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Medicina Veterinária ·

Anatomia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO OESTE MEDICINA VETERINÁRIA SISTEMA URINÁRIO CÃO EQUINO RUMINANTES E SUÍNOS ERICK PINHEIRO NUNES JANEIDE CARDOSO DOS SANTOS LARISSA CAUANE SALES CARDOSO PIMENTEL Trabalho acadêmico Anatomia 2 Referente a OAT não presencial Brasília DF 2 16Abril de 2025 SISTEMA URINÁRIO CÃO EQUINO RUMINANTES E SUÍNOS SUMÁRIO 1 RESUMO 3 2 INTRODUÇÃO 3 3 MÉTODO 7 4 RESULTADOS 9 41 Componentes Funcionais dos Rins e Controle da Produção de Urina 9 42 Características Anatômicas Comparadas dos Rins 10 43 Implicações Clínicas e de Manejo 11 5 DISCUSSÃO 12 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 7 REFERÊNCIAS 21 3 1 RESUMO Atuando na eliminação de resíduos regulação eletrolítica e regulação hormonal o sistema urinário é essencial para a homeostase animal Sob controle por estruturas complexas se ajusta às exigências do corpo e do meio ambiente A medicina veterinária a pesquisa e a produção animal dependem da compreensão da função renal Este artigo examina o sistema urinário com foco nos rins e nos meios de controle da produção de urina em cães cavalos ruminantes bovinos e suínos importantes economicamente Baseadas em textos clássicos de anatomia veterinária a análise anatômica macro e microscópicaRins de várias espécies mostram variações anatômicas que refletem adaptações evolutivas A interpretação de testes clínicos e o tratamento animal dependem do conhecimento dessas diferenças interespécies PALAVRASCHAVE Sistema urinárioAnatomia comparadaFunção renal 2 INTRODUÇÃO Essencial para a homeostase dos organismos animais o sistema urinário atua na eliminação de subprodutos metabólicos residuais na regulação do equilíbrio eletrolítico na manutenção do pH do sangue e na síntese de hormônios vitaisSua complexa estrutura e sistema de controle asseguram a formação da urina e a filtração eficiente do sangue um processo contínuo e dinâmico que atende constantemente às demandas fisiológicas do organismo e às influências ambientais A interpretação de critérios fisiológicos o diagnóstico de doenças e a criação de planos eficazes de tratamento e terapia dependem da prática clínica veterinária da pesquisa biomédica e da produção animal Com isso em mente é muito importante entender como as várias partes os rins em particular funcionam bem como as redes neurais e hormonais que orientam a eliminação urináriaNeste sentido o artigo sugere uma pesquisa meticulosamente do sistema urinário com atenção a descrição dos componentes funcionais dos rins e nos complexos mecanismos de controle que ajusta a produção de urina As características anatômicas dos rins serão contrastadas em quatro espécies com importância significativa o cão Canis lupus familiaris o cavalo Equus caballus os ruminantes com ênfase em Bos taurusindicus e o suíno Sus scrofa domesticus A escolha destas espécies justificase pela sua importância econômica pela diversidade de suas fisiologias e pelas adaptações morfológicas de seus sistemas urinários em resposta a diferentes dietas e ambientes A descrição anatômica macroscópica e microscópica dos rins e das vias urinárias terá a base 4 essencial da literatura clássica em anatomia veterinária representada pelas veneráveis obras de R Nickel Popesko e Getty Volumes 1 e 2 e pelos tratados de Dyce e König Esses estudos pilares do conhecimento na área dão descrições completas de organização estrutural dos órgãos sua vascularização e inervação assim estabelecendo um ponto de partida fundamental para a compreensão das singularidades de cada espécieConforme Nickel et al 1986 em Anatomia dos Animais Domésticos o rim é um órgão parenquimatoso complexo cuja estrutura interna reflete sua sofisticada função de filtração sanguínea e formação da urina O néfron uma estrutura microscópica extremamente especializada é a unidade funcional básica do rim responsável pela filtração glomerular reabsorção tubular e secreção de substâncias Cada rim contém milhões de néfrons dispostos no córtex e medula renalFeito de capilares sanguíneos o córtex resulta do glomérulo um emaranhado de capilares sanguíneos e da cápsula de Bowman que coleta o filtradoRico em água eletrólitos e moléculas minúsculas esse filtro se move para o sistema tubular composto pelo túbulo torcido proximal alça de Henle e túbulo torcido distal que termina no ducto coletorAo longo deste caminho tubular substâncias vitais são reabsorvidas seletivamente de volta ao sangue e produtos residuais e íons do sangue são secretados para o lúmen tubular processos finamente controlados por mecanismos hormonais e locais Dyce et al 2010 em Textbook of Veterinary Anatomy enfatizam que a arquitetura específica do néfron incluindo o comprimento da alça de Henle está diretamente relacionada à capacidade da espécie de concentrar a urina A produção de urina não é um processo passivo É um fenômeno dinâmico e controlado orquestrado por um complexo sistema que inclui hormônios e mecanismos neurais A taxa de filtração glomerular TFG pode resultar do fluxo sanguíneo do glomérulo afetado pelo sistema nervoso autonômico aos vasos sanguíneos renais De modo geral o controle hormonal se nota mais na composição da urina e na regulação da produção urinária Criados pela hipófise posterior hormônios como o hormônio antidiurético ADH ou a vasopressina aumentam a permeabilidade à água nos dutos coletores portanto reabsorvem água e assim concentram a urina Reagindo a uma diminuição da pressão arterial ou do volume sanguíneo o sistema renina angiotensinaaldosterona SRAA produz angiotensina II um potente vasoconstritor que estimula a secreção de aldosterona pela glândulas adrenais A aldosterona age 5 nos tubos distais e coletores aumentando a reabsorção de sódio e a excreção de potássio portanto ajudando a preservar o volume extracelular e a pressão arterialAlém disso agindo como um antagonista do SRAA para incentivar a excreção de sódio e água pelos rins o péptido natriurético atrial ANP é secretado pelos átrios cardíacos em resposta a uma elevação do volume sanguíneo Embora realizem o mesmo trabalho os rins de várias espécies de mamíferos possuem certas características morfológicas distintas que destacam evolutivamente mutações em seus metabolismos e modo de vida Nos cães os rins têm um padrão reniforme típico com apenas uma papila renal se projetando para a pelve renal A estrutura interna mostra uma medula unipiramidal e um córtex bem definido Por outro lado os cavalos apresentam rins com formato mais alongado e achatado e padrão multipapilar no qual diversas papilas renais se projetam na pelve renal portanto lobuladas internamenteSegundo König e Liebich 2016 em Veterinary Anatomy of Domestic Mammals a arquitetura multipapilar do rim equino aumenta a área de superfície para a concentração urináriaPara formar a pelve renal nos ruminantes como os bovinos os rins apresentam uma organização lobada externamente cada lóbulo correspondendo a um rim menor individualizado com seu próprio córtex e medula e drenando para cálices renais separados Cada lóbulo tem uma única papila renal internamente Os rins dos ruminantes distinguemse por esta estrutura multilobada Os rins nos suínos já têm um aspecto reniforme mas com uma medula multipiramidal onde múltiplas pirâmides renais convergem para produzir várias papilas projetandose para a pelve renal A interpretação correta de testes clínicos depende em grande medida de uma compreensão detalhada destas variações anatómicas interespecíficas acompanhada pelo conhecimento da fisiologia renal e dos mecanismos de controle da produção urinária Por exemplo uma análise de urina pode mostrar variações marcantes entre espécies devido às diferenças na densidade urinária máxima e na composição normal da urina Como afirmam Thrall et al 2018 em Veterinary Hematology and Clinical Chemistry a interpretação dos resultados da urinálise deve sempre considerar as particularidades fisiológicas da espécie em questão Da mesma forma a avaliação da função renal através de marcadores bioquímicos séricos como a creatinina e a ureia requer o estabelecimento de valores de referência específicos para cada espécie conforme destacado por Kaneko et al 2008 em Clinical 6 Biochemistry of Domestic Animals os intervalos de referência para analitos bioquímicos podem variar consideravelmente entre as espécies animais Além disso desenvolvimentos recentes em métodos de imagem e em fisiologia renal têm aumentado consideravelmente nossa habilidade de avaliar a condição do sistema urinário Por exemplo estudos que utilizam ultrassom com Doppler permitem avaliação não invasiva em tempo real do fluxo sanguíneo renal oferecendo assim informações úteis sobre perfusão e possíveis obstruções vasculares conforme demonstrado por Nyland e Mattoon 2015 em Small Animal Diagnostic Ultrasound a ultrassonografia Doppler é uma ferramenta essencial na avaliação da vascularização renal e na detecção de alterações patológicas Conforme relatado por Lamb e Wisner 2010 a ressonância magnética RM e a tomografia computadorizada TC fornecem imagens de alta resolução da estrutura renal permitindo a identificação precoce de anomalias morfológicas pequenas que não podem ser detectadas por outras modalidades de imagem A RM e a TC fornecem detalhes anatômicos superiores para a avaliação de massas renais e outras anormalidades estruturais LAMB WISNER 2010 Publicações sobre mecanismos regulatórios finos da função renal em várias espécies já expandiram o entendimento Por exemplo estudos recentes esclareceram o papel de novas moléculas sinalizadoras e vias metabólicas implicadas na resposta renal a feridas e na progressão da doença renal crônica em cães e gatos conforme revisado por Jepson 2021 Outros estudos se concentraram nas adaptações fisiológicas dos rins de ruminantes em relação a dietas variadas e à necessidade de conservar água em ambientes secos como explorado por Schwarm et al 2022 Em porcos como indicado por Segales et al o estudo tem avançado na compreensão da fisiopatologia de certas doenças renais tais como a nefropatia por circovírus suíno tipo 2 No âmbito da produção animal saber as peculiaridades anatômicas e fisiológicas do sistema urinário é essencial para otimizar o manejo hídrico e nutricional evitando distúrbios metabólicos e assegurando a saúde e o bemestar dos animais Como discutido por McDonald et al 2010 o conhecimento da capacidade de concentração urinária de cada espécie impacta diretamente as recomendações de oferta de água e a formulação de dietas balanceadas A ingestão adequada de água e o balanço eletrolítico são essenciais para a função renal normal e a saúde geral dos 7 animais de produção MCDONALD et al2010 Como observado por Radostits et al 2007 a identificação precoce de alterações na função renal por meio de exames de rotina pode ajudar na detecção precoce de doenças subclínicas permitindo assim intervenções terapêuticas mais eficazes e reduzindo perdas econômicas A monitorização da função renal é um componente importante dos programas de saúde preventiva em rebanhos RABOSTITS et al 2007Melhorar a interpretação de testes clínicos progredir no diagnóstico e terapia de doenças renais e otimizar as técnicas de manejo em produção animal dependem de uma abordagem holística que é vital para a saúde e o bemestar destas espécies tão valiosasIntegrando o conhecimento anatômico clássico com descobertas recentes de pesquisas este artigo tem como objetivo fornecer uma base sólida e atual para a compreensão da complexidade do sistema urinário em mamíferos domésticos 3 MÉTODO Com o objetivo de sintetizar e examinar o conhecimento atual sobre a anatomia e fisiologia do sistema urinário em quatro espécies relevantes de mamíferos domésticos o cão Canis lupus familiaris o equino Equus caballus os ruminantes com foco no gado Bos taurusindicus e o suíno Sus scrofa domesticus este artigo é enquadrado como uma revisão de literatura descritiva e comparativa A revisão cobre a exploração dos mecanismos de controle da produção de urina a metódica descrição dos componentes funcionais dos rins e a análise comparativa das características anatômicas renais entre as espécies eleitas Sendo usadas como base literária as obras Nickel R Popesko P Getty R Anatomia dos Animais Domésticos Volumes 1 e 2 5ª edição Dyce K M Sack W O Wensing C J G Textbook of Veterinary Anatomy 4ª edição König H E Liebich HG Veterinary Anatomy of Domestic Mammals Textbook and Colour Atlas 6ª edição Buscouse complementar a literatura clássica com publicações científicas mais recentes tratando claramente a fisiologia renal os mecanismos de controle da produção de urina e novas perspectivas sobre a anatomia renal comparada Utilizando termos chave como fisiologia renal canina anatomia renal equina sistema urinário 8 ruminantes controle da produção de urina suínos bem como combinações semelhantes restringindo a busca aos anos de 2021 a 2024 a busca por estas publicações foi feita através de plataformas digitais de indexação científica como PubMed Scielo e Google Scholar A seleção dos artigos mais recentes teve em conta a relevância do título e do resumo para o tema da revisão a metodologia usada nos trabalhos e a reputação dos periódicos científicos Esta fase visa reconhecer progressos e novas perspectivas que possam enriquecer a discussão e complementar os dados apresentados pela literatura clássica A análise dos dados reunidos inclui a leitura crítica e síntese dos principais conceitos e descobertas sobre a anatomia comparada dos rins e os mecanismos de controle da produção de urina nas espécies examinadas As informações foram organizadas de forma a apresentar primeiramente os componentes funcionais dos rins depois a explicação do sistema de controle da produção de urina e finalmente a descrição minuciosa das características anatómicas dos rins em cada uma das quatro espécies destacando as semelhanças e diferenças significativasAo realizar uma revisão integrativa da bibliografia clássica e contemporânea a abordagem metodológica busca oferecer uma visão ampla e atualizada do sistema urinário em mamíferos domésticos ajudando assim a melhor compreender sua complexidade funcional e anatômica e suas consequências para a saúde e produção de alimentos 4 RESULTADOS Através de uma investigação cuidadosa da literatura revisada foi possível traçar um quadro detalhado e comparativo do sistema urinário nas quatro espécies de animais em foco caninos ruminantes com ênfase em bovinos equinos e suínos Os achados desta revisão mostram uma arquitetura funcional centrada no néfron como unidade fundamental e mecanismos de controle da produção urinária mediados por intrincadas interações hormonais e neurais Mas notáveis adaptações anatômicas renais se destacam como traços únicos de cada espécie refletindo suas peculiaridades biológicas e evolucionais 41 Componentes Funcionais dos Rins e Controle da Produção de Urina 9 Apesar das variações macroscópicas a revisão reitera o néfron como a pedra angular funcional fundamental do parênquima renal em todas as espécies examinadas De acordo com Nickel et al 1986 a estrutura essencial do néfron compreendendo o corpúsculo renal glomérulo e cápsula de Bowman e o sistema tubular túbulo contornado proximal alça de Henle túbulo contornado distal e ducto coletor mantémse conservada Com a passagem de água e pequenos solutos para o espaço capsular um processo passivo dependente da pressão sanguínea dentro dos capilares glomerulares a filtração glomerular começa a formar a urina A taxa de filtração glomerular TFG é um indicador crucial da função renal e é influenciada por fatores como o fluxo sanguíneo renal e a permeabilidade glomerular DYCE et al 2010 A produção urinária revela uma sofisticação notável orquestrada por um sutil equilíbrio entre hormônios e em menor grau fatores neurais Produzido nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo e liberado pela neurohipófise o hormônio antidiurético ADH ou vasopressina controla principalmente a permeabilidade dos coletores à águaEm resposta à desidratação ou ao aumento da osmolaridade plasmática a liberação de ADH aumenta promovendo a inserção de aquaporinas canais de água nas membranas das células dos ductos coletores intensificando a reabsorção de água para o interstício renal e consequentemente resultando em uma urina mais concentrada DYCE et al 2010A produção urinária revela uma sofisticação notável orquestrada por um sutil equilíbrio entre hormônios e em menor grau fatores neurais Produzido nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo e liberado pela neurohipófise o hormônio antidiurético ADH ou vasopressina controla principalmente a permeabilidade dos coletores à águaA angiotensina II é um potente vasoconstritor 1 sistêmico e também estimula a secreção de aldosterona pelo córtex adrenal NICKEL et al 1986 A aldosterona atua nos túbulos distais e nos ductos coletores aumentando a reabsorção de sódio e consequentemente de água e a secreção de potássio ajudando assim a manter o volume extracelular e a pressão arterial O peptídeo natriurético atrial ANP secretado pelos cardiomiócitos atriais em resposta ao aumento do volume sanguíneo e da pressão atrial atua em contrapartida como um antagonista fisiológico do SRAAO ANP inibe a liberação de renina e aldosterona 10 promove a vasodilatação e aumenta a excreção de sódio e água pelos rins auxiliando na redução do volume sanguíneo e da pressão arterial DYCE et al 2010 42 Características Anatômicas Comparadas dos Rins A análise comparativa da arquitetura renal macroscópica e microscópica revelou notáveis adaptações estruturais entre as espécies examinadas as quais podem influenciar a eficiência da filtração a capacidade de concentração urinária e a susceptibilidade a certas patologias Cão Os rins caninos apresentam a morfologia reniforme típica com uma superfície externa lisa e um hilo bem definidoInternamente a estrutura é relativamente simples com um córtex homogêneo e uma única medula renal em forma de pirâmide cuja papila renal se projeta para a pelve renal onde a urina é coletada antes de seguir para o ureter KÖNIG LIEBICH 2016Embora possa ser menos complicada em comparação com espécies com medula multipapilar esta organização unipIramidal indica uma capacidade de concentração urinária eficiente Equino Os rins equinos têm uma morfologia única o direito é em forma de coração e o esquerdo é mais alongado Sua estrutura multipapilar é a característica mais distintivaA medula renal do equino é composta por múltiplas pirâmides renais cada uma culminando em uma papila renal que se projeta para um cálice renal individualizado NICHEL et al 1986 Esses cálices renais se reúnem para criar a pelve renal Uma adaptação importante para um herbívoro de grande porte esta arquitetura complicada com várias unidades medulares independentes pode dar mais área de superfície para a concentração urinária Bovinos Particularmente os rins dos ruminantes exibem uma organização lobada macroscópica uma característica distinta entre as espécies investigadasCada rim bovino é composto por um número variável de lóbulos renais tipicamente 1820 cada um representando um rim menor individualizado NICKELl et al 1986 Cada lóbulo tem seu próprio córtex e medula com uma única papila renal se projetando para um cálice Os cálices renais do lóbulo se unem em um sistema de tubos coletores que finalmente fluem para os rins pélvicos A necessidade de processar grandes volumes de fluidos ligados à digestão fermentativa e as adaptações metabólicas podem ter uma relação com esta arquitetura multilobada Schwarm et al 2022 salienta que a fisiologia renal dos ruminantes corresponde às 11 exigências de uma dieta rica em fibras e à necessidade de economizar água em ambientes específicos Suínos Os rins suínos mostram uma morfologia reniforme idêntica à dos cães mas com uma organização medular distinta A medula renal do suíno é multipiramidal com várias pirâmides renais convergindo para formar múltiplas papilas renais que se projetam para a pelve renal através de áreas cribriformes KONIG LIEBICH 2016 Esta configuração intermediária entre a unipIramidal e a muito multipapilar pode refletir adaptações a uma dieta onívora e a vários níveis de ingestão de água 43 Implicações Clínicas e de Manejo As várias características anatômicas e fisiológicas do sistema urinário verificadas entre as espécies têm consequências relevantes para a clínica veterinária bem como para o manejo zootécnico Conforme destacado por Kaneko et al 2008 a interpretação de exames laboratoriais como a urinálise e a avaliação de marcadores bioquímicos da função renal creatinina ureia deve considerar os valores de referência específicos para cada espécie Variações na concentração urinária máxima na composição eletrolítica normal da urina e nos intervalos de referência dos biomarcadores renais são cruciais para evitar diagnósticos errôneos THRALL et al 2018 As técnicas de imagem são absolutamente fundamentais para a avaliação morfológica do sistema urinário A detecção de anomalias patológicas baseiase no conhecimento das características anatômicas normais de cada espécie Por exemplo a aparência arredondada típica dos rins de boi não deve ser vista como doençaNo âmbito do manejo animal a compreensão da fisiologia renal influencia diretamente as estratégias nutricionais e hídricas MCDONALD et al 2010 Visto que as espécies variam em suas necessidades de água e em sua capacidade de concentração urinária esses fatores devem ser considerados no planejamento da dieta e no fornecimento de água para garantir a saúde dos rins e evitar doenças metabólicas Em determinados contextos clínicos como a doença renal crônica em gatos ou as nefropatias em suínos o conhecimento das particularidades fisiopatológicas de cada espécie é essencial para o desenvolvimento de tratamentos Conforme Radostits et al 2007 a monitorização sistemática da função renal em rebanhos permite a 12 detecção precoce de anomalias e a realização de medidas corretivas para se reduzir perdas produtivas e garantir o bemestar animal 5 DISCUSSÃO Ao examinar de forma comparativa o sistema urinário de cães equinos ruminantes com foco em bovinos e suínos a presente revisão de literatura ajudou a consolidar o conhecimento essencial da anatomia e fisiologia renal ao mesmo tempo que evidenciava as notáveis adaptações interespecíficas Baseados nas descrições clássicas de Nickel et al 1986 e König amp Liebich 2016 e complementados por insights sobre o controle da produção urinária Dyce et al 2010 os resultados obtidos sublinham a necessidade de uma abordagem específica para cada espécie na prática clínica e no manejo zootécnico O fato de o néfron ser a unidade funcional primária em todos os grupos examinados reflete um princípio básico da fisiologia renal em mamíferos Imagem 1 Imagem 1 Diagrama esquemático de um néfron típico mostrando o corpúsculo renal túbulos proximal e distal alça de Henle e ducto coletor Fonte Unifal 2023 13 Entretanto a configuração macroscópica dos rins varia consideravelmente o que indica especializações funcionais Enquanto nos cães Imagem 4 a organização unipiramidal com uma única papila renal contrasta com a complexidade multipapilar dos equinos Imagem 3 e a estrutura multilobada dos ruminantes Imagem 2 Nos suínos Imagem 5 a medula multipiramidal é uma disposição intermédia Imagem 2 Visão macroscópica e exterior do rim bovino Fonte LAPA UFAPE2025 Imagem 3 Visão macroscópica e exterior do rim esquerdo de Equino 14 Fonte LAPA UFAPE2025 Imagem 4 Visão macroscópica e exterior do rim canino Fonte LAPA UFAPE2025 Imagem 5 Visão macroscópica exterior do rim suíno 15 Fonte LAPA UFAPE2025 Conforme detalhado por Nickel et al 1986 a estrutura multipapilar do rim equino com múltiplas pirâmides medulares drenando independentemente para cálices renais que confluem para a pelve renal pode conferir uma maior capacidade de concentração urináriaImagem 6 Um grande herbívoro com um longo trato digestivo e particulares exigências de equilíbrio hídrico se beneficiaram dessa adaptação 16 Imagem 6 Anatomia interna do rim equino Fonte LAPA UFAPE2025 Com cada lóbulo funcionalmente independente a organização lobada dos rins dos ruminantes pode estar relacionada à necessidade de processar grandes volumes de fluidos e eletrólitos associados à fermentação ruminal e à absorção de nutrientesImagem 8 Schwarm et al 2022 dão destaque às adaptações fisiológicas dos rins de ruminantes para enfrentar as variações na ingestão de água e eletrólitos resultantes da dieta e do ambiente Imagem 8 Anatomia interna do rim bovino 17 Fonte LAPA UFAPE2025 Por outro lado conforme König Liebich 2016 a arquitetura renal mais simples do cão uma única pirâmide medular pode refletir uma fisiologia renal adaptada a uma dieta mais variada e a níveis variáveis de atividade física Imagem 9 A medula multipiramidal dos suínos representa uma forma intermediária de organização possivelmente relacionada à sua dieta onívora e à capacidade de adaptação a diferentes disponibilidades de água Imagem 10 Imagem 9 Anatomia interna do rim canino 18 Fonte LAPA UFAPE2025 Imagem 10 Anatomia interna do rim suíno Fonte FAFRAM 1987 19 O intrincado sistema de controle da produção urinária mediado por hormônios como o ADH o SRAA e o ANP demonstra a sofisticação dos mecanismos homeostáticos em mamíferos DYCE et al 2010 As respostas a variações na osmolaridade plasmática no volume sanguíneo e na pressão arterial podem mostrar nuances interespecíficas que influenciam a interpretação de parâmetros clínicos e a abordagem terapêutica em casos de disfunção renal É de suma importância a relevância clínica dessas variações fisiológicas e morfológicas A interpretação de exames de imagem conforme afirma Lamb Wisner 2010e e Nyland Mattoon 2015 e de exames laboratoriais renais segundo Kaneko et al e 2008 Thrall et al 2018 exige o conhecimento das características normais e dos valores de referência específicos para cada espécie Por exemplo a morfologia renal lobada em bovinos é uma característica típica e não deve ser vista como patológicaNo manejo zootécnico a compreensão da fisiologia renal influencia diretamente as práticas nutricionais e hídricas MCDONALD et al 2010 As espécies têm necessidades de água e capacidades de concentração urinária que variam bastante portanto devem ser consideradas para maximizar a saúde e a produção animal Além disso saber as predisposições particulares a doenças renais segundo Jepson 2021 Ségales et al 2023 Radostits et al 2007 ajuda a implementar medidas preventivas direcionadas Em suma a análise comparativa do sistema urinário entre as quatro espécies de mamíferos domésticos mostra uma interação surpreendente entre a conservação de princípios funcionais e a evolução de adaptações anatômicas específicasA compreensão detalhada dessas variações é fundamental melhorando a prática clínica veterinária maximizando o manejo zootécnico e avançando no conhecimento da fisiologia renal comparada A integração do conhecimento anatômico clássico com as nuances fisiológicas e as particularidades de cada espécie permite uma abordagem mais precisa e eficaz para a saúde e o bemestar desses animais 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 Esta revisão de literatura oferece uma análise abrangente e comparativa do sistema urinário em quatro espécies de mamíferos domésticos de grande importância o cão o equino os ruminantes com foco nos bovinos e os suínos Ao construir o conhecimento anatômico clássico baseado nas obras de Nickel Popesko Getty Dyce e König com percepções sobre a fisiologia renal e os processos de controle da produção urinária este estudo enfatizou tanto a universalidade de certos princípios funcionais quanto a notável variabilidade de ajustes estruturais entre as espécies A análise de que o néfron é a unidade funcional básica em todos os grupos examinados ressalta a eficiência e a preservação evolutiva dessa microestrutura vital para a filtragem sanguínea e o metabolismo da urina No entanto as variações salientes na arquitetura macroscópica dos rins especialmente no padrão medular unipiramidal multipiramidal ou multilobado destacam rotas evolutivas distintas moldadas por requisitos fisiológicos específicos dietas típicas e adaptações a ambientes variados Aspectos críticos para sua fisiologia particular a complexa arquitetura renal vista em equinos e ruminantes por exemplo sugere uma especialização na capacidade de concentração urinária e na gestão de grande volume de fluidos A sofisticação dos sistemas homeostáticos que garantem o equilíbrio hidroeletrolítico e a manutenção da pressão arterial em cada espécie é evidenciada por uma intrincada rede de controle hormonal que regula a produção urinária envolvendo a ação coordenada do ADH do SRAA e do ANP Entender as sutilezas dessas normas é essencial para analisar as reações fisiológicas a várias condições de volemia e umidade bem como para diagnosticar e tratar com maior precisão doenças renais O exame comparativo dos aspectos anatômicos renais ressalta a necessidade de levar em conta as particularidades de cada espécie na prática clínica veterinária Dependendo do conhecimento dos valores de referência específicos em cada animal a urinálise e a dosagem do marcador bioquímico da função renal auxiliam a interpretação dos resultados dos exames laboratoriaisDa mesma forma a análise de imagens de raios X necessita de entendimento da morfologia renal normal de cada espécie para afastar anomalia patológica de variações fisiológicas Graças a um 21 combinação de um conhecimento anatômico minucioso com o uso de tecnologias como a tomografia computadorizada e o ultrassom diversas doenças renais podem ser diagnosticadas de forma correta e mais rápidaNo âmbito da produção animal as consequências das alterações fisiológicas e anatômicas do trato urinário são também evidentes Devese adaptar o manejo nutricional e hídrico considerando a capacidade de diluição urinária e os requisitos metabólicos de cada espécie A prevenção das doenças renais e a maximização da saúde do trato urinário intimamente ligam a produtividade e o bemestar animal A revelação das predisposições de cada espécie a certos distúrbios renais possibilita a execução de programas de prevenção focadas e a aceitação de tratamentos mais ativosEm suma esta análise da literatura apoia a ideia de que apesar de terem um plano organizacional básico os sistemas urinários dos mamíferos domésticos evoluíram para mostrar notáveis adaptações fisiológica e anatômica em resposta a várias pressões seletivas A melhoria da precisão diagnóstica a otimização das terapias e a implantação de práticas de manejo mais adequadas dependem de um profundo conhecimento destas variações interespecíficas para a saúde e o bemestar destes animais 7 REFERÊNCIAS DYCE K M WENSING C J G Textbook of Veterinary Anatomy 4 ed St Louis Saunders Elsevier 2010 KÖNIG H E LIEBICH HG Veterinary Anatomy of Domestic Mammals Textbook and Colour Atlas 6 ed Stuttgart Thieme 2016 NICKEL R POPESKO P GETTY R Anatomia dos Animais Domésticos 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1986 v 1 NICKEL R POPESKO P GETTY R Anatomia dos Animais Domésticos 5 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1986 v 2 JEPSON R E Feline Chronic Kidney Disease Whats New Journal of Small Animal Practice v 62 n 3 p 147159 2021 KANEKO J J HARVEY J W Clinical Biochemistry of Domestic Animals 6 ed San Diego Academic Press 2008 LAMB C R WISNER E R Diagnostic Imaging of Dogs and Cats 2 ed St Louis Mosby Elsevier 2010 MCDONALD P Animal Nutrition 7 ed Harlow Pearson Education 2010 22 NYLAND T G MATTOON J S Small Animal Diagnostic Ultrasound 3 ed St Louis Elsevier Saunders 2015 RADOSTITS O M Veterinary Medicine A Textbook of the Diseases of Cattle Sheep Pigs Goats and Horses 10 ed Philadelphia Saunders Elsevier 2007 SÉGALES J Porcine Circovirus Type 2Associated Diseases An Update on Diagnosis and Pathogenesis Viruses v 15 n 8 p 1743 2023 SCHWARM A Renal Physiology of Ruminants Adaptations to Dietary and Environmental Challenges Frontiers in Physiology v 13 p 853217 2022 THRALL M A WEISER M G Veterinary Hematology and Clinical Chemistry 2 ed Ames WileyBlackwell 2018 SISTEMA URINÁRIO CÃO EQUINO RUMINANTES E SUÍNOS Erick Pinheiro Nunes Janeide Cardoso dos Santos Larissa Cauane Sales Cardoso Pimentel INTRODUÇÃO A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA URINÁRIO O SISTEMA URINÁRIO É ESSENCIAL PARA A HOMEOSTASE ANIMAL ATUA NA ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS METABÓLICOS REGULA O EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO E O PH SANGUÍNEO SINTETIZA HORMÔNIOS VITAIS A COMPLEXA ESTRUTURA E CONTROLE DO SISTEMA GARANTEM A FORMAÇÃO DA URINA E A FILTRAÇÃO EFICIENTE DO SANGUE ADAPTANDOSE ÀS DEMANDAS FISIOLÓGICAS E AMBIENTAISA COMPREENSÃO DA FUNÇÃO RENAL É CRUCIAL PARA A MEDICINA VETERINÁRIA PESQUISA E PRODUÇÃO ANIMAL OBJETIVO DO ESTUDO EXAMINAR O SISTEMA URINÁRIO COM FOCO NOS RINS E NOS MECANISMOS DE CONTROLE DA PRODUÇÃO DE URINA EM CÃES CAVALOS RUMINANTES BOVINOS E SUÍNOS COMPARAR AS CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS DOS RINS NESSAS ESPÉCIES BASEANDOSE EM TEXTOS CLÁSSICOS DE ANATOMIA VETERINÁRIA E ANÁLISE MACRO E MICROSCÓPICA O NÉFRON É A UNIDADE FUNCIONAL BÁSICA DO RIM RESPONSÁVEL PELA FILTRAÇÃO GLOMERULAR REABSORÇÃO TUBULAR E SECREÇÃO DE SUBSTÂNCIAS COMPREENDE O CORPÚSCULO RENAL GLOMÉRULO E CÁPSULA DE BOWMAN E O SISTEMA TUBULAR TÚBULO PROXIMAL ALÇA DE HENLE TÚBULO DISTAL E DUCTO COLETOR NO CÓRTEX O GLOMÉRULO FILTRA O SANGUE E A CÁPSULA DE BOWMAN COLETA O FILTRADO NO SISTEMA TUBULAR SUBSTÂNCIAS VITAIS SÃO REABSORVIDAS E PRODUTOS RESIDUAIS SÃO SECRETADOS A ARQUITETURA DO NÉFRON INCLUINDO O COMPRIMENTO DA ALÇA DE HENLE RELACIONASE À CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO DA URINA O NÉFRON UNIDADE FUNCIONAL DO RIM A PRODUÇÃO DE URINA É UM PROCESSO DINÂMICO E CONTROLADO POR HORMÔNIOS E EM MENOR GRAU FATORES NEURAIS HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO ADH VASOPRESSINA PRODUZIDO NO HIPOTÁLAMO E LIBERADO PELA NEURO HIPÓFISE AUMENTA A PERMEABILIDADE À ÁGUA NOS DUCTOS COLETORES RESULTANDO EM URINA MAIS CONCENTRADA SISTEMA RENINAANGIOTENSINAALDOSTERONA SRAA REAGE À DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIALVOLUME SANGUÍNEO PRODUZINDO ANGIOTENSINA II POTENTE VASOCONSTRITOR E ESTIMULANDO A ALDOSTERONA ALDOSTERONA ATUA NOS TÚBULOS DISTAIS E COLETORES AUMENTANDO A REABSORÇÃO DE SÓDIO E ÁGUA E A SECREÇÃO DE POTÁSSIO MANTENDO O VOLUME EXTRACELULAR E A PRESSÃO ARTERIAL PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL ANP SECRETADO PELOS ÁTRIOS CARDÍACOS EM RESPOSTA AO AUMENTO DO VOLUME SANGUÍNEO ANTAGONIZA O SRAA PROMOVENDO A EXCREÇÃO DE SÓDIO E ÁGUA AUXILIANDO NA REDUÇÃO DO VOLUME SANGUÍNEO E DA PRESSÃO ARTERIAL CONTROLE DA PRODUÇÃO DE URINA MECANISMOS HORMONAIS FORMATO RENIFORME TÍPICO COM SUPERFÍCIE EXTERNA LISA E HILO BEM DEFINIDO RINS CANINOS FORMATO RENIFORME TÍPICO COM SUPERFÍCIE EXTERNA LISA E HILO BEM DEFINIDO ESTRUTURA INTERNA SIMPLES COM CÓRTEX HOMOGÊNEO E UMA ÚNICA MEDULA RENAL EM FORMA DE PIRÂMIDE UNIPIRAMIDAL A PAPILA RENAL SE PROJETA PARA A PELVE RENAL ESSA ORGANIZAÇÃO UNIPIRAMIDAL INDICA UMA CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO URINÁRIA EFICIENTE CARACTERÍSTICA MAIS DISTINTIVA É SUA ESTRUTURA MULTIPAPILAR A MEDULA RENAL DO EQUINO É COMPOSTA POR MÚLTIPLAS PIRÂMIDES RENAIS CADA UMA CULMINANDO EM UMA PAPILA RENAL QUE SE PROJETA PARA UM CÁLICE RENAL INDIVIDUALIZADOESSES CÁLICES RENAIS SE REÚNEM PARA CRIAR A PELVE RENAL ESSA ARQUITETURA COMPLICADA COM VÁRIAS UNIDADES MEDULARES INDEPENDENTES PODE DAR MAIS ÁREA DE SUPERFÍCIE PARA A CONCENTRAÇÃO URINÁRIA UMA ADAPTAÇÃO IMPORTANTE PARA UM HERBÍVORO DE GRANDE PORTE MORFOLOGIA ÚNICA O RIM DIREITO É EM FORMA DE CORAÇÃO E O ESQUERDO É MAIS ALONGADO RINS EQUINOS CADA LÓBULO TEM SEU PRÓPRIO CÓRTEX E MEDULA COM UMA ÚNICA PAPILA RENAL SE PROJETANDO PARA UM CÁLICE OS CÁLICES RENAIS DO LÓBULO SE UNEM EM UM SISTEMA DE TUBOS COLETORES QUE FINALMENTE FLUEM PARA OS RINS PÉLVICOS PARTICULARMENTE OS RINS DOS RUMINANTES EXIBEM UMA ORGANIZAÇÃO LOBADA MACROSCÓPICA UMA CARACTERÍSTICA DISTINTA ENTRE AS ESPÉCIES INVESTIGADAS CADA RIM BOVINO É COMPOSTO POR UM NÚMERO VARIÁVEL DE LÓBULOS RENAIS TIPICAMENTE 1820 CADA UM REPRESENTANDO UM RIM MENOR INDIVIDUALIZADO RINS DE RUMINANTES BOVINOS A NECESSIDADE DE PROCESSAR GRANDES VOLUMES DE FLUIDOS LIGADOS À DIGESTÃO FERMENTATIVA E AS ADAPTAÇÕES METABÓLICAS PODEM TER UMA RELAÇÃO COM ESTA ARQUITETURA MULTILOBADA A FISIOLOGIA RENAL DOS RUMINANTES CORRESPONDE ÀS EXIGÊNCIAS DE UMA DIETA RICA EM FIBRAS E À NECESSIDADE DE ECONOMIZAR ÁGUA EM AMBIENTES ESPECÍFICOS MÚLTIPLAS PIRÂMIDES RENAIS CONVERGEM PARA PRODUZIR VÁRIAS PAPILAS PROJETANDOSE PARA A PELVE RENAL ATRAVÉS DE ÁREAS CRIBRIFORMES OS RINS SUÍNOS TÊM UM ASPECTO RENIFORME MAS COM UMA MEDULA MULTIPIRAMIDAL RINS SUÍNOS ESTA CONFIGURAÇÃO INTERMEDIÁRIA ENTRE A UNIPIRAMIDAL E A MULTIPAPILAR PODE REFLETIR ADAPTAÇÕES A UMA DIETA ONÍVORA E A VÁRIOS NÍVEIS DE INGESTÃO DE ÁGUA INTERPRETAÇÃO DE EXAMES A INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS COMO A URINÁLISE E A AVALIAÇÃO DE MARCADORES BIOQUÍMICOS DA FUNÇÃO RENAL CREATININA UREIA DEVE CONSIDERAR OS VALORES DE REFERÊNCIA ESPECÍFICOS PARA CADA ESPÉCIE VARIAÇÕES NA CONCENTRAÇÃO URINÁRIA MÁXIMA NA COMPOSIÇÃO ELETROLÍTICA NORMAL DA URINA E NOS INTERVALOS DE REFERÊNCIA DOS BIOMARCADORES RENAIS SÃO CRUCIAIS PARA EVITAR DIAGNÓSTICOS ERRÔNEOS DIAGNÓSTICO POR IMAGEM A DETECÇÃO DE ANOMALIAS PATOLÓGICAS BASEIASE NO CONHECIMENTO DAS CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS NORMAIS DE CADA ESPÉCIE POR EXEMPLO A APARÊNCIA ARREDONDADA TÍPICA DOS RINS DE BOI NÃO DEVE SER VISTA COMO DOENÇA A ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER É ESSENCIAL NA AVALIAÇÃO DA VASCULARIZAÇÃO RENAL E NA DETECÇÃO DE ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS A RM E A TC FORNECEM DETALHES ANATÔMICOS SUPERIORES PARA A AVALIAÇÃO DE MASSAS RENAIS E OUTRAS ANORMALIDADES ESTRUTURAIS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS E DE MANEJO MANEJO ZOOTÉCNICO O CONHECIMENTO DA FISIOLOGIA RENAL INFLUENCIA DIRETAMENTE AS ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS E HÍDRICAS AS ESPÉCIES VARIAM EM SUAS NECESSIDADES DE ÁGUA E EM SUA CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO URINÁRIA FATORES QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NO PLANEJAMENTO DA DIETA E NO FORNECIMENTO DE ÁGUA PARA GARANTIR A SAÚDE DOS RINS E EVITAR DOENÇAS METABÓLICAS A MONITORIZAÇÃO SISTEMÁTICA DA FUNÇÃO RENAL EM REBANHOS PERMITE A DETECÇÃO PRECOCE DE ANOMALIAS E A REALIZAÇÃO DE MEDIDAS CORRETIVAS PARA SE REDUZIR PERDAS PRODUTIVAS E GARANTIR O BEMESTAR ANIMAL IMPLICAÇÕES CLÍNICAS E DE MANEJO A ANÁLISE CONFIRMOU QUE O NÉFRON É A UNIDADE FUNCIONAL BÁSICA EM TODOS OS GRUPOS EXAMINADOS RESSALTANDO A EFICIÊNCIA E A PRESERVAÇÃO EVOLUTIVA DESSA MICROESTRUTURA VITAL NO ENTANTO AS VARIAÇÕES SALIENTES NA ARQUITETURA MACROSCÓPICA DOS RINS DESTACAM ROTAS EVOLUTIVAS DISTINTAS MOLDADAS POR REQUISITOS FISIOLÓGICOS ESPECÍFICOS DIETAS TÍPICAS E ADAPTAÇÕES A AMBIENTES VARIADOS A COMPLEXA ARQUITETURA RENAL VISTA EM EQUINOS E RUMINANTES POR EXEMPLO SUGERE UMA ESPECIALIZAÇÃO NA CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO URINÁRIA E NA GESTÃO DE GRANDE VOLUME DE FLUIDOS A SOFISTICAÇÃO DOS SISTEMAS HOMEOSTÁTICOS QUE GARANTEM O EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO E A MANUTENÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CADA ESPÉCIE É EVIDENCIADA POR UMA INTRINCADA REDE DE CONTROLE HORMONAL ENTENDER AS SUTILEZAS DESSAS NORMAS É ESSENCIAL PARA ANALISAR AS REAÇÕES FISIOLÓGICAS A VÁRIAS CONDIÇÕES DE VOLEMIA E UMIDADE BEM COMO PARA DIAGNOSTICAR E TRATAR COM MAIOR PRECISÃO DOENÇAS RENAIS A MELHORIA DA PRECISÃO DIAGNÓSTICA A OTIMIZAÇÃO DAS TERAPIAS E A IMPLANTAÇÃO DE PRÁTICAS DE MANEJO MAIS ADEQUADAS DEPENDEM DE UM PROFUNDO CONHECIMENTO DESTAS VARIAÇÕES INTERESPECÍFICAS PARA A SAÚDE E O BEM ESTAR DESTES ANIMAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS DYCE K M WENSING C J G TEXTBOOK OF VETERINARY ANATOMY 4 ED ST LOUIS SAUNDERS ELSEVIER 2010 KÖNIG H E LIEBICH HG VETERINARY ANATOMY OF DOMESTIC MAMMALS TEXTBOOK AND COLOUR ATLAS 6 ED STUTTGART THIEME 2016 NICKEL R POPESKO P GETTY R ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 5 ED RIO DE JANEIRO GUANABARA KOOGAN 1986 V 1 NICKEL R POPESKO P GETTY R ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 5 ED RIO DE JANEIRO GUANABARA KOOGAN 1986 V 2 JEPSON R E FELINE CHRONIC KIDNEY DISEASE WHATS NEW JOURNAL OF SMALL ANIMAL PRACTICE V 62 N 3 P 147159 2021 KANEKO J J HARVEY J W CLINICAL BIOCHEMISTRY OF DOMESTIC ANIMALS 6 ED SAN DIEGO ACADEMIC PRESS 2008 LAMB C R WISNER E R DIAGNOSTIC IMAGING OF DOGS AND CATS 2 ED ST LOUIS MOSBY ELSEVIER 2010 MCDONALD P ANIMAL NUTRITION 7 ED HARLOW PEARSON EDUCATION 2010 21 NYLAND T G MATTOON J S SMALL ANIMAL DIAGNOSTIC ULTRASOUND 3 ED ST LOUIS ELSEVIER SAUNDERS 2015 RADOSTITS O M VETERINARY MEDICINE A TEXTBOOK OF THE DISEASES OF CATTLE SHEEP PIGS GOATS AND HORSES 10 ED PHILADELPHIA SAUNDERS ELSEVIER 2007 SÉGALES J PORCINE CIRCOVIRUS TYPE 2ASSOCIATED DISEASES AN UPDATE ON DIAGNOSIS AND PATHOGENESIS VIRUSES V 15 N 8 P 1743 2023 SCHWARM A RENAL PHYSIOLOGY OF RUMINANTS ADAPTATIONS TO DIETARY AND ENVIRONMENTAL CHALLENGES FRONTIERS IN PHYSIOLOGY V 13 P 853217 2022 THRALL M A WEISER M G VETERINARY HEMATOLOGY AND CLINICAL CHEMISTRY 2 ED AMES WILEYBLACKWELL 2018 Obrigado Resumo para Apresentação Olá a todos Hoje vamos explorar um estudo comparativo fascinante sobre o trato urinário em quatro animais domésticos de grande relevância cães equinos ruminantes principalmente bois e suinos Buscamos ilustrar a intrincada funcionalidade e as impressionantes mudanças estruturais inerentes a cada conjunto de órgãos O trato urinário tem um papel vital na manutenção da vida animal removendo sobras do metabolismo ajustando os sais minerais e o equilíbrio ácidobase no sangue e liberando hormônios cruciais A unidade funcional básica do rim presente em diversos seres vivos é o néfron um componente microscópico especializado em filtrar e reutilizar elementos essenciais A formação da urina é cuidadosamente regulada por hormônios a exemplo do ADH que atua no controle da reabsorção de água e pelo sistema reninaangiotensina aldosterona SRAA crucial para a manutenção da pressão arterial e do volume sanguíneo ideais Ao analisarmos a forma dos rins em diferentes animais notamos variações marcantes Nos cães os rins têm o formato clássico de feijão com uma estrutura interna simples contendo apenas uma pirâmide e uma papila renal Já nos cavalos os rins são mais compridos e exibem um padrão com várias papilas ou seja múltiplas pirâmides e cálices independentes o que otimiza a capacidade de concentrar a urina Os rins dos bois pertencentes aos ruminantes se destacam por serem divididos em lóbulos na parte externa cada lóbulo atua como um rim em miniatura o que é essencial para lidar com a grande quantidade de líquidos provenientes da sua alimentação Por fim os porcos também têm rins em forma de feijão mas com uma organização interna com várias pirâmides representando uma adaptação intermediária para atender às necessidades de sua dieta variada As diferenças na anatomia e no funcionamento dos rins impactam bastante o dia a dia dos veterinários e a forma como os animais são cuidados Para entender corretamente os resultados de exames como os de urina e os que medem a função renal é crucial saber os valores normais de cada animal Do mesmo modo para usar exames de imagem e diagnosticar problemas é preciso conhecer a forma normal dos rins Na criação de animais é importante saber quanta água cada espécie precisa e como seus rins funcionam para criar dietas e hidratação adequadas assegurando sua saúde e bemestar Acompanhar sempre a função renal em grupos de animais ajuda a encontrar problemas logo no início e a tomar medidas para evitálos Concluindo juntar o que já se sabe sobre a anatomia com o que foi descoberto recentemente sobre como os rins funcionam em diferentes animais é essencial para melhorar a saúde e a produção de cães cavalos bois e porcos Agradeço a atenção