marcado a intenção de fazer da dialética exclusão e inclusão como sendo um conceitoprocesso capaz de abrigar possibilidades e interesses que fazem uma sociedade existir por meio de interesses dispersos do bem coletivo e comum a todos qualificandose em sofrimento éticopolítico Ou seja incluem para excluir Sawaia et al 2001 Entretanto o conceito de sofrimento éticopolítico promovido por Sawaia et al 2001 esta como categoria desestabilizadora da análise exclusãoinclusão Com isso tencionase realizar indagações que não almejam simplificar a problemática ou dar respostas todas mas é pela quantidade de saberes já produzidos e ainda garantindo a manutenção da exclusão que os questionamentos desestabilizadores influem No mais se estamos diante de conflitos num caráter intersubjetivo há que esperar que não apareçam tão facilmente A humilhação social abriga nuances similares portanto é uma forma de sofrimento éticopolítico O trabalho desenvolvido por Gonçalves filho 1998 evidencia o sofrimento político e intersubjetivo por meio de pesquisa sobre a humilhação social Demonstrando belamente em sua análise da humilhação social os problemas da história de exclusão vivenciados pela classe pobre da vila Joanisa em São Paulo que integravam o centro de juventude Concluise que não é possível deixar passar por despercebido a história do sujeito e o coletivo que o compõe Ao se tratar de seres em situações de pobreza e humilhação social estes têm sua vida e a de seus outros antepassados atravessados pela longa e ininterrupta história de espoliação escassez de ferramentas e de artifícios que permitam acima do mínimo da satisfação de suas necessidades de sobrevivências porém o necessário que garanta a realização do trabalho assalariado no cotidiano 34 Seguindo o pensamento Gonçalves Filho 1998 o aspecto de desvalorização da classe do proletariado em uma lógica da mercantilização dos corpos força de trabalho corrói a vida e suas possibilidades de construção pois estes estão dependentes dos salários como demonstra as falas dos entrevistados da vila Joanisa Não abarca toda a dimensão da vida por exemplo a saúde a alimentação a moradia o lazer etc A leitura de Gonçalves Filho 1998 indica que os grupos de pessoas estão fortemente identificados com as representações que se fazem deles por serem pobres menos fortuitos como se estivessem na vida para fazer existir como seres desmerecedores do campo que pisam do ar que respiram da verdura que consomem ou ainda quando presentes nos ambientes públicos localizados em zonas nobres tem nisto a sensação de não pertencimento Continuamos encontrando apoio em GONÇALVES FILHO 1998 p 15 A humilhação vale como uma modalidade de angústia e nesta medida assume internamente como um impulso mórbido o corpo o gesto a imaginação e a voz do humilhado Este entendimento que se faz da humilhação social como modalidade de angústia afirma que há precisamente nas intersubjetividades dos homens fenômenos que existem devido a condição em que se encontram os sujeitos devido a história que se passara até o momento da atual existência de cada um Isto pois considerase as determinações econômicas numa perspectiva que não é natural mas construídas sobre os interesses dos mais diversos Mais do que meio de fazer um ser servir ao outro também faz por desumanizar aquele que se encontra em situação de subserviência A lógica que permeia a vida moderna designa a uma classe desfavorecida o encontro com situações de angústia e privação Gonçalves filho 1998 mostranos a atualização que isto se faz no presente mesmo que não estejamos inseridos numa condição que se qualifica como crime no caso de uma escravidão mas estamos em situações onde sujeitos vivem convivendo diariamente com circunstâncias impedidoras da realização Na acuidade de sua descrição as palavras deste autor No bairro pobre menos de ruína o espetáculo mais parece feito de interrupção as linhas e as formas estão incompletas não puderam se perfazer Os meios os recursos sobre os quais o homo faber investe o seu poder inventivo foram perdidos ou nunca foram alcançados o resultado destas carências e frustrações é que os poderes mesmo de fabricação humana ficam perdidos ou nunca são alcançados lançamse em situações sem suporte gastamse no ar sem resposta são neutralizados Faltam os instrumentos faltam os materiais que suportariam o trabalho humano para configuração de um mundo para a fisionomia de uma cultura Gradualmente chega a faltar o animus faber GONÇALVES FILHO 1998 p 16 35 Gonçalves Filho 1998 traz a fala dos humilhados não para zona da interpretação mas para que seja possível o pesquisador equipararse com a vivência dos seres em situações de humilhação social A escrita deste autor parte muitas vezes da identificação dos efeitos que as dificuldades imposições e as restrições de uma vida regida pela troca de moedas causa em suas impressões e experiências subjetivas e expressas nos relatos dos moradores da vila Joanisa ou na experimentação que os pesquisadores têm ao assumirem papéis dos trabalhadores deste vilarejo Sendo assim e por tudo que fora explicitado até o momento podemos vislumbrar com intensidade a pobreza exclusão e a humilhação social Pois os sujeitos imersos na condição de impedidos1 estão desamparados como todos os homens porém o pobre tem neste desamparo que é comum à condição humana o acréscimo de ameaças das mais diversas possíveis Ameaçados pela extinção cultural que permeia os seus sentidos pela mudança brusca dos meios que exploram sua força de trabalho a troco de salários injustos e pela afecção orgânica de uma patologia que lhe impeça por exemplo de prover a alimentação da sua família A ameaça da pobreza que não só desnutri mas desumaniza entre outras ameaças silenciosas que a vida moderna abriga Também o sujeito impedido tem na lógica espacial do meio em que habita a casa incompleta a praça que não convida ninguém para sentar a escola o posto de saúde etc todos permeados pela distância gélida dos afetos ausentes Estes moradores têm as disposições decorativas que vão de encontro ao formato trágico de sua longa história de abandono e dominação 1 Termo usado por Gonçalves filho 1998 36 30 Considerações Finais Chegando ao final deste percurso vimos que no primeiro capítulo abordamos diversos conceitos da psicologia sóciohistórica consciência atividade identidade sentidos e significados A psicologia sóciohistórica é herdeira da produção teórica de Vygotsky o qual se prontificou a considerar primordialmente a linguagem e a atividade estabelecendo assim a noção de atividade simbólica tão presente neste trabalho O entendimento destas categorias de análise permitenos evidenciar a produção da humanidade permeada pela noção de atividade considerando às transformações sobre o mundo como forma de transformar a si mesmo e aos outros Com isso indicamos a importante relação entre objetividade e subjetividade A luz da noção de sentidos e significados nos inserimos no campo semiótico que se volta para a singularidade humana presente na linguagem Sendo assim é de suma relevância considerarmos os aspectos dialéticos da vida cotidiana presentes no segundo capítulo evidenciando a dialética individual e social No terceiro capítulo nos propomos a explanar as considerações referentes as injustiças sociais que evidenciaram uma forma de sofrimento o sofrimento éticopolítico O entendimento desta forma de injustiça revela a importância da análise da afetividade como maneira de entender o humano em sua singularidade Entendendo que a afetividade pode ser positiva ou negativa no sentido de diminuir ou potencializar a ação dos sujeitos O objetivo geral deste trabalho foi evidenciar um estudo teórico sobre a psicologia sócio histórica como possibilidade de promover nas tramas da cotidianidade o enfrentamento do sofrimento éticopolítico Por meio de pesquisa bibliográfica foram apresentados os autores que fizeram por desenvolver a psicologia sóciohistórica na realidade brasileira Procurouse então realizar as considerações necessárias para estabelecer uma compreensão sobre esta perspectiva sem a pretensão de esgotar o tema mas de promover uma reflexão e questionamento sobre a atividade humana Concebendo o homem como ser social e histórico isto se faz por meio da explanação de uma breve crítica a psicologia e fazendo surgir a noção de psicologia crítica Diante disto propiciase a exposição dos conceitos da psicologia sóciohistórica e do método materialismo histórico dialético Posteriormente voltase para o cotidiano produzindo uma leitura que enfatiza a concretude da vida humana e culminando no interesse pela afetividade como forma de revelar o sofrimento éticopolítico Sendo assim objetivase conceber o sofrimento do humano decorrente das questões econômicas e políticas considerando que tais questões impedem o livre fruir das relações socais na vida cotidiana Ou seja tentouse demarcar a importante posição que qualifica como sendo perverso os efeitos produzidos pela lógica de 37 mercado sobre a constituição subjetiva dos seres que não acompanham o modelo proposto Situamos a produção de conhecimento realizada por este trabalho apoiados nas contribuições da psicologia sóciohistórica no escopo da psicologia social Com isso foi mostrado a forma como os autores desta corrente teórica abordam o sofrimento social no Brasil Com a ousadia de apresentar a minha própria particularidade para a construção deste momento conclusivo menciono duas circunstâncias que me motivaram pelo estudo das situações de injustiça social dando corpo à minha formação profissional e pessoal A primeira circunstância se faz ao iniciar o curso de psicologia na Universidade Federal Fluminense em 2011 juntamente com a atividade profissional como técnico em enfermagem no instituto de doenças nervosas o Hospital Henrique Roxo em Campos dos Goytacazes Neste período muitas questões surgiram tais como o questionamento do modelo manicomial a vida dos internos da instituição o tratamento medicamentoso etc Atribuo a esta experiência sentimentos inquietantes pois sempre me impulsionaram pelo desejo por mais conhecimentos acerca da subjetividade dos pacientes e dos serviços prestados à saúde dos sujeitos A segunda circunstância se deu no período de 2011 a 2015 tempo que passei dedicando me às atividades de Urgência e Emergência médica em suporte básico e avançado à vida pelo programa Emergência em casa ofertado pela Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes Nesta época me ocupei em cuidar de pessoas com os mais diversos problemas de saúde desde uma afecção mental a um quadro de síncope ou problemas de ordem clínica até situações de faltas de recursos como um transporte para uma unidade hospitalar Meu fazer e de toda a equipe se estendia desde uma simples orientação a uma intervenção mais invasiva A conduta que por mim fora exercitada e a postura que me norteava era a necessidade de estar atento aos afetos contidos em cada ser Por todo este percurso venho identificarme com a noção de sofrimento éticopolítico apresentada por este trabalho Sendo assim entendese a importante diferenciação entre dor e sofrimento Dor é referente à vida e a consciência que os homens têm no instante em que seu cotidiano passa a ser afetado por uma mazela enquanto sofrimento é intersubjetivo marcado por restrições e não sendo exatamente o oposto de saúde Quanto a noção de sofrimento há que salientar as dificuldades encontradas por pessoas em piores condições de prover seus recursos necessários à vida onde o econômico e o político fazem por massacrar o corpo do sujeito diminuído no seu potencial de ação Em tempo nos referimos neste trabalho como sendo o sofrimento éticopolítico a condição que paralisa os homens Enfim isto diz respeito a motivação proporcionada em cada leitura para a produção deste 38 estudo por apontar a necessidade de potencializar a afetividade de cada sujeito diante das suas questões sociais considerando a sua história Temos atualmente uma vasta produção de saber em psicologia com isso tornase fundamental ressaltar a história dos homens nas tentativas de entender a humanidade além de acrescentarmos a intenção de dissolver as formas dicotômicas de compreender a humanidade Contudo não basta apenas evidenciarmos a dialética entre o social e individual a dialética exclusão e inclusão ou a assimilação da história contida no cotidiano é primordial que a partir disto seja reconhecido as circunstâncias que violentam os homens despotencializando o seu poder de agir no mundo até mesmo destituindoos de sua saúde O que se faz após toda produção que aqui se encontra é apostar na singularidade do sujeito como forma de resgatálo das análises que o isola do seu cotidiano e da sua história Entendendo que é no contexto histórico e social que permeiam os sentidos que os homens atribuem a realidade em que vivemos Inferese assim o interesse pela afetividade no trato das questões causadoras do sofrimento éticopolítico Pois a ênfase na afetividade do sujeito permite em nosso caso a desestabilização da exclusão social Apontase a importância de intervenções que se direcionem ao grupo e que possibilitem considerar leituras para além das universalidades eou particularidades até chegar as suas próprias singularidades Notavelmente criticase a neutralidade do pesquisador pois diante das possibilidades dialéticas não se justifica um saber que desqualifique o sujeito Sendo assim compreendese a psicologia sóciohistórica como sendo uma ferramenta interessante que propõe ao psicólogo uma reflexão de como atuar frente a seu objeto de estudo a partir da noção crítica ao fenômeno psicológico Apresento neste momento uma discussão acerca do fenômeno psicológico que está no centro deste trabalho por isso tornase válido elucidar a pesquisa realizada por Bock 1999 que aponta a pluralidade de ideias acerca do fenômeno psicológico e o posicionamento desta autora que considera os aspectos históricos e sociais para o entendimento acerca dos fenômenos psicológicos A pesquisa realizada por Bock 1999 se faz por meio de entrevistas com psicólogos indicando como estes profissionais definem a ideia que possuem dos fenômenos psicológicos De acordo com os resultados obtidos das falas destes profissionais a definição do psicológico apresentavase de várias formas indicando desestruturação ou ao contrário algo que se organizava com a maturação do homem Foram encontradas definições que se referem ao fenômeno psicológico como sendo da ordem do inconsciente ou do consciente Mostrando ainda 39 que é um fenômeno subjetivo e se revelando por um viés de ordem desenvolvimentista Outro dado encontrado pela pesquisadora referente a esta definição se dá por meio de chavões como fenômeno biopsicossocial Conclui Bock 1999 que nenhuma destas definições vistas acima interessa a psicologia sóciohistórica pois temos de considerar a localização histórica e cultural do sujeito O fenômeno psicológico se desenvolve nesta condição que assume as variáveis da história de acordo com a vivência de cada sujeito e a linguagem participando na forma como o sujeito apreende o mundo Ou seja a autora parece indicar que o fenômeno psicológico surge a partir das condições materiais que vivem os sujeitos e que foi inventado por meio de uma organização social Em estudos posteriores poderá ser desenvolvida uma pesquisa com sujeitos em situação de exclusão e humilhação social afim de intervir na dinâmica que perpassa o seu conatus na intenção de potencializar sua atividade sobre o mundo a luz da noção de sofrimento éticopolítico qual permite a construção de um objeto de estudo voltado para os impactos que as questões econômicas e políticas promovem na constituição subjetiva daqueles que estão em situação de injustiça social Assim os referenciais teóricos deste trabalho bem como as categorias de análise do fenômeno psicológico que foram explanadas podem auxiliarnos nas intervenções em políticas públicas Tendose em conta que é fundamental implementar os dispositivos que propiciem maior autonomia dos sujeitos e que potencializem seus afetos ou que minimizem os impactos nocivos à saúde causado por situação de injustiça social Deste modo ampliase a noção de saúde ao considerar o corpo como receptor dos problemas declaradamente de ordem política e enaltecese a afetividade como estratégia de intervenção e mudança de paradigma Pois que há uma tendência em desconsiderar as emoções por exemplo daqueles grupos de sujeitos que por apresentarem condições de vida precárias ficam preocupados demasiadamente em prover a sua alimentação Com isso a posição que se justifica neste trabalho é de que as políticas públicas possam considerar a afetividade mesmo destes em situação de pobreza Assim é fundamental voltarse para os aspectos singulares e não genéricos da condição humana Isto implica em enfatizar os sentidos e significados presentes na atividade simbólica a grosso modo diríamos que permitir a fala é o meio de propiciar novas representações nesta direção No entanto isto não se faz somente a nível subjetivo e individual mas também em proporções que abarquem o social ou seja os grupos sociais e os homens em seus encontros na vida cotidiana 40 Referências bibliográficas ABRANTES Ângelo Antônio SILVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social AGUIAR Wanda M Junqueira Consciência e Atividade Categorias fundamentais da psicologia sóciohistórica In BOCK Ana Mercês Bahia GONÇALVES Maria da Graça Marchina FURTADO Odair Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 ALMEIDA Leonardo Pinto de Para uma caracterização da Psicologia social brasileira Psicol cienc prof Brasília v 32 n spe p 124137 2012 BOCK Ana Mercês Bahia FURTADO Odair TEIXEIRA Maria de Lourdes Trassi Psicologias Uma introdução ao estudo de psicologia 14 ed São Paulo Saraiva 2009 BOCK Ana MB GONÇALVES M Graça M FURTADO Odair org AGUIAR Wanda M Junqueira OZELLA Sergio SANCHEZ Sandra Gagliardi KAHHALE Edna Maria Peters GONZÁLEZ REY Fernando L LIEBESNY Brônia Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 FURTADO Odair O psiquismo e a Subjetividade social In BOCK Ana Mercês Bahia GONÇALVES Maria da Graça Marchina FURTADO Odair Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 GONÇALVES FILHO J M Humilhação social Um problema político em psicologia Psicologia USP São Paulo v9 n2 p 1167 1998 GONÇALVES MGM Método Materialista histórico e dialético In ABRANTES Ângelo Antonio SIVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social HELLER Agnes O Cotidiano e a história 4 ed São Paulo Paz e terra filosofia 1970 LANE Silvia T M SAWAIA B B org Novas veredas da psicologia social São Paulo Brasiliense 2006 168 p MARTINS Márcia Lígia Psicologia sóciohistórica O fazer científico In ABRANTES Ângelo Antonio SILVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social 41 REY GONZÁLEZ O Enfoque Históricocultural e seu sentido para a psicologia clínica Uma reflexão In SAWAIA Bader org WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SAWAIA Bader org WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SAWAIA B B O sofrimento éticopolítico como categoria de análise da dialética exclusãoinclusão In SAWAIA Bader org WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SAWAIA B B 1995 O adoecer da Classe trabalhadora In SAWAIA B B O sofrimento éticopolítico como categoria de análise da dialética exclusãoinclusão In SAWAIA Bader orgs WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SILVA Fernando Luiz Sobre o marxismo no capitalismo contemporâneo in ABRANTES Ângelo Antônio SILVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social 42 CENTRO UNIVERSITÁRIO APARÍCIO CARVALHO FIMCA CURSO DE PSICOLOGIA EVANILDA GUEDES BELO ISABELLY ROCHA DOS SANTOS LUCAS EDERJEAN SUSSUARANA CARDOSO MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DO ALUNO PORTO VELHORO 2022 Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos Lucas Ederdyn Sussuarana Cardoso MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DO ALUNO Projeto de trabalho de conclusão de curso elaborado como requisito parcial para aprovação de disciplina de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso Orientadora Profa Marcela Alves Oliveira PORTO VELHORO 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO 4 3 OBJETIVOS 4 31 OBJETIVO GERAL 4 52 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5 4 METODOLOGIA 5 41 ÁREA DE ESTUDO 5 42 COLETA DE DADOS 5 43 ANÁLISE DE DADOS 6 5 RESULTADOS ESPERADOS 7 6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 7 7 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO 7 REFERÊNCIAS 8 1 INTRODUÇÃO O presente projeto visa investigar a relação dos métodos de avaliação e sua influência na autoestima dos alunos A aprendizagem no âmbito escolar pode ser alcançada quando os sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem levam em consideração aspectos relacionados aos sentimentos tais como a autoestima que acarreta motivações que repercutem no sucesso ou no fracasso do aluno SILVA et al 2011 Quanto mais a criança constrói uma autoestima elevada mais terá sucesso nas suas conquistas escolares e por conseguinte nos seus objetivos pessoais Conhecendo os métodos que influenciam na autoestima do aluno os docentes podem optar por aqueles que contribuíram para o processo de ensino e aprendizagem em diversas disciplinas O desempenho dos estudantes é afetado por aspectos cognitivos e emocionais No que se refere aos aspectos emocionais a questão da autoestima é de suma importância pois tem um papel essencial na aprendizagem e nos processos sociais desse indivíduo Para que exista a construção de uma autoestima saudável é importante que a família e a escola estejam envolvidas nesse processo A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Estudos demonstram a efetividade de um ambiente escolar onde o aluno se sente seguro e motivado a escola muitas vezes é vista como um ambiente desafiador O aluno que possui uma autoestima positiva aprende a ser mais feliz e com maior felicidade atinge níveis mais altos em sua vida pessoal e profissional Já o aluno que tem a autoestima baixa tende a ser relapso em sua vida escolar e profissional e este aluno que tem a autoimagem distorcida tende a demonstrar desinteresse na aprendizagem e mau comportamento escolar BEAN et al 1995 2 REFERENCIAL TEÓRICO Conceito de autoestima Podemos descrever o conceito de autoestima como a opinião e o sentimento que temos em relação a nós mesmos ter consciência sobre seu valor pessoal e seus limites Baldissera 2010 p79 conceitua O que é a autoestima Podemos nos referir a ela como a confiança básica que cada um tem ou não em si Ela tem a ver com a própria crença ou na capacidade de pensar de confiar em sua habilidade em dar conta daquilo que a vida apresenta em suas exigências básicas Em outras palavras ter a convicção de possuir um valor pessoal que dá condições de atingir suas metas fazer suas escolhas e em suas relações com os outros poderem crer que há pessoas que gostam de si por aquilo que ela é Dentre os conceitos psicológicos a autoestima tem sido vista como um dos indicadores sociais de importância fundamental para a compreensão do crescimento e do progresso social tornandose ponto essencial a ser observado em um desenvolvimento pessoal sadio e completo em todas as áreas da vida Além disso entendese que há uma conexão estritamente importante entre autoestima e rendimento escolar DIOGO 2009 Acreditase que a autoestima se desenvolve ainda na infância e sofre influência da família paisresponsáveis professores e colegas quanto mais novo o indivíduo mais influência de pessoas próximas definem a sua autoestima Já quando nos referimos a adolescência os hormônios os grupos sociais que esse indivíduo está inserido tende a influenciar muito mais que as pessoas próximas como pais ou família No contexto escolar tem sido um desafio transformálo em um ambiente positivo e encorajador principalmente para os adolescentes pois muitos alunos entram na escola com a sua imagem já distorcida por experiências vividas no cotidiano muitas vezes esses indivíduos são expostos a violências verbais físicas sexuais alcoolismo droga entre diversas outras situações de negligência que acaba refletindo na sua autoestima e confiança A autoestima pode ser mudada e aprendida portanto pode ser ensinada tornandose um prérequisito necessário para o desempenho escolar KOPHAMMER 1992 Alguns fatores podem influenciar o desenvolvimento pleno da autoestima dentre eles o status socioeconômico altura peso média de notas na escola religião e participação na sociedade Entre os adolescentes esses fatores são de suma importância para o desenvolvimento de uma autoestima positiva O processo de construção da autoestima deve incluir lidar com frustrações negações informações que geram desonestidades irresponsabilidades incompreensão sentimentos e emoções que provocam no indivíduo conflitos internos que afetam diretamente sua autoestima Como relatado anteriormente acreditase que a autoestima se inicia na infância porém pode ser alterada independentemente da idade Dito isso cada professor precisa estar disposto a ir atrás dos métodos passos e etapas que leve o aluno a estar disposto e interessado em aprender e sair de sua zona de conforto KOPFHAMMER 1992 Quanto maior a autoestima maior o desempenho e o sentimento de motivação para aprender 42 A avaliação da aprendizagem A avaliação se faz presente em todo o cotidiano humano sempre que julgamos a qualidade de algo já estamos fazendo uma avaliação Porém no contexto escolar a avaliação acontece como prática organizada e sistematizada a fim de verificar se os objetivos escolares foram atingidos e tais objetivos muitas vezes refletem as normas da própria sociedade Segundo VillasBoas 1998 P21 as práticas avaliativas podem servir a manutenção ou a transformação social consequentemente a avaliação escolar não acontece em momentos isolados do trabalho pedagógico o ideal é que ela o inicia e permeia todo o processo e por fim o conclua Mesmo com o avanço dos estudos sobre as práticas educacionais o processo de avaliação ainda não tem uma evolução significativa o que vemos ainda é um tipo de avaliação tradicional autoritária com o único objetivo é a obtenção de resultados A prática avaliativa tem que centrarse no diagnóstico e não na classificação Independentemente do nível que aconteça a avaliação precisa levar em conta todo o processo de aprendizagem e não somente sua relação com os conhecimentos teóricos Notase a necessidade de que a avaliação se torne um processo transformador e permita que o professor tenha uma postura mediadora em sala de aula A avaliação assume papel de transformação quando promove a mediação entre o aluno e o conhecimento a questão do tempo em avaliação precisa ser considerada e elaborarse de testes baseados em princípios claros Hoffmann 2001 p59 Hoffmann 2001 destaca pontos que devem ser tomados como indicadores de aprendizagem O primeiro diz respeito ao diálogo que deve ocorrer entre os professores e alunos esse diálogo é benéfico para o próprio professor quando possibilita sua reflexão sobre que posição metodológica ele assume ao elaborar suas questões Além de não ver seu próprio desenvolvimento e sentirse incompetente o aluno ainda carrega sozinho a responsabilidade pelo seu fracasso mediante os conteúdos Para isso o caminho seria a prática da avaliação mediadora no sentido da efetiva promoção da aprendizagem e das múltiplas dimensões do fazer avaliativo 43 A relação da autoestima com o fracasso escolar O contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem A aprendizagem é um processo que se dá desde o nascimento até o fim da vida de um indivíduo Este não nasce pronto e não se desenvolve exclusivamente pela maturação biológica mas também pela interação com o meio BOCK et al 2001 Para Vygotsky 2001 p 110 não podemos negar que a aprendizagem escolar nunca começa no vácuo mas é precedida sempre de uma etapa perfeitamente definida de desenvolvimento alcançada pela criança antes de entrar para a escola Sendo assim levando em consideração essa fala podese dizer que a criança antes de ingressar no meio escolar essa criança participa do ambiente familiar e vivencia os vínculos familiares porém é na instituição de ensino que a criança vivencia o processo de interação em grupo É de suma importância que a intenção ativa e significativa esteja presente no âmbito escolar para que o conhecimento possa ser adquirido entre os alunos e professores De acordo com Schmitz 2004 a autoestima impulsiona o ser humano a buscar novos desafios ser criativo e aprender novas habilidades tornandose produtivo e desenvolvendo o potencial individual Ao se falar da autoestima como fator essencial para que o ser humano tenha condições de buscar por novos aprendizados e ampliar o próprio potencial tornase necessário refletir também sobre fatores que podem atrapalhar a construção da autoestima da criança que quando significativamente baixa pode interferir na aprendizagem da mesma Levando em consideração que a criança inicia o processo da construção de sua autoestima no contexto familiar os conceitos construídos por ela mesma partem das pessoas em que ela convive que vão definindo suas qualidades e defeitos e que se torna conteúdo para sua interpretação e construção de sua autoestima Carrara sd p 8 traz a concepção de que a aprendizagem só ocorre de forma eficaz quando os alunos apresentam boa saúde física e mental E quando existe ausência de maturação motivação afetividade eou inadequação pedagógica poderá acarretar em uma dificuldade pedagógica Sendo assim não é certo responsabilizar apenas a dificuldade de aprendizagem da criança como primeiro fator pois são diversos fatores que se unem para construir a autoestima e também possibilitar a aprendizagem Schmitz 2004 aponta que o estímulo cognitivo não é suficiente para desenvolver a criança como um todo é necessário elevar sua autoestima para garantir um bom desenvolvimento e consequentemente bom desempenho escolar a mesma autora indica também que Para promover uma educação integral ao educando é preciso conhecer o Desenvolvimento humano os processos de aprendizagem as influências do ambiente sócioeconômicocultural as diferenças individuais ser capaz de renunciar com Eficiência e clareza ter habilidade para resolver problemas de sala de aula e motivar os Alunos para aprender além de ter um bom relacionamento SCHMITZ 2004 p 45 3 OBJETIVOS Objetivo Geral Compreender como os métodos avaliativos influenciam na autoestima dos alunos e no seu desempenho escolar futuro Objetivos Específicos Analisar como os alunos são afetados emocionalmente pelas avaliações escolares Observar quais disciplinas e por que afetam o lado emocional dos alunos Analisar como os alunos podem se comportar perante as avaliações 4 METODOLOGIA OU MATERIAL E MÉTODOS O método utilizado para a pesquisa de campo será o qualitativo pois o método qualitativo de pesquisa é aqui entendido como aquele que se ocupa do nível subjetivo e relacional da realidade social e é tratado por meio da história do universo dos significados dos motivos das crenças dos valores e das atitudes dos atores sociais MINAYO 2013 O método qualitativo apresenta características como já citado que correspondem às necessidades de nosso estudo utilizarseá como procedimento a coleta de dados através das entrevistas com objetivo de alcançar informações importantes através das perguntas semiestruturadas ou sobre o assunto em questão 41 ÁREA DE ESTUDO Porto Velho é um município brasileiro e capital do estado de Rondônia Situada na margem leste do Rio Madeira na Região Norte do Brasil Foi fundada pela empresa americana Madeira Mamoré Railway Company em 4 de julho de 1907 durante a construção da Estrada de Ferro MadeiraMamoré comandada pelo magnata norteamericano Percival Farquhar Em 2 de outubro de 1914 foi legalmente criada como um município do Amazonas transformandose em capital do estado de Rondônia em 1943 quando criouse o Território Federal do Guaporé Com uma população de 494 013 habitantes Estimativa IBGE 2013 é o município mais populoso do estado de Rondônia o quarto mais populoso da Região Norte atrás de Manaus Belém e Ananindeua e o mais populoso município da Região fora do eixo AmazonasPará Entre todos os municípios brasileiros é o 45 mais populoso em 2013 figurando no mesmo ano como a 21ª capital estadual do país com mais habitantes Se destaca também por ser a capital brasileira com maior área territorial estendendose por pouco mais de 34 mil km² sendo mais extenso que países como Bélgica e Israel sendo também o mais populoso município fronteiriço do Brasil e a única capital inserida nesse contexto além de ser ao lado de Rio Branco e Teresina a única capital estadual que faz fronteira com municípios de outro estado A escola que vai ocorrer a análise será em escola pública Alunos do 1 ano do ensino médio 42 COLETA DE DADOS OU PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM OU PROTOCOLO DE AMOSTRAGEM Os instrumentos escolhidos para a coleta de dados são compostos de um questionário para a identificação dos participantes com características pessoais como nome sexo idade escolaridade estado seguido de entrevistas com perguntas semiestruturadas utilizandose de um gravador O uso da entrevista justificase por ser ela baseada em uma conversa que deixa o entrevistado à vontade para prolongar o assunto que preferir e também para dar um norte por meio de tópicos para o entrevistador coletar informações que achar necessárias A entrevista privilegia a obtenção de informações através da fala individual a qual revela condições estruturais sistemas de valores normas e símbolos e transmite através de um portavoz representações de determinados grupos MINAYO 1994 Serão selecionados em média 15 alunos de escola pública para ser avaliado Os alunos precisam ser de escola pública e ter entre 15 anos a 18 anos de idade Os alunos menores de 14 anos e maiores de 18 anos não poderão fazer parte da análise e alunos de escola particular também não poderão fazer parte 43 ANÁLISE DE DADOS A análise de dados escolhida na pesquisa é a análise de conteúdo Laurence Bardin é a autora dessa técnica que parte de uma perspectiva qualitativa e ou quantitativa ela conceituou esta análise como grupo de técnicas de comunicação que buscam indicadores que podem interferir na mensagem através de procedimentos sistemáticos e de objetivos ao descrever o conteúdo obtido BARDIN 2016 O campo teórico que irá contribuir para a análise de dados é o da Psicologia escolar A utilização da análise de conteúdo auxiliará o pesquisador na compreensão dos conteúdos levantados por meio de observações acerca do material intrínseco levado pelo entrevistado podendo ter em vista outro significado terá um olhar baseado importância de se levar em consideração a totalidade do processo de ensino aprendizagem pois ela acredita no ser humano em sua absoluta totalidade Segundo André e Lüdke 1986 analisar os dados qualitativos significa trabalhar todo o material obtido durante a pesquisa ou seja os relatos das observações as transcrições de entrevistas as análises de documentos e as demais informações disponíveis p45 5 RESULTADOS ESPERADOS A elaboração desse projeto de pesquisa espera levantar mais informações através das entrevistas com os participantes a qual relatará como os estudantes do ensino médio enxergam a questão Método avaliativo e a autoestima do aluno Para compreender a necessidade do estudo desse projeto de pesquisa será necessário que os objetivos secundários sejam alcançados É importante então descrever como está a percepção dos estudantes acerca do tema avaliar as condições da autoestima e a motivação do aluno nesse âmbito 6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 20222 20231 ETAPAS F M A M J J A S O N D Pesquisa bibliográfica X X X X Qualificação de projeto Escolha dos locais X Preparação das trilhas Levantamento de dados para censo Levantamento de dados de estrutura de vegetação Análise de dados Elaboração do TCC X X X X Entrega do TCC X Apresentação do TCC X 7 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO MATERIAL QUANTIDADE CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL Xerox 32 R 025 R 800 Internet WIFI 1 R 8000 R 8000 Caneta 10 R 200 R 2000 Prancheta 1 R 600 R 600 Pasta 1 R 350 R 350 Combustível 35L R 499 R 14970 TOTAL DE GASTOS PREVISTOS R 26720 Equipamentos já adquiridos ou cedidos pelo Centro de Reabilitação ou local de execução do projeto REFERÊNCIAS 9 CALDEIRA Anna M SalgueiroAvaliação e processo de ensino aprendizagem Presença PedagógicaBelo Horizonte V3p 5361 setout1997 CUNHA Maria Isabel da O Professor universitário na transição de paradigmas AraraquaraSPJM 1998 Avaliar ato tecido pelas imprecisões do cotidiano In GARCIA RL Novos Olhares sobre a alfabetização HOFFMANN J M L Avaliação Mediadora uma prática na construção da préescola à universidade Porto Alegre Mediação 2003 MORETTO V P Prova um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas 9 ed Rio de Janeiro Lamparina 2010 DIOGO F V Relação familiar e autoestima Investigação São Paulo v 9 n 1 p 17 24 janabr 2009 HAZIN I FRADE C FALCÃO J T R Autoestima e desempenho escolar em matemática contribuições teóricas sobre a problematização das relações entre cognição e afetividade Educar n 36 p 3954 2010 BRANDEN Nathaniel O Poder da AutoEstima São Paulo Saraiva 1995 LÜDKE M ANDRÉ M E D A Pesquisa em educação abordagens qualitativas São Paulo EPU 1986 ANTUNES Celso Relações interpessoais e autoestima a sala de aula de aula como um espaço de crescimento integral 6ed Petrópolis RJ Vozes 2009 MINAYO M Cde S O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde 3 edSão Paulo HucitecAbrasco 1994 ANTUNES Celso Relações interpessoais e autoestima a sala de aula de aula como um espaço de crescimento integral 6ed Petrópolis RJ Vozes 2009 MINAYO M C S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em saúde São Paulo Hucitec 2013 Anexo 1 Escala de ansiedade e depressão Anexo 2 Questionário Responda com sim não ou parcialmente as perguntas abaixo 1 ME SINTO SEMPRE FELIZ E SATISFEITOa COMO SOU SIM NÃO PARCIALMENTE 2 SINTO VERGONHA DO JEITO QUE SOU SIM NÃO PARCIALMENTE 3 ACREDITO QUE TENHO MUITAS QUALIDADES BOAS SIM NÃO PARCIALMENTE 4 ÀS VEZES PENSO QUE NÃO CIRVO PARA NADA SIM NÃO PARCIALMENTE POSSO FAZER MUITAS COISAS TÃO BEM QUANTO OS MEUS COLEGAS SIM NÃO PARCIALMENTE 5 ACHO QUE NÃO CONSIGO FAZER NADA DIREITO SIM NÃO PARCIALMENTE 6 ACHO QUE SOU UMA PESSOA DE VALOR SIM NÃO PARCIALMENTE 7 ÀS VEZES ME SINTO UM FRACASSO SIM NÃO PARCIALMENTE Responda com SIM OU NÃO as alternativas abaixo 1 EU ME CONSIDERO UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 2 OS MEUS PAIS ME CONSIDERAM UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 3 A OPINIÃO DOS MEUS PAIS É IMPORTANTE PARA MIM SIM NÃO 4 MEUS PROFESSORES ME CONSIDERAM UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 5 A OPINIÃO DOS MEUS PROFESSORES É IMPORTANTE PARA MIM SIM NÃO 6 OS MEUS AMIGOS ME CONSIDERAM UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 7 A OPINIÃO DOS MEUS AMIGOS É IMPORTANTE PARA MIM SIM NÃO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a a participar da pesquisa intitulada Métodos de avaliação e sua influência na autoestima dos alunos desenvolvido por Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn sob a orientação do Professor A pesquisa tem como objetivo levantar mais informações através das entrevistas com os participantes a qual relatará como as avaliações podem influenciar a autoestima dos alunos A importância do estudo é descrever como está a percepção dos estudantes acerca o tema avaliar as condições neste âmbito e analisar de que forma o professor pode se tornar um mediador fornecendo um ambiente seguro e saudável Solicito a sua colaboração para realizar uma entrevista como também sua autorização para apresentar os resultados deste estudo e publicar em revista científica nacional eou internacional Por ocasião da publicação dos resultados seu nome será mantido em sigilo absoluto Caso o entrevistado sinta algum desconforto quando explanarmos o tema Método de avaliação e a autoestima do aluno será interrompido imediatamente sua participação e caso não se sintam à vontade para retornar seus dados serão retirados da pesquisa e será manejado outro participante mediante autorização da coordenação do curso podendo deixar de participar da entrevista a qualquer momento de acordo com o que consta neste Termo de Consentimento Livre Esclarecido TCLE Estará disponível o contato das pesquisadoras para qualquer eventual esclarecimento ou resolução por algum desconforto em relação a sua participação além da possibilidade de encaminhamento para alguma clínica escola ou serviço público de Psicologia As informações obtidas serão utilizadas para futura publicação Apesar disso são informações sigilosas de acordo com a Resolução 51016 resguardando a confidencialidade de dados obtidos como exposto no TCLE Bem como em conformidade com a Resolução 46612 que apresenta as garantias de proteção de danos mesmo que sejam mínimos aos participantes das pesquisas em humanos em que tem por objetivos os desenvolvimentos científicos e metodológicos Ressalto que a participação é voluntária Não haverá nenhuma despesa ao participar desse estudo Você poderá deixar de participar do estudo a qualquer momento Seu nome será mantido em sigilo assegurando assim sua privacidade e caso deseje você deverá ser informado dos resultados dessa pesquisa Qualquer dúvida ou solicitação de esclarecimentos você poderá entrar em contato primeiramente com a equipe científica responsável por essa pesquisa pelo telefone Para dúvidas com relação a procedimentos éticos e aprovação da pesquisa poderá contatar o Comitê de Ética em Pesquisa pelo telefone 69 32178972 Diante dos esclarecimentos prestados afirmo meu interesse em participar autorizando a acadêmica a escrever transcrever e produzir materiais científicos Porto VelhoRO de 2022 ANEXO A TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR PRINCIPAL Eu responsável pelo Projeto de pesquisa de Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn o qual pertencem ao Curso de Psicologia do Centro Universitário Aparício Carvalho FIMCA venho por meio deste me comprometer a utilizar todos os dados coletados unicamente para o Projeto de Pesquisa intitulado Métodos de avaliação e a sua influência na autoestima dos alunos Comprometome ainda a manter sob sigilo a identificação dos sujeitos cuja informação terei acesso respeitando assim os preceitos éticos previstos na Resolução nº 4662012 e a Resolução 5102016 do Conselho Nacional de Saúde Porto VelhoRO de de de 2022 Professora ANEXO B Senhora Coordenadora Solicitamos autorização institucional para realização da pesquisa intitulada MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DO ALUNO a ser realizada no CENTRO UNIVERSITÁRIO APARÍCIO CARVALHO FIMCA pelos acadêmicos Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn sob orientação da Profa que utilizará da seguinte metodologia entrevista semiestruturada e tem como objetivo principal compreender como o método de avaliação pode influenciar a autoestima dos alunos necessitando portanto ter acesso às instalações desta instituição para a realização das entrevistas Ressaltamos que os dados coletados serão mantidos em absoluto sigilo e serão fielmente obedecidos os Critérios de Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme a Resolução 4662012 do CNS e 5102016 do Conselho Nacional de Saúde que disciplina as pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil Caso Vossa Senhoria autorize a realização da pesquisa a pedido do Conselho de Ética em Pesquisa é necessário o fornecimento da carta de anuência modelo anexo com o timbre desta instituição Em anexo encaminhamos o projeto completo para uma análise mais ampliada da autorização de pesquisa Na certeza de contarmos com a colaboração agradecemos antecipadamente a atenção ficando a disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários ProfessorFone ANEXO C TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO A Diretora acadêmica do Centro Universitário Aparício Carvalho FIMCA por meio do representante Nelice Milena Batistelli declara estar de acordo com a execução do projeto de pesquisa Método de avaliação e autoestima do aluno que tem como objetivo Compreender como o método de avaliação de uma escola pode interferir na autoestima do aluno coordenado pela pesquisadora Profª desenvolvida em conjunto com os alunos Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn do curso de psicologia da FIMCA e assume o compromisso de apoiar o desenvolvimento da referida pesquisa nesta instituição durante a realização da mesma Declaramos conhecer e cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras em especial a Resolução 4662012 do CNS e 5102016 do Conselho Nacional de Saúde que disciplina as pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil Essa instituição está ciente de suas responsabilidades como instituição coparticipante do presente projeto de pesquisa e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados dispondo de infraestrutura necessária para a garantia de tal segurança e bemestar Porto VelhoRO de de Nelice Milena Bastille Diretora acadêmica do centro universitário FIMCA ANEXO D QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO Dados do Entrevistado Nome Social Nome Civil Idade Sexo Masculino Feminino Estado civil Escolaridade Profissão
Send your question to AI and receive an answer instantly
Preview text
1ª ETAPA Objetivo Geral Sistematizar e analisar produções na área de psicologia que discutam a relação entre avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Objetivos Específicos Levantar produções bibliográficas que tenham sido publicadas nos últimos cinco anos inerentes ao tema avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Sistematizar as produções levantadas verificando o atendimento ao objetivo da pesquisa segundo o resumo Analisar produções bibliográficas e evidenciar de que forma a avaliação do processo de aprendizagem se relaciona com os aspectos da afetividade Introdução A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada aluno reorientando sua prática e elaborando o seu planejamento propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem e contribuir para que os alunos desenvolvam mais suas competências FONSECA 2011 Nessa seara evidenciase o impacto entre o desempenho dos estudantes e seus aspectos cognitivos e emocionais pesando sobre a emoção a autoestima e sua influência direta sobre os processos sociais e de aprendizagem desse indivíduo demandando uma construção conjunta entre a família e a instituição de ensino A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Nesta forma há que se ponderar sobre o predomínio de formas de avaliação como instrumento de exclusão com base na cultura de classificação e seleção de melhores cabendo ao professor compreender a indissociabilidade da prática avaliativa do contexto do trabalho pedagógico FONSECA 2011 Portanto o contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem Mediante o disposto o presente estudo objetiva por meio de pesquisa de natureza qualitativa através do procedimento de pesquisa de campo a análise da relação entre autoestima métodos avaliativos e resultados de desempenho escolar 1ª ETAPA Objetivo Geral Sistematizar e analisar produções na área de psicologia que discutam a relação entre avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Objetivos Específicos Levantar produções bibliográficas que tenham sido publicadas nos últimos cinco anos inerentes ao tema avaliação do processo de aprendizagem e sua relação com a afetividade Sistematizar as produções levantadas verificando o atendimento ao objetivo da pesquisa segundo o resumo Analisar produções bibliográficas e evidenciar de que forma a avaliação do processo de aprendizagem se relaciona com os aspectos da afetividade Introdução A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada aluno reorientando sua prática e elaborando o seu planejamento propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem e contribuir para que os alunos desenvolvam mais suas competências FONSECA 2011 Nessa seara evidenciase o impacto entre o desempenho dos estudantes e seus aspectos cognitivos e emocionais pesando sobre a emoção a autoestima e sua influência direta sobre os processos sociais e de aprendizagem desse indivíduo demandando uma construção conjunta entre a família e a instituição de ensino A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Nesta forma há que se ponderar sobre o predomínio de formas de avaliação como instrumento de exclusão com base na cultura de classificação e seleção de melhores cabendo ao professor compreender a indissociabilidade da prática avaliativa do contexto do trabalho pedagógico FONSECA 2011 Portanto o contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem Mediante o disposto o presente estudo objetiva por meio de pesquisa de natureza qualitativa através do procedimento de pesquisa de campo a análise da relação entre autoestima métodos avaliativos e resultados de desempenho escolar Data de entrega qua Introdução trazer conceitos de afetividade e definir avaliação no Âmbito da escola 100 pontos Adicionar comentário para a turma Diante do objetivo do artigo é importante definir dois conceitos afetividade e avaliação na escola tem um texto que vai ser usado para definir afetividade Mas vocÊs precisam procurar outras referências para citar na introdução Vamos fazer introdução junto com referencial teórico pois os artigos da revista tem poucas páginas então para garantir todos os elementos necessário vamos juntar introdução com referencial teórico Anexos Mono Ádrivan M Henrique A Psi sócio Salvar todos os arquivos offline Seu trabalho Data de entrega qua Adicionar trabalho Larissa Biomedica ART online Oi então tive minha primeira orientação com professor e ele já pediu pra gente iniciar a escrita do artigo Ele solicitou já a introdução e dois objetivos específicos Eu preciso que você me entregue domingo Bom dia Boa tarde Data de entrega qua Escrever 1 página de metodologia Definir revisão bibliográfica Explicar as palavraschaves que vamos utilizar nesse artigo Explicar que vamos buscar na base de dados pepsic trabalhos do últimos 5 anos que cumpram o objetivo do artigo 100 pontos Adicionar comentário para a turma Seu trabalho Data de entrega qua Adicionar trabalho Data de entrega qua Introdução trazer conceitos de afetividade e definir avaliação no Âmbito da escola 100 pontos Adicionar comentário para a turma Diante do objetivo do artigo é importante definir dois conceitos afetividade e avaliação na escola tem um texto que vai ser usado para definir afetividade Mas vocês precisam procurar outras referências para citar na introdução Vamos fazer introdução junto com referencial teórico pois os artigos da revista tem poucas páginas então para garantir todos os elementos necessário vamos juntar introdução com referencial teórico Anexos Mono Ádrivan M Henrique A Psi sócio Seu trabalho Data de entrega qua Adicionar trabalho 1ª ETAPA Objetivo Geral Elucidar a relação entre autoestima métodos escolares avaliativos e impacto repercutido sobre os resultados escolares Objetivos Específicos Construir roteiro de entrevista na forma de questionário semiestruturado para subsidiar pesquisa de campo acerca dos aspectos que resultam da relação entre autoestima e resultados escolares Realizar pesquisa de campo com alunos do 6 ano em duas escolas sendo uma pública e uma particular mediante procedimento de entrevista audiogravada Evidenciar como os métodos escolares avaliativos influenciam a autoestima dos alunos Introdução A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada aluno reorientando sua prática e elaborando o seu planejamento propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem e contribuir para que os alunos desenvolvam mais suas competências FONSECA 2011 Nessa seara evidenciase o impacto entre o desempenho dos estudantes e seus aspectos cognitivos e emocionais pesando sobre a emoção a autoestima e sua influência direta sobre os processos sociais e de aprendizagem desse indivíduo demandando uma construção conjunta entre a família e a instituição de ensino A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Nesta forma há que se ponderar sobre o predomínio de formas de avaliação como instrumento de exclusão com base na cultura de classificação e seleção de melhores cabendo ao professor compreender a indissociabilidade da prática avaliativa do contexto do trabalho pedagógico FONSECA 2011 Portanto o contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem Mediante o disposto o presente estudo objetiva por meio de pesquisa de natureza qualitativa através do procedimento de pesquisa de campo a análise da relação entre autoestima métodos avaliativos e resultados de desempenho escolar Primeira Orientação do TCC de Evanilda Lucas e Isabelly data 16 de agosto de 2023 às 18h Local sala 06 do prédio neoclássico Caminhos necessários para reformulação Mudar a problemática da pesquisa visando agora a execução de uma pesquisa bibliográfica Continuar dentro da temática se for a opção do grupo apenas mudar o caminho metodológico O que fizemos hoje Estruturamos de forma geral os elementos necessários para a escrita do artigo Escrevemos a nova problemática Escrevemos o objetivo geral Também analisamos a revista da fimca para ver a estrutura necessária do artigo Tarefas Escrever dois objetivos específicos Escrever uma parte da introdução e pode aproveitar partes do projeto escrito inicialmente Dar uma lida na conceituação de revisão de literatura estado de arte e ver qual melhor se encaixa para o artigo de vocês Tarefas Nova problemática O que a psicologia tem produzido sobre a avaliação no processo de aprendizagem na relação com afetividade Objetivo geral Sistematizar e analisar as produções da psicologia sobre a temática da avaliação do processo de aprendizagem na relação com a afetividade Objetivos específicos Tarefinha transformar esse objetivo geral em dois específicos 8 páginas Resumo abstract Introdução 15 Apresentação do tema Problemática da pesquisa Justificativa Social Justificativa científica Objetivo geral Objetivos específicos 2 no máximo Referencial teórico 2 páginas Elementos e conceitos Avaliação o que a gente chama afetividade emoções quando autoestima justificativa Metodologia revisão bibliográfica estado da arte revisão de literatura 15 3 análise 3 páginas critério de inclusão Artigos da base de dados PEPSIC 5 anos 3 anos Avaliação avaliação na relação com afetividade Na pesquisa em si dos artigos 1º coisa que a gente Ler título Depois Leitura do resumo UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA ÁDRIVAN MACHADO HENRIQUE A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Campos dos GoytacazesRJ 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA ÁDRIVAN MACHADO HENRIQUE A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Trabalho monográfico apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Psicologia Tipo de Trabalho Estudo teórico Formato Monografia tradicional ORIENTADOR Profª LURDES OBERG Campos dos GoytacazesRJ 2016 Henrique M A A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Ádrivan machado Henrique 2016 5 f Orientador Lurdes Oberg Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Departamento de Psicologia 2016 Bibliografia 1 Psicologia sóciohistórica 2 Cotidiano 3 Afetividade 4 Materialismo histórico dialético 5 Sofrimento éticopolítico 6 Exclusão social 7 Humilhação social I Oberg Lurdes II Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia III CDD 305 896081 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA ÁDRIVAN MACHADO HENRIQUE A PSICOLOGIA SÓCIOHISTÓRICA COTIDIANO E AFETIVIDADE NO ENFRENTAMENTO DO SOFRIMENTO ÉTICOPOLÍTICO BANCA EXAMINADORA Prof Lurdes Oberg Universidade Federal Fluminense Prof Francisco Estácio Neto Universidade Federal Fluminense Campos dos Goytacazes 2016 Dedicatória Dedico este trabalho a todas as pessoas em sofrimento que ao longo desses últimos 10 anos prontifiqueime em cuidar esforceime por compreender o seu sofrer e quando me fora possível apontarlhes as soluções de suas dores angústias e enfermidades Agradecimentos Agradeço aos meus familiares e amigos que me foram sempre incentivadores cada um à sua maneira Agradecimento em especial destaque à minha mãe Ceir Machado Henrique quem sempre participou do cotidiano desta luta pela graduação Agradeço a todos os professores que pude conviver e com eles aprender muito Agradeço ao professor Leonardo Pinto de Almeida por ter entendido a minha proposta inicial para realizar este trabalho e indicandome as possibilidades Agradeço especialmente a professora Lurdes Oberg por ter me orientado diante das dificuldades e desafios de desenvolver um trabalho como este Epígrafe um preto um pobre um estudante uma mulher sozinha blue jeans e motocicletas pessoas cinzas normais garotas dentro da noiterevólver cheira cachorro os humilhados do parque com os seus jornais me interessam amar e mudar as coisas me interessa mais Autor Belchior Resumo Este trabalho tenciona evidenciar um estudo teórico sobre a psicologia sóciohistórica como possibilidade de entender nas tramas da cotidianidade a noção de afetividade no enfrentamento das injustiças sociais e do sofrimento éticopolítico Por meio de pesquisa bibliográfica foram apresentados os autores que fizeram por desenvolver a psicologia sóciohistórica no Brasil como Bock e outros Concebese o homem como ser social e histórico através de uma exposição dos conceitos da psicologia sóciohistórica e do materialismo histórico dialético A cotidianidade é evidenciada no pensamento de Heller como tentativa de expor os aspectos dialéticos da vida em sociedade permitindo reflexões que afirmam a assimilação da história na cotidianidade Percebe se então que o homem do cotidiano está imerso num complexo relacional em diversos aspectos tais como o caráter heterogêneo e hierárquico de seus vínculos e ações sobre o mundo Num próximo momento abordase os aspectos mais intensos das injustiças sociais nomeandoos de sofrimento éticopolítico à luz de autores como Sawaia e Gonçalves Filho Através da noção de pobreza exclusão social e humilhação social justificamos a psicologia sóciohistórica como meio de prover o interesse na afetividade desestabilizadora da exclusão social Concluise que é importante desenvolver nas políticas públicas o interesse pela dialética individual e social fazendo valer a singularidade e afetividade como forma de potencializar o poder de ação dos homens em seus contextos PalavrasChave psicologia sóciohistórica materialismo histórico dialético cotidiano afetividade sofrimento éticopolítico Abstract This work was written with the intention of pointing out a theoretical study on sociohistorical psychology as a means to comprehend within the everyday life relationships the notion of affection while facing social injustice and the ethicalpolitical suffering Through bibliographical research were presented authors who made possible the development of sociohistorial psychology in Brazil such as Block and others Man is conceived as a social and historical being through the exposition of the concepts of sociohistorical psychology and historical and dialectical materialism The everyday life is made evident in the thinking of Heller as an attempt to expose the dialectical aspects of life in society allowing reflections that affirm the assimilation of history in the everyday life One can see then that the daily man is immersed in a relational complex in many aspects such as the heterogeneous and hierarchical character of his connections with his connections and actions on the world Further more intense aspects of social injustices are approached named ethicalpolitical suffering under the light of authors such as Sawaia and Gonçalves Filho Through the notion of poverty social exclusion and social humiliation sociohistorical psychology is justified as a means to provide interest in affection which can destabilize social exclusion We conclude that it is important to develop in public policies the interest for individual dialectics enforcing singularity and affection as a way to potentiate the power of action of men within their contexts Keywords sociohistorical psychology historical and dialectical materialism everyday life affection ethicalpolitical suffering A Psicologia sóciohistórica cotidiano e afetividade no enfrentamento do sofrimento éticopolítico Sumário 10 Introdução 01 21 A psicologia sóciohistórica suas categorias de análise do fenômeno psicológico e o materialismo histórico dialético em psicologia social 05 22 Agnes Heller uma possibilidade de reflexão do cotidiano 15 23 O sofrimento éticopolítico na realidade atual brasileira pobreza humilhação social e exclusão social problematizados pela noção da afetividade 24 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS36 REFERÊNCIAS40 1 Introdução Você pode nos imaginar em uma casinha como aquela Eu farei isso Teremos uma casa Tempos modernos Charlie Chaplin 1936 A cena deste diálogo acima é do grandioso filme tempos modernos produzido e interpretado por Charlie Chaplin Esta obra retrata de maneira quase cômica por meio de encontros acidenticos a tragédia da vida e dos homens que se puseram a caminhar em direção ao sonho da realização individual Há que descrever o momento que Chaplin profere tais palavras o personagem propõe a uma jovem garota que acabara de ficar órfã de pai e em seguida fora separada por lei das irmãs mais novas Chaplin propõe a esta jovem imaginar como seria se eles morassem em uma casinha semelhante a que estavam por sobre os olhos Então a jovem e o personagem de Charlie Chaplin são envoltos pelo devaneio de pertencer ou possuir aquela casinha Tal devaneio mostraos dando conta da sobrevivência matando a fome e reproduzindo a vida ideal e perfeita que se imaginam juntamente de alguns caprichos do célebre Charlie Chaplin Quando então um policial intervém irrompendo o devaneio e trazendoos de volta a realidade da condição em que estavam desempregados e sem ter onde morar Então são expulsos da calçada postos em movimento em busca da realização de obter uma casa Este filme traz para o presente trabalho uma reflexão sobre os diversos aspectos que nos remetem de forma sutil a psicologia sóciohistórica tais como o cotidiano onde ocorre os encontros dos homens com outros homens Nestes encontros marcados pela servidão do proletariado também existe o sofrimento daqueles que não conseguem ser incluídos no modelo de sociedade da época do filme em questão entre tantas possibilidades Ainda que a problemática da obra tempos modernos esteja ligada a alienação no trabalho e as consequências patogênicas deste não podemos ignorar as representações da pobreza exclusãoinclusão humilhação social e um cotidiano cruel daquele momento histórico onde homens mulheres crianças e grupos manifestantes experimentaram a afecção utópica que se propagava sobre a vida moderna Estamos hoje em outro momento da história porém vivemos cada um a seu modo às circunstâncias do modelo individualista de ser da busca incessante pela realização da felicidade 2 sem ao menos questionarmos pela condição humana ou experimentarmos o sofrimento de alguma classe de pessoas O objetivo geral deste trabalho se realiza por meio de pesquisa bibliográfica onde são apresentados os autores que fizeram por desenvolver a psicologia sóciohistórica principalmente no Brasil Procurase então promover um estudo teórico e assim realizar as considerações necessárias para estabelecer um entendimento sobre a psicologia sóciohistórica sem a pretensão de esgotar o tema mas de promover uma reflexão e questionamento sobre a atividade humana Concebendo o homem como ser social e histórico isto se faz por meio da explanação de uma breve crítica a psicologia fazendo surgir a noção de psicologia crítica Propiciando a exposição dos conceitos da psicologia sóciohistórica e do método materialismo histórico dialético Posteriormente voltase para o cotidiano produzindo uma leitura que enfatiza a concretude da vida humana e culminando no interesse pela afetividade como forma a revelar o sofrimento ético político Sendo assim objetivase conceber o sofrimento do humano decorrente das questões econômicas que os impedem de fruir uma vida digna Ou seja demarcar a importante posição que qualifica como sendo perverso os efeitos produzidos pela lógica de mercado sobre a constituição subjetiva dos seres que não acompanham o modelo proposto Situamos a produção de conhecimento realizada por este trabalho apoiado nas contribuições da psicologia sóciohistórica no escopo da psicologia social Com isso enxergar a forma como os autores desta corrente teórica abordam o sofrimento social no Brasil de modo que aprecie sua magnitude e importância Esta atitude neste trabalho monográfico iniciase ao primeiro capítulo sobre o título A psicologia sóciohistórica suas categorias de análise do fenômeno psicológico e o materialismo histórico dialético em psicologia social Neste estágio situase brevemente a psicologia social na sua importância histórica com os apontamentos encontrados nas obras da autora Bock et al 2007 2009 Neste seguimento apareceram os conceitos classificados como sendo categoria de análise do fenômeno psicológico atividade consciência identidade sentidos e significados Os estudos sobre estas categorias de análise indicam a linguagem como sendo aspecto semiótico e de importância para o humano como tal Revelaramse então duas características peculiares da psicologia sóciohistórica uma se direciona ao intuito de entender o homem em relação com a sua história e a outra no aspecto de sua singularidade como na vida em sociedade A aproximação realizada aqui se dá como tentativa de situar a psicologia sóciohistórica em seu método Abrantes A A Silva N R Martins S T 2005 evidenciaram esta corrente teórica em seu bojo metodológico o materialismo histórico dialético sendo este pressuposto norteador de 3 sua prática em pesquisa ou a partir da maneira pela qual estes atuam frente a seu objeto de estudo Tornandose interessante neste estudo a contribuição de autores de inclinação teóricomarxista Ao adentrarmos no segundo capitulo Agnes Heller uma possibilidade de reflexão do cotidiano foi possível investigar através de seus apontamentos os aspectos teóricoconceituais de uma produção que visa os encontros da vida cotidiana Desenvolvese assim o entendimento acerca da organização para o trabalho e vida social Ampliando assim o conceito de identidade qual apresentase em um campo proximal do homem particular e genéricohumano A investigação do pensamento Heller 1970 revela o interesse da autora pela consciência e a noção de paixão e afetividade permitindo estabelecermos conexão com o terceiro capítulo Desta forma ao adentrarmos no terceiro capítulo O sofrimento éticopolítico na realidade atual brasileira pobreza humilhação social e exclusão social problematizados pela noção da afetividade Enfatizase a afetividade humana juntamente com os pressupostos da psicologia sóciohistórica e da reflexão sobre a cotidianidade contida nos capítulos anteriores e realizase uma breve elucidação da psicologia social que temos considerado Avançando até a proposta de Sawaia et al 2001 por fazer um entendimento acerca da dialética exclusão e inclusão social na análise do sofrimento éticopolítico A humilhação social é entendida como modalidade de angústia pensamento promovido por Gonçalves filho 1998 Apoiado por este autor anunciamos a humilhação social como um problema político em psicologia social É importante que esteja claro a intenção do enfoque subjetivo do fenômeno social e das condições que paralisam e enfraquecem os indivíduos sendo assim voltase para a afetividade Quanto a literatura utilizada afirmase propositalmente a presença de autores cuja nacionalidade seja brasileira húngara e da antiga união soviética com o intuito de trazer para o campo de produção científica e discussão acadêmica as contribuições dos que sempre estiveram à margem da apreciação majoritária Destacamos a filósofa Agnes Heller 1970 da escola húngara Vygotsky é um psicólogo da antiga União Soviética que surge como o autor da psicologia históricocultural que realiza apontamentos quais são apropriados pelos autores da psicologia sóciohistórica no Brasil este autor é com frequência citado nos referenciais daqueles teóricos que suscitaram o interesse intelectual deste trabalho Entendese a distinção do enfoque desenvolvido pelos pesquisadores da UNICAMP acerca de Vygotsky e a sua teoria históricocultural do enfoque que os autores brasileiros da PUCSP têm considerado o termo sóciohistórico Os autores da PUCSP Bock Gonçalves Furtado 2007 apresentam a intenção de manter a perspectiva crítica da psicologia desenvolvida pelo teórico russo em questão A utilização da nomenclatura sóciohistórica ao invés da histórico 4 cultural se faz por considerar que no Brasil a expressão cultural é carregada de tantos outros sentidos e não aponta o conteúdo de ordem marxista presente na psicologia históricocultural No entanto afirma Rey González 2007 que o históricocultural não se refere a herança marxista das teorias de Vygotsky Estão presentes ainda autores brasileiros como Silvia Lane 1995 considerada a precursora da perspectiva crítica em psicologia social no Brasil Bock é fundamental para a construção desta presente apreciação da psicologia sóciohistórica pois notase a grande produção científica desenvolvida Bock et al 2007 2009 Salientamos a importância deste trabalho sobre a psicologia sóciohistórica para o enriquecimento e capacitação dos diversos profissionais que atuam em vários níveis de atenção e proteção psicossocial ou do contexto clínico pois as considerações aqui presentes são pertinentes à mudança do olhar que se tem sobre os sujeitos Isto encontrase apoiado numa ética de promover a todos os seres o conhecimento acerca da sua condição humana Sawaia et al 2001 apud Bordieu 1998 Concluímos que para superar toda problemática levantada não é apenas devolver os sujeitos para estarem em condições de igualdades mas entender a necessidade de trabalhar as emoções contidas na palavra de quem sofre mesmo daquilo que seja alegadamente de uma ordem política intensificando seu potencial de ação Assim este trabalho monográfico voltase a partir do aporte teórico da psicologia sóciohistórica para o estudo do sofrimento humano nomeandoos em uma categoria desestabilizadora da análise dos problemas sociais o sofrimento éticopolítico 5 21 A psicologia sóciohistórica suas categorias de análise do fenômeno psicológico e o materialismo histórico dialético em psicologia social A escolha de explanar a psicologia sóciohistórica se dá pela possibilidade de situar os homens no contexto de sua história de tornar ativo o movimento que reavalia as formas de sofrimento social mantendo assim a trajetória de autores consagrados da psicologia social no Brasil como Lane 1994 Sawaia 2001 Bock 2007 entre outros Estes autores que me inspiram tanto ao proporcionarme um brilho maior de expectativas pois anunciam nas mazelas subjetivas dos seres as implicações da história de exclusão social humilhação e pobreza entre outras situações vividas por alguma categoria humana Se fosse possível simplificar a forma como estes autores e a psicologia sóciohistórica perpassam todo este trabalho diria se há excluídos há quem exclua se há pobreza há quem tenha concentração de riquezas se há alienados há alienadores Ou seja é preciso retirar os aspectos banais encontrados nos temas tão difíceis de lidar como estes situados acima mas que são de uma importância incomensurável E assim preparar o leitor para possibilidade de vislumbrar o instante do cotidiano a luz das premissas da psicologia sóciohistórica e seu método Isto marca a intenção de compreender os homens como sendo protagonistas da sua história que em momento algum deixe passar por despercebido as belezas e importâncias contidas nas suas atividades Mas que garanta o compromisso de anunciar todo e qualquer mecanismo que tencione inviabilizar esta realização ou simplesmente mesmo que fatal perder de vista os homens e as circunstâncias que o compõe E é neste sentido que o conjunto de premissas da psicologia sóciohistórica que apresentarei neste capítulo bem como a epistemologia que a sustenta encantamme devido sobretudo a sua possibilidade de movimentarse em direção de uma constante reavaliação de suas práxis Ainda mais por acentuar a importância de romper com metodologias que façam valer as dicotomias qual não apenas por atitude de radicalismo mas por assumir a investigação desta questão em sua complexidade apoiada no método do materialismo dialético como possibilidade de integrar o ser humano Apresentarei os principais conceitos da psicologia sóciohistórica sua visão de mundo e a leitura que faço dos autores que compõe essa vertente Assim como é enfatizado por Bock Gonçalves Furtado 2007 é importante ressaltar que a psicologia sóciohistórica é uma das formas de psicologia que apresentam a característica de psicologia crítica ao modelo econômico e estrutural da sociedade Sendo assim isto faz da psicologia sóciohistórica uma psicologia crítica 6 Apresento a psicologia sóciohistórica de forma a produzir os conhecimentos necessários que tornem os profissionais da psicologia capazes de entender o homem como sendo um ser que transforma o mundo que o compõe e com isso transforma a si mesmo em seu movimento de produção da própria existência Assim como a qualidade de ser histórico Deste modo atentar para as implicações da tentativa de produzir conhecimento sobre o humano isolandoo de todo seu contexto cultural Bock et al 2009 apud Lane Silvia T M A 1994 Algumas discussões são apontadas pelos autores do campo da psicologia social neste caso a psicologia sóciohistórica como sendo importantes para a compreensão do fenômeno psicológico De acordo com Bock Gonçalves Furtado 2007 a psicologia em seu surgimento produzia conhecimentos que visavam aumentar os lucros das empresas e pouco deste conhecimento se fazia por melhorias da vida sobretudo daqueles pertencentes aos grupos menos privilegiados E a psicologia social realizava um movimento crítico destes conhecimentos questionando a contribuição deste saber psicológico e desta nova ciência A afirmativa encontrada nas leituras das obras da autora Bock et al 2007 aponta para crítica do saber que a ciência psicológica apoiada no método positivista estava por produzir Pois que muito pouco desta produção fazia por melhorias da qualidade de vida das pessoas de condições de trabalhos que não fossem por exploração e controle Retificando o interesse na compreensão do homem se dava na valorização do homem certo numa função certa ou seja de ter uma sociedade homogênea formando os grupos de maneira coercitiva e controladora Ainda sobre a contribuição da autora mencionada acima a intenção de entender o comportamento humano bem como as interpretações deste fenômeno indicavam tendências de controle de proporcionar uma compreensão que enquadra os homens à perspectiva capitalista marcando a ruptura e crítica ao modelo de antes o feudalismo Com isso potencializando e fazendo funcionar o que estava relacionado à ascensão da burguesia E ainda propiciando a naturalização do normal ou seja produzindo exclusões sobre o ideal de uma sociedade homogênea O momento histórico que permitiu que a psicologia recebesse o estatuto de ciência distinta e não subjugada ou mesmo subordinada a outras áreas do saber é muito peculiar e as condições que favoreceram este emergir do saber psicológico é atravessado de acordo com os autores Bock Gonçalves e Furtado 2007 pela ascensão da burguesia norteado pela utopia liberalista apoiada pelos métodos positivistas De acordo com as literaturas existentes e a história da psicologia o nascimento da psicologia é datado do século XIX ao ano de 1875 que é atribuído como marco que lhe concede 7 o estatuto de ciência em seu campo específico de atuação Assim como aponta Bock Gonçalves e Furtado 2007 tem como características o experimental empírico e quantitativo A psicologia tem muitos anos de existência pois o marco que temos considerado para sua instituição enquanto área específica na ciência é o ano de 1875 As condições para a construção da Psicologia encontramse pois no século XIX Nesse período a burguesia moderna ascende enquanto classe social Todas as transformações daí decorrentes são consideradas condições históricas para o surgimento da ciência moderna e posteriormente da Psicologia A ênfase na razão humana na liberdade do homem na possibilidade de transformação do mundo real e a ênfase no próprio homem foram características do período de ascensão da burguesia que permitiram uma ciência racional que buscou desvendar as leis da natureza e construir um conhecimento pela experiência e pela razão Um método científico rigoroso permitia ao cientista observar o real e construir um conhecimento racional sem interferência de suas crenças e valores Assim surge a ciência moderna Experimental empírica quantitativa BOCK et al 2007 p15 Na continuidade do pensamento apresentado por Bock Gonçalves e Furtado 2007 a psicologia sóciohistórica apoiase na psicologia sóciocultural proposta por Vygotsky qual aponta para a possibilidade de um contorno que supera as visões dicotômicas O movimento crítico às dicotomias tais como indivíduosociedade subjetividadeobjetividade naturalsocial e sobre tudo crítica a uma ciência apoiada na razão e na neutralidade do cientista permitindo uma nova psicologia social Os conceitos da psicologia sóciohistórica são produções que visam uma psicologia integrada ou seja que não tomem como objeto de estudo por exemplo um aspecto natural abandonando o aspecto social Como exemplo da resolução da dicotomia internoexterno exponho a explicação de como a consciência humana é constituída pelo pensamento Vygotsky e maneira pela qual resolve o problema das dicotomias Vygotsky esclarece bem esse processo de constituição da consciência quando afirma que cada função no desenvolvimento cultural da criança aparece duas vezes ou em dois planos Primeiro aparece no plano do social e depois no plano psicológico Assim o autor elimina qualquer possibilidade de dicotomização internoexterno uma vez que tudo que é interno tenha sido para os outros aquilo que agora é para si AGUIAR W M J 2007 p 99 apud VYGOTSKY 1993 p 24 8 Todo o movimento produzido por este trabalho até o presente momento é o de explicitar a visão de mundo e do fenômeno psicológico nesta perspectiva crítica Aprofundando esta possibilidade com o pensamento de AGUIAR W M J 2007 p 95 Fazer considerações teóricas em psicologia sóciohistórica significa de alguma forma apresentar a visão teórica que se tem do fenômeno psicológico Sendo assim estudar o fenômeno psicológico está como tentativa de entender o homem Nesta abordagem tal compreensão se realiza ao apresentar o objeto de estudo em sua gênese Esta gênese é histórica e social Temos então os conceitos que podem ser tomados como sendo o ponto central da psicologia sóciohistórica os quais são postulados por AGUIAR W M J 2007 p 9596 como sendo categoria de análise As categorias de análise do fenômeno psicológico apresentado pela autora são atividade e consciência A expansão de seu pensamento se desenvolve remontando as contribuições de autores como Vygotsky Leontiev no entanto é novamente o pensamento de Vygotsky o de maior valor devido ao interesse voltado ao estudo da gênese da consciência e da atividade simbólica que permeia a constituição do psiquismo Bock Furtado e Teixeira 2009 enumeram de modo explícito além de atividade e consciência o conceito de identidade e também o de sentidos e significados E apresenta o conceito de consciência sustentando outros subgrupos trabalho vida social e linguagem Antes de iniciarmos a expansão destas categorias de análise do fenômeno psicológico tornamse necessárias duas recomendações que orientam e possibilitam maior compreensão dos elementos contidos nesta apresentação A primeira tratase da definição do psicológico Vejamos o pensamento AGUIAR W M J 2007 p 96 referimos ao psicológico como atividade do homem de registrar a experiência e a relação que mantém com o ambiente sócio cultural Sendo assim a autora propõe o psicológico dentro de um molde fundamental indicando capacidade mnemônica juntamente com a relação com os outros dentro do existir cultural A segunda recomendação é realizada pela apreciação crítica do molde científico positivista pois com a leitura das obras Bock et al 2007 2009 afirmo a dificuldade ou mesmo a impossibilidade da tentativa de esgotar a análise deste tema Visto que os conceitos atividade consciência identidade signos ou sentidos por mais que sejam apresentados em formato sistematizados podese verificar que se trata de uma tentativa de tornar didático e possível de uma apresentação mas que com a leitura sobretudo de Aguiar W M J 2007 e sua apresentação da teoria sóciohistórica no plano da cotidianidade humana os conceitos listados acima se dão em um emaranhado de formas sem que seja possível enumeração de uma ordem de importância ou acontecimento E a autora alerta para isto 9 O homem ao construir seus registros psicológico o faz na relação com o mundo objetivando sua subjetividade e subjetivando sua objetividade O psicológico se constitui não no homem mas na relação do homem com o mundo sociocultural Nós psicólogos é que o estudamos na dimensão pessoal que tem AGUIAR W M J 2007 P 96 É imprescindível a leitura processual dos autores que compõem a história da produção desses conhecimentos tais como Vygotsky Leontiev entre outros Mas sigamos na tentativa de apresentar os fundamentos teóricos da Psicologia sóciohistórica Através do pensamento de Bock Furtado e Teixeira 2009 falase no conceito de atividade como meio fundamental na qual o sujeito se apropria do mundo que transforma o real assim como trás para si aquilo que está fora no sentido de apropriarse de algo Sendo assim atividade é uma espécie de prática humana a qual é apontada pelos autores como a base do pensamento e do conhecimento Atuar no mundo é uma das propriedades do ser humano isto é a atividade é uma das suas determinações BOCK et al 2009 p 186 O que se estabelece é a noção de que há nos indivíduos a necessidade de relacionarse ativamente com o mundo transformandoo de acordo com as suas necessidades O pensamento destes autores citados acima indicanos que transformar o mundo é transformar a si mesmo Com isso fica claro a tentativa de situar as transformações e construções do mundo como sendo também transformações e construções de si mesmo Ou seja há a intenção de aproximar e destacar as relações entre mundo interno e externo Falase que estes estão em correlação ou seja de dependência mutua Podemos compreender então que atividade como aponta Aguiar W M J 2007 é o movimento que torna possível que o homem se torne humano pois tratase da atividade humana do seu trabalho sobre o mundo e da produção de uma determinada forma de relação que está incorporado ao cultural No seguimento do pensamento de Aguiar W M J 2007 avancemos a outra categoria de análise do fenômeno psicológico que contribui para compreensão do humano a consciência Afirma Bock et al 2009 p 186 A consciência humana expressa a forma como o ser humano se relaciona com o mundo objetivo Em Bock Furtado e Teixeira 2009 o homem realiza este movimento relacionarse com o mundo objetivo por meio da compreensão transformandoo em ideias e imagens com isso consegue estabelecer relações entre essas informações Isto se dá ao movimento de compreender o que acontece no ambiente 10 Conforme salienta Bock et al 2009 a consciência é um saber de algo e não se trata de um saber puramente lógico é o que permite a compreensão do mundo objetivo mas não é estritamente racional Tratase pois de saberes tais como saber das emoções e sentimentos saber dos desejos e saber do inconsciente E se a consciência é um modo do ser humano reagir ao mundo isto lhe dá a qualidade de permanente movimento Assim Bock et al 2009 em uma proposição interrogativa de como a consciência surge indicam que é proveniente das relações entre os humanos Mesmo que tenha sido pela evolução do cérebro humano outros fatores estiveram e estão presentes neste desenvolvimento pensar o mundo por meio de imagens símbolos e estabelecer relações com o mundo objetivo só foi possível além das transformações biológicas mas dos estímulos externos e da atividade transformadora sobre este É desta forma que se pensa a consciência Levandose em conta aspectos no qual acredito que para melhor visualização didática podem ser explanados como sendo subgrupos pertinentes a formação da consciência São estes o trabalho vida social e linguagem O pensamento de Aguiar W M J 2007 p 99 contribui para o entendimento do trabalho enquanto atividade humana transformação da natureza para a produção da existência humana algo que só é possível em sociedade Esta breve elucidação aponta imediatamente para a vida em sociedade e a importância que estes fatores têm na constituição da consciência humana A consciência é entendida por Bock et al 2009 como produto subjetivo e de apropriação da objetividade do mundo pelos homens por meio de uma atividade social denominada trabalho Falase em trabalho porém para estes autores o trabalho não é puramente o de labor ou de um regulamento podendo ser mas no entanto esta atividade transformadora e organizada socialmente é entendida como atividade sobre o mundo O ser humano encontra um mundo de objetos e significados já construídos pelos outros homens Nas relações sociais ele se apropria desse mundo cultural e desenvolve o sentido pessoal Produz assim uma compreensão sobre o mundo sobre si mesmo e os outros compreensão construída no processo de produção da existência compreensão que tem sua matériaprima na realidade objetiva e na realidade social mas que é própria do indivíduo pois é resultado de um trabalho seu BOCK FURTADO TEIXEIRA 2009 p 187 Temos também o conceito de identidade no qual é apontado por Bock et al 2009 como uma categoria que assume peculiaridade de movimento permanente Assim como o homem e a consciência O indivíduo pois está atrelado a um eterno transformarse A consciência se desenvolve numa compreensão que produz um conhecimento de si mesmo a identificação 11 Com o pensamento de Bock et al 2009 a identidade está em constante relação com o mundo social E a cada nova forma de relacionarse com o mundo produz uma nova compreensão Ou seja a identidade movimentase juntamente com a realidade objetiva Neste sentido a Identidade é feito de ideias e sentidos que os sujeitos criam mas também apropriação das representações que lhe são conferidos Sobretudo podese pensar a identidade como síntese pessoal sobre o simesmo A forma como a identidade é conceituada pela psicologia sócio histórica reforça os apontamentos feito no início deste capítulo quanto à crítica da compreensão do homem por meio de produção de conhecimentos que fazem por caracterizálo de maneira ajustada a uma função social estática na organização para o trabalho Vejamos Esse conceito supera a compreensão do ser humano como conjunto de papéis de valores de habilidades de atitudes etc pois compreende todos esses aspectos integrados o homem como totalidade e busca captar a singularidade do indivíduo produzida no confronto com o outro BOCK FURTADO TEIXEIRA 2009 p 188 Sentidos e significados são neste momento os conceitos alvos de explanação Bock et al 2009 p 188 utilizandose do pensamento de Vygotsky os autores explicam a noção do conceito de sentido representa um agregado de fatos psicológicos que estão registrados pelo sujeito arquivado de modo emocionado ou seja carregado de afeto e por imagens e sensações Os autores Bock et al 2009 pensam o sentido como sendo o que permite a ligação entre o sujeito e um evento atual e a maneira pela qual experimenta isto se dá pela configuração histórica da psique na qual é históricosocial Os autores citados acima afirmam que a vida social do sujeito não está alheia a construção de seu psicológico Pois é através da sua vivência que se produz os seus sentidos e é isto que permite aos homens o movimento ativo e não apenas como organismo reagindo ao seu meio Percebese que estes autores em sua sutileza já apontam para a linguagem como ponto crucial e é a isto que se referem em suas considerações sobre os signos e sentidos Pode ser observado na exposição do pensamento de Aguiar W M J 2007 que a linguagem está atrelada a constituição da consciência e assumindo característica de uma produção social notadamente histórica Pois isto marca a condição humana devemos focalizar a questão da linguagem que sendo produzida social e historicamente é o instrumento fundamental nesse processo de constituição do sujeito Os signos entendidos como instrumentos convencionais de natureza 12 social são os meios de contato do indivíduo com o mundo exterior e também consigo mesmo e com a própria consciência AGUIAR W M J 2007 P 100 A caracterização feita por Aguiar W M J 2007 permite o entendimento sobre os signos O signo seria tudo aquilo que possui um significado e se remete a algo situado fora de si mesmo é o elemento que integra as funções psíquicas superiores Podemos realçar a importância da palavra para a produção ideológica Bakhtin destaca a importância dos signos Para ele a palavra além de constituir a chave para a compreensão da consciência e da subjetividade é também espaço privilegiado da criação ideológica AGUIAR W M J 2007 p 101 apud Bakhtin 1981 De acordo com Aguiar W M J 2007 a palavra e o campo da linguagem sistema semiótico são os cenários onde ocorrem os conflitos são os artifícios da produção ideológica e por onde se exprimem as relações de dominação entre outras Sendo assim influir sobre a ideologia implicaria em mudanças na linguagem A palavra signo ideológico aponta sempre as menores variações das relações sociais não só os referentes aos sistemas ideológicos constituídos mas também as que dizem respeito à ideologia do cotidiano aquela que se exprime na vida corrente em que se formam e se renovam as ideologias constituídas AGUIAR W M J 2007 p 101 Mantendo a proposta deste capítulo e assim como fora proposto na introdução avancemos para a metodologia presente na sóciohistórica Pois que para abordar a psicologia sóciohistórica mais que entender as questões referentes à visão de mundo e a característica crítica que esta corrente teórica mantém é primordial estar situado ao seu método Enquanto a Psicologia social cognitiva se baseava em uma perspectiva naturalizante e dicotômica valendose do método experimental e da neutralidade do investigador em suas análises das relações interpessoais e dos fatores sociais no indivíduo a psicologia social brasileira sóciohistórica se fundamentava no método do materialismo dialético visando ao compromisso social ALMEIDA Leonardo pinto de 2012 p 132 Neste segundo momento temos o materialismo dialético como pressuposto norteador desta perspectiva Motivado pela proposta de explanar a psicologia sóciohistórica fica estabelecido à característica crítica à neutralidade do cientista pesquisador ou mesmo profissional atuante Martins M L 2005 evidencia isto ao diferenciar as disposições metodológicas que tem no materialismo histórico dialético para o fazer históricosocial Acrescenta que há na relação 13 pesquisadorpesquisado processos que se configuram em dinâmico e interativo entre as singularidades destes Sendo necessário o movimento do pesquisador que almeja à singularidade de seu objeto investigado Falase na importância de superar a própria singularidade De acordo com Gonçalves M G M 2005 o método do materialismo dialético faz por servir a psicologia sóciohistórica instrumentos que viabilizam a superação da dicotomia sujeitoobjeto Ao conceber estes elementos numa relação dialética onde há no sujeito propriedades do objeto fruto de sua ação subjetiva Esta discussão é intensa se pensarmos na quantidade de teorias que tentaram dar conta deste problema ou que se quer interessouse por isso abandonando um ou outro abordando por exemplo o individual e deixando a margem o social e vice e versa Afirma Silva F L 2005 o materialismo histórico é uma teoria que se desenvolve no seio do movimento operário e lutas de classe tendo sido instaurados por Karl Marx e Friedrich Engels Indica o materialismo histórico como sendo a forma de interpretar os meios de produção e reprodução do capitalismo sob a ótica do proletariado De acordo com o pensamento apresentado por Gonçalves M G M 2005 utilizase do marxismo para compreensão da questão sujeitoobjeto O movimento de fazer uma unificação entre sujeito e objeto se dá a partir do pensamento de Hegel pois que os outros pensadores como Kant e os de ordem positivistas tinham em suas reflexões atributos que estavam mais por fazer valer a lógica do capitalismo Mas que foi através do pensamento de Karl Marx fazendo valer do materialismo dialético que a dicotomia sujeitoobjeto pode ser unificada na compreensão do homem no mundo o materialismo histórico e dialético mantém a importância do sujeito ativo como em Hegel mas mantém também a existência objetiva do objeto Ou seja na concepção materialista sujeito e objeto têm existência objetiva e real e na visão dialética formam uma unidade de contrários agindo um sobre o outro Assim o sujeito é ativo porque é racional mas não só Antes de mais nada o sujeito é sujeito da ação de transformação do objeto A ação do sujeito transforma o objeto e o próprio sujeito E essa ação do sujeito é necessariamente situada e datada é social e histórica GONÇALVES M G M 2005 P 93 O pensamento de Gonçalves M G M 2005 acerca da dialética tornase interessante e preciso pois leva em consideração a ação do sujeito como sendo datada ou seja que se dá num momento que diz respeito as possibilidades concretas de ação Esta ação não é vazia dos aspectos dinâmicos do sujeito Subjetividade e objetividade numa relação dialética não pressupõe apenas 14 o ser numa progressão transformadora mas sim que as construções da vida humana se dão na transformação do meio porém fica acentuado que o interno e o externo se confundem pois são equivalentes As considerações realizadas até este momento tornam possível a proposta de entender o humano levando em consideração os aspectos teóricos da psicologia sóciohistórica tais como a transformação do mundo e de si mesmo De acordo com os apontamentos dos autores situados neste capítulo percebese que isto se caracteriza pela organização para o trabalho e a vida social Estes autores consideram o estudo acerca dos sentidos e significados como sendo um campo de produção e transformação ideológica No entanto o objetivo aqui não é o de explanar a questão da ideologia pois seria necessário um trabalho especificamente neste contexto sendo assim alegase que não fora possível expor e analisar todas as contribuições teóricas da psicologia sócio histórica A proposta deste capítulo fora a de demonstrar as principais considerações teóricas em psicologia sóciohistórica e aproximála do materialismo histórico dialético Partimos para o capítulo seguinte que tenciona refletir sobre as nuances contidas nas atividades dos homens mas com o olhar voltado para o cotidiano visto que temos considerado uma perspectiva teórica sem investigar o que é este humano no contexto de seu cotidiano ou seja em relação a sua consciência e atividade A preparação que se faz para o conteúdo que se aproxima se dá pela assertiva de que é no cotidiano onde se dão os encontros entre os homens onde suas relações estão de maneira diversas conectadas também a intersubjetividade destes homens quais mutuamente constroem e atualizam as situações da história e sobretudo do seu efeito que a história causa na vida cotidiana Sendo assim novas considerações teóricas são apresentadas no entanto não são excludentes ou antagônicas às categorias de análise deste primeiro capítulo O aspecto dialético se mantém é nesse sentido que se torna possível o entendimento do pensamento de Agnes Heller 15 22 Agnes Heller uma possibilidade de reflexão sobre a cotidianidade Refletir acerca do cotidiano a luz do pensamento filosófico de Agnes Heller vai de encontro com as considerações realizadas sobre a psicologia sóciohistórica Naturalmente surgem outras perspectivas mas que ainda permeiam a ideia central da proposta monográfica Desta forma tornase possível a ratificação dos conceitos apresentados no capítulo anterior por exemplo atividade e identidade O que tornou esta autora importante para a presente apreciação é justamente a inclinação teórico marxista de seu pensamento promovendo a visão de homem e das interações que este mantém com outros homens porém anunciase a lógica do particular do singular e do genérico Manifestamse através destas considerações teóricas os pressupostos metodológicos da dialética com o acréscimo de outras possíveis formas de entender a história o humano e a vida cotidiana A exposição do pensamento da autora prepara o leitor para o entendimento dos elementos citados acima Heller 1970 evidencia o homem cotidiano em relação aos aspectos de suas relações sociais e afirma a cotidianidade em uma instância que não escapa a nenhum ser Ou seja todo homem vive a sua cotidianidade inteiramente no sentido de ter ao seu dispor os recursos de que é capaz Afirma que o instante irredutível do cotidiano é independente de qualquer que seja a posição social de um ser ou o posto que este pertence na organização para o trabalho Dentro desta possibilidade a autora acrescenta um contraditório mesmo que todo ser experimente sua cotidianidade apoiado por todas as suas capacidades e circunstâncias isto não significa que as suas capacidades sejam aperfeiçoadas ao ápice de realização do seu potencial A vida cotidiana é a vida do homem inteiro ou seja o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade de sua personalidade Nela colocamse em funcionamento todos os seus sentidos todas as suas capacidades intelectuais suas habilidades manipulativas seus sentimentos paixões ideias ideologias O fato de que todas as suas capacidades se coloquem em funcionamento determina também naturalmente que nenhuma delas possa realizarse nem de longe em toda sua intensidade HELLER 1970 p 17 Temos então ao pensamento do teórico em questão o homem cotidiano como sendo atuante e fruidor ativo e receptivo mas é geralmente atravessado pela urgência de seu existir com isso nenhum desses seus aspectos são elevados ao ápice do funcionamento E nas palavras da autora estes aspectos não são aguçados em toda sua intensidade 16 Heller 1970 considera que a vida cotidiana possui características mistas sendo heterogênea e em igual expressão a vida cotidiana é hierárquica Estes aspectos heterogêneo e hierárquico se dão em relação à significação e importância contidas nos tipos de atividade desempenhadas Porém a heterogeneidade está para a significação da vida cotidiana de forma mais estável enquanto a hierarquia sofre tensionadas modificações por via das variadas formas de estruturação econômicosociais A heterogeneidade conforme o pensamento de HELLER 1970 p 18 indica as variadas atividades que desempenha os homens em sua vida cotidiana a organização do trabalho e da vida privada os lazeres e o descanso a atividade social sistematizada o intercâmbio e a purificação Temos considerado que indivíduo e sociedade não são instâncias antagônicas propondo a relação dialética destes Com isso temos falado durante todo momento que o homem nasce em um mundo repleto de circunstâncias que lhe são extras Vejamos então o pensamento da autora e o que nos acrescenta O homem nasce já inserido em sua cotidianidade O amadurecimento do homem significa em qualquer sociedade que o indivíduo adquire todas as habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade camada social em questão É adulto quem é capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade HELLER 1970 p 18 Heller 1970 ao ressaltar a importância contida em adquirir habilidades que permitam movimentar a vida cotidiana propõe que existe neste ponto algo de fundamental para a humanidade Isto é explicitada pela autora através do olhar voltado a possibilidade de assimilação Sendo assim adquirir habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade ocorre por meio do que denomina assimilação da manipulação das coisas Esta assimilação manipulativa é apontada por Heller 1970 como sinônimo de outra forma de assimilação assimilação das relações sociais Neste ponto existem subterfúgios no que diz respeito à maneira pela qual o homem domina as leis da natureza e promove o movimento da vida cotidiana de que estamos falando Mas embora a manipulação das coisas seja idêntica à assimilação das relações sociais continua também contendo inevitavelmente de modo imanente o domínio espontâneo das leis da natureza A forma concreta de submissão ao poder da natureza é sempre mediatizada pelas relações sociais mas o fato em si da submissão à natureza persiste sempre como tal HELLER 1970 p 19 17 Heller 1970 indica as assimilações das relações sociais como sendo o que faz pelo domínio espontâneo das leis da natureza O homem contorna as condições reais que lhe são ameaçadoras ou satisfazem as suas necessidades particulares por meio da manipulação das coisas culminando em assimilação das relações sociais A mediação social ou seja as formas de relações sociais provêm assim do domínio imediato das leis da natureza Contudo a fragilidade do homem ao poder da natureza geralmente mantémse emudecido geralmente não é percebido devido sobretudo a organização social Acrescenta Heller 1970 que está assimilação garante as condições de nos tornarmos adultos e consequentemente mover e garantir a vida cotidiana Para acontecer o êxito desta configuração outra condição tornase necessária e a autora caracterizaa de assimilação imediata referindose ao intercâmbio da comunicação e assim estreitando para comunicação social A autora supõe que a assimilação imediata das coisas se inicia por vias das relações de grupos Por exemplo a família a escola e a comunidade etc Nestes grupos são instaurados costumes valores que medeiam à relação entre o indivíduo e as organizações maiores e isto nos importa pois temos considerado a historicidade do homem O homem aprende no grupo os elementos da cotidianidade por exemplo que deve levantar e agir por sua conta ou o modo de cumprimentar ou ainda como comportarse em determinadas situações etc mas não ingressa nas fileiras dos adultos nem as normas assimiladas ganham valor a não ser quando essas comunicam realmente ao indivíduo os valores das integrações maiores quando o indivíduo saindo do grupo por exemplo da família é capaz de se manter autonomamente no mundo das integrações maiores de orientarse em situações que já não possuem a dimensão do grupo humano comunitário de moverse no ambiente da sociedade em geral e além disso de mover por vez esse mesmo ambiente HELLER 1970 p 19 Para Heller 1970 o cotidiano está no centro da história pois é o âmbito por onde se eternizam os costumes tradições etc Toda a vivência que possa ser mencionada por exemplo em livros os grandes feitos de que tomamos conhecimento por este meio são façanhas que retornam para a vida cotidiana E é isso que permite que a história se torne particular pois produzem na trivialidade corriqueira do cotidiano os efeitos que se eternizam ou se dissipam Conforme acompanhamos no pensamento de Heller 1970 a cotidianidade não está fora da história muito longe de ser vista assim Os seres que assimilam o cotidiano incorporam em suas atividades acontecimentos de outros tempos tais como os costumes tendências morais etc Adverte muito precisamente a autora que a assimilação qual nos remete a uma grandiosidade possa ser feita em si ou seja não exatamente consciente O que assimila a cotidianidade de sua 18 época assimila também com isso o passado da humanidade embora tal assimilação possa não ser consciente mas apenas emsi HELLER 1970 p 20 Mesmo que na assimilação o homem façao de maneira consciente ou não sua atividade assimilativa está sob a experiência de irrepetibilidade pois isto é um fato ontológico São apontados por Heller 1970 a irrepetibilidade e a unicidade como sendo fatos ontológicos complexos que estão em comunhão com a assimilação da realidade social e da capacidade de manipulação préestabelecida isto pode ser entendido como o que antes mencionado caracterizandose em condições concretas que já estão dadas Em tempo será dedicado este momento para a apresentação da elucidação do particular e do genérico O indivíduo é sempre simultaneamente ser particular e ser genérico Esta é uma afirmativa encontrada na leitura de HELLER 1970 p 20 A particularidade aparece como uma possibilidade proveniente da capacidade de o ser humano expressar além de seu ser isolado mas sua individualidade Pois como exemplo Heller 1970 compara que o estudo a partir de uma folha de árvore seria capaz de esclarecer todas outras folhas de árvores pertencentes ao mesmo grupo no entanto um único homem não permite expressar ou representar a essência humana A autora referese à particularidade do indivíduo sob a forma das necessidades da humanidade no entanto esta necessidade apresentase no indivíduo Esta aparição das necessidades humanas surge no indivíduo como sendo a consciência das necessidades do eu E a dinâmica da particularidade individual humana se apresenta na forma de satisfação de tais necessidades do eu Heller 1970 anuncia que todo questionamento motivado por esse eu todo o conhecimento que se produz acerca do posicionamento de um homem e suas necessidades é uma questão talvez diremos expressão do particular Esse conteúdo qual a autora aproxima com as paixões individuais surge e retorna para a particularidade individual Porém no próprio homem contém as representações do humanogenérico sobretudo devido a importância contida no meio de satisfação das necessidades do eu mencionadas acima qual provém de uma atividade essencial Atividade socialmente necessária que temos considerado nesta perspectiva denominase trabalho Mesmo sendo o trabalho uma atividade social ou seja está como atividade do gênero humano mas também é movido pela particularidade de cada homem porém não afasta a categoria de atividade do gênero humano Com essas possibilidades apresentadas temos a ocorrência de que um indivíduo possa então identificarse com a representação do humano genérico e também de serem indiferentes a necessidades do eu de maneira consciente ou em si Com isso Heller 1970 tenta preparar as imbricações entre o humanogenérico e o particular 19 Heller 1970 já afirmara que o homem é sempre ser particular e genérico Genérico pois contém de forma consciente ou não os efeitos da produção social das relações que mantém neste conviver em grupos em sociedade Sendo assim ratificase o que antes fora posto mesmo que contenham nos homens as consequências de suas relações sociais um homem isolado jamais será a representação do gênero humano pois esta representação é qualidade da integração que o compõe E é nesta integração tribo classe nação etc que faz por formar em cada ser humano a consciência de si e dos outros O estudo da consciência promovido em Heller 1970 é de escolha intencional e isto é acentuado pela autora Pois a vida cotidiana existe antes mesmo do conhecimento da história que temos hoje E ao referimos a vida cotidiana estamos considerando os postulados anteriores deste capítulo e apenas fazendo por acrescentar via pensamento de Agnes Heller a importância contida na consciência de nós como sendo fruto da consciência do eu ou seja o dinamismo presente entre o particular e o genérico O indivíduo a individualidade contém tanto a particularidade quanto o humano genérico que funciona consciente e inconscientemente no homem Mas o indivíduo é um ser singular que se encontra em relação com sua própria individualidade particular e com sua própria genericidade humana e nele tornamse conscientes ambos os elementos HELLER 1970 p 22 No seguimento da apresentação Heller 1970 referese à escolha autônoma de um indivíduo sobre os aspectos particular e genérico que são incorporados em sua singularidade E evidência uma peculiaridade humana que é a de estarse diante de sua particularidade bem como diante de sua genericidade tendo estes dois aspectos efeitos conscientes Fazendo uma distinção e afirmando o indivíduo não é puramente ser singular Na síntese de seu pensamento percebese que autora não caracteriza a escolha como sendo exercício pleno de liberdade existe a possibilidade de que o sujeito exerça sua singularidade optando pelos elementos quais já estão dados porém é uma atitude que acentua como sendo relativamente livre pois estão atrelados aos seus papéis sociais O homem singular não é pura e simplesmente indivíduo no sentido aludido nas condições da manipulação social e da alienação ele se vai fragmentando cada vez mais em seus papéis O desenvolvimento do indivíduo é antes de mais nada mas de nenhum modo exclusivamente função de sua liberdade fática ou de suas possibilidades de liberdade HELLER 1970 p 22 Tornase interessante apresentar a noção contida em Heller 1970 sobre o papel social O papel social é apresentado sob forma de função É entendido como uma categoria abstrata na 20 qual existe independente do homem ou seja como algo que está dado em seu meio reforçando assim a possibilidade de função de assimilação ativa A imitação manifestase sobretudo como imitação dos usos Em todos os estágios do desenvolvimento social o homem nasce num mundo já feito numa estrutura consuetudinária já feita Deve então assimilar esses usos do mesmo modo como assimila as experiências de trabalho Desse modo toma posse da história humana ingressa na história e esse é o marco em que o homem consegue se orientar Nos vários terrenos da realidade constroemse estruturas consuetudinárias diferentes O homem jamais se enfrenta com usos isolados ele os aprende numa totalidade relativa como sistema como estrutura O caráter estruturado do uso a presença simultânea de várias reações consuetudinárias sistema tanto mais complexo quanto mais desenvolvida é a sociedade é um dos pressupostos da função papel HELLER 1970 p 88 De acordo com a reflexão da citação em questão o papel social é decorrente de uma mimese humana ou seja é o comportamento e capacidade do homem em imitar não só uma atitude mais toda a inteira prestação de um complexo de comportamento que garante a atuação participativa no social Com isso há na mimese humana os atributos que antes fora mencionado tratase da assimilação e neste caso a assimilação de papéis Estas assimilações de papéis acontecem de maneira ativa com toda potencialidade que a ideia de atividade possa invocar neste presente momento no entanto atividade consuetudinária ou seja a significância da atividade para um indivíduo se dá na medida em que o mesmo desempenha uma atividade fazendo uso como um meio em sua realidade concreta Percebese então que o homem do cotidiano qual estamos considerando está imerso num complexo relacional em diversos aspectos tais como o caráter heterogêneo e hierárquico de seus vínculos e ações sobre o mundo Preso ou digamos alienado a irredutibilidade do instante sem que com isso possa significar a desqualificação da apreensão histórica contida na vida cotidiana Pois o homem do cotidiano é também o homem da história este atributo se dá pela assimilação A assimilação como tem observado Heller 1970 indica o homem em sua ação de atividade onde a alienação não é plena Pois como evidenciou a autora o homem sofre da urgência das diversas possibilidades não galgando ao ápice do funcionamento das suas capacidades bem como ao ápice da característica alienante da organização para o trabalho e vida social Ainda que exista a possibilidade de ser genéricohumano pois há também possibilidade de ser particular Mesmo que em uma consideração hipotética haja maior evidência ao genéricohumano por exemplo uma sociedade em maior significação orgânica e coercitiva o homem é ser singular que se encontra 21 diante de sua genericidade e particularidade E o homem isolado não é exemplo ou essência da humanidade Nesta exposição falase no homem como ser particular humanogenérico e singular Acrescentando que a dinâmica destes se dá sobre a forma de necessidades do eu Assim sendo Heller 1970 aponta para possibilidade de que a particularidade do homem submeta o humano genérico em função da sua própria necessidade Ou seja a vida social em prol das paixões individuais O que baliza isto impedindo a ocorrência do que a autora denominou de vitória espontânea da particularidade sobre o humanogenérico é a ética A ética nesta apreciação é entendida como exigências e normas necessárias a comunidade social Mas não encerra assim deste modo faz por promover outro efeito a intimação Heller 1970 supõe que a intimação se dá como efeito de dominação propondo ao indivíduo que submeta sua particularidade ao humano genérico porém como fora apontado antes a particularidade e genericidade humana e o choque entre estes não costumam estar consciente na vida cotidiana Percebese aí um ideal o desfecho de controle social sob a intenção de que esta intimação de que estamos falando tornese motivação interior A vida cotidiana está carregada de alternativas de escolhas Essas escolhas podem ser inteiramente indiferentes do ponto de vista moral por exemplo a escolha entre tomar um ônibus cheio ou esperar o próximo mas também podem estar moralmente motivadas por exemplo ceder ou não o lugar a uma mulher de idade Quanto maior é a importância da moralidade do compromisso pessoal da individualidade e do risco que vão sempre juntos na decisão acerca de uma alternativa dada tanto mais facilmente essa decisão elevase acima da cotidianidade e tanto menos se pode falar de uma decisão cotidiana Quanto mais intensa é a motivação do homem pela moral isto é pelo humanogenérico tanto mais facilmente sua particularidade se elevará através da moral à esfera da genericidade HELLER 1970 p 24 Na expansão das possibilidades da particularidade e genericidade Heller 1970 realiza duas restrições afirmando que a elevação do particular ao genérico não significa o fim da particularidade Pois considera que as paixões e afetos quando sendo orientadas para o eu não desaparecem mas convertemse ao externo surgindo assim uma espécie de motor de realização do humanogenérico Outra restrição que realiza a autora diz respeito a uma relativização das decisões morais indicando que tais decisões se dão como uma tendência Com isso não é possível identificar rigorosamente o que seria ação cotidiana e ação moralmente motivada No seguimento afirma HELLER 1970 p 24 A maiorias das ações e escolhas tem motivações 22 heterogênea E indica que há união de motivações Ocorre o encontro entre motivações de tendências particulares e genéricomorais e isto faz com que jamais se realize de maneira completa uma inclinação moral a ponto de elevarse de maneira plena por sobre o particularindividual A particularidade e genericidade proposta por Heller 1970 remetemnos a grandes pensadores indiretamente situados em sua obra e outros diretamente ligados à sua produção como o Karl Marx e Georg Lukács respectivamente A contribuição de Lukács se dá por meio da evolução da dinâmica que permite o homem inteiro ou melhor dizendo quando ocorre a elevação do particular ao genéricohumano por este trajeto promovendo a ideia de homem inteiro Este homem inteiro em Heller 1970 vem indicarnos outra forma de pensar a atividade do gênero humano a atividade que causa mudanças na cotidianidade e pode ser encarado como sendo atividade qual estar por ser assimilada Heller 1970 ressalta que a vida cotidiana é em sua forma heterogênea no entanto é a homogeneização que permite o homem inteiro por estar em relação análoga aos outros homens ou seja numa tendência genéricohumano Ao referirmonos a vida heterogênea estamos considerando que a cotidianidade exige dos homens todas as suas capacidades sem que com isso uma única capacidade em especial Agora tornase possível explicitar também o possível aspecto de homogeneidade Heller 1970 anuncia que são necessários três fatores conjuntos para a ocorrência da homogeneização que se eleve totalmente acima da vida cotidiana são estes concentração de toda a atenção numa única questão seguido pela suspensão de qualquer outra atividade enquanto executase a tarefa em questão e o emprego da inteira individualidade humana na resolução da tarefa Apenas quando esses três fatores se verificam conjuntamente é que podemos falar de uma homogeneização que se eleva totalmente acima da cotidianidade para penetrar na esfera do humanogenérico O tipo de homogeneização que só apresenta o primeiro fator ou seja a concentração em uma única tarefa concilia se ainda perfeitamente com a cotidianidade fazendo parte orgânica da mesma HELLER 1970 p 27 Até este momento foram explanadas as considerações importantes para a contemplação da cotidianidade sob a ótica da dialética do particular e genérico entre outras contribuições do pensamento de Agnes Heller para compreensão da vida cotidiana O objetivo de que fora proposto encontrase resoluto É possível então perceber o atravessamento que tem o pensamento da autora para o entendimento da produção da vida humana a vida cotidiana em relação com os grupos integração à vida social do sujeito por meio dos grupos e esses fatores fazendo por garantir o movimento da vida cotidiana 23 Neste sentido nos aproximamos do terceiro capitulo tencionando o cuidado para não abordar elementos que ultrapassem o objetivo proposto por este trabalho Tornase necessário evidenciar as condições onde há escassez para a produção da existência humana Os homens onde os artifícios da sua história e do seu cotidiano estão marcados por situações precárias violentas assim como situação de humilhação social ou por pertencimento a uma classe desfavorecida A partir da produção de conhecimento que fora realizada por este trabalho temos a intenção de refletir acerca da vida humana ocupada demasiadamente apenas no sentido de garantir a sua sobrevivência A linguagem como sendo o meio de apreensão do mundo pelo sujeito aponta para a expressão das mazelas sociais como se fossem de origem individual No entanto a psicologia sóciohistórica possibilitanos encarar esta problemática de forma crítica com isso retirando do indivíduo a culpabilidade pelo seu sofrimento A todo momento temos reforçado as proposições da psicologia sóciohistórica como forma de não cairmos no banal de que a vida seja mera assimilação da existência pois como vimos a assimilação por mais simples e impensada carrega consigo aspectos ontológicos e históricos que dispensam a inteira alienação Sendo assim não há nada de ingênuo ou de pouco valor a afirmação de que só é possível entender o homem se consideramos a sua história Esta afirmativa é uma perspectiva metodológica e em igual expressão afirmativa ética Ao inclinarmos para a apreciação da dialética exclusão e inclusão social promovida por Sawaia 2001 nos dispusemos dos meios intelectuais para a especulação de todo este trabalho e do sofrimento individual como sendo sofrimento social Obviamente nos aproximamos intimamente dos aspectos subjetivos dos seres no entanto não há que separálos como polos extremos de uma ligeira comunicação pois ambos são expressões de um mesmo fenômeno A psicologia sóciohistórica permeia a caracterização do nosso objeto de estudo considera a história do sujeito e o meio cultural que este se encontra como a única forma de poder entendê lo fazendose assim a compreensão que aqui se manifesta 24 23 O sofrimento éticopolítico na realidade atual brasileira pobreza humilhação social e exclusão social problematizados pela noção da afetividade Os pensamentos de autores como Vygotsky e Heller são enfatizados por Sawaia et al 2001 apoiando nossa caracterização sobre a psicologia sóciohistórica e a cotidianidade respectivamente Possibilitandonos ainda considerar a intersubjetividade e o sofrimento dentro de uma perspectiva que incorpora a afetividade em sua análise O olhar promovido pela psicologia sóciohistórica voltase para o meio onde se manifesta a vida inteira dos homens enfatizando a trajetória histórica que permeiam seus sentidos e as formas concretas de produção da sua existência o significado é fenômeno intersubjetivo portanto social e histórico que se reverte em ideologia e funções psicológicas distintas Sawaia 2001 Apud Vygotsky p 103 Encontramos sustentação no pensamento de Heller 1970 ao concebermos o cotidiano como palco das relações intersubjetivas onde os seres se relacionam assumindo diversos papéis sociais Evidenciamos no capítulo anterior com o pensamento de Heller 1970 que estes papéis se dão de forma humanoparticular mais voltada para o individual ou humanogenérica mais voltada para o coletivo podendo ser heterogênea ou seja formada por mais de uma atividade sobre o mundo em igual medida a vida cotidiana é hierárquica regida pelo grau de importância contida na atividade Heller 1970 enfatiza que o ser adulto é o ser relativamente livre pois assimila o que já está dado ou seja faz funcionar o cotidiano a partir das ferramentas justapostas em seu meio Com isso Heller 1970 acrescenta a ideia de como se dá a singularidade humana estreitandose em diversos papéis sociais desempenhados pelos homens em seu cotidiano Não pretendemos aqui discursar sobre a questão da liberdade mas destacar que as noções do capítulo anterior não se ausentam no presente momento no entanto esta dinâmica da vida cotidiana está imersa na configuração tanto da pobreza da exclusão como da humilhação social As mesmas podem ser concebidas como sofrimento éticopolítico e estão dentro da perspectiva que as consideram como sendo formas de injustiças sociais Concentramonos nas injustiças sociais e com isso alçaremos algumas indagações fundamentais para o estabelecimento do entendimento que se almeja especificamente sobre a humilhação social pobreza e a dialética contida na inclusãoexclusão social Sabemos de uma vida moderna cercada de grandes avanços científicos e invenções tecnológicas Mas por que o impacto destas grandes invenções destes avanços científicos não 25 contribuem de forma humanitária para a vida da sociedade como um todo Podemos pensar a medicina ou a indústria farmacêutica que a cada momento possuem uma novidade porém presenciamos muitas pessoas não usufruindo satisfatoriamente de tais recursos Outras questões podem ser colocadas neste rol de indagações Por exemplo Como é possível a aceitação da estagnação social Dividindo as pessoas por classes em uma naturalização que beira o banal por permitir a desigualdade social Estes são pobres estes são os ricos Será que é imutável a proposta que sugere a humanidade ao poder de compra que cada um possui Sendo assim a vida humana paira sob a lógica econômica da produção de lucros Fazendo por legitimar a manutenção de pessoas em situações de injustiças e de desigualdades sociais para garantir uma sociedade onde o poderio pertença a uma classe muito pequena e exclusiva Declaradamente retirase o aspecto de ingenuidade contida na produção das relações e da vida sob o modelo capitalista Talvez seja esta a grande característica desta perspectiva em psicologia social tantas vezes enaltecida por este trabalho A importante proposição destacada por Sawaia et al 2001 de situar o sofrimento éticopolítico nas injustiças sociais justifica que não é ingênuo o movimento de exclusão e inclusão presente na modernidade Sendo assim não é por acaso que hajam sujeitos em situação de humilhação social e exclusão social pois estes são manipulados para manter o funcionamento do modelo de produção atual sendo sua força de trabalho utilizada para este fim No entanto este capítulo está com a atenção aos efeitos das injustiças sociais sobre os seres que não acompanham o sistema produtivo vigente na modernidade A relação existente entre os sujeitos e os meios de produção acabam por desencadear a exclusão e humilhação social causandolhes um tipo de sofrimento mediado pelas injustiças opressão fome etc Doravante nomeado de sofrimento éticopolítico por Sawaia et al 2001 O pensamento de Gonçalves Filho 1998 faz por entender este sofrimento proveniente das formas injustas das relações econômicas e afirmar que os males desta relação vêm desabrochar justamente na vida dos sujeitos perjurandolhes a um desenvolvimento econômico irrealizável desorganizando sua saúde por meio de um embotamento afetivo Ou seja os homens em situação de humilhação social tem nos seus corpos na força de seus músculos e na força de trabalho a exclusividade do meio possível para garantir sua sobrevivência e a de seus próximos Sendo assim as indagações e o posicionamento crítico presente na concepção de humilhação social e sofrimento éticopolítico permitenos algum movimento em direção a mudanças ou transformações da pobreza e exclusão social Entendese que estes fatores são 26 responsáveis por desumanizar os homens E é a noção de humanidade relacionada aos afetos que nos importa O entendimento que se faz a partir disto permitenos criticar o Estado e a vida que for a favor dos propósitos individualistas ou reduzidos a classe com maiores possibilidades além do mais permite inserir estas problemáticas como questões pertinentes à psicologia Gonçalves Filho 1998 Justamente a situação que chamamos humilhação social está intimamente relacionada a impossibilidade de apropriarse das formas atuais de produção da vida Tanto que Gonçalves Filho 1998 aponta o humilhado na condição de impedido cidadão impedido trabalhador impedido morador impedido etc No entanto não é apenas por meio da questão econômica que ocorre a injustiça social de que estamos falando Mas o interesse em explicitar esta característica se dá pela noção de constituição subjetiva que esta relação de injustiça social promove Sendo assim tornase alvo da psicologia crítica os impactos causados pela lógica capitalista na vida cotidiana das pessoas e na sua saúde No tocante ao sofrimento sob a perspectiva proposta são esses subterfúgios que nos importam por revelar o caráter político contido nesta relação mesmo se tratando do psicológico mesmo referente a uma forma de sofrimento sobretudo em uma leitura que se volta ao intersubjetivo Os parágrafos anteriores deste capítulo trazem para problematização a importância da noção política e econômica presentes na injustiça e no sofrimento social Representando assim uma tomada de posição para entender o adoecimento na perspectiva sóciohistórica Os principais autores que contribuem para produção deste capítulo Sawaia et al 2001 e Gonçalves Filho 1998 estão atentos a isto afirmam este caráter político presente na constituição subjetiva do sofrimento dos seres marginalizados Sigamos a uma exemplificação que nos orienta a reflexão éticopolítica Imaginemos que os trabalhadores e os donos das empresas possuíssem os conhecimentos ou sensibilidades para o entendimento das injustiças que perpassam as relações do cotidiano Seria justo se pudessem dialogar e criticar a exploração e a circunstância histórica que torna esta situação numa ordem do banal A ética então representa o aspecto ontológico importante para orientação da vida cotidiana visando ser reveladora da posição do homem no mundo relativa a condição material e a concretude humana de cada ser Alertamos que estamos nos referindo ao contexto social e histórico não a uma essência humana 27 Cabe neste momento retomarmos algumas considerações da psicologia social importantes para este trabalho como um todo então avançamos para a caracterização fundamental do sofrimento éticopolítico Partimos do pensamento de Gonçalves Filho 1998 acerca da influência que a história tem na vida cotidiana Com isso apontamos elementos que validam a perspectiva que atualiza formas de vida em sofrimento devido a constantes submissões às injustiças Outra consideração diz respeito a perspectiva teórica que veio possibilitar as elucidações contidas neste capítulo Qual fazem por manter as contribuições pertinentes ao desenvolvimento de uma psicologia social que se volta para o individual e o social enaltecendo o aspecto dialético contido nesta dinâmica Pois desde o início desta produção fazse por tentar contornar os extremos que habitualmente se configuraram em dicotomias Há que considerarmos a possibilidade da psicologia sóciohistórica norteadora deste trabalho qual almeja retirar dos indivíduos a culpabilidade de suas enfermidades Isto por entender o homem decorrente do contexto histórico que o abriga Sendo assim estejamos atentos ao movimento que se prestou anteriormente explanar a psicologia sóciohistórica o materialismo dialético e a vida cotidiana A mais importante consideração é a proposta de uma psicologia social como disciplina intermediária Então esta proposição significa que o seu olhar está entre o individual e o social sem deixar escapar os homens seus encontros com outros homens Como já falado encontramos apoio na sensível escrita de Gonçalves Filho 1998 sobre a humilhação social pois este autor faz por salientar esta noção de psicologia social como disciplina intermediária permitindo assim designar a humilhação social como sendo um problema político e histórico em psicologia afirmando as dificuldades existentes na tentativa de abordar este tema apenas pelo lado do individual ou do social reforçando o interesse pela intersubjetividade Este autor nos acrescenta muito pelo contato direto que a pesquisa participante pode suscitar para caracterização do real e isto tem proporções significativas na intenção de que a singularidade do pesquisador adentre a singularidade do objeto pesquisado Os temas da Psicologia Social justamente incidem sobre problemas intermediários difíceis de considerar apenas pelo lado do indivíduo ou apenas pelo lado da sociedade E este o caso para o problema da humilhação social Sem dúvida tratase de um fenômeno histórico A humilhação crônica longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais e efeito da desigualdade política indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do âmbito intersubjetivo da iniciativa e da palavra Mas é também de dentro que no humilhado a humilhação vem atacar A humilhação vale como uma modalidade 28 de angustia e nesta medida assume internamente como um impulso mórbido o corpo o gesto a imaginação e a voz do humilhado GONÇALVES FILHO 1998 p 14 15 Gonçalves Filho 1998 demonstra as implicações desta assertiva por meio de uma explanação de dois grandes representantes teóricos dos séculos passados Para a conceituação sobre o individual Freud e o social Marx Esta proposta sugere o meio pelo qual se justifica o fazer a práxis da psicologia social considerando o termo político em sua categoria morfológica e que se tem esvaziado na repetição e banalização O exame de processos psíquicos beneficiase do recurso ao seu tempo social um recurso à maneira pela qual cada época geralmente organizou as relações dos homens com outros homens com a cidade e também com a natureza Esta disciplina de fronteira a Psicologia Social caracterizase não pela consideração do indivíduo pela focalização da subjetividade no homem separado mas pela exigência de encontrar o homem na cidade o homem no meio dos homens a subjetividade como aparição singular vertical no campo intersubjetivo e horizontal das experiências GONÇALVES FILHO 1998 p 04 Sendo assim na companhia do pensamento dos autores como Sawaia et al 2001 e Gonçalves Filho 1998 adentramos neste terceiro capítulo tencionandose dar um contorno as problemáticas levantadas até então Avançamos com a intenção de entender a importante noção de afetividade que perpassa o sofrimento éticopolítico apontada por estes autores sobretudo por Sawaia et al 2001 Com o entendimento sobre a afetividade tencionase permitir a exposição da consideração sobre a pobreza exclusão social humilhação social Sawaia et al 2001 afirma a importância que tem a afetividade para o estudo da condição humana Seu pensamento remete ao trabalho produzido por Espinoza onde este autor ao tratar a ética realiza um movimento de consideração das paixões humanas Portanto tornase também importante para nossa apreciação a noção de afetividade no estudo do sofrimento éticopolítico Adotandose esse recurso inevitavelmente deparase com a afetividade a qual quando não é desconsiderada é olhada negativamente como obscurecedora fonte de desordem empecilho para a aprendizagem fenômeno incontrolável e depreciado do ponto de vista moral Esses atributos que se cristalizaram em torno da afetividade ao longo da história das Ciências Humanas recomendam na como conceito desestabilizador da análise psicossocial da exclusão Uma vez olhada positivamente a afetividade nega a neutralidade das reflexões científicas sobre desigualdade social permitindo que sem que se perca o rigor teórico 29 metodológico mantenhase viva a capacidade de se indignar diante da pobreza SAWAIA 2001 p 98 O entendimento e diferenciação entre sofrimento e dor acrescenta o conhecimento sobre afetividade Perguntar por sofrimento e por felicidade no estudo da exclusão é superar a concepção de que a preocupação do pobre é unicamente a sobrevivência e que não tem justificativa trabalhar a emoção quando se passa fome Sawaia 2001 p 98 Ou seja as categorias de análise pobreza exclusão social e humilhação social abordadas através do interesse pela afetividade se dá pelo viés que enfatiza a humanidade Pois se as emoções vivenciadas pelos sujeitos são relativas à humanidade tornase necessário levar em conta seus afetos suas emoções além do que isto não inviabiliza a participação e análise de outras perspectivas tais como o Estado a política e o rigor científico etc Pois estes elementos são os que compõe a humanidade Quando se considera a afetividade de modo geral estamos nos referindo as emoções dos sujeitos tão importantes para compreensão das questões que permeiam o sofrimento psicossocial O pensamento de Sawaia et al 2001 aponta o sofrimento éticopolítico já Gonçalves Filho 1998 referese à modalidade de angústia contida na humilhação social Fora mencionado acima a influência que tem o pensamento de Spinoza sobre o trabalho desenvolvido por Sawaia et al 2001 neste seguimento acerca do sofrimento éticopolítico O interesse pela afetividade permite pôr o corpo humano sem a dicotômica relação corpo e alma Desta forma encarase o corpo do sujeito como o receptáculo das questões econômicas políticas atreladas ao adoecimento psíquico O pensamento da autora Sawaia 2001 p 101 nos ampara nesta perspectiva Ao introduzir as emoções como questão éticopolítica obrigamse as ciências humanas em geral e a Psicologia social em especial a incorporar o corpo do sujeito até então desencarnado e abstrato nas análises econômicas e políticas Porque o afeto é experimentado no sujeito por toda a dimensão da vida e esta força faz por aumentar ou diminuir sua potência de agir de fazer valer o cotidiano marcado por intersubjetividades A intersubjetividade é o meio pelo qual se dá as emoções de cada sujeito Tendose em conta que o corpo reage não apenas por razão dos neurotransmissores mas sim à semântica ou seja a uma ideia então o sentido e significado é social e histórico Sawaia et al 2001 apud Vygotsky Estamos assim propondo um olhar que supere a noção de homens apenas em adaptação às circunstâncias da vida moderna mas sim a possibilidade de desfrutar e fazer funcionar seu 30 corpo numa condição fruitiva Superar a possibilidade de manutenção da ordem social que se faz por relações de dominação e controle social que valida e faz uso da inclusão causadora de exclusão Como se assim vivêssemos hoje as realizações dos investimentos dominadores de outros séculos que decaem por sob os corpos permeados pela constituição subjetiva que a lógica capitalista e individualizante produz e nos propõem Aparece no pensamento de Sawaia et al 2001 a noção de corpos como sendo desencarnados Ou seja esta expressão é referente aos sentimentos e afetos que não se dão numa perspectiva humana e sim alienada Por exemplo as relações por meio da internet que estão tão presentes em nossa contemporaneidade encontramse de forma abstrata e vazia de possibilidades reais do contato humano Estas relações realizam o enaltecimento das emoções porém são relações esterilizadas Vide longa citação pela clareza de suas palavras Vivemos a utopia da sociedade e do corpo perfeitos e o enaltecimento das emoções O avanço fantástico da tecnobiologia e da neurociência decretou o fim da velhice e da tristeza mas em lugar de potencializar o corpo e os afetos instrumentalizouos Saúde e felicidade são mercadorias compradas em prateleiras sob receita médica A tristeza eliminada pelo ombro amigo é substituída pela angústia biológica curada na solidão do indivíduo com ele mesmo Estamos viciados em livros de autoajuda esoterismo malhação Falamos livremente de nossa intimidade a desconhecidos valorizamos o tocar a relação íntima a exposição do corpo e do eu mas esse corpo e esse eu são desencarnados insensíveis ao outro Sem o perceber em nome da liberação das emoções e do exercício da sensibilidade estamos sutilmente formatando e despotencializando nosso conatus e aceitando velhos argumentos higienistas morais e racionais que só modernizaram sua roupagem Também com a ênfase no próprio eu desencarnado e solitário estamos nos afastando das questões públicas nos mobilizando apenas enquanto multidão pelo evangelho e pela música pop SAWAIA 2001 P106 Tencionando expandir a noção de afetividade para a análise do sofrimento éticopolítico e com a leitura realizada indicamos novamente a importância que tem as considerações dos pensadores Vygotsky e Heller Estes autores ressaltam a afetividade para a análise psicossocial do sofrimento Nas palavras de Sawaia 2001 p 100 Heller e Vygotsky oferecem referenciais analíticos que superam os vícios clássicos presentes na análise psicossocial da afetividade Os autores citados acima concebem a emoção positivamente como constitutiva do pensamento e da ação coletivos ou individuais bons ou ruins como processo imanente que se constitui e atualiza com os ingredientes fornecidos pelas 31 diferentes manifestações históricas Portanto um fenômeno objetivo e subjetivo que constituí a matéria prima básica à condição humana SAWAIA 2001 P 100 De acordo com Sawaia et al 2001 voltarse para a ideia de humanidade com ênfase na afetividade permitenos uma investigação que considera a razão mas não somente pois a afetividade não está como sendo antagônicas a razão ou perturbadora da ordem científica nem como um fenômeno que se dá naturalmente por se tratar do corpo homem permeado pela linguagem ou do biológico Ou seja as emoções que se experimentam na vida não são apenas frutos de interações mas algo ainda maior são a própria condição humana Portanto de acordo com Sawaia et al 2001 o pensamento dos autores Heller e Vygotsky possuem aspectos do subjetivo e do objetivo em uma mesma conjectura analisando o individual e o social e os aspectos históricosociais fundamentais para o entendimento do que se almeja a dialética exclusãoinclusão Em nosso caso a análise das mazelas individuais e as situações causadoras de sofrimento se dão por meio de uma categoria desestabilizadora da análise das questões sociais sob a forma do sofrimento éticopolítico Sawaia 2001 apud Souza Santos 1997 É fundamental a iniciativa de considerar os elementos desestabilizadores pois estamos diante de questões que não são introdutórias O olhar para o sofrimento éticopolítico permite considerarmos todos os elementos situados nos parágrafos acima por exemplo o corpo a afetividade a linguagem a lógica capitalista para o trato das questões sociais e individuais pois entendese por sofrimento ético político tudo aquilo que reduz ou aniquila a potência de ação de cada sujeito ou de seus grupos e de alguma forma encontrase legitimado na história e faz por violentar o corpo O sofrimento éticopolítico que nos referimos tem características distintas da dor Dor é próprio da vida humana um aspecto inevitável É algo que emana do indivíduo das afecções do seu corpo nos encontros com outros corpos e diz respeito a sua capacidade de sentir Sawaia 2001 p 102 apud Heller 1979 Já o sofrimento de acordo como salienta Sawaia et al 2001 é fruto das injustiças sociais O qual não é sentido por todos podendo nem mesmo ser sentido pelos que estão submetidos a tais injustiças sociais por exemplo fome opressão etc Devido a multiplicidade de aparições das mazelas da alma do corpo enfim da vida do sujeito acometido pelo sofrimento Em síntese o sofrimento éticopolítico abrange as múltiplas afecções do corpo e da alma que mutilam a vida de diferentes formas Qualificase pela maneira 32 como sou tratada e trato o outro na intersubjetividade face a face ou anônima cuja dinâmica conteúdo e qualidade são determinados pela organização social Portanto o sofrimento éticopolítico retrata a vivência cotidiana das questões sociais dominantes em cada época histórica especialmente a dor que surge da situação social de ser tratado como inferior subalterno sem valor apêndice inútil da sociedade Ele revela a tonalidade ética da vivência cotidiana da desigualdade social da negação imposta socialmente às possibilidades da maioria apropriarse da produção material cultural e social de sua época de se movimentar no espaço público e de expressar desejo e afeto SAWAIA 2001 P 105 De acordo com SAWAIA 2006 p 157 Promover a saúde equivale a condenar todas as formas de conduta que violentam o corpo o sentimento e a razão humana gerando consequentemente a servidão e a heteronomia Apontar o sofrimento éticopolítico é estar atento a ideia de humanidade no que tange o objetivo de promoção da saúde E os aspectos encontrados na humilhação social e na pobreza são incisivamente desumanizadores Diante disto enaltecemos a dialética exclusãoinclusão como forma de entender o que precisa ser combatido para o estabelecimento da noção de humanidade Na dialética exclusãoinclusão é presente a ideia de que essas não sejam alternantes no sentido fixo ou seja criticase a concepção de que onde haja inclusão não haja exclusão e vice e versa A opção pela dialética inclusãoexclusão reflete uma análise criticamente minuciosa destas pois afirmase o processo de inclusão social com a possibilidade de abrigar paradoxalmente o processo de exclusão social ou seja ainda permite o sofrimento Outra contribuição importante de Sawaia et al 2001 é situar o pensamento desenvolvido por Foucault para o entendimento de exclusão e inclusão como um conceito processo As reflexões de Foucault servem de referência teórica à concepção de exclusão como processo dialético de inclusão Sawaia 2001 p 107 108 No seguimento a autora reforça a ideia expressa anteriormente de que a inclusão social é processo de disciplinarização dos excluídos portanto um processo de controle social e manutenção da ordem na desigualdade social No entanto sabe se que Foucault dedicase ao estudo das instituições e as relações de poder quais também nos importa para o entendimento da dialética inclusão e exclusão No entanto Sawaia et al 2001 indica que é o pensamento dialético que assume maior contribuição teórica para a noção de exclusão e inclusão social Mas é a concepção marxista sobre o papel fundamental da miséria e da servidão na sobrevivência do sistema capitalista que constitui a ideia central da dialética 33 exclusãoinclusão a ideia de que a sociedade inclui o trabalhador alienandoo de seu esforço vital SAWAIA 2001 p 108 Esta passagem e retorno ao pensamento marxista influencia de maneira veemente este trabalho pois se a miséria e a servidão têm espaço a nível fundamental na manutenção do capitalismo podese retificar a noção de que nos prontificamos afirmar qual se trata da atualização dessas formas de relações baseadas na injustiça social Outro elemento precisamente descrito por Sawaia et al 2001 tratase do esforço em se manter a exclusãoinclusão como estratégias de controle social O que isto produz Produz a história humana sob a forma de tais estratégias e o interesse econômico predominando sobre a educação saúde lazer liberdade etc Só essa ideia pode explicar porque um governo prioriza a saúde de bancos em detrimento à saúde da população SAWAIA 2001 p 108 Então fica marcado a intenção de fazer da dialética exclusão e inclusão como sendo um conceitoprocesso capaz de abrigar possibilidades e interesses que fazem uma sociedade existir por meio de interesses dispersos do bem coletivo e comum a todos qualificandose em sofrimento éticopolítico Ou seja incluem para excluir Sawaia et al 2001 Entretanto o conceito de sofrimento éticopolítico promovido por Sawaia et al 2001 esta como categoria desestabilizadora da análise exclusãoinclusão Com isso tencionase realizar indagações que não almejam simplificar a problemática ou dar respostas todas mas é pela quantidade de saberes já produzidos e ainda garantindo a manutenção da exclusão que os questionamentos desestabilizadores influem No mais se estamos diante de conflitos num caráter intersubjetivo há que esperar que não apareçam tão facilmente A humilhação social abriga nuances similares portanto é uma forma de sofrimento éticopolítico O trabalho desenvolvido por Gonçalves filho 1998 evidencia o sofrimento político e intersubjetivo por meio de pesquisa sobre a humilhação social Demonstrando belamente em sua análise da humilhação social os problemas da história de exclusão vivenciados pela classe pobre da vila Joanisa em São Paulo que integravam o centro de juventude Concluise que não é possível deixar passar por despercebido a história do sujeito e o coletivo que o compõe Ao se tratar de seres em situações de pobreza e humilhação social estes têm sua vida e a de seus outros antepassados atravessados pela longa e ininterrupta história de espoliação escassez de ferramentas e de artifícios que permitam acima do mínimo da satisfação de suas necessidades de sobrevivências porém o necessário que garanta a realização do trabalho assalariado no cotidiano 34 Seguindo o pensamento Gonçalves Filho 1998 o aspecto de desvalorização da classe do proletariado em uma lógica da mercantilização dos corpos força de trabalho corrói a vida e suas possibilidades de construção pois estes estão dependentes dos salários como demonstra as falas dos entrevistados da vila Joanisa Não abarca toda a dimensão da vida por exemplo a saúde a alimentação a moradia o lazer etc A leitura de Gonçalves Filho 1998 indica que os grupos de pessoas estão fortemente identificados com as representações que se fazem deles por serem pobres menos fortuitos como se estivessem na vida para fazer existir como seres desmerecedores do campo que pisam do ar que respiram da verdura que consomem ou ainda quando presentes nos ambientes públicos localizados em zonas nobres tem nisto a sensação de não pertencimento Continuamos encontrando apoio em GONÇALVES FILHO 1998 p 15 A humilhação vale como uma modalidade de angústia e nesta medida assume internamente como um impulso mórbido o corpo o gesto a imaginação e a voz do humilhado Este entendimento que se faz da humilhação social como modalidade de angústia afirma que há precisamente nas intersubjetividades dos homens fenômenos que existem devido a condição em que se encontram os sujeitos devido a história que se passara até o momento da atual existência de cada um Isto pois considerase as determinações econômicas numa perspectiva que não é natural mas construídas sobre os interesses dos mais diversos Mais do que meio de fazer um ser servir ao outro também faz por desumanizar aquele que se encontra em situação de subserviência A lógica que permeia a vida moderna designa a uma classe desfavorecida o encontro com situações de angústia e privação Gonçalves filho 1998 mostranos a atualização que isto se faz no presente mesmo que não estejamos inseridos numa condição que se qualifica como crime no caso de uma escravidão mas estamos em situações onde sujeitos vivem convivendo diariamente com circunstâncias impedidoras da realização Na acuidade de sua descrição as palavras deste autor No bairro pobre menos de ruína o espetáculo mais parece feito de interrupção as linhas e as formas estão incompletas não puderam se perfazer Os meios os recursos sobre os quais o homo faber investe o seu poder inventivo foram perdidos ou nunca foram alcançados o resultado destas carências e frustrações é que os poderes mesmo de fabricação humana ficam perdidos ou nunca são alcançados lançamse em situações sem suporte gastamse no ar sem resposta são neutralizados Faltam os instrumentos faltam os materiais que suportariam o trabalho humano para configuração de um mundo para a fisionomia de uma cultura Gradualmente chega a faltar o animus faber GONÇALVES FILHO 1998 p 16 35 Gonçalves Filho 1998 traz a fala dos humilhados não para zona da interpretação mas para que seja possível o pesquisador equipararse com a vivência dos seres em situações de humilhação social A escrita deste autor parte muitas vezes da identificação dos efeitos que as dificuldades imposições e as restrições de uma vida regida pela troca de moedas causa em suas impressões e experiências subjetivas e expressas nos relatos dos moradores da vila Joanisa ou na experimentação que os pesquisadores têm ao assumirem papéis dos trabalhadores deste vilarejo Sendo assim e por tudo que fora explicitado até o momento podemos vislumbrar com intensidade a pobreza exclusão e a humilhação social Pois os sujeitos imersos na condição de impedidos1 estão desamparados como todos os homens porém o pobre tem neste desamparo que é comum à condição humana o acréscimo de ameaças das mais diversas possíveis Ameaçados pela extinção cultural que permeia os seus sentidos pela mudança brusca dos meios que exploram sua força de trabalho a troco de salários injustos e pela afecção orgânica de uma patologia que lhe impeça por exemplo de prover a alimentação da sua família A ameaça da pobreza que não só desnutri mas desumaniza entre outras ameaças silenciosas que a vida moderna abriga Também o sujeito impedido tem na lógica espacial do meio em que habita a casa incompleta a praça que não convida ninguém para sentar a escola o posto de saúde etc todos permeados pela distância gélida dos afetos ausentes Estes moradores têm as disposições decorativas que vão de encontro ao formato trágico de sua longa história de abandono e dominação 1 Termo usado por Gonçalves filho 1998 36 30 Considerações Finais Chegando ao final deste percurso vimos que no primeiro capítulo abordamos diversos conceitos da psicologia sóciohistórica consciência atividade identidade sentidos e significados A psicologia sóciohistórica é herdeira da produção teórica de Vygotsky o qual se prontificou a considerar primordialmente a linguagem e a atividade estabelecendo assim a noção de atividade simbólica tão presente neste trabalho O entendimento destas categorias de análise permitenos evidenciar a produção da humanidade permeada pela noção de atividade considerando às transformações sobre o mundo como forma de transformar a si mesmo e aos outros Com isso indicamos a importante relação entre objetividade e subjetividade A luz da noção de sentidos e significados nos inserimos no campo semiótico que se volta para a singularidade humana presente na linguagem Sendo assim é de suma relevância considerarmos os aspectos dialéticos da vida cotidiana presentes no segundo capítulo evidenciando a dialética individual e social No terceiro capítulo nos propomos a explanar as considerações referentes as injustiças sociais que evidenciaram uma forma de sofrimento o sofrimento éticopolítico O entendimento desta forma de injustiça revela a importância da análise da afetividade como maneira de entender o humano em sua singularidade Entendendo que a afetividade pode ser positiva ou negativa no sentido de diminuir ou potencializar a ação dos sujeitos O objetivo geral deste trabalho foi evidenciar um estudo teórico sobre a psicologia sócio histórica como possibilidade de promover nas tramas da cotidianidade o enfrentamento do sofrimento éticopolítico Por meio de pesquisa bibliográfica foram apresentados os autores que fizeram por desenvolver a psicologia sóciohistórica na realidade brasileira Procurouse então realizar as considerações necessárias para estabelecer uma compreensão sobre esta perspectiva sem a pretensão de esgotar o tema mas de promover uma reflexão e questionamento sobre a atividade humana Concebendo o homem como ser social e histórico isto se faz por meio da explanação de uma breve crítica a psicologia e fazendo surgir a noção de psicologia crítica Diante disto propiciase a exposição dos conceitos da psicologia sóciohistórica e do método materialismo histórico dialético Posteriormente voltase para o cotidiano produzindo uma leitura que enfatiza a concretude da vida humana e culminando no interesse pela afetividade como forma de revelar o sofrimento éticopolítico Sendo assim objetivase conceber o sofrimento do humano decorrente das questões econômicas e políticas considerando que tais questões impedem o livre fruir das relações socais na vida cotidiana Ou seja tentouse demarcar a importante posição que qualifica como sendo perverso os efeitos produzidos pela lógica de 37 mercado sobre a constituição subjetiva dos seres que não acompanham o modelo proposto Situamos a produção de conhecimento realizada por este trabalho apoiados nas contribuições da psicologia sóciohistórica no escopo da psicologia social Com isso foi mostrado a forma como os autores desta corrente teórica abordam o sofrimento social no Brasil Com a ousadia de apresentar a minha própria particularidade para a construção deste momento conclusivo menciono duas circunstâncias que me motivaram pelo estudo das situações de injustiça social dando corpo à minha formação profissional e pessoal A primeira circunstância se faz ao iniciar o curso de psicologia na Universidade Federal Fluminense em 2011 juntamente com a atividade profissional como técnico em enfermagem no instituto de doenças nervosas o Hospital Henrique Roxo em Campos dos Goytacazes Neste período muitas questões surgiram tais como o questionamento do modelo manicomial a vida dos internos da instituição o tratamento medicamentoso etc Atribuo a esta experiência sentimentos inquietantes pois sempre me impulsionaram pelo desejo por mais conhecimentos acerca da subjetividade dos pacientes e dos serviços prestados à saúde dos sujeitos A segunda circunstância se deu no período de 2011 a 2015 tempo que passei dedicando me às atividades de Urgência e Emergência médica em suporte básico e avançado à vida pelo programa Emergência em casa ofertado pela Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes Nesta época me ocupei em cuidar de pessoas com os mais diversos problemas de saúde desde uma afecção mental a um quadro de síncope ou problemas de ordem clínica até situações de faltas de recursos como um transporte para uma unidade hospitalar Meu fazer e de toda a equipe se estendia desde uma simples orientação a uma intervenção mais invasiva A conduta que por mim fora exercitada e a postura que me norteava era a necessidade de estar atento aos afetos contidos em cada ser Por todo este percurso venho identificarme com a noção de sofrimento éticopolítico apresentada por este trabalho Sendo assim entendese a importante diferenciação entre dor e sofrimento Dor é referente à vida e a consciência que os homens têm no instante em que seu cotidiano passa a ser afetado por uma mazela enquanto sofrimento é intersubjetivo marcado por restrições e não sendo exatamente o oposto de saúde Quanto a noção de sofrimento há que salientar as dificuldades encontradas por pessoas em piores condições de prover seus recursos necessários à vida onde o econômico e o político fazem por massacrar o corpo do sujeito diminuído no seu potencial de ação Em tempo nos referimos neste trabalho como sendo o sofrimento éticopolítico a condição que paralisa os homens Enfim isto diz respeito a motivação proporcionada em cada leitura para a produção deste 38 estudo por apontar a necessidade de potencializar a afetividade de cada sujeito diante das suas questões sociais considerando a sua história Temos atualmente uma vasta produção de saber em psicologia com isso tornase fundamental ressaltar a história dos homens nas tentativas de entender a humanidade além de acrescentarmos a intenção de dissolver as formas dicotômicas de compreender a humanidade Contudo não basta apenas evidenciarmos a dialética entre o social e individual a dialética exclusão e inclusão ou a assimilação da história contida no cotidiano é primordial que a partir disto seja reconhecido as circunstâncias que violentam os homens despotencializando o seu poder de agir no mundo até mesmo destituindoos de sua saúde O que se faz após toda produção que aqui se encontra é apostar na singularidade do sujeito como forma de resgatálo das análises que o isola do seu cotidiano e da sua história Entendendo que é no contexto histórico e social que permeiam os sentidos que os homens atribuem a realidade em que vivemos Inferese assim o interesse pela afetividade no trato das questões causadoras do sofrimento éticopolítico Pois a ênfase na afetividade do sujeito permite em nosso caso a desestabilização da exclusão social Apontase a importância de intervenções que se direcionem ao grupo e que possibilitem considerar leituras para além das universalidades eou particularidades até chegar as suas próprias singularidades Notavelmente criticase a neutralidade do pesquisador pois diante das possibilidades dialéticas não se justifica um saber que desqualifique o sujeito Sendo assim compreendese a psicologia sóciohistórica como sendo uma ferramenta interessante que propõe ao psicólogo uma reflexão de como atuar frente a seu objeto de estudo a partir da noção crítica ao fenômeno psicológico Apresento neste momento uma discussão acerca do fenômeno psicológico que está no centro deste trabalho por isso tornase válido elucidar a pesquisa realizada por Bock 1999 que aponta a pluralidade de ideias acerca do fenômeno psicológico e o posicionamento desta autora que considera os aspectos históricos e sociais para o entendimento acerca dos fenômenos psicológicos A pesquisa realizada por Bock 1999 se faz por meio de entrevistas com psicólogos indicando como estes profissionais definem a ideia que possuem dos fenômenos psicológicos De acordo com os resultados obtidos das falas destes profissionais a definição do psicológico apresentavase de várias formas indicando desestruturação ou ao contrário algo que se organizava com a maturação do homem Foram encontradas definições que se referem ao fenômeno psicológico como sendo da ordem do inconsciente ou do consciente Mostrando ainda 39 que é um fenômeno subjetivo e se revelando por um viés de ordem desenvolvimentista Outro dado encontrado pela pesquisadora referente a esta definição se dá por meio de chavões como fenômeno biopsicossocial Conclui Bock 1999 que nenhuma destas definições vistas acima interessa a psicologia sóciohistórica pois temos de considerar a localização histórica e cultural do sujeito O fenômeno psicológico se desenvolve nesta condição que assume as variáveis da história de acordo com a vivência de cada sujeito e a linguagem participando na forma como o sujeito apreende o mundo Ou seja a autora parece indicar que o fenômeno psicológico surge a partir das condições materiais que vivem os sujeitos e que foi inventado por meio de uma organização social Em estudos posteriores poderá ser desenvolvida uma pesquisa com sujeitos em situação de exclusão e humilhação social afim de intervir na dinâmica que perpassa o seu conatus na intenção de potencializar sua atividade sobre o mundo a luz da noção de sofrimento éticopolítico qual permite a construção de um objeto de estudo voltado para os impactos que as questões econômicas e políticas promovem na constituição subjetiva daqueles que estão em situação de injustiça social Assim os referenciais teóricos deste trabalho bem como as categorias de análise do fenômeno psicológico que foram explanadas podem auxiliarnos nas intervenções em políticas públicas Tendose em conta que é fundamental implementar os dispositivos que propiciem maior autonomia dos sujeitos e que potencializem seus afetos ou que minimizem os impactos nocivos à saúde causado por situação de injustiça social Deste modo ampliase a noção de saúde ao considerar o corpo como receptor dos problemas declaradamente de ordem política e enaltecese a afetividade como estratégia de intervenção e mudança de paradigma Pois que há uma tendência em desconsiderar as emoções por exemplo daqueles grupos de sujeitos que por apresentarem condições de vida precárias ficam preocupados demasiadamente em prover a sua alimentação Com isso a posição que se justifica neste trabalho é de que as políticas públicas possam considerar a afetividade mesmo destes em situação de pobreza Assim é fundamental voltarse para os aspectos singulares e não genéricos da condição humana Isto implica em enfatizar os sentidos e significados presentes na atividade simbólica a grosso modo diríamos que permitir a fala é o meio de propiciar novas representações nesta direção No entanto isto não se faz somente a nível subjetivo e individual mas também em proporções que abarquem o social ou seja os grupos sociais e os homens em seus encontros na vida cotidiana 40 Referências bibliográficas ABRANTES Ângelo Antônio SILVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social AGUIAR Wanda M Junqueira Consciência e Atividade Categorias fundamentais da psicologia sóciohistórica In BOCK Ana Mercês Bahia GONÇALVES Maria da Graça Marchina FURTADO Odair Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 ALMEIDA Leonardo Pinto de Para uma caracterização da Psicologia social brasileira Psicol cienc prof Brasília v 32 n spe p 124137 2012 BOCK Ana Mercês Bahia FURTADO Odair TEIXEIRA Maria de Lourdes Trassi Psicologias Uma introdução ao estudo de psicologia 14 ed São Paulo Saraiva 2009 BOCK Ana MB GONÇALVES M Graça M FURTADO Odair org AGUIAR Wanda M Junqueira OZELLA Sergio SANCHEZ Sandra Gagliardi KAHHALE Edna Maria Peters GONZÁLEZ REY Fernando L LIEBESNY Brônia Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 FURTADO Odair O psiquismo e a Subjetividade social In BOCK Ana Mercês Bahia GONÇALVES Maria da Graça Marchina FURTADO Odair Psicologia sóciohistórica uma perspectiva crítica em psicologia 3 ed São Paulo Cortez 2007 GONÇALVES FILHO J M Humilhação social Um problema político em psicologia Psicologia USP São Paulo v9 n2 p 1167 1998 GONÇALVES MGM Método Materialista histórico e dialético In ABRANTES Ângelo Antonio SIVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social HELLER Agnes O Cotidiano e a história 4 ed São Paulo Paz e terra filosofia 1970 LANE Silvia T M SAWAIA B B org Novas veredas da psicologia social São Paulo Brasiliense 2006 168 p MARTINS Márcia Lígia Psicologia sóciohistórica O fazer científico In ABRANTES Ângelo Antonio SILVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social 41 REY GONZÁLEZ O Enfoque Históricocultural e seu sentido para a psicologia clínica Uma reflexão In SAWAIA Bader org WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SAWAIA Bader org WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SAWAIA B B O sofrimento éticopolítico como categoria de análise da dialética exclusãoinclusão In SAWAIA Bader org WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SAWAIA B B 1995 O adoecer da Classe trabalhadora In SAWAIA B B O sofrimento éticopolítico como categoria de análise da dialética exclusãoinclusão In SAWAIA Bader orgs WANDERLEY Mariângela Belfiore VÉRAS Maura JODELET Denise PAUGAM Serge CARRETEIRO Tereza Cristina DE MELLO Silvia Leser GUARESCHI Pedrinho A As artimanhas da exclusão Análise psicossocial e ética da desigualdade social 2 ed Petrópolis Editora vozes 2001 SILVA Fernando Luiz Sobre o marxismo no capitalismo contemporâneo in ABRANTES Ângelo Antônio SILVA Nillma Renildes da MARTINS Sueli Terezinha Ferreira Org Método HistóricoSocial na Psicologia Social Petrópolis Editora Vozes 2005 Psicologia Social 42 CENTRO UNIVERSITÁRIO APARÍCIO CARVALHO FIMCA CURSO DE PSICOLOGIA EVANILDA GUEDES BELO ISABELLY ROCHA DOS SANTOS LUCAS EDERJEAN SUSSUARANA CARDOSO MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DO ALUNO PORTO VELHORO 2022 Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos Lucas Ederdyn Sussuarana Cardoso MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DO ALUNO Projeto de trabalho de conclusão de curso elaborado como requisito parcial para aprovação de disciplina de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso Orientadora Profa Marcela Alves Oliveira PORTO VELHORO 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO 4 3 OBJETIVOS 4 31 OBJETIVO GERAL 4 52 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5 4 METODOLOGIA 5 41 ÁREA DE ESTUDO 5 42 COLETA DE DADOS 5 43 ANÁLISE DE DADOS 6 5 RESULTADOS ESPERADOS 7 6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 7 7 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO 7 REFERÊNCIAS 8 1 INTRODUÇÃO O presente projeto visa investigar a relação dos métodos de avaliação e sua influência na autoestima dos alunos A aprendizagem no âmbito escolar pode ser alcançada quando os sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem levam em consideração aspectos relacionados aos sentimentos tais como a autoestima que acarreta motivações que repercutem no sucesso ou no fracasso do aluno SILVA et al 2011 Quanto mais a criança constrói uma autoestima elevada mais terá sucesso nas suas conquistas escolares e por conseguinte nos seus objetivos pessoais Conhecendo os métodos que influenciam na autoestima do aluno os docentes podem optar por aqueles que contribuíram para o processo de ensino e aprendizagem em diversas disciplinas O desempenho dos estudantes é afetado por aspectos cognitivos e emocionais No que se refere aos aspectos emocionais a questão da autoestima é de suma importância pois tem um papel essencial na aprendizagem e nos processos sociais desse indivíduo Para que exista a construção de uma autoestima saudável é importante que a família e a escola estejam envolvidas nesse processo A aprendizagem segundo alguns estudiosos é muito mais que apenas comportamentos nela estão implícitos conceitos psicológicos importantes MENDES et al 2017 Estudos demonstram a efetividade de um ambiente escolar onde o aluno se sente seguro e motivado a escola muitas vezes é vista como um ambiente desafiador O aluno que possui uma autoestima positiva aprende a ser mais feliz e com maior felicidade atinge níveis mais altos em sua vida pessoal e profissional Já o aluno que tem a autoestima baixa tende a ser relapso em sua vida escolar e profissional e este aluno que tem a autoimagem distorcida tende a demonstrar desinteresse na aprendizagem e mau comportamento escolar BEAN et al 1995 2 REFERENCIAL TEÓRICO Conceito de autoestima Podemos descrever o conceito de autoestima como a opinião e o sentimento que temos em relação a nós mesmos ter consciência sobre seu valor pessoal e seus limites Baldissera 2010 p79 conceitua O que é a autoestima Podemos nos referir a ela como a confiança básica que cada um tem ou não em si Ela tem a ver com a própria crença ou na capacidade de pensar de confiar em sua habilidade em dar conta daquilo que a vida apresenta em suas exigências básicas Em outras palavras ter a convicção de possuir um valor pessoal que dá condições de atingir suas metas fazer suas escolhas e em suas relações com os outros poderem crer que há pessoas que gostam de si por aquilo que ela é Dentre os conceitos psicológicos a autoestima tem sido vista como um dos indicadores sociais de importância fundamental para a compreensão do crescimento e do progresso social tornandose ponto essencial a ser observado em um desenvolvimento pessoal sadio e completo em todas as áreas da vida Além disso entendese que há uma conexão estritamente importante entre autoestima e rendimento escolar DIOGO 2009 Acreditase que a autoestima se desenvolve ainda na infância e sofre influência da família paisresponsáveis professores e colegas quanto mais novo o indivíduo mais influência de pessoas próximas definem a sua autoestima Já quando nos referimos a adolescência os hormônios os grupos sociais que esse indivíduo está inserido tende a influenciar muito mais que as pessoas próximas como pais ou família No contexto escolar tem sido um desafio transformálo em um ambiente positivo e encorajador principalmente para os adolescentes pois muitos alunos entram na escola com a sua imagem já distorcida por experiências vividas no cotidiano muitas vezes esses indivíduos são expostos a violências verbais físicas sexuais alcoolismo droga entre diversas outras situações de negligência que acaba refletindo na sua autoestima e confiança A autoestima pode ser mudada e aprendida portanto pode ser ensinada tornandose um prérequisito necessário para o desempenho escolar KOPHAMMER 1992 Alguns fatores podem influenciar o desenvolvimento pleno da autoestima dentre eles o status socioeconômico altura peso média de notas na escola religião e participação na sociedade Entre os adolescentes esses fatores são de suma importância para o desenvolvimento de uma autoestima positiva O processo de construção da autoestima deve incluir lidar com frustrações negações informações que geram desonestidades irresponsabilidades incompreensão sentimentos e emoções que provocam no indivíduo conflitos internos que afetam diretamente sua autoestima Como relatado anteriormente acreditase que a autoestima se inicia na infância porém pode ser alterada independentemente da idade Dito isso cada professor precisa estar disposto a ir atrás dos métodos passos e etapas que leve o aluno a estar disposto e interessado em aprender e sair de sua zona de conforto KOPFHAMMER 1992 Quanto maior a autoestima maior o desempenho e o sentimento de motivação para aprender 42 A avaliação da aprendizagem A avaliação se faz presente em todo o cotidiano humano sempre que julgamos a qualidade de algo já estamos fazendo uma avaliação Porém no contexto escolar a avaliação acontece como prática organizada e sistematizada a fim de verificar se os objetivos escolares foram atingidos e tais objetivos muitas vezes refletem as normas da própria sociedade Segundo VillasBoas 1998 P21 as práticas avaliativas podem servir a manutenção ou a transformação social consequentemente a avaliação escolar não acontece em momentos isolados do trabalho pedagógico o ideal é que ela o inicia e permeia todo o processo e por fim o conclua Mesmo com o avanço dos estudos sobre as práticas educacionais o processo de avaliação ainda não tem uma evolução significativa o que vemos ainda é um tipo de avaliação tradicional autoritária com o único objetivo é a obtenção de resultados A prática avaliativa tem que centrarse no diagnóstico e não na classificação Independentemente do nível que aconteça a avaliação precisa levar em conta todo o processo de aprendizagem e não somente sua relação com os conhecimentos teóricos Notase a necessidade de que a avaliação se torne um processo transformador e permita que o professor tenha uma postura mediadora em sala de aula A avaliação assume papel de transformação quando promove a mediação entre o aluno e o conhecimento a questão do tempo em avaliação precisa ser considerada e elaborarse de testes baseados em princípios claros Hoffmann 2001 p59 Hoffmann 2001 destaca pontos que devem ser tomados como indicadores de aprendizagem O primeiro diz respeito ao diálogo que deve ocorrer entre os professores e alunos esse diálogo é benéfico para o próprio professor quando possibilita sua reflexão sobre que posição metodológica ele assume ao elaborar suas questões Além de não ver seu próprio desenvolvimento e sentirse incompetente o aluno ainda carrega sozinho a responsabilidade pelo seu fracasso mediante os conteúdos Para isso o caminho seria a prática da avaliação mediadora no sentido da efetiva promoção da aprendizagem e das múltiplas dimensões do fazer avaliativo 43 A relação da autoestima com o fracasso escolar O contexto social possui influência sobre as construções emocionais do discente o que está diretamente ligado ao potencial de aprendizagem dele De acordo com Piletti 1995 nossa sociedade é caracterizada por situações de injustiça e desigualdade criam famílias que lutam com muitas dificuldades para sobreviver atingindo também as crianças que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender Dessa forma condições sociais desfavoráveis e baixa autoestima teriam influência negativa sobre os potenciais de aprendizagem A aprendizagem é um processo que se dá desde o nascimento até o fim da vida de um indivíduo Este não nasce pronto e não se desenvolve exclusivamente pela maturação biológica mas também pela interação com o meio BOCK et al 2001 Para Vygotsky 2001 p 110 não podemos negar que a aprendizagem escolar nunca começa no vácuo mas é precedida sempre de uma etapa perfeitamente definida de desenvolvimento alcançada pela criança antes de entrar para a escola Sendo assim levando em consideração essa fala podese dizer que a criança antes de ingressar no meio escolar essa criança participa do ambiente familiar e vivencia os vínculos familiares porém é na instituição de ensino que a criança vivencia o processo de interação em grupo É de suma importância que a intenção ativa e significativa esteja presente no âmbito escolar para que o conhecimento possa ser adquirido entre os alunos e professores De acordo com Schmitz 2004 a autoestima impulsiona o ser humano a buscar novos desafios ser criativo e aprender novas habilidades tornandose produtivo e desenvolvendo o potencial individual Ao se falar da autoestima como fator essencial para que o ser humano tenha condições de buscar por novos aprendizados e ampliar o próprio potencial tornase necessário refletir também sobre fatores que podem atrapalhar a construção da autoestima da criança que quando significativamente baixa pode interferir na aprendizagem da mesma Levando em consideração que a criança inicia o processo da construção de sua autoestima no contexto familiar os conceitos construídos por ela mesma partem das pessoas em que ela convive que vão definindo suas qualidades e defeitos e que se torna conteúdo para sua interpretação e construção de sua autoestima Carrara sd p 8 traz a concepção de que a aprendizagem só ocorre de forma eficaz quando os alunos apresentam boa saúde física e mental E quando existe ausência de maturação motivação afetividade eou inadequação pedagógica poderá acarretar em uma dificuldade pedagógica Sendo assim não é certo responsabilizar apenas a dificuldade de aprendizagem da criança como primeiro fator pois são diversos fatores que se unem para construir a autoestima e também possibilitar a aprendizagem Schmitz 2004 aponta que o estímulo cognitivo não é suficiente para desenvolver a criança como um todo é necessário elevar sua autoestima para garantir um bom desenvolvimento e consequentemente bom desempenho escolar a mesma autora indica também que Para promover uma educação integral ao educando é preciso conhecer o Desenvolvimento humano os processos de aprendizagem as influências do ambiente sócioeconômicocultural as diferenças individuais ser capaz de renunciar com Eficiência e clareza ter habilidade para resolver problemas de sala de aula e motivar os Alunos para aprender além de ter um bom relacionamento SCHMITZ 2004 p 45 3 OBJETIVOS Objetivo Geral Compreender como os métodos avaliativos influenciam na autoestima dos alunos e no seu desempenho escolar futuro Objetivos Específicos Analisar como os alunos são afetados emocionalmente pelas avaliações escolares Observar quais disciplinas e por que afetam o lado emocional dos alunos Analisar como os alunos podem se comportar perante as avaliações 4 METODOLOGIA OU MATERIAL E MÉTODOS O método utilizado para a pesquisa de campo será o qualitativo pois o método qualitativo de pesquisa é aqui entendido como aquele que se ocupa do nível subjetivo e relacional da realidade social e é tratado por meio da história do universo dos significados dos motivos das crenças dos valores e das atitudes dos atores sociais MINAYO 2013 O método qualitativo apresenta características como já citado que correspondem às necessidades de nosso estudo utilizarseá como procedimento a coleta de dados através das entrevistas com objetivo de alcançar informações importantes através das perguntas semiestruturadas ou sobre o assunto em questão 41 ÁREA DE ESTUDO Porto Velho é um município brasileiro e capital do estado de Rondônia Situada na margem leste do Rio Madeira na Região Norte do Brasil Foi fundada pela empresa americana Madeira Mamoré Railway Company em 4 de julho de 1907 durante a construção da Estrada de Ferro MadeiraMamoré comandada pelo magnata norteamericano Percival Farquhar Em 2 de outubro de 1914 foi legalmente criada como um município do Amazonas transformandose em capital do estado de Rondônia em 1943 quando criouse o Território Federal do Guaporé Com uma população de 494 013 habitantes Estimativa IBGE 2013 é o município mais populoso do estado de Rondônia o quarto mais populoso da Região Norte atrás de Manaus Belém e Ananindeua e o mais populoso município da Região fora do eixo AmazonasPará Entre todos os municípios brasileiros é o 45 mais populoso em 2013 figurando no mesmo ano como a 21ª capital estadual do país com mais habitantes Se destaca também por ser a capital brasileira com maior área territorial estendendose por pouco mais de 34 mil km² sendo mais extenso que países como Bélgica e Israel sendo também o mais populoso município fronteiriço do Brasil e a única capital inserida nesse contexto além de ser ao lado de Rio Branco e Teresina a única capital estadual que faz fronteira com municípios de outro estado A escola que vai ocorrer a análise será em escola pública Alunos do 1 ano do ensino médio 42 COLETA DE DADOS OU PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM OU PROTOCOLO DE AMOSTRAGEM Os instrumentos escolhidos para a coleta de dados são compostos de um questionário para a identificação dos participantes com características pessoais como nome sexo idade escolaridade estado seguido de entrevistas com perguntas semiestruturadas utilizandose de um gravador O uso da entrevista justificase por ser ela baseada em uma conversa que deixa o entrevistado à vontade para prolongar o assunto que preferir e também para dar um norte por meio de tópicos para o entrevistador coletar informações que achar necessárias A entrevista privilegia a obtenção de informações através da fala individual a qual revela condições estruturais sistemas de valores normas e símbolos e transmite através de um portavoz representações de determinados grupos MINAYO 1994 Serão selecionados em média 15 alunos de escola pública para ser avaliado Os alunos precisam ser de escola pública e ter entre 15 anos a 18 anos de idade Os alunos menores de 14 anos e maiores de 18 anos não poderão fazer parte da análise e alunos de escola particular também não poderão fazer parte 43 ANÁLISE DE DADOS A análise de dados escolhida na pesquisa é a análise de conteúdo Laurence Bardin é a autora dessa técnica que parte de uma perspectiva qualitativa e ou quantitativa ela conceituou esta análise como grupo de técnicas de comunicação que buscam indicadores que podem interferir na mensagem através de procedimentos sistemáticos e de objetivos ao descrever o conteúdo obtido BARDIN 2016 O campo teórico que irá contribuir para a análise de dados é o da Psicologia escolar A utilização da análise de conteúdo auxiliará o pesquisador na compreensão dos conteúdos levantados por meio de observações acerca do material intrínseco levado pelo entrevistado podendo ter em vista outro significado terá um olhar baseado importância de se levar em consideração a totalidade do processo de ensino aprendizagem pois ela acredita no ser humano em sua absoluta totalidade Segundo André e Lüdke 1986 analisar os dados qualitativos significa trabalhar todo o material obtido durante a pesquisa ou seja os relatos das observações as transcrições de entrevistas as análises de documentos e as demais informações disponíveis p45 5 RESULTADOS ESPERADOS A elaboração desse projeto de pesquisa espera levantar mais informações através das entrevistas com os participantes a qual relatará como os estudantes do ensino médio enxergam a questão Método avaliativo e a autoestima do aluno Para compreender a necessidade do estudo desse projeto de pesquisa será necessário que os objetivos secundários sejam alcançados É importante então descrever como está a percepção dos estudantes acerca do tema avaliar as condições da autoestima e a motivação do aluno nesse âmbito 6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 20222 20231 ETAPAS F M A M J J A S O N D Pesquisa bibliográfica X X X X Qualificação de projeto Escolha dos locais X Preparação das trilhas Levantamento de dados para censo Levantamento de dados de estrutura de vegetação Análise de dados Elaboração do TCC X X X X Entrega do TCC X Apresentação do TCC X 7 CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO MATERIAL QUANTIDADE CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL Xerox 32 R 025 R 800 Internet WIFI 1 R 8000 R 8000 Caneta 10 R 200 R 2000 Prancheta 1 R 600 R 600 Pasta 1 R 350 R 350 Combustível 35L R 499 R 14970 TOTAL DE GASTOS PREVISTOS R 26720 Equipamentos já adquiridos ou cedidos pelo Centro de Reabilitação ou local de execução do projeto REFERÊNCIAS 9 CALDEIRA Anna M SalgueiroAvaliação e processo de ensino aprendizagem Presença PedagógicaBelo Horizonte V3p 5361 setout1997 CUNHA Maria Isabel da O Professor universitário na transição de paradigmas AraraquaraSPJM 1998 Avaliar ato tecido pelas imprecisões do cotidiano In GARCIA RL Novos Olhares sobre a alfabetização HOFFMANN J M L Avaliação Mediadora uma prática na construção da préescola à universidade Porto Alegre Mediação 2003 MORETTO V P Prova um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas 9 ed Rio de Janeiro Lamparina 2010 DIOGO F V Relação familiar e autoestima Investigação São Paulo v 9 n 1 p 17 24 janabr 2009 HAZIN I FRADE C FALCÃO J T R Autoestima e desempenho escolar em matemática contribuições teóricas sobre a problematização das relações entre cognição e afetividade Educar n 36 p 3954 2010 BRANDEN Nathaniel O Poder da AutoEstima São Paulo Saraiva 1995 LÜDKE M ANDRÉ M E D A Pesquisa em educação abordagens qualitativas São Paulo EPU 1986 ANTUNES Celso Relações interpessoais e autoestima a sala de aula de aula como um espaço de crescimento integral 6ed Petrópolis RJ Vozes 2009 MINAYO M Cde S O desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde 3 edSão Paulo HucitecAbrasco 1994 ANTUNES Celso Relações interpessoais e autoestima a sala de aula de aula como um espaço de crescimento integral 6ed Petrópolis RJ Vozes 2009 MINAYO M C S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em saúde São Paulo Hucitec 2013 Anexo 1 Escala de ansiedade e depressão Anexo 2 Questionário Responda com sim não ou parcialmente as perguntas abaixo 1 ME SINTO SEMPRE FELIZ E SATISFEITOa COMO SOU SIM NÃO PARCIALMENTE 2 SINTO VERGONHA DO JEITO QUE SOU SIM NÃO PARCIALMENTE 3 ACREDITO QUE TENHO MUITAS QUALIDADES BOAS SIM NÃO PARCIALMENTE 4 ÀS VEZES PENSO QUE NÃO CIRVO PARA NADA SIM NÃO PARCIALMENTE POSSO FAZER MUITAS COISAS TÃO BEM QUANTO OS MEUS COLEGAS SIM NÃO PARCIALMENTE 5 ACHO QUE NÃO CONSIGO FAZER NADA DIREITO SIM NÃO PARCIALMENTE 6 ACHO QUE SOU UMA PESSOA DE VALOR SIM NÃO PARCIALMENTE 7 ÀS VEZES ME SINTO UM FRACASSO SIM NÃO PARCIALMENTE Responda com SIM OU NÃO as alternativas abaixo 1 EU ME CONSIDERO UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 2 OS MEUS PAIS ME CONSIDERAM UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 3 A OPINIÃO DOS MEUS PAIS É IMPORTANTE PARA MIM SIM NÃO 4 MEUS PROFESSORES ME CONSIDERAM UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 5 A OPINIÃO DOS MEUS PROFESSORES É IMPORTANTE PARA MIM SIM NÃO 6 OS MEUS AMIGOS ME CONSIDERAM UM BOM ESTUDANTE SIM NÃO 7 A OPINIÃO DOS MEUS AMIGOS É IMPORTANTE PARA MIM SIM NÃO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a a participar da pesquisa intitulada Métodos de avaliação e sua influência na autoestima dos alunos desenvolvido por Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn sob a orientação do Professor A pesquisa tem como objetivo levantar mais informações através das entrevistas com os participantes a qual relatará como as avaliações podem influenciar a autoestima dos alunos A importância do estudo é descrever como está a percepção dos estudantes acerca o tema avaliar as condições neste âmbito e analisar de que forma o professor pode se tornar um mediador fornecendo um ambiente seguro e saudável Solicito a sua colaboração para realizar uma entrevista como também sua autorização para apresentar os resultados deste estudo e publicar em revista científica nacional eou internacional Por ocasião da publicação dos resultados seu nome será mantido em sigilo absoluto Caso o entrevistado sinta algum desconforto quando explanarmos o tema Método de avaliação e a autoestima do aluno será interrompido imediatamente sua participação e caso não se sintam à vontade para retornar seus dados serão retirados da pesquisa e será manejado outro participante mediante autorização da coordenação do curso podendo deixar de participar da entrevista a qualquer momento de acordo com o que consta neste Termo de Consentimento Livre Esclarecido TCLE Estará disponível o contato das pesquisadoras para qualquer eventual esclarecimento ou resolução por algum desconforto em relação a sua participação além da possibilidade de encaminhamento para alguma clínica escola ou serviço público de Psicologia As informações obtidas serão utilizadas para futura publicação Apesar disso são informações sigilosas de acordo com a Resolução 51016 resguardando a confidencialidade de dados obtidos como exposto no TCLE Bem como em conformidade com a Resolução 46612 que apresenta as garantias de proteção de danos mesmo que sejam mínimos aos participantes das pesquisas em humanos em que tem por objetivos os desenvolvimentos científicos e metodológicos Ressalto que a participação é voluntária Não haverá nenhuma despesa ao participar desse estudo Você poderá deixar de participar do estudo a qualquer momento Seu nome será mantido em sigilo assegurando assim sua privacidade e caso deseje você deverá ser informado dos resultados dessa pesquisa Qualquer dúvida ou solicitação de esclarecimentos você poderá entrar em contato primeiramente com a equipe científica responsável por essa pesquisa pelo telefone Para dúvidas com relação a procedimentos éticos e aprovação da pesquisa poderá contatar o Comitê de Ética em Pesquisa pelo telefone 69 32178972 Diante dos esclarecimentos prestados afirmo meu interesse em participar autorizando a acadêmica a escrever transcrever e produzir materiais científicos Porto VelhoRO de 2022 ANEXO A TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR PRINCIPAL Eu responsável pelo Projeto de pesquisa de Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn o qual pertencem ao Curso de Psicologia do Centro Universitário Aparício Carvalho FIMCA venho por meio deste me comprometer a utilizar todos os dados coletados unicamente para o Projeto de Pesquisa intitulado Métodos de avaliação e a sua influência na autoestima dos alunos Comprometome ainda a manter sob sigilo a identificação dos sujeitos cuja informação terei acesso respeitando assim os preceitos éticos previstos na Resolução nº 4662012 e a Resolução 5102016 do Conselho Nacional de Saúde Porto VelhoRO de de de 2022 Professora ANEXO B Senhora Coordenadora Solicitamos autorização institucional para realização da pesquisa intitulada MÉTODO DE AVALIAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DO ALUNO a ser realizada no CENTRO UNIVERSITÁRIO APARÍCIO CARVALHO FIMCA pelos acadêmicos Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn sob orientação da Profa que utilizará da seguinte metodologia entrevista semiestruturada e tem como objetivo principal compreender como o método de avaliação pode influenciar a autoestima dos alunos necessitando portanto ter acesso às instalações desta instituição para a realização das entrevistas Ressaltamos que os dados coletados serão mantidos em absoluto sigilo e serão fielmente obedecidos os Critérios de Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme a Resolução 4662012 do CNS e 5102016 do Conselho Nacional de Saúde que disciplina as pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil Caso Vossa Senhoria autorize a realização da pesquisa a pedido do Conselho de Ética em Pesquisa é necessário o fornecimento da carta de anuência modelo anexo com o timbre desta instituição Em anexo encaminhamos o projeto completo para uma análise mais ampliada da autorização de pesquisa Na certeza de contarmos com a colaboração agradecemos antecipadamente a atenção ficando a disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários ProfessorFone ANEXO C TERMO DE ANUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO A Diretora acadêmica do Centro Universitário Aparício Carvalho FIMCA por meio do representante Nelice Milena Batistelli declara estar de acordo com a execução do projeto de pesquisa Método de avaliação e autoestima do aluno que tem como objetivo Compreender como o método de avaliação de uma escola pode interferir na autoestima do aluno coordenado pela pesquisadora Profª desenvolvida em conjunto com os alunos Evanilda Guedes Belo Isabelly Rocha dos Santos e Lucas Ederdyn do curso de psicologia da FIMCA e assume o compromisso de apoiar o desenvolvimento da referida pesquisa nesta instituição durante a realização da mesma Declaramos conhecer e cumprir as Resoluções Éticas Brasileiras em especial a Resolução 4662012 do CNS e 5102016 do Conselho Nacional de Saúde que disciplina as pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil Essa instituição está ciente de suas responsabilidades como instituição coparticipante do presente projeto de pesquisa e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados dispondo de infraestrutura necessária para a garantia de tal segurança e bemestar Porto VelhoRO de de Nelice Milena Bastille Diretora acadêmica do centro universitário FIMCA ANEXO D QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO Dados do Entrevistado Nome Social Nome Civil Idade Sexo Masculino Feminino Estado civil Escolaridade Profissão