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Sociologia
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A ECON MI l ftCA Prefácio 10 Considero o sistema da economia burguesa nesta ordem capital proprie dade fundiária trabalho assalariado Estado comércio exterior mercado mun o A notável obra Para a Crítica da Economia Política Zur Kritik der politischen Õkonomie representa um marco importante na formação da economia política marxista Foi escrita no período entre agosto de 1858 e janeiro de 1859 Na resenha que escreve para o Volk MEW 13468 Engels ressalta o significado deste livro para o partido proletário alemão e o método da dialética materialista empregado O próprio Marx escreve a Engels em 22 de julho de 1859 No caso de que escrevas algo sobre o livrol não deves esquecer 10 que o Proudhonismo é aniquilado em suas bases 2 que exatamente na forma mais simples a forma da mercadoria é analisado o caráter especificamente social da produção burguesa mas não se trata de forma alguma de seu caráter absoluto A realização da obra custou a Marx um trabalho de quinze anos durante os quais Marx estudou uma enorme quantidade de literatura sócioeconômica e elaborou as bases de sua própria teoria econômica Em agosto de 1857 Marx inicia a sistematização do material colecionado e a redação definitiva e em 26 de janeiro de 1859 envia o manuscrito a Franz Dunker o seu editor em Berlim O livro que deveria ser o pri meiro de uma série de cadernos apareceu em junho de 1859 contendo apenas dois capítulos A mercado ria e O dinheiro ou a circulação simples mas como primeiros capítulos do Livro I Sobre o Capital que deveria ser o primeiro num total de seis e da Primeira Seção O Capital em Geral Marx pretendia publicar o segundo caderno logo em seguida onde trataria das questões ligadas ao capital Contudo pesquisas continuadas obrigaramno a alterar seu plano original Agora em vez dos seis livros planejados a obra deve constar de quatro tomos sobre o capital No lugar dos cadernos periódicos Marx elaborao Das Kapital onde retoma as teses principais de seu escrito Zur Kritik der politischen Õkonomie No prefácio à primeira edição de O Capital diz Marx a respeito da relação entre as duas obras A obra que entrego agora ao público é a continuação do meu escrito Para a Crítica da Economia Política publicado em 1859 A longa pausa entre o início e a continuação devese a uma enfermidade prolongada por muitos anos que me obrigou a interromper várias vezes o trabalho O conteúdo daqüele escrito está resumido no primeiro capítulo deste tomo Esta inclusão não se deve apenas ao contexto ou à integridade da obra A exposição está melhorada Na medida em que a implicação dos fatos tenha permitido de alguma forma muitos pontos que foram anteriormente apenas mencionados aparecem aqui mais desenvolvidos enquanto que outros pon tos desenvolvidos naquela obra ao contrário são aqui meramente mencionados A parte referente à história da teoria do valor e da teoria do dinheiro fica agora totalmente fora mas o leitor daquele escrito anterior encontrará nas notas do primeiro capítulo novas fontes sobre a história daquela teoria A referência sobre os outros pontos desenvolvidos naquela obra que será tratada por alto em O Capital consiste sobretudo no capítulo sobre o dinheiro que juntamente com a parte sobre a história da teoria do dinheiro constitui a exposição mais detalhada da teoria do dinheiro de Marx Tratase aqui de questões da circulação do dinheiro e da teoria dos meios de circulação em um sistema de produção capitalista total mente desenvolvido que n O Capital só serão tratadas no terceiro tomo depois de ter sido feita a análise do processo de produção e do processo de circulação do capital e a análise da taxa média de lucro Se por isso a crítica é formalmente apenas um começo e O Capital a sua continuação podese afirmar também que ela abrange muito mais do que a mera circulação simples de mercadorias Ela fornece já no campo da teoria do dinheiro os grandes traços da obra total N da Edição Alemã A edição que utilizamos como texto básico para esta tradução foi a da Dietz Verlag Berlin 1972 da cole ção MarxEngels Werke vol 13 Procuramos realizar uma tradução que além de se manter fiel ao texto deixasse transparecer todo o jogo K MARX Sociologia Crítica Texto complementar MARX Karl Prefácio para crítica da economia política In Os pensadores 4 ed São Paulo Nova Cultural 1987 p 2732 28 MARX dial Nos três primeiros títulos examino as condições econômicas de vida das três grandes classes em que se divide a moderna sociedade burguesa a conexão dos três seguintes é evidente A primeira parte do Livro Primeiro que trata do capi tal compõese dos seguintes capítulos La mercadori moeda ou a circu ação sijuples 3 ital em eral Os dois primeiros capítulos formam o con teúdo do presente volume Tenho diante de mim o conjunto do material sob a forma de monografias que foram redigidas com longos intervalos não para serem impressas mas para minha própria compreensão e cuja elaboração sistemática segundo o plano dado dependerá de circunstâncias exteriores Suprimo uma introdução geral que havia esboçado pois graças a uma reflexão mais atenta pareceme que toda antecipação perturbaria os resultados ainda por provar e o leitor que se dispuser a seguirme terá que se decidir a ascender do parrticular para o geral Por outro lado poderão aparecer aqui algu mas indicações sobre o curso dos meus próprios estudos políticoeconômicos Minha especialidade era a Jurisprudência a qual exercia contudo como dis ciplina secundária ao lado de Filosofia e História Nos anos de 184243 como redator da Gazeta Renana Rheinische Zeitunglí vime ela rimeira vzem uros por ter que tomar parte na cussão sobre os hamados interesses mate I riais As deliberações do Parlamento renano sobre o roubo de madeira e parcela mento da propriedade fundiária a polêmica oficial que o Sr Von Schaper então governador da província renana abriu com a Gazeta Renana sobre a situação dos camponeses do vale do Mosela e finalmente os debates sobre o livreco mércio e proteção aduaneira deral1me os rimeiros motivos para ocu arme de questões econômicas Além do mais naquele tempo em que a boa vontade de ir à frente ocupava muitas vezes o lugar do conhecimento do assunto fezse ouvir na Gazeta Renana um eco de fraco matiz filosófico do socialismo e comunismo francês Eu me declarei contra esta remendagem mas ao mesmo tempo em uma controvérsia com o Jornal Geral de Augsburgo Allgemeine Augsburger Zei dialético das categorias Para isso foi muitas vezes preciso quebrar o uso corrente de certas palavras e até mesmo formar outras Exemplo significativo de ruptura com o sentido tradicional é a tradução de Geld quando não aparece composta com outra palavra como em Geldstück peça de moeda por dinheiro quando freqüentemente empregamos moeda Mas entre Geld e Münze existe uma oposição entre o ideal e o encarnado num ser particular a que o bom senso português sempre foi cego Para distinguir Bestimmung determinação de Bestimmheit uma determinação que advém ao objeto por sua posição no processo inventamos deterrninidade Assim é que a moeda que encarna a idealidade do dinheiro graças ao próprio movimento dialético dessa última categoria é uma determinidade formal do dinheiro N dos T 11 Veja neste volume Introdução à Crítica da Economia Politicai N dos T 12 Rheinische Zeitung for Politik Handel und Gewerbe Gazeta Renana de Política Comércio e Indústria Diário publicado em Colônia de 10de janeiro de 1842 até 31 de março de 1843 Fundado por represen tantes da burguesia renana que se opunham ao absolutismo prussiano o jornal atraiu também alguns jovens hegelianos Marx foi seu colaborador a partir de abril de 1842 e seu redatorchefe a partir de outubro do mesmo ano O jornal publicou também uma série de artigos de Friedrich Engels Sob a influência de Marx o jornal assumiu um caráter revolucionáriodemocrático tendência esta que se acentuava progressivamente A linha do Rheinische Zeitung cuja popularidade crescia na Alemanha provocou preocupação e insatisfa ção nos círculos governamentais e a imprensa reacionária lançouse enfurecida contra ele O jornal foi colo cado sob severa censura depois de 19 de janeiro de 1843 por força de um decreto do governo prussiano e proibido definitivamente em 10de abril de 1843 N da Edição Alemã PARA A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA 29 tung 13confessei francamente que os meus estudos feitos até então não me permi tiam ousar qualquer julgamento sobre o conteúdo das correntes francesas Agar reime às ilusões dos gerentes da Gazeta Renana que acreditavam que através de uma atitude mais vacilante do jornal conseguiriam anular a condenação de morte que fora decretada contra ele para me retirar do cenário público para o gabinete pÃO d de estu os rlI O primeiro trabalho que empreendi para resolver a dúvida que me assediava L foi uma revisão crítica da filosofia do direito de Hegel trabalho este cuja introdu yO G ção apareceu nos Anais FrancoAlemães DeutschFranzõsische Jahrbü cher14 editados em Paris em 1844 Minha investigação desembocou no i seguinte resultado relações jurídicas tais como formas de Estado não podem r r brLbG compreendidas nem a partir de si ms nem a partir do assim chamado desen 1jcr vQlviínentogeral do espmto humano masItrário elas se enraízam nas Ire rela ões m ter is de vida cuja totalidade foi resumida por Hegel sob o nome de sociedade civil biirgerlicheGesellschaft seguindo 8 igleses e franceses do século XVIII mas que a apatomia da sociedade burguesa biirgerliche Gesells chaft 1 5 deve ser procurada na Economia Políia Comecei o estudo desta matê ria em Paris mas tive que coniínuáIo em Bruxelas para onde me transferi em conseqüência de uma ordernde exulsão do Sr Guizot O resultado geral a quti r Cheguele que uma vez obtido serviume de fio condutor aos meus estudos pode ser formulado em poucas palavras na produção social da própria vida os ho mens contraem relações determinadas necessárias e independentes de sua vonta de relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais A totalidade destas rela ções de produção forma a estrutura econômica da sociedade a base real sobre a 13 Allgemeine Zeitung Jornal Geral diário conservador fundado em 1798 Entre 1810 e 1882 foi publi cado em Augsburgo Em artigo publicado no Rheinische Zeitung O Comunismo e o Allgemeine Zeitung de Augsburgo Marx ataca este jornal por haver falsificado as idéias do socialismo e comunismo utópicos N da Edição Alemã 1 4 Os DeutschFranzõstsche Jahrbücher Anais FrancoAlemães foram publicados em Paris no idio ma alemão porKarl Marx e Arnoid Ruge e apareceram apenas uma única vez em fevereirode 1844 Neles foram publicados os trabalhos de Marx A Questão Judia e Para Crítica da Filosofia do Direito de Hegel Introdução bem como O Esboço para uma Crítica da Economia Política e A Situação da Inglaterra Past and Present by Thomas Carlyle London 1843 de Friedrich Engels Estes trabalhos marcam a passagem de Marx e Engels para o materialismo e comunismo Contudo divergências de princípio entre Marx e o burguês radical Ruge impediram que a revista continuasse a ser publicada N da Edição Alemã 1 6 No original lêse Rechlsverhiiltnisse wie Staatsformen in den materiellen lebensverhàltnissen wurz eln deren Gesamtheit Hegel nach dem Vorgang der Engldnder und Franz õsen des 18 Jahrhunderts unter dem Namen bürgerliche Gesellschaft z usammenfasst dass aber die Anatomie der burgerlichen Geselsctzaft in der politischen Õkonomie zu suchen sei Em breves palavras podese dizer que a bürger fiche Gesellschaft sociedade civil para Hegel se apresenta como a antítese da família e o Estado surge como a síntese de ambos como união dos respectivos princípios A sociedade civil é o campo onde os indiví duos como pessoas privadas buscam a satisfação de seus interesses Marx ao contrário distingue a concep ção hegeliana de sua própria a sociedade civil corresponde ao nível onde se dá O relacionamento dos possuidores de mercadorias as relações materiais de vida ou metabolismo social Ela constitui a anto mia ou a base da estrutura social Mas a sociedade burguesa o termo alemão é também como se viu bür gerliche Gesellschaft reúne para Marx não somente o modo burguês de produção como também as rela ções jurídicas o Estado burguês etc que implica Em sua realidade histórica a bürgerliche Gesellschaft é a sociedade capitalista com todas as formações sociais que lhe são próprias N dos T 30 MARX qual se levanta uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem for viI mas sociais determinadas de consciência O modo de produção da vida material yi IJ condiciona o processo em geral de vida social político e espiritualNão é a consJ fv8 rli ciência dos homens que determina o seu ser mas ao contrário é o seu ser social Ct j que determina sua consciência Em uma certa etapa de seu desenvolvimento as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição comas relaçõe de produção existentes ou o que nada mais é do que a sua ex ressão urídica com as relaiões de pdade dentro das quais aquelas a e en ao se fm am movido De formas de nvolvimento das forças produtivas estas relações se transformam em seus grilhões Sobrevém então uma éooca de revolução social Com a transformação da base eCbnômica toda a eno superestrutura se trans torna com maior ou menor rapidez Na consideração de tais transformações necessário distinguir sempre entre a transformação material das condições econô micas de produção que pode ser objeto de rigorosa verificação da ciência natu ral e as formas jurídicas políticas religiosas artísticas ou filosóficas em resu mo as formas ideológicas pelas quais os homens tomam consciência deste conflito e o conduzem até o fim Assim como não se julga o que um indivíduo é a a partir do julgamento que ele se faz de si mesmo da mesma maneira não se pode 8Pff1f julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciênçia ao iiML contrário é preciso explicar esta consciência a partir das contradições da yida Jt 1fC IDe material a partir do conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relaI fl rró ções de rodu ão Uma formação social nunca perece antes que estejam desen Jr fDIJ 10 volvidas todas as forças produtivas para as quais ela é suficientemente desenvol 1A4 Sfl vida e novas relações de produção mais adiantadas jamais tomarão o lugar p51P antes que suas condições materiais de existência tenham sido geradas no seio SIJ sc mesmo da velha sociedade É por isso que a humanidade só se propõe as tarefas 1Rt que pode resolver pois se se considera mais atentamente se chegará à conclusão rr1o de que a própria tarefa só aparece onde as condições materiais de sua solução já é55 existem ou pelo menos são captadas no processo de seu devir Em grandes tra IA ços podem ser caracterizados como épocas progressivas da formação econômica yJ da sociedade os modos de produção asiático antigo feudal e burguês moderno foz As relações burguesas PLodução constituem a última forma antagônica do pro cesso social de produção antagônicas não em um sentido individual mas de umjJOlJcoc t antagonismo nascente das condições sociais de vida dos indivíduos contudo as iPl f forças produtivas que se encontram em desenvolvimento no seio da sociedade C1ttV1 burguesa criam ao mesmo tempo as condições materiais para a solução deste oAJ01 O antagonismo Daí que com esta formação social se encerra a préhistória da Df5tJIJ I sociedade humana R pf2 L Friedrich Engels com quem mantive por escrito um intercâmbio perma JOpt nente de idéias desde a publicação de seu genial esboço de uma crítica das catego rias econômicas nos Anais FrancoAlemães chegou por outro caminho com pare o seu trabalho Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra ao mesmo resultado que eu e quando ele na primavera de 1845 veio também instalarse em PARA A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA Bruxelas decidimos elaborar em comum nossa oposição contra o que há de ideo lógico na filosofia alemã tratavase de fato de acertar as contas com a nossa an tiga consciência filosófica O propósito tomou corpo na forma de uma crítica da plosofia póshegeliana O manuscrito 6 dois grossos volumes in octavo já havia cnegado há muito tempo à editora em Westfália quando fomos informados de que a impressão fora impedida por circunstâncias adversas Abandonamos o manus crito à crítica roedora dos ratos tanto mais a gosto quanto já havíamos atingido o fim principal a compreensão de si mesmo Entre os trabalhos dispersas de então através dos quais submetemos ao público nossas opiniões sobre questões diversas menciono apenas o Manifesto do Partido Comunista que Engels e eu redigimos em conjunto e uma publicação minha o Discurso Sobre o LivreCo mércio Discours sur le Libre Échange Os pontos decisivos de nossa opinião foram indicados cientificamente pela primeira vez ainda que apenas de uma forma polêmica em meu escrito Miséria da Filosofia Misere de Ia Philosophie etc publicado em 1847 e dirigido contra Proudhon Depois numa dissertação escrita em alemão sobre o Trabalho Assalariado e Capital Trabalho assalaria do onde sintetizei as minhas conferências sobre este tema feitas na União dos Trabalhadores Alemães de Bruxelas 7 cuja impressão todavia foi interrompida pela Revolução de Fevereiro e por minha subseqüente expulsão da Bélgica A publicação da Nova Gazeta Renana Neue Rheinische Zeitung 8 em 1848 e 1849 e os acontecimentos posteriores interromperam meus estudos econômicos que só puderam ser retomados em 1850 em Londres A enorme quantidade de material sobre a história da economia política que se encontra acu mulada no Museu Britânico a situação favorável de Londres como ponto de observação da sociedade burguesa e finalmente o novo estágio de desenvolvi mento em que esta parecia entrar com a descoberta do ouro na Califórnia e Aus 6 Tratase de A Ideologia Alemã N da Edição Alemã 7 A Deutsche Arbeiterverein União dos Trabalhadores Alemães foi fundada em agosto de 1847 por Marx e Engels em Bruxelas com o objetivo de esclarecer politicamente os trabalhadores alemães que viviam na Bélgica e para levar até eles as idéias do corrunismo científico Sob a direção de Marx Engels e outros seus companheiros a União se transforma em um centro dos trabalhadores alemães revolucionários A Deutsche Arbeiterverein mantinha estreito contato com as associações operárias belgas Seus membros mais progressistas entraram para a Comunidade de Bruxelas da Liga dos Comunistas Esta associação desempe nhou um papel destacado na fundação da Association Démocratique de Bruxelas Logo após a Revolução de Fevereiro na França 1848 a polícia belga detém e expulsa a maioria dos membros da União com o que esta associação teve que paralisar suas atividades N da Edição Alemã 18 Neue Rheinische Zeitung Organ der Demokratie Nova Gazeta Renana Õrgiioda Democracia Diá rio cuja redação esteve a cargo de Marx e que foi publicado em Colônia de 10 de junho de 1848 a 19 de maio de 1849 A ele pertenceram também Friedrich Engels Wilhelm Wolff Georg Weerth Ferdinand Wolff Ernst Dronke Ferdinand Freiligrath e Heinrich Bürgers Apesar das pressões e perseguições policiais contra os seus redatores o Neue Rheinische Zeitung defendia corajosamente os interesses da democracia revolucionária e com isso os interesses do proletariado Em maio de 1849 quando a contrarevolução passa à ofensiva o governo prussiano determina a expulsão de Marx da Prússia depois de terlhe negado a nacionalidade Sua expulsão e as represálias que se seguiram contra os outros redatores obrigam o jornal a fechar O último número da Nova Gazeta Renana foi impresso em ver melho n 301 de 19 de maio de 1849 e traz uma proclamação de despedida dos redatores dirigida aos operários de Colônia em que afirmam que a última palavra do jornal será por toda parte e sempre Eman cipação da classe operária O Neue Rheinische Zeitung foi o melhor e jamais superado órgão do proleta riado revolucionário Lênin N da Edição Alemã r 31 32 MARX trália determinaramme a começar tudo de novo e estudar criticamente até o fim todo o material Estes estudos em parte por causa de seu próprio caráter chegal ram a disciplinas aparentemente afastadas do plano original nas quais tive que determe por mais ou menos tempo Mas foi sobretudo a necessidade imperiosa de exercer uma profissão para ganhar a vida que me reduziu o tempo disponível Minha colaboração já de oito anos com o primeiro jornal angloamericano o NewYork Tribune 19 tem exigido uma extraordinária dispersão dos estudos uma vez que apenas excepcionalmente me ocupo com o jornalismo propriamente dito Contudo artigos sobre fatos econômicos de destaque ocorridos na Ingla terra e no continente constituem uma parte tão significativa da minha contribui ção que me vi obrigado a familiarizarme com pormenores que ficam fora do ramo da ciência da economia política propriamente dita Este esboço sobre o itinerário dos meus estudos no campo da economia polí tica tem apenas o objetivo de provar que minhas opiniões sejam julgadas como forem e por menos que coincidam com os preconceitos ditados pelos interesses das classes dominantes são o resultado de uma pesquisa conscienciosa e demora da Mas na entrada para a Ciência como na entrada do Inferno é preciso impor a exigência Qui si convien lasciare ogni sospetto Ogni viltà convien che sia morta 2 o Karl Marx Londresjaneiro de 1859 19 NewYork Daily Tribune Jornal americano que existiu de 1841 a 1924 Nas décadas de 40 e 50 o jornal assumiu um caráter progressista e se engajou contra a escravidão A colaboração de Marx começa em agosto de 1851 e se estende até março de 1862 Uma boa parte dos artigos foi escrita por Engels por solici tação de Marx Os artigos de ambos neste jornal tratam de questões importantes do movimento operário de política interna e externa e do desenvolvimento econômico dos países europeus como também questões liga das à expansão colonial e aos movimentos de libertação nos países dominados e dependentes N da Edição Alemã 20 Que aqui se afaste toda a suspeita Que neste lugar se despreze todo o medo Dante Divina ComédiaN da Edição Alemã
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A ECON MI l ftCA Prefácio 10 Considero o sistema da economia burguesa nesta ordem capital proprie dade fundiária trabalho assalariado Estado comércio exterior mercado mun o A notável obra Para a Crítica da Economia Política Zur Kritik der politischen Õkonomie representa um marco importante na formação da economia política marxista Foi escrita no período entre agosto de 1858 e janeiro de 1859 Na resenha que escreve para o Volk MEW 13468 Engels ressalta o significado deste livro para o partido proletário alemão e o método da dialética materialista empregado O próprio Marx escreve a Engels em 22 de julho de 1859 No caso de que escrevas algo sobre o livrol não deves esquecer 10 que o Proudhonismo é aniquilado em suas bases 2 que exatamente na forma mais simples a forma da mercadoria é analisado o caráter especificamente social da produção burguesa mas não se trata de forma alguma de seu caráter absoluto A realização da obra custou a Marx um trabalho de quinze anos durante os quais Marx estudou uma enorme quantidade de literatura sócioeconômica e elaborou as bases de sua própria teoria econômica Em agosto de 1857 Marx inicia a sistematização do material colecionado e a redação definitiva e em 26 de janeiro de 1859 envia o manuscrito a Franz Dunker o seu editor em Berlim O livro que deveria ser o pri meiro de uma série de cadernos apareceu em junho de 1859 contendo apenas dois capítulos A mercado ria e O dinheiro ou a circulação simples mas como primeiros capítulos do Livro I Sobre o Capital que deveria ser o primeiro num total de seis e da Primeira Seção O Capital em Geral Marx pretendia publicar o segundo caderno logo em seguida onde trataria das questões ligadas ao capital Contudo pesquisas continuadas obrigaramno a alterar seu plano original Agora em vez dos seis livros planejados a obra deve constar de quatro tomos sobre o capital No lugar dos cadernos periódicos Marx elaborao Das Kapital onde retoma as teses principais de seu escrito Zur Kritik der politischen Õkonomie No prefácio à primeira edição de O Capital diz Marx a respeito da relação entre as duas obras A obra que entrego agora ao público é a continuação do meu escrito Para a Crítica da Economia Política publicado em 1859 A longa pausa entre o início e a continuação devese a uma enfermidade prolongada por muitos anos que me obrigou a interromper várias vezes o trabalho O conteúdo daqüele escrito está resumido no primeiro capítulo deste tomo Esta inclusão não se deve apenas ao contexto ou à integridade da obra A exposição está melhorada Na medida em que a implicação dos fatos tenha permitido de alguma forma muitos pontos que foram anteriormente apenas mencionados aparecem aqui mais desenvolvidos enquanto que outros pon tos desenvolvidos naquela obra ao contrário são aqui meramente mencionados A parte referente à história da teoria do valor e da teoria do dinheiro fica agora totalmente fora mas o leitor daquele escrito anterior encontrará nas notas do primeiro capítulo novas fontes sobre a história daquela teoria A referência sobre os outros pontos desenvolvidos naquela obra que será tratada por alto em O Capital consiste sobretudo no capítulo sobre o dinheiro que juntamente com a parte sobre a história da teoria do dinheiro constitui a exposição mais detalhada da teoria do dinheiro de Marx Tratase aqui de questões da circulação do dinheiro e da teoria dos meios de circulação em um sistema de produção capitalista total mente desenvolvido que n O Capital só serão tratadas no terceiro tomo depois de ter sido feita a análise do processo de produção e do processo de circulação do capital e a análise da taxa média de lucro Se por isso a crítica é formalmente apenas um começo e O Capital a sua continuação podese afirmar também que ela abrange muito mais do que a mera circulação simples de mercadorias Ela fornece já no campo da teoria do dinheiro os grandes traços da obra total N da Edição Alemã A edição que utilizamos como texto básico para esta tradução foi a da Dietz Verlag Berlin 1972 da cole ção MarxEngels Werke vol 13 Procuramos realizar uma tradução que além de se manter fiel ao texto deixasse transparecer todo o jogo K MARX Sociologia Crítica Texto complementar MARX Karl Prefácio para crítica da economia política In Os pensadores 4 ed São Paulo Nova Cultural 1987 p 2732 28 MARX dial Nos três primeiros títulos examino as condições econômicas de vida das três grandes classes em que se divide a moderna sociedade burguesa a conexão dos três seguintes é evidente A primeira parte do Livro Primeiro que trata do capi tal compõese dos seguintes capítulos La mercadori moeda ou a circu ação sijuples 3 ital em eral Os dois primeiros capítulos formam o con teúdo do presente volume Tenho diante de mim o conjunto do material sob a forma de monografias que foram redigidas com longos intervalos não para serem impressas mas para minha própria compreensão e cuja elaboração sistemática segundo o plano dado dependerá de circunstâncias exteriores Suprimo uma introdução geral que havia esboçado pois graças a uma reflexão mais atenta pareceme que toda antecipação perturbaria os resultados ainda por provar e o leitor que se dispuser a seguirme terá que se decidir a ascender do parrticular para o geral Por outro lado poderão aparecer aqui algu mas indicações sobre o curso dos meus próprios estudos políticoeconômicos Minha especialidade era a Jurisprudência a qual exercia contudo como dis ciplina secundária ao lado de Filosofia e História Nos anos de 184243 como redator da Gazeta Renana Rheinische Zeitunglí vime ela rimeira vzem uros por ter que tomar parte na cussão sobre os hamados interesses mate I riais As deliberações do Parlamento renano sobre o roubo de madeira e parcela mento da propriedade fundiária a polêmica oficial que o Sr Von Schaper então governador da província renana abriu com a Gazeta Renana sobre a situação dos camponeses do vale do Mosela e finalmente os debates sobre o livreco mércio e proteção aduaneira deral1me os rimeiros motivos para ocu arme de questões econômicas Além do mais naquele tempo em que a boa vontade de ir à frente ocupava muitas vezes o lugar do conhecimento do assunto fezse ouvir na Gazeta Renana um eco de fraco matiz filosófico do socialismo e comunismo francês Eu me declarei contra esta remendagem mas ao mesmo tempo em uma controvérsia com o Jornal Geral de Augsburgo Allgemeine Augsburger Zei dialético das categorias Para isso foi muitas vezes preciso quebrar o uso corrente de certas palavras e até mesmo formar outras Exemplo significativo de ruptura com o sentido tradicional é a tradução de Geld quando não aparece composta com outra palavra como em Geldstück peça de moeda por dinheiro quando freqüentemente empregamos moeda Mas entre Geld e Münze existe uma oposição entre o ideal e o encarnado num ser particular a que o bom senso português sempre foi cego Para distinguir Bestimmung determinação de Bestimmheit uma determinação que advém ao objeto por sua posição no processo inventamos deterrninidade Assim é que a moeda que encarna a idealidade do dinheiro graças ao próprio movimento dialético dessa última categoria é uma determinidade formal do dinheiro N dos T 11 Veja neste volume Introdução à Crítica da Economia Politicai N dos T 12 Rheinische Zeitung for Politik Handel und Gewerbe Gazeta Renana de Política Comércio e Indústria Diário publicado em Colônia de 10de janeiro de 1842 até 31 de março de 1843 Fundado por represen tantes da burguesia renana que se opunham ao absolutismo prussiano o jornal atraiu também alguns jovens hegelianos Marx foi seu colaborador a partir de abril de 1842 e seu redatorchefe a partir de outubro do mesmo ano O jornal publicou também uma série de artigos de Friedrich Engels Sob a influência de Marx o jornal assumiu um caráter revolucionáriodemocrático tendência esta que se acentuava progressivamente A linha do Rheinische Zeitung cuja popularidade crescia na Alemanha provocou preocupação e insatisfa ção nos círculos governamentais e a imprensa reacionária lançouse enfurecida contra ele O jornal foi colo cado sob severa censura depois de 19 de janeiro de 1843 por força de um decreto do governo prussiano e proibido definitivamente em 10de abril de 1843 N da Edição Alemã PARA A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA 29 tung 13confessei francamente que os meus estudos feitos até então não me permi tiam ousar qualquer julgamento sobre o conteúdo das correntes francesas Agar reime às ilusões dos gerentes da Gazeta Renana que acreditavam que através de uma atitude mais vacilante do jornal conseguiriam anular a condenação de morte que fora decretada contra ele para me retirar do cenário público para o gabinete pÃO d de estu os rlI O primeiro trabalho que empreendi para resolver a dúvida que me assediava L foi uma revisão crítica da filosofia do direito de Hegel trabalho este cuja introdu yO G ção apareceu nos Anais FrancoAlemães DeutschFranzõsische Jahrbü cher14 editados em Paris em 1844 Minha investigação desembocou no i seguinte resultado relações jurídicas tais como formas de Estado não podem r r brLbG compreendidas nem a partir de si ms nem a partir do assim chamado desen 1jcr vQlviínentogeral do espmto humano masItrário elas se enraízam nas Ire rela ões m ter is de vida cuja totalidade foi resumida por Hegel sob o nome de sociedade civil biirgerlicheGesellschaft seguindo 8 igleses e franceses do século XVIII mas que a apatomia da sociedade burguesa biirgerliche Gesells chaft 1 5 deve ser procurada na Economia Políia Comecei o estudo desta matê ria em Paris mas tive que coniínuáIo em Bruxelas para onde me transferi em conseqüência de uma ordernde exulsão do Sr Guizot O resultado geral a quti r Cheguele que uma vez obtido serviume de fio condutor aos meus estudos pode ser formulado em poucas palavras na produção social da própria vida os ho mens contraem relações determinadas necessárias e independentes de sua vonta de relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais A totalidade destas rela ções de produção forma a estrutura econômica da sociedade a base real sobre a 13 Allgemeine Zeitung Jornal Geral diário conservador fundado em 1798 Entre 1810 e 1882 foi publi cado em Augsburgo Em artigo publicado no Rheinische Zeitung O Comunismo e o Allgemeine Zeitung de Augsburgo Marx ataca este jornal por haver falsificado as idéias do socialismo e comunismo utópicos N da Edição Alemã 1 4 Os DeutschFranzõstsche Jahrbücher Anais FrancoAlemães foram publicados em Paris no idio ma alemão porKarl Marx e Arnoid Ruge e apareceram apenas uma única vez em fevereirode 1844 Neles foram publicados os trabalhos de Marx A Questão Judia e Para Crítica da Filosofia do Direito de Hegel Introdução bem como O Esboço para uma Crítica da Economia Política e A Situação da Inglaterra Past and Present by Thomas Carlyle London 1843 de Friedrich Engels Estes trabalhos marcam a passagem de Marx e Engels para o materialismo e comunismo Contudo divergências de princípio entre Marx e o burguês radical Ruge impediram que a revista continuasse a ser publicada N da Edição Alemã 1 6 No original lêse Rechlsverhiiltnisse wie Staatsformen in den materiellen lebensverhàltnissen wurz eln deren Gesamtheit Hegel nach dem Vorgang der Engldnder und Franz õsen des 18 Jahrhunderts unter dem Namen bürgerliche Gesellschaft z usammenfasst dass aber die Anatomie der burgerlichen Geselsctzaft in der politischen Õkonomie zu suchen sei Em breves palavras podese dizer que a bürger fiche Gesellschaft sociedade civil para Hegel se apresenta como a antítese da família e o Estado surge como a síntese de ambos como união dos respectivos princípios A sociedade civil é o campo onde os indiví duos como pessoas privadas buscam a satisfação de seus interesses Marx ao contrário distingue a concep ção hegeliana de sua própria a sociedade civil corresponde ao nível onde se dá O relacionamento dos possuidores de mercadorias as relações materiais de vida ou metabolismo social Ela constitui a anto mia ou a base da estrutura social Mas a sociedade burguesa o termo alemão é também como se viu bür gerliche Gesellschaft reúne para Marx não somente o modo burguês de produção como também as rela ções jurídicas o Estado burguês etc que implica Em sua realidade histórica a bürgerliche Gesellschaft é a sociedade capitalista com todas as formações sociais que lhe são próprias N dos T 30 MARX qual se levanta uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem for viI mas sociais determinadas de consciência O modo de produção da vida material yi IJ condiciona o processo em geral de vida social político e espiritualNão é a consJ fv8 rli ciência dos homens que determina o seu ser mas ao contrário é o seu ser social Ct j que determina sua consciência Em uma certa etapa de seu desenvolvimento as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição comas relaçõe de produção existentes ou o que nada mais é do que a sua ex ressão urídica com as relaiões de pdade dentro das quais aquelas a e en ao se fm am movido De formas de nvolvimento das forças produtivas estas relações se transformam em seus grilhões Sobrevém então uma éooca de revolução social Com a transformação da base eCbnômica toda a eno superestrutura se trans torna com maior ou menor rapidez Na consideração de tais transformações necessário distinguir sempre entre a transformação material das condições econô micas de produção que pode ser objeto de rigorosa verificação da ciência natu ral e as formas jurídicas políticas religiosas artísticas ou filosóficas em resu mo as formas ideológicas pelas quais os homens tomam consciência deste conflito e o conduzem até o fim Assim como não se julga o que um indivíduo é a a partir do julgamento que ele se faz de si mesmo da mesma maneira não se pode 8Pff1f julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciênçia ao iiML contrário é preciso explicar esta consciência a partir das contradições da yida Jt 1fC IDe material a partir do conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relaI fl rró ções de rodu ão Uma formação social nunca perece antes que estejam desen Jr fDIJ 10 volvidas todas as forças produtivas para as quais ela é suficientemente desenvol 1A4 Sfl vida e novas relações de produção mais adiantadas jamais tomarão o lugar p51P antes que suas condições materiais de existência tenham sido geradas no seio SIJ sc mesmo da velha sociedade É por isso que a humanidade só se propõe as tarefas 1Rt que pode resolver pois se se considera mais atentamente se chegará à conclusão rr1o de que a própria tarefa só aparece onde as condições materiais de sua solução já é55 existem ou pelo menos são captadas no processo de seu devir Em grandes tra IA ços podem ser caracterizados como épocas progressivas da formação econômica yJ da sociedade os modos de produção asiático antigo feudal e burguês moderno foz As relações burguesas PLodução constituem a última forma antagônica do pro cesso social de produção antagônicas não em um sentido individual mas de umjJOlJcoc t antagonismo nascente das condições sociais de vida dos indivíduos contudo as iPl f forças produtivas que se encontram em desenvolvimento no seio da sociedade C1ttV1 burguesa criam ao mesmo tempo as condições materiais para a solução deste oAJ01 O antagonismo Daí que com esta formação social se encerra a préhistória da Df5tJIJ I sociedade humana R pf2 L Friedrich Engels com quem mantive por escrito um intercâmbio perma JOpt nente de idéias desde a publicação de seu genial esboço de uma crítica das catego rias econômicas nos Anais FrancoAlemães chegou por outro caminho com pare o seu trabalho Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra ao mesmo resultado que eu e quando ele na primavera de 1845 veio também instalarse em PARA A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA Bruxelas decidimos elaborar em comum nossa oposição contra o que há de ideo lógico na filosofia alemã tratavase de fato de acertar as contas com a nossa an tiga consciência filosófica O propósito tomou corpo na forma de uma crítica da plosofia póshegeliana O manuscrito 6 dois grossos volumes in octavo já havia cnegado há muito tempo à editora em Westfália quando fomos informados de que a impressão fora impedida por circunstâncias adversas Abandonamos o manus crito à crítica roedora dos ratos tanto mais a gosto quanto já havíamos atingido o fim principal a compreensão de si mesmo Entre os trabalhos dispersas de então através dos quais submetemos ao público nossas opiniões sobre questões diversas menciono apenas o Manifesto do Partido Comunista que Engels e eu redigimos em conjunto e uma publicação minha o Discurso Sobre o LivreCo mércio Discours sur le Libre Échange Os pontos decisivos de nossa opinião foram indicados cientificamente pela primeira vez ainda que apenas de uma forma polêmica em meu escrito Miséria da Filosofia Misere de Ia Philosophie etc publicado em 1847 e dirigido contra Proudhon Depois numa dissertação escrita em alemão sobre o Trabalho Assalariado e Capital Trabalho assalaria do onde sintetizei as minhas conferências sobre este tema feitas na União dos Trabalhadores Alemães de Bruxelas 7 cuja impressão todavia foi interrompida pela Revolução de Fevereiro e por minha subseqüente expulsão da Bélgica A publicação da Nova Gazeta Renana Neue Rheinische Zeitung 8 em 1848 e 1849 e os acontecimentos posteriores interromperam meus estudos econômicos que só puderam ser retomados em 1850 em Londres A enorme quantidade de material sobre a história da economia política que se encontra acu mulada no Museu Britânico a situação favorável de Londres como ponto de observação da sociedade burguesa e finalmente o novo estágio de desenvolvi mento em que esta parecia entrar com a descoberta do ouro na Califórnia e Aus 6 Tratase de A Ideologia Alemã N da Edição Alemã 7 A Deutsche Arbeiterverein União dos Trabalhadores Alemães foi fundada em agosto de 1847 por Marx e Engels em Bruxelas com o objetivo de esclarecer politicamente os trabalhadores alemães que viviam na Bélgica e para levar até eles as idéias do corrunismo científico Sob a direção de Marx Engels e outros seus companheiros a União se transforma em um centro dos trabalhadores alemães revolucionários A Deutsche Arbeiterverein mantinha estreito contato com as associações operárias belgas Seus membros mais progressistas entraram para a Comunidade de Bruxelas da Liga dos Comunistas Esta associação desempe nhou um papel destacado na fundação da Association Démocratique de Bruxelas Logo após a Revolução de Fevereiro na França 1848 a polícia belga detém e expulsa a maioria dos membros da União com o que esta associação teve que paralisar suas atividades N da Edição Alemã 18 Neue Rheinische Zeitung Organ der Demokratie Nova Gazeta Renana Õrgiioda Democracia Diá rio cuja redação esteve a cargo de Marx e que foi publicado em Colônia de 10 de junho de 1848 a 19 de maio de 1849 A ele pertenceram também Friedrich Engels Wilhelm Wolff Georg Weerth Ferdinand Wolff Ernst Dronke Ferdinand Freiligrath e Heinrich Bürgers Apesar das pressões e perseguições policiais contra os seus redatores o Neue Rheinische Zeitung defendia corajosamente os interesses da democracia revolucionária e com isso os interesses do proletariado Em maio de 1849 quando a contrarevolução passa à ofensiva o governo prussiano determina a expulsão de Marx da Prússia depois de terlhe negado a nacionalidade Sua expulsão e as represálias que se seguiram contra os outros redatores obrigam o jornal a fechar O último número da Nova Gazeta Renana foi impresso em ver melho n 301 de 19 de maio de 1849 e traz uma proclamação de despedida dos redatores dirigida aos operários de Colônia em que afirmam que a última palavra do jornal será por toda parte e sempre Eman cipação da classe operária O Neue Rheinische Zeitung foi o melhor e jamais superado órgão do proleta riado revolucionário Lênin N da Edição Alemã r 31 32 MARX trália determinaramme a começar tudo de novo e estudar criticamente até o fim todo o material Estes estudos em parte por causa de seu próprio caráter chegal ram a disciplinas aparentemente afastadas do plano original nas quais tive que determe por mais ou menos tempo Mas foi sobretudo a necessidade imperiosa de exercer uma profissão para ganhar a vida que me reduziu o tempo disponível Minha colaboração já de oito anos com o primeiro jornal angloamericano o NewYork Tribune 19 tem exigido uma extraordinária dispersão dos estudos uma vez que apenas excepcionalmente me ocupo com o jornalismo propriamente dito Contudo artigos sobre fatos econômicos de destaque ocorridos na Ingla terra e no continente constituem uma parte tão significativa da minha contribui ção que me vi obrigado a familiarizarme com pormenores que ficam fora do ramo da ciência da economia política propriamente dita Este esboço sobre o itinerário dos meus estudos no campo da economia polí tica tem apenas o objetivo de provar que minhas opiniões sejam julgadas como forem e por menos que coincidam com os preconceitos ditados pelos interesses das classes dominantes são o resultado de uma pesquisa conscienciosa e demora da Mas na entrada para a Ciência como na entrada do Inferno é preciso impor a exigência Qui si convien lasciare ogni sospetto Ogni viltà convien che sia morta 2 o Karl Marx Londresjaneiro de 1859 19 NewYork Daily Tribune Jornal americano que existiu de 1841 a 1924 Nas décadas de 40 e 50 o jornal assumiu um caráter progressista e se engajou contra a escravidão A colaboração de Marx começa em agosto de 1851 e se estende até março de 1862 Uma boa parte dos artigos foi escrita por Engels por solici tação de Marx Os artigos de ambos neste jornal tratam de questões importantes do movimento operário de política interna e externa e do desenvolvimento econômico dos países europeus como também questões liga das à expansão colonial e aos movimentos de libertação nos países dominados e dependentes N da Edição Alemã 20 Que aqui se afaste toda a suspeita Que neste lugar se despreze todo o medo Dante Divina ComédiaN da Edição Alemã