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CAPÍTULO 2: OSTEOLOGIA GERAL O termo esqueleto é aplicado para a armação de estruturas duras que suporta e protege os tecidos moles dos animais. O esqueleto pode ser dividido inicialmente em três partes: (1) axial, (2) apendicular e (3) esplâncnico. O esqueleto axial compreende a coluna vertebral, as costelas, o esterno e o crânio. O esqueleto apendicular inclui os ossos dos membros torácicos e pélvicos. O esqueleto esplâncnico ou visceral consiste de certos ossos desenvolvidos na substância de algumas vísceras ou órgãos moles, como por exemplo, o osso hióide (base da língua), o osso do pênis do cão e o osso do coração do boi e do camelo. O número de ossos do esqueleto de um animal varia em função da espécie, idade (fusão dos ossos durante o crescimento), e dentro da mesma espécie. No animal adulto ocorrem variações numéricas constantes, por exemplo, o tarso do cavalo pode consistir de seis ou sete ossos e o carpo de sete ou oito; em todos os mamíferos domésticos, o número de vértebras caudais (coccígeas), varia consideravelmente. Os ossos são comumente divididos em quatro classes de acordo com sua forma e função. Esta classificação não é satisfatória; alguns ossos, por exemplo, as costelas e o esterno, não são claramente classificados, e outros podem ser invariavelmente classificados. Ossos longos: são tipicamente de forma cilíndrica com extremidades alargadas. Eles são concentrados nos membros, onde atuam como colunas de suporte e como alavancas. A parte cilíndrica (diáfise) é tubular e limita a cavidade medular que contém a medula óssea vermelha/amarela; as extremidades são chamadas de epífises. Subs. esponjosa Canal medular Subs. compacta Subs. esponjosa Osso longo Figura 2.1 Forame nutricio Ossos planos: são expandidos e proporcionam suporte para a inserção de músculos, também protegem os órgãos que cobrem. Ex: escápula e muitos ossos do crânio. Consistem de duas lâminas de osso compacto com osso esponjoso e medula óssea vermelha/amarela interpostos. A cavidade esponjosa nos ossos do crânio é designada díploe. Ossos curtos: são aqueles que apresentam dimensões similares no comprimento, largura e espessura. Ex: carpo, tarso e sesamóides. Sua principal função parece aquela de difusão da concussão, pois diminuem a fricção ou mudam a direção dos tendões ou aumentam a força da alavancagem para os músculos e tendões. Ossos remanescentes ou irregulares: Este grupo inclui ossos de forma irregular, como as vértebras e os ossos da base do crânio, que são medianos e ímpares. Suas funções são várias e não tão especializadas como aquelas classes de ossos anteriores (sustentação, proteção ...). 4 ESTRUTURA DOS OSSOS O osso é uma estrutura viva com vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Por isso cresce, está sujeito a doenças e quando quebrado cicatriza. Torna-se mais delgado e mais fraco com o desuso e hipertrofia-se para suportar aumento de peso. São constituídos por tecido orgânico e substâncias minerais. Os ossos funcionam como uma armação do corpo e como alavancas para os músculos e inserções de músculos, proporcionam proteção para algumas vísceras (coração, encéfalo, pulmões e medula espinhal), contêm a medula óssea (formação das células sanguíneas) e constitui uma reserva mineral (fósforo, cálcio). A arquitetura do osso pode ser estudada por meio de cortes longitudinais e transversos do mesmo. O osso consiste de uma camada externa de substância compacta densa, na qual está a substância esponjosa mais frouxamente arranjada. Nos ossos longos típicos, a diáfise está escavada para formar a cavidade medular. Arquitetura esponjosa tendo como exemplo não calcânea. Corte longitudinal A disposição das arestas da estrutura óssea indica um esforço de flexão. A substância compacta difere grandemente em espessura em várias situações, ou seja, de acordo com as pressões e tensões aos quais o osso está sujeito. Nos ossos longos ela é espessa próximo à diáfise e mais delgada nas extremidades. Espessamentos circunscritos são encontrados em pontos que estão sujeitos a pressão ou tração especiais. DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DO OSSO O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à projeção e à sustentação. Funcionam como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular. Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, tecido adiposo também vem a se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente. A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se estes tipos celulares típicos: Osteócitos: estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação direta entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea. Osteoblastos: sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia. Possuem sistema de 5 comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese proteica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basofílico. Osteoclastos: participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas da fusão de monócitos que atravessam os capilares sanguíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo. Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship. Matriz óssea: é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I). A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo primário e o tecido ósseo secundário, também chamado de tecido ósseo haversiano ou lacunar. VASOS E NERVOS São ricamente supridos por vasos sanguíneos. Reconhecem-se dois grupos de artérias: as periósticas e as medulares. As periósticas ramificam-se no periósteo. A artéria nutritiva do canal medular (especialmente nos ossos longos) entre no chamado forame nutricio, passa no canal através da substância compacta e ramifica-se na medula óssea. Os vasos metafisários e epifisários que provêm das artérias articulares suprem o osso esponjoso e a medula óssea nas extremidades do osso. As veias maiores do osso esponjoso, em geral, não acompanham a as artérias, mas emergem principalmente próximas às superfícies articulares. Os vasos linfáticos existem como canais perivasculares no periósteo e nos canais de Harvers da substância compacta. As fibras nervosas acompanham os vasos sanguíneos do osso. Algumas são vasomotoras e outras são sensítivas para o periósteo. 6 CAPÍTULO 3: OSTEOLOGIA ANIMAL COMPARADA O MEMBRO TORÁCICO O membro torácico consiste de quatro segmentos principais, a saber: cíngulo escapular, braço, antebraço e mão. O Cíngulo escapular (ou peitoral) quando completamente desenvolvido, consiste de três ossos – a escápula (ou osso do ombro), a coracóide (no galo) e a clavícula (ou osso do pescoço). O cíngulo escapular só é completamente desenvolvido nas aves e mamíferos inferiores. MEMBRO TORÁCICO BOVINO ESCÁPULA A escápula é um osso plano que se situa sobre a parte cranial da parede lateral do tórax, lateralmente comprimido, onde é mantida em posição por uma estrutura de músculos; sem formar uma articulação convencional com o tronco. É de contorno triangular e apresenta para descrição 2 faces, 3 bordas e 3 ângulos. É a base da região do ombro. Em ungulados, a escápula é prolongada dorsalmente por uma porção não ossificada, a cartilagem escapular, o que aumenta a área para fixação muscular. A cartilagem se torna cada vez mais ossificada e, portanto, mais rígida com a idade. Escápula Equina: vista lateral direita Borda dorsal Ângulo caudal Fossa infra-espinhosa Borda caudal Cavidade glenóide Tubérculo supraglenóide Borda cranial Espinha Fossa supra-espinhosa Ângulo cranial Ângulo cranial Borda dorsal Ângulo caudal Fossa infra-espinhosa Espinha Borda cranial Espinha Tubérculo supraglenóide Acromio Cavidade glenóide Escápula Bovina: vista lateral esquerda A face lateral da escápula é irregularmente dividida por uma espinha em fossas supra-espinhosa (cranial) e infra-espinhosa (caudal), a primeira é a menor das duas. Essa espinha, exceto no equino e no suíno, termina num processo saliente, o acrômio, entretanto, no suíno alguns autores aceitam a existência do acrômio. A face costal está escavada longitudinalmente. A borda cranial é convexa, a caudal é côncava e a dorsal suporta a cartilagem escapular. O ângulo cranial encontra-se na junção das bordas cranial e dorsal, a caudal é espesso e rugoso, e ventral ou glenóide une-se ao corpo do osso pelo colo da escápula, é alargado e suporta a cavidade glenóide. A clavícula está reduzida a uma interseção fibrosa no músculo braquiocefálico. Na face medial encontra-se a fossa subescapular. Borda dorsal Ângulo cranial Ângulo caudal Fossa supra-espinhosa Fossa infra-espinhosa Borda cranial Espinha Acromio Cavidade glenóide Tubérculo supraglenóide Escápula Suína: vista lateral direita Ângulo caudal Ângulo cranial Face serrátil Borda dorsal Fossa subescapular Borda caudal Borda cranial Escápula Suína: vista medial direita Borda dorsal Ângulo cranial Ângulo caudal Face serrátil Borda caudal Borda cranial Fossa subescapular Escápula equina: vista medial esquerda Borda Crinal Borda Caudal Face Serrátil Fossa Subescapular Borda Dorsal Tubérculo Supra-Glenóide Cavidade Glenóide Vista Ventral ÚMERO O úmero forma o esqueleto do braço, é um osso longo que se estende do ombro proximalmente, onde se articula com a escápula, até ao cotovelo distal e caudalmente onde se articula com o rádio e a ulna, respectivamente. Assim, pode-se dizer que se situa obliquamente contra a parede ventral do tórax, mais horizontalmente nas grandes espécies que nas pequenas. Em eqüinos e bovinos, é relativamente mais curto e um osso vigoroso que nos pequenos ruminantes. O corpo (diáfise) é irregularmente cilíndrico e tem a aparência de ter sofrido uma torção. No suíno parece um J sem falício sem o trago. Na extremidade proximal do úmero existe uma grande cabeça articular (caudo-medial) que se articula na cavidade glenóide da escápula. Nessa extremidade do osso (epífise proximal) existem ainda duas protuberâncias, os tubérculos maior (lateral) e menor (medial); que são separadas pelo sulco intertubercular. No cavalo, as protuberâncias são mais ou menos iguais, mas freqüentemente, a protuberância lateral (tubérculo maior) é maior, como ocorre no bovino. No boi, ambos os tubérculos se dividem em porções cranial e caudal. No cavalo, o sulco intertubercular é moldado por um tubérculo intermediário. A extremidade distal apresenta côndilos articulares, denominados de capitula (côndilo lateral) e tróclea (côndilo medial), que formam um ângulo em relação ao eixo do corpo. Os côndilos articulam-se com a fovea do rádio. Em todas as espécies, a parte caudal do sulco da tróclea é prolongada por uma fossa profunda (olécrano), que recebe o processo ancôneo da ulna. Esta termina com duas saliências comuns aos condilos. O epicôndilo medial da origem aos músculos flexores do corpo e dos dedos, e o epicôndilo lateral da origem aos músculos extensores do corpo e dedos. Vista lateral - úmero direito Eqüino Tubérculo maior Cabeça Tuberosidade deltoide Fossa do olécrano Colo Tubérculo intermediário Fossa Radial Tróclea Capítulo Suíno Tubérculo maior Cabeça Tuberosidade deltoide Fossa Radial Tróclea Capítulo Vista Lateral - Suíno Sulco intertubercular Tubérculo maior Tubérculo menor Epífise proximal Fossa Radial Diáfise Epífise distal Vista cranial – úmero direito A tuberosidade deltóide é menos proeminente no bovino do que no eqüino. No suíno é muito pequena. Eqüino Tubérculo maior Tubérculo menor Tuberosidade deltóide Sulco intertubercular Tubérculo intermediário Fossa Radial Capítulo Tróclea Vista caudal da epífise distal Fossa olecrânica Suíno Tubérculo maior Tubérculo menor Sulco intertubercular Tuberosidade deltóide Fossa Radial Capítulo Côndilos Tróclea ANTEBRAÇO Há dois ossos, o rádio e a ulna. Estes variam quanto ao tamanho e a mobilidade. No cavalo e no boi os ossos são fundidos e a parte distal do membro é fixada na posição de pronação. O rádio está colocado cranialmente e suporta o peso. A ulna é bem desenvolvida somente em sua parte proximal, que forma uma alavanca para os músculos extensores do cotovelo. No suíno a ulna é maior e mais longo dos dois ossos, mas está intimamente unida no lado caudal ao rádio. RÁDIO E ULNA O rádio e a ulna formam o esqueleto do antebraço. A ulna é caudal ao rádio na parte superior do antebraço, mas lateral na parte inferior. Na maioria dos animais domésticos, esses dois ossos são mantidos firmemente juntos por ligamentos ou por fusão na porção inclinada. Desta maneira, a capacidade para movimentos como supinação ou pronação é reduzida ou inexistente. Nos ungulados, os ossos estão fundidos, condição que atinge seu extremo no cavalo, em que apenas a extremidade superior da ulna permanece distinta. O rádio é um osso semelhante a uma haste, em geral mais forte que a ulna em ungulados. A extremidade proximal é dilatada transversalmente. No suíno o rádio é curto e estreito, mas espesso. O corpo aumenta de tamanho distalmente. Articula-se com a superfície articular distal do úmero. O corpo é comprimido craniocaudalmente e lateralmente em seu comprimento. A parte distal da superfície cranial é sulcada para a passagem dos tendões extensores, e possui na superfície caudal a fúrcula para a fixação muscular. A extremidade distal do rádio é algo dilatada. Apresenta uma superfície articular que é côncava em sua parte cranial e convexa em sua parte caudal em ungulados. Medial à articulação radiocárpica, o rádio é prolongado em um processo estilóide; a projeção lateral correspondente é formada pela ulna e no cavalo pela porção do rádio que representa a ulna incorporada. O corpo da ulna, em geral, é reduzido e se afila. Em um cavalo, sua extremidade distal está incorporada ao rádio. Vista lateral – rádio e ulna esquerdos de equino Processo ancôneo Fóvea do rádio Corpo do rádio Espaço inter-osseo Corpo da Ulna Superfície articular cárpica Tuberosidade do olécrano Processo estilóide Rádio e Ulna direitos de Suíno Vista caudal – rádio e ulna esquerdos Tuberosidade do olécrano Processo ancôneo Espaço inter-osseo Corpo da Ulna Ulna Corpo do rádio Tuberosidade do olécrano Processo ancôneo Fóvea do Rádio Corpo do Rádio Corpo da Ulna Processo estilóide VISTA MEDIAL DIREITA Radio e Ulna esquerdo de Bovino Tuberosidade do olécrano Processo ancôneo Fóvea do Rádio Espaço interósseo Corpo do Rádio Corpo da Ulna Processo estilóide VISTA MEDIAL 15
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Com o envelhecimento, tecido adiposo também vem a se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente. A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se estes tipos celulares típicos: Osteócitos: estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação direta entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea. Osteoblastos: sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia. Possuem sistema de 5 comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese proteica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basofílico. Osteoclastos: participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas da fusão de monócitos que atravessam os capilares sanguíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo. Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship. 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Os vasos metafisários e epifisários que provêm das artérias articulares suprem o osso esponjoso e a medula óssea nas extremidades do osso. As veias maiores do osso esponjoso, em geral, não acompanham a as artérias, mas emergem principalmente próximas às superfícies articulares. Os vasos linfáticos existem como canais perivasculares no periósteo e nos canais de Harvers da substância compacta. As fibras nervosas acompanham os vasos sanguíneos do osso. Algumas são vasomotoras e outras são sensítivas para o periósteo. 6 CAPÍTULO 3: OSTEOLOGIA ANIMAL COMPARADA O MEMBRO TORÁCICO O membro torácico consiste de quatro segmentos principais, a saber: cíngulo escapular, braço, antebraço e mão. O Cíngulo escapular (ou peitoral) quando completamente desenvolvido, consiste de três ossos – a escápula (ou osso do ombro), a coracóide (no galo) e a clavícula (ou osso do pescoço). O cíngulo escapular só é completamente desenvolvido nas aves e mamíferos inferiores. 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Escápula Equina: vista lateral direita Borda dorsal Ângulo caudal Fossa infra-espinhosa Borda caudal Cavidade glenóide Tubérculo supraglenóide Borda cranial Espinha Fossa supra-espinhosa Ângulo cranial Ângulo cranial Borda dorsal Ângulo caudal Fossa infra-espinhosa Espinha Borda cranial Espinha Tubérculo supraglenóide Acromio Cavidade glenóide Escápula Bovina: vista lateral esquerda A face lateral da escápula é irregularmente dividida por uma espinha em fossas supra-espinhosa (cranial) e infra-espinhosa (caudal), a primeira é a menor das duas. Essa espinha, exceto no equino e no suíno, termina num processo saliente, o acrômio, entretanto, no suíno alguns autores aceitam a existência do acrômio. A face costal está escavada longitudinalmente. A borda cranial é convexa, a caudal é côncava e a dorsal suporta a cartilagem escapular. O ângulo cranial encontra-se na junção das bordas cranial e dorsal, a caudal é espesso e rugoso, e ventral ou glenóide une-se ao corpo do osso pelo colo da escápula, é alargado e suporta a cavidade glenóide. A clavícula está reduzida a uma interseção fibrosa no músculo braquiocefálico. Na face medial encontra-se a fossa subescapular. Borda dorsal Ângulo cranial Ângulo caudal Fossa supra-espinhosa Fossa infra-espinhosa Borda cranial Espinha Acromio Cavidade glenóide Tubérculo supraglenóide Escápula Suína: vista lateral direita Ângulo caudal Ângulo cranial Face serrátil Borda dorsal Fossa subescapular Borda caudal Borda cranial Escápula Suína: vista medial direita Borda dorsal Ângulo cranial Ângulo caudal Face serrátil Borda caudal Borda cranial Fossa subescapular Escápula equina: vista medial esquerda Borda Crinal Borda Caudal Face Serrátil Fossa Subescapular Borda Dorsal Tubérculo Supra-Glenóide Cavidade Glenóide Vista Ventral ÚMERO O úmero forma o esqueleto do braço, é um osso longo que se estende do ombro proximalmente, onde se articula com a escápula, até ao cotovelo distal e caudalmente onde se articula com o rádio e a ulna, respectivamente. Assim, pode-se dizer que se situa obliquamente contra a parede ventral do tórax, mais horizontalmente nas grandes espécies que nas pequenas. 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A extremidade distal apresenta côndilos articulares, denominados de capitula (côndilo lateral) e tróclea (côndilo medial), que formam um ângulo em relação ao eixo do corpo. Os côndilos articulam-se com a fovea do rádio. Em todas as espécies, a parte caudal do sulco da tróclea é prolongada por uma fossa profunda (olécrano), que recebe o processo ancôneo da ulna. Esta termina com duas saliências comuns aos condilos. O epicôndilo medial da origem aos músculos flexores do corpo e dos dedos, e o epicôndilo lateral da origem aos músculos extensores do corpo e dedos. Vista lateral - úmero direito Eqüino Tubérculo maior Cabeça Tuberosidade deltoide Fossa do olécrano Colo Tubérculo intermediário Fossa Radial Tróclea Capítulo Suíno Tubérculo maior Cabeça Tuberosidade deltoide Fossa Radial Tróclea Capítulo Vista Lateral - Suíno Sulco intertubercular Tubérculo maior Tubérculo menor Epífise proximal Fossa Radial Diáfise Epífise distal Vista cranial – úmero direito A tuberosidade deltóide é menos proeminente no bovino do que no eqüino. No suíno é muito pequena. Eqüino Tubérculo maior Tubérculo menor Tuberosidade deltóide Sulco intertubercular Tubérculo intermediário Fossa Radial Capítulo Tróclea Vista caudal da epífise distal Fossa olecrânica Suíno Tubérculo maior Tubérculo menor Sulco intertubercular Tuberosidade deltóide Fossa Radial Capítulo Côndilos Tróclea ANTEBRAÇO Há dois ossos, o rádio e a ulna. Estes variam quanto ao tamanho e a mobilidade. No cavalo e no boi os ossos são fundidos e a parte distal do membro é fixada na posição de pronação. O rádio está colocado cranialmente e suporta o peso. A ulna é bem desenvolvida somente em sua parte proximal, que forma uma alavanca para os músculos extensores do cotovelo. No suíno a ulna é maior e mais longo dos dois ossos, mas está intimamente unida no lado caudal ao rádio. RÁDIO E ULNA O rádio e a ulna formam o esqueleto do antebraço. A ulna é caudal ao rádio na parte superior do antebraço, mas lateral na parte inferior. Na maioria dos animais domésticos, esses dois ossos são mantidos firmemente juntos por ligamentos ou por fusão na porção inclinada. Desta maneira, a capacidade para movimentos como supinação ou pronação é reduzida ou inexistente. Nos ungulados, os ossos estão fundidos, condição que atinge seu extremo no cavalo, em que apenas a extremidade superior da ulna permanece distinta. O rádio é um osso semelhante a uma haste, em geral mais forte que a ulna em ungulados. A extremidade proximal é dilatada transversalmente. No suíno o rádio é curto e estreito, mas espesso. O corpo aumenta de tamanho distalmente. Articula-se com a superfície articular distal do úmero. O corpo é comprimido craniocaudalmente e lateralmente em seu comprimento. A parte distal da superfície cranial é sulcada para a passagem dos tendões extensores, e possui na superfície caudal a fúrcula para a fixação muscular. A extremidade distal do rádio é algo dilatada. Apresenta uma superfície articular que é côncava em sua parte cranial e convexa em sua parte caudal em ungulados. Medial à articulação radiocárpica, o rádio é prolongado em um processo estilóide; a projeção lateral correspondente é formada pela ulna e no cavalo pela porção do rádio que representa a ulna incorporada. O corpo da ulna, em geral, é reduzido e se afila. Em um cavalo, sua extremidade distal está incorporada ao rádio. Vista lateral – rádio e ulna esquerdos de equino Processo ancôneo Fóvea do rádio Corpo do rádio Espaço inter-osseo Corpo da Ulna Superfície articular cárpica Tuberosidade do olécrano Processo estilóide Rádio e Ulna direitos de Suíno Vista caudal – rádio e ulna esquerdos Tuberosidade do olécrano Processo ancôneo Espaço inter-osseo Corpo da Ulna Ulna Corpo do rádio Tuberosidade do olécrano Processo ancôneo Fóvea do Rádio Corpo do Rádio Corpo da Ulna Processo estilóide VISTA MEDIAL DIREITA Radio e Ulna esquerdo de Bovino Tuberosidade do olécrano Processo ancôneo Fóvea do Rádio Espaço interósseo Corpo do Rádio Corpo da Ulna Processo estilóide VISTA MEDIAL 15