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Medicina Veterinária ·

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DESCRIÇÃO Os anfíbios silvestres nativos e exóticos e suas exigências ambientais fisiológicas e comportamentais inseridas em um contexto de criação animal PROPÓSITO Compreender os aspectos da criação dos anfíbios silvestres nativos e exóticos para o êxito do uso e do manejo dos espécimes por serem organismos com particularidades muito distintas de outros animais já que nos últimos anos o interesse pelos anfíbios aumentou bastante OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os anfíbios silvestres nativos e exóticos de importância comercial MÓDULO 2 Descrever as instalações e manejo da criação de anfíbios silvestres nativos e exóticos MÓDULO 3 Reconhecer a legislação aplicada e o bemestar na criação de anfíbios silvestres nativos e exóticos INTRODUÇÃO Os anfíbios são animais fascinantes e que a partir das últimas décadas passaram a ser mais estudados ampliandose assim o conhecimento a seu respeito Entretanto dada a versatilidade biológica desse grupo de animais continuamos a saber muito pouco sobre eles Por isso ainda há muitas dificuldades para se criar anfíbios em cativeiro especialmente os exóticos e silvestres Além disso os anfíbios são muito sensíveis às degradações ambientais sendo um dos grupos zoológicos mais ameaçados de extinção Não é à toa que estudos feitos com esses animais demonstram que eles podem nos ajudar nas investigações ambientais sendo considerados bioindicadores Nesse contexto aprenderemos quem são os anfíbios e quais são suas características fisiológicas anatômicas comportamentais e evolutivas que moldam e complicam a criação desses animais em cativeiro MÓDULO 1 Identificar os anfíbios silvestres nativos e exóticos de importância comercial INTRODUÇÃO AOS ANFÍBIOS Você conhece a classe de vertebrados Amphibia Amphibia é o nome científico dos anfíbios na Taxonomia Zoológica Talvez a principal referência de anfíbio para nós seja o sapo Mas além dele existem muitos outros anfíbios Uns parecidos com os sapos como as rãs e pererecas mas outros que lembram minhocas como as cecílias Imagem Shutterstockcom Diferentes tipos de anfíbios Você conhece a importância econômica desses animais Quais são suas necessidades de manejo Compreende que existe uma série de leis e regras que são aplicadas à criação desses animais em cativeiro Caso não tenha resposta a nenhuma dessas perguntas não se preocupe Ao longo dos nossos estudos responderemos a essas e a tantas outras perguntas a respeito dos anfíbios Vamos começar conhecendo um pouco mais sobre o grupo ANFÍBIO QUE BICHO É ESSE Os anfíbios são assim chamados porque grande parte das espécies apresenta duas fases Imagem shutterstockcom FASE LARVAL AQUÁTICA Na forma de girino Fase com respiração branquial e em sua maioria alimentação herbívora algas fitoplâncton Imagem shutterstockcom FASE ADULTA TERRESTRE Fase com respiração pulmonar e cutânea e alimentação carnívora baseada sobretudo na ingestão de artrópodes Imagem Shutterstockcom Ciclo de desenvolvimento dos anfíbios Atualmente no mundo a classe Amphibia engloba cerca de 8282 espécies das quais mais de 1100 ocorrem no Brasil Isso coloca o Brasil em primeiro lugar em diversidade de anfíbios Essa megadiversidade denota a responsabilidade ambiental que possuímos no sentido de preservar esses animais Mostra também a oportunidade comercial que um grupo tão diverso de espécies representa especialmente para as indústrias alimentícia química farmacêutica e cosmética e para o comércio de pets PETS Pet é animal de estimação em inglês A palavra parece ter surgido para identificar os animais domados Passando posteriormente a ser usada no sentido de animal favorito e em seguida animal de estimação TAXONOMIA DOS ANFÍBIOS Características morfofuncionais dos anfíbios 1 Esqueleto em grande parte ósseo número variável de vértebras costelas presentes em algumas espécies ausentes ou fusionadas às vertebras em outras a notocorda não persiste 2 Forma do corpo variável desde um tronco alongado com cabeça pescoço e cauda distintos até um corpo compacto e achatado com cabeça e tronco fusionados e sem pescoço intermediário 3 Usualmente são tetrápodes ou seja possuem quatro membros mas há espécies desprovidas de membros membro anterior usualmente com quatro dígitos mas algumas vezes cinco ou até mais Membranas interdigitais frequentemente presentes não há unhas ou garras verdadeiras 4 Pele lisa e úmida com diversas glândulas podendo ser venenosas células pigmentadas cromatóforos são comuns variando consideravelmente não há escamas exceto por escamas dérmicas escondidas em alguns 5 Boca usualmente grande com pequenos dentes na maxila superior ou em ambas duas narinas se abrem na parte anterior da cavidade oral 6 Respiração por meio de pulmões ausentes em algumas salamandras pele e brânquias em alguns separadamente ou em combinação brânquias externas nas formas larvais que podem persistir por toda a vida em alguns 7 Circulação com coração de três câmaras dois átrios e um ventrículo e uma circulação dupla através do coração pele abundantemente vascularizada 8 Ectotérmicos necessitam de fonte externa de calor para manterem a temperatura corporal 9 Sistema excretor constituído por pares de rins mesonéfricos a ureia é o principal resíduo nitrogenado 10 Possuem dez pares de nervos cranianos 11 Sexos separados fecundação principalmente interna nas salamandras e cecílias e externa nos sapos e rãs predominantemente ovíparos alguns ovovivíparos ou vivíparos metamorfose usualmente presente ovos moderadamente providos de vitelo mesolécitos recobertos por uma membrana gelatinosa Atenção Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Extraído de HICKMAN et al 2009 p 517 Imagem Shutterstockcom Ilustração de características dos anfíbios No entanto devido a diferenças evolutivas anatômicas fisiológicas comportamentais e ecológicas os anfíbios são agrupados em três ordens distintas ORDEM GYMNOPHIONA Foto Shutterstockcom Exemplar de Ichthyophis sp A ordem Gymnophiona Também conhecida como Apoda reúne cecílias cobrascegas e é o grupo menos diverso no mundo Esses animais têm hábito de vida discreto e fossorial Vive enterrado por isso são pouco estudados havendo provavelmente muitas espécies ainda não descritas Por não possuírem patas e apresentarem os olhos pequenos as espécies desta ordem são frequentemente confundidas com cobras e minhocas maiores Ocorrem em regiões tropicais com representantes terrestres ou totalmente aquáticos quando adultos Algumas espécies são ovíparas e outras vivíparas Todas as espécies são carnívoras A longevidade de Gymnophiona em cativeiro chega a nove anos OVÍPARAS Espécies ovíparas são aquelas cujo embrião se desenvolve dentro de ovos no meio ambiente ou seja sem ligação com o corpo da mãe VIVÍPARAS Os embriões se desenvolvem dentro do corpo da mãe Imagem Shutterstockcom Exemplar de Typhlonectes compressicauda SAIBA MAIS Na prática veterinária atendimentos clínicos de espécies de Gymnophiona são pouco comuns assim como são observados poucos animais desta ordem criados como pets ORDEM CAUDATA A ordem Caudata Também conhecida como Urodela agrupa os anfíbios com cauda como salamandras axolotes e tritões Os representantes desta ordem são muito estudados nos Estados Unidos onde está concentrado o maior número de espécies TRITÕES Informalmente os tritões são as salamandras aquáticas pertencentes à família Salamandridae Poucas espécies desta ordem vivem longe da água ou de ambientes úmidos há representantes que são totalmente aquáticos e outros que alternam o ambiente aquático com o terrestre em diferentes fases do desenvolvimento Os Caudata são carnívoros e se alimentam de artrópodes gastrópodes aracnídeos anelídeos crustáceos e outros vertebrados inclusive mamíferos As salamandras são animais longevos com as espécies maiores vivendo mais do que as menores chegando a 55 anos Muitas espécies de Caudata são mantidas como pets No entanto a criação comercial desses animais é pouco viável Logo os espécimes de estimação em geral são capturados da natureza Um exemplo é o axolote Ambystoma mexicanum de 23cm de comprimento Está em perigo crítico na natureza devido à sobreexploração para uso como pet São alguns animais da ordem Caudata Foto Shutterstockcom Exemplar de Salamandra salamandra Foto Shutterstockcom Tritão da espécie Notophthalmus viridescens A pele desse animal produz uma toxina para defendêlo de predação Foto Shutterstockcom Axolote da espécie Ambystoma mexicanum Espécie ameaçada por conta de seu uso como pet ORDEM ANURA A ordem Anura reúne a maioria das espécies de anfíbios do mundo além de possuir os representantes mais estudados e conhecidos tanto pela comunidade científica quanto pelas pessoas de modo geral Também é a que possui o maior número de espécies mantidas como pet Pertencem à ordem Anura sapos rãs jias e pererecas Foto Shutterstockcom Exemplar de Ranitomeya ventrimaculata Foto Shutterstockcom Jia ou rã gigante da espécie Leptodactylus labyrinthicus Foto Shutterstockcom Sapos arborícolas possuem membranas nas extremidades que permitem que planem no ar Os Anuros se caracterizam por possuírem diferentes modos de locomoção podem saltar caminhar escalar nadar e planar além de adaptações e especializações do tegumento da dieta e da capacidade reprodutiva Por isso tornaramse capazes de viver em diferentes tipos de habitat como terrestre arborícola e aquático nas mais variadas condições de altitude ou umidade Todos os animais da ordem Anura quando adultos são carnívoros entretanto no estado larval a maioria é herbívora A alimentação de Anuros adultos é baseada na ingestão de insetos crustáceos anelídeos e outros vertebrados Há espécies que se alimentam principalmente de outros anfíbios A longevidade de algumas espécies ultrapassa 36 anos de idade SAIBA MAIS Infelizmente ainda é grande o número de espécimes de Anuros que são capturados na natureza porém é cada vez maior o número de animais nascidos em cativeiro Dessa maneira é muito importante conhecer bem o grupo para aproveitar a oportunidade que um número tão expressivo de animais representa para o mercado de trabalho No quadro seguinte observe a ocorrência geográfica e a diversidade de espécies de anfíbios no Brasil e no mundo Ordem Distribuição geográfica Número descrito de espécies no planeta Número aproximado de espécies no Brasil Gymnophiona São encontrados na América do Sul principal área de ocorrência África e sudeste da Ásia 214 38 Caudata São encontrados em quase todas as regiões temperadas do Hemisfério Norte sendo abundantes e diversos na América do Norte São também encontrados nas regiões temperadas da América Central e norte da América do Sul 767 5 Anura São encontrados em todos os continentes com exceção da Antártica Entretanto a maior concentração de diversidade de espécies está nas florestas tropicais 7301 1094 Atenção Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Diversidade por espécies de anfíbios Extraído de American Museum of Natural History e Sociedade Brasileira de Herpetologia adaptado por Rodrigo Oliveira GYMNOPHIONA Foto Shutterstockcom CAUDATA Foto Shutterstockcom ANURA Foto Shutterstockcom DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS Neste vídeo falaremos sobre as oportunidades de trabalho relacionadas à exploração comercial de anfíbios e sobre as principais ameaças que afetam esse grupo animal O QUE SÃO ANFÍBIOS SILVESTRES NATIVOS E EXÓTICOS Os animais de uma região podem ser classificados em diversos tipos De acordo com as classificações estabelecidas pela Instrução Normativa IBAMA n 1412006 e Portaria IBAMA n 931998 a fauna pode ser classificada como FAUNA DOMÉSTICA Todos aqueles animais que por meio de processos tradicionais e sistematizados de manejo ou melhoramento zootécnico tornaramse domésticas apresentando características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem podendo apresentar fenótipo variável diferente da espécie silvestre que os originou Inciso III do art 2º da Portaria n 93 IBAMA1998 FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA São todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas migratórias e quaisquer outras aquáticas ou terrestres que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do Território Brasileiro ou em águas jurisdicionais brasileiras Inciso I do art 2º da Portaria n 93 IBAMA1998 FAUNA SILVESTRE EXÓTICA São todos aqueles animais pertencentes às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro e as espécies ou subespécies introduzidas pelo homem inclusive domésticas em estado asselvajado ou alçado Também são consideradas exóticas as espécies ou subespécies que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e de suas águas jurisdicionais e que tenham entrado em território brasileiro Inciso II do art 2º da Portaria n 93 IBAMA1998 FAUNA EXÓTICA INVASORA Animais introduzidos a um ecossistema do qual não fazem parte originalmente mas onde se adaptam e passam a exercer dominância prejudicando processos naturais e espécies nativas além de causar prejuízos de ordem econômica e social Inciso III do art 2º da Instrução Normativa n 141 IBAMA 2006 FAUNA SINANTRÓPICA Populações animais de espécies silvestres nativas ou exóticas que utilizam recursos de áreas antrópicas de forma transitória em seu deslocamento como via de passagem ou local de descanso ou permanente utilizandoas como área de vida Inciso IV do art 2º da Instrução Normativa n 141 IBAMA 2006 FAUNA SINANTRÓPICA NOCIVA Fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana causandolhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental ou que represente riscos à saúde pública Inciso V do art 2º da Instrução Normativa n 141 IBAMA 2006 EXEMPLO A rã Lithobates catesbeianus popularmente conhecida como rãtouroamericana é a espécie que reúne algumas qualidades que a torna a espécie mais indicada para a produção de carne É uma espécie exótica não ocorrendo naturalmente no território nacional Por outro lado as espécies Leptodactylus labyrinthicus rãpimenta e Leptodactylus ocellatus rãmanteiga pertencem à nossa fauna sendo domésticas Com relação ao conceito de fauna silvestre exótica compete esclarecer que uma espécie pode ser considerada exótica quando ela é encontrada fora da sua área de distribuição natural Existe uma espécie de sapo popularmente conhecida como sapocanoeiro Hyla boans que no Brasil só ocorre na Bacia Amazônica Portanto tratase de uma espécie pertencente à Fauna Silvestre Brasileira Por outro lado em se tratando de Mata Atlântica Hyla boans é considerada uma espécie exótica De maneira que quando falamos sobre fauna exótica temos que ter cuidado EXEMPLO Na Fauna Silvestre Brasileira ha atualmente cinco espécies de salamandra descritas todas pertencentes ao mesmo género e de ocorréncia na Amazénia logo sao exdticas aos demais biomas brasileiros Com relagao ao sinantropismo partese do principio de que os animais mesmo sendo silvestres ao se aproximarem das residéncias humanas por destruigao de seu habitat natural passam a conviver conosco Diferentemente de animais domésticos os animais sinantropicos sao indesejaveis porque sujam as casas destroem os alimentos e até causam doengas no homem e em outros animais Quando eles tém potencial de causar danos a satude humana sao considerados sinantrépicos nocivos Qualquer animal silvestre pode ser sinantrdpico No caso dos anfibios quando a zona urbana se expande para areas antes conservadas esses animais podem se tornar sinantrdpicos Nesse caso é importante ter muito cuidado pois os anfibios sao conhecidos por abrigarem varias bactérias que possuem potencial patogénico além de certas toxinas que produzem que sao potencialmente perigosas para o homem e para os animais domésticos VOCÊ SABIA A cobracega da espécie Siphonops annulatus que está presente em alguns países da América do Sul sendo que no Brasil ocorre praticamente em todo o território possui glândulas peçonhentas Essa toxina pode causar paralisia ou morte em ratos e em outros Anuros Outro exemplo de toxina produzida por anfíbios é aquela produzida pela rã da espécie Phyllobates terribilis que é encontrada na Colômbia Bolívia Equador Brasil e por toda a área tropical da América do Sul sobretudo na Amazônia A toxina desse animal conhecida como homobatracotoxina é tão potente que um mísero grama é suficiente para matar diversos seres humanos Não à toa essa rã é considerada o animal vertebrado mais peçonhento do mundo Foto Shutterstockcom Phyllobates terribilis ATENÇÃO Atualmente algumas pessoas têm sapos e outras espécies de anfíbios como animais de estimação mas isso não faz desses espécimes animais domésticos A domesticação de animais é um processo muito longo que jamais é alcançada durante a vida de um único indivíduo INTERESSE PELOS ANFÍBIOS Os anfíbios sobretudo os Anuros são espécies de muito interesse para a humanidade dadas as diversas possibilidades de aplicações desses animais Considerando as características fisiológicas e comportamentais dos anfíbios de modo geral eles servem como indicadores ambientais e podem ser úteis em investigações de impactos ambientais No passado e mesmo nos dias atuais mas com menos intensidade os anfíbios são empregados como cobaias para estudos anatômicos de fisiologia muscular de neurologia e de embriologia Tendo em vista o arsenal químico que os sapos produzem para se defenderem as indústrias farmacêutica e cosmética são ávidas por estudálos e descobrir o potencial dessas substâncias Há anos várias espécies de rãs são criadas em cativeiro para a produção de carne destinada à alimentação humana A pele desses animais também gera interesse comercial para a indústria da moda Foto Shutterstockcom A carne de rã é bastante consumida no país Recentemente pela redução do tamanho das casas e do tempo disponível para se dedicar a um animal de estimação entre outros motivos tem crescido o número de pessoas com interesse em possuir uma rã um sapo ou até mesmo uma salamandra como animal de estimação ESPÉCIES DE ANFÍBIOS DE INTERESSE COMERCIAL Diversas são as espécies de anfíbios que despertam interesse comercial Algumas delas são amplamente criadas em cativeiro outras ainda são capturadas na natureza dada a dificuldade de criálas ou porque em cativeiro elas não reproduzem as mesmas condições fisiológicas que apresentam em vida livre ANFÍBIOS DE INTERESSE PARA AS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICA E COSMÉTICA A pele dos anfíbios possui glândulas que secretam substâncias para manter a própria pele úmida e para proteger os animais de predadores e de agentes patogênicos Alguns sapos da família Dendrobatidae são de especial interesse para as indústrias farmacêutica e cosmética Os sapos da família Dendrobatidae são conhecidos por produzirem substâncias altamente tóxicas por glândulas na pele que podem inclusive ser fatais para o homem como é o caso da toxina produzida por Phyllobates terribilis já mencionada que é capaz de matar um homem que simplesmente toque em sua pele O mais interessante é que esses animais são pequenos e bem coloridos sendo considerados sapinhos bonitinhos Além disso quando retirados da natureza e mantidos em cativeiro aceitam uma dieta doméstica e os espécimes nascidos em cativeiro perdem a maioria das toxinas da pele Foto Shutterstockcom Exemplar de sapo venenoso Dendrobates tinctorius da família Dendrobatidae Há também várias espécies de pererecas e rãs que são estudadas por essas indústrias por causa das secreções que produzem A seguir apresentamos dois deles PSEUDIS PARADOXA Você já ouviu falar em uma rã da espécie Pseudis paradoxa Esse animalzinho de pouco mais de 4cm que ocorre no Brasil produz uma secreção na pele capaz de protegêlo de infecções Mas além disso essa substância é capaz de estimular a secreção de insulina em células do pâncreas humano A indústria farmacêutica vem estudando o potencial dessa substância há anos PHYLLOMEDUSA BICOLOR Na Amazônia a perereca chamada rãkambô Phyllomedusa bicolor de cuja pele se retira uma secreção que possui diversas propriedades medicinais é muito usada na medicina tradicional indígena A secreção da rãkambô tem ação contra algumas bactérias como a Pseudomonas aeruginosa e contra alguns protozoários como Leishmania amazonenses Plasmodium falciparum e Trypanosoma cruzi Além disso é sabido que a secreção também é capaz de inibir a infecciosidade do vírus HIV sem destruir as células humanas Imaginem se esses animais tivessem sido extintos antes do homem fazer essas descobertas Essas pesquisas teriam sido inviabilizadas ANFÍBIOS DE INTERESSE PARA A INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA E DA MODA Por não produzirem secreções venenosas e por terem os membros mais desenvolvidos entre outros aspectos quando se pensa em anfíbios utilizados na alimentação humana estamos nos referindo às rãs A carne da rã é semelhante à de outras carnes brancas magras apresentando valores calóricos e teor de lipídios mais baixos e proteína de alto valor biológico Foto Shutterstockcom A produção de carne de rã no Brasil é bastante expressiva sendo o país considerado o maior produtor de rãs em sistema intensivo do mundo No entanto considerando a população brasileira essa atividade tem muito espaço para crescer Existem várias espécies de rãs que são utilizadas para consumo humano conforme o quadro a seguir Nome científico Nome popular Origem Conraua goliath Rãgolias Exótica Galyptocephallela grayi Rãgigantechilena Exótica Hyla arbórea Rãverdeeuropeia Exótica Leptodactylus flavopictus Rãdeseta Nacional Leptodactylus labyrinticus Rãpimenta Nacional Leptodactylus macrosternum Rãcaçote Nacional Leptodactylus ocellatus Rãmanteiga Nacional Leptodactylus pentadactylus Rãdefumadadaselva Nacional Lithobates catesbeianus Rãtouroamericana Exótica Lithobates palmipes Jia Nacional Rana pustulosa Rãmexicana Exótica Rana temporária Rãrussa ou rãvermelha Exótica Atenção Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Espécies de rãs empregadas na alimentação humana Elaborado por Rosemery Corrêa de Oliveira Almeida Foto Shutterstockcom Rãtouroamericana Sem dúvida as espécies nacionais por já estarem adaptadas às nossas condições ambientais seriam consideradas a melhor escolha Entretanto por razões de rendimento prolificidade precocidade e adaptação ao cativeiro a espécie rãtouroamericana é a mais indicada para a criação Antigamente a pele das rãs era considerada um resíduo da produção desses animais No entanto atualmente a indústria da moda tem utilizado esse material após o devido tratamento para a confecção de calçados bolsas cintos e outros acessórios Foto Shutterstockcom A pele de rãs possui um aspecto que interessa à indústria da moda ANFÍBIOS DE INTERESSE COMO ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO A variedade de anfíbios utilizados como pets é enorme e crescente o que tem incrementado o grau de ameaça de algumas espécies na natureza e fomentado a criação de muitos animais em cativeiro Conheçam algumas das espécies que já são muito difundidas como animais de estimação e podem ser encontradas em estabelecimentos comerciais Agalychnis callidryas conhecido como o sapodeolhosvermelhos Rhacophorus margaritifer conhecido como sapinho voador Litoria caerulea conhecido como sapinho australiano Sclerophrys regularis conhecido como bufo Ceratophrys cranwelli conhecido como sapo pacman Ceratophrys ornata conhecido como sapodechifre Dendrobates leucomelas conhecido como sapodardo Epipedobates tricolor conhecido como sapofantasma Osteopilus septentrionalis conhecido como relacubana Hyperolius viridiflavus conhecido como sapodejunco Ambystoma mexicanum conhecido como axolote Salamandra salamandra conhecido como salamandrafogo ATENTEMSE QUE NO BRASIL O COMÉRCIO DE SALAMANDRAS E TRITÕES É PROIBIDO COM EXCEÇÃO DO AXOLOTE QUE AINDA É PERMITIDO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1 OS ANFÍBIOS APRESENTAM CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS MUITO PECULIARES O CONHECIMENTO DESSES ASPECTOS É IMPORTANTE PARA A EXPLORAÇÃO COMERCIAL DESSE GRUPO ANIMAL ANALISE AS ALTERNATIVAS ABAIXO E IDENTIFIQUE AQUELA QUE RETRATA UMA CONDIÇÃO FISIOLÓGICA OU COMPORTAMENTAL DOS ANFÍBIOS A Os anfíbios se alimentam de uma dieta variada que inclui folhas flores e frutos além de invertebrados como insetos e aranhas e vertebrados como outros anfíbios roedores e lagartos B Os anfíbios apresentam apenas 2 modalidades de respiração que denotam a sua origem evolutiva de ancestrais aquáticos branquial e cutânea C Os anfíbios podem ser hermafroditas ou ter sexos separados Todos possuem coração com quatro cavidades D Os anfíbios que possuem quatro patas têm nas extremidades membrana interdigital além de unhas e garras muito afiadas E Os anfíbios possuem a pele lisa e úmida que produz secreção tóxica e apresenta cromatóforos que dão coloridos diferentes e às vezes chamativos para o animal 2 POR DIFERENTES RAZÕES OS ANFÍBIOS TÊM ATRAÍDO A ATENÇÃO HUMANA POR CAUSA DISSO MUITAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ESTÃO SOB RISCO DE EXTINÇÃO NA NATUREZA NO ENTANTO CADA VEZ MAIS A CRIAÇÃO INTENSIVA DESSES ANIMAIS VEM SE DESENVOLVENDO CONSIDERANDO AS ALTERNATIVAS ABAIXO MARQUE AQUELA QUE APRESENTA UMA OPÇÃO QUE CORRESPONDE A UM DOS INTERESSES DA HUMANIDADE COM RELAÇÃO AOS ANFÍBIOS A Uso de anfíbios como cobaias em estudos de nutrição parenteral B Análise das substâncias produzidas nas glândulas localizadas na pele dos anfíbios para alimentação de recémnascidos C Criação de anfíbios para alimentação de gado de corte D Emprego de anfíbios como bioindicadores da qualidade ambiental em estudos de impacto ambiental E Consumo da pele considerada de alto valor protético no combate à desnutrição GABARITO 1 Os anfíbios apresentam características fisiológicas e comportamentais muito peculiares O conhecimento desses aspectos é importante para a exploração comercial desse grupo animal Analise as alternativas abaixo e identifique aquela que retrata uma condição fisiológica ou comportamental dos anfíbios A alternativa E está correta Os anfíbios possuem características bastante peculiares como o forte colorido de muitas espécies em razão da presença de cromatóforos em sua pele Secreções venenosas também são produzidas na pele recurso importante na defesa contra predadores e patógenos Algumas características estão ligadas à ancestralidade em animais aquáticos como a respiração branquial e um coração simples com apenas 3 cavidades 2 Por diferentes razões os anfíbios têm atraído a atenção humana Por causa disso muitas espécies de anfíbios estão sob risco de extinção na natureza No entanto cada vez mais a criação intensiva desses animais vem se desenvolvendo Considerando as alternativas abaixo marque aquela que apresenta uma opção que corresponde a um dos interesses da humanidade com relação aos anfíbios A alternativa D está correta Dadas as várias possibilidades de aplicação e de soluções de problemas humanos o interesse pelos anfíbios vem crescendo bastante Um dos usos de conhecimentos adquiridos a partir de estudos em anfíbios está na área ambiental em que são usados como bioindicadores MÓDULO 2 Descrever as instalações e manejo da criação de anfíbios silvestres nativos e exóticos INTRODUÇÃO À CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a se lançarem no meio terrestre há cerca de 500 milhões de anos No entanto foi somente nas últimas três décadas que o interesse pela criação de anfíbios cresceu Por se tratar de animais que estão adaptados a distintos tipos de habitat cuja variabilidade é muito significativa até dentro do mesmo gênero de espécie para espécie a criação e o manejo desses animais não são tarefas fáceis e requerem conhecimentos específicos necessários ao menos quanto a aspectos evolutivos morfológicos fisiológicos e ecológicos Aquele que pretende criar anfíbios ou assessorar um criador antes de mais nada deve ser capaz de responder às seguintes perguntas Foto Shutterstockcom QUAL A ORIGEM DA ESPÉCIE A SER CRIADA EM CATIVEIRO Tratase de uma espécie oriunda de um cativeiro regular ou os animais foram capturados da natureza QUAL O TIPO DE HABITAT PREFERIDO PELA ESPÉCIE EM QUESTÃO Tratase de uma espécie fossorial terrestre arbórea aquática ou semiaquática Quais são as preferências intraespecíficas de temperatura do ar e da água e de umidade do ar COMO O ANIMAL SE COMPORTA Em que período do dia o animal é mais ativo A espécie apresenta comportamento sazonal como hibernação A espécie apresenta comportamentos específicos associados à defesa ou à condição de risco ou estresse QUAL A DIETA DO ANIMAL Qual a preferência e o comportamento alimentar da espécie Como é a alimentação dessa espécie na natureza Em que período do dia o animal tem o hábito de se alimentar Com que frequência o animal come É uma espécie capaz de consumir outros animais criados juntos QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PARÂMETROS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DA ESPÉCIE DE INTERESSE Quais são as características anatômicas de um animal saudável da espécie de interesse tais como tamanho e coloração A espécie apresenta dimorfismo sexual A espécie possui características sazonais variáveis A espécie é potencialmente tóxica para o homem eou outros animais CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES À CRIAÇÃO E AO MANEJO DE ANFÍBIOS EM CATIVEIRO A criação de anfíbios em cativeiro requer conhecimentos sobre aspectos biológicos das espécies de interesse Isso porque conforme as exigências ambientais se as necessidades fisiológicas e comportamentais compatíveis com as dos animais de vida livre não forem atendidas o bemestar dos exemplares cativos estará comprometido e consequentemente o sucesso da criação Cabe acrescentar que a criação de anfíbios é orientada por uma série de regras legislativas que visam à proteção desses animais tanto do ponto de vista ecológico quanto de maustratos abuso e crueldade Imagem Shutterstockcom No tocante ao manejo muitas pessoas acabam tratando os anfíbios como répteis Isso é um erro grave pois a manutenção dos anfíbios está muito mais próxima do manejo utilizado para os peixes do que para os répteis como os lagartos as serpentes e os jabutis CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS EM CATIVEIRO Várias das categorias de uso e manejo da fauna silvestre estabelecidas na Instrução Normativa n 072015 não autorizam a criação de animais em cativeiro para fins de exploração comercial No entanto a exploração comercial dos animais como é o caso dos anfíbios muitas vezes está por trás do que justifica uma criação voltada para a pesquisa na indústria farmacêutica ou para a prática de uma atividade acadêmica Os jardins zoológicos por meio da cobrança de ingressos também exploram os animais economicamente embora sua finalidade original não seja comercial A própria criação de anfíbios para fins conservacionistas pode em última análise implicar em um retorno financeiro para a sociedade considerando que quanto maior for a qualidade ambiental menores serão os gastos com a saúde pública e com a recuperação da natureza Foto Shutterstockcom Portanto é sempre interessante avaliar o que motiva a criação de anfíbios em cativeiro pois muitas vezes isso pode representar uma importante atividade econômica afora outros benefícios que possam estar associados Qual o objetivo de se criar anfíbios em cativeiro Embora de um lado já saibamos quais os benefícios da criação de anfíbios em cativeiro de outro nos perguntamos por que manter esses animais presos em ambientes de criação intensiva tão distantes de seus habitat naturais Com relação aos anfíbios até é possível compreender a criação desses animais para fins de pesquisa e conservação assim como para atender a finalidades alimentares Imagem Shutterstockcom Sapos sendo mantidos em uma gaiola para servirem de alimento humano E por que criar esses animais para abastecer o mercado de pets Já é sabido que os anfíbios não interagem com os humanos e que inclusive sentemse estressados quando manipulados por nós Além disso um dos pontos críticos da criação dos anfíbios é em relação à segurança para impedir que esses animais escapem pois ao que parece eles estão sempre tentando fugir seja saltando caminhando escalando nadando arrastandose ou até mesmo planando no ar Por esse motivo é importante ter o conhecimento necessário para orientar e tornar as criações intensivas de anfíbios exitosas COMENTÁRIO É fundamental que façamos uma análise crítica sobre a relevância dessa atividade para o meio ambiente e para a espécie humana considerando que nós seres humanos somos apenas um produto da própria natureza mas que dada a nossa capacidade racional temos um posicionamento decisório nesse sistema natural nossas práticas devem garantir a sustentabilidade do meio ambiente CRIAÇÃO E MANEJO DE ANFÍBIOS EM CATIVEIRO Diante de tudo que já vimos até aqui vamos agora estudar especificamente os aspectos que garantem a viabilidade de uma criação de anfíbios Por certo tratandose de um ranário ou de um biotério os ambientes de criação as exigências de manejo e os tipos de espécies empregados serão bastante diferenciados No entanto alguns aspectos relacionados à manutenção de anfíbios em cativeiro são comuns a todas as atividades e servem para que possamos dar nossos primeiros passos RANÁRIO Local no qual rãs são criadas para a produção de carne BIOTÉRIO Local onde sapos são mantidos para a pesquisa de substâncias que possam ser usadas na Medicina para o tratamento de doenças REQUISITOS AMBIENTAIS A criação de animais em cativeiro requer conhecimentos sobre a história natural das espécies de interesse uma vez que se as necessidades fisiológicas e comportamentais dos animais não forem satisfeitas a homeostasia do organismo não será preservada e sintomas relacionados ao estresse vão interferir no bemestar animal e consequentemente no sucesso da criação Em se tratando de anfíbios para garantir a viabilidade e o sucesso da criação é fundamental que minimamente as exigências de habitat sejam mantidas no recinto criatório e que este reproduza as condições que as espécies criadas em cativeiro teriam se vivessem em liberdade na natureza EXIGÊNCIAS DE HABITAT Basicamente com relação aos anfíbios há quatro tipos de habitat que importam e cujas condições ambientais devem ser mantidas em cativeiro quais sejam arbóreo terrestre aquático e semiaquático Recintos destinados à manutenção de espécies diferentes desde que outras exigências ambientais específicas e fatais sejam respeitadas principalmente como temperatura e umidade podem reunir as condições de dois ou mais habitat RECINTOS DE CRIAÇÃO Quando se trata de criar animais silvestres é importante ter em mente que a saúde dos espécimes mantidos cativos está intrinsecamente relacionada às condições do recinto Decerto há muitas condições que são específicas mas há tantas outras que se aplicam a todas as espécies de anfíbios tais como segurança das instalações para evitar que o animal escape proteção sonora visual e de vibração área de abrigo substrato oferta e qualidade da água e parâmetros ambientais como iluminação temperatura umidade e ventilação Como os anfíbios têm exigências ambientais muito específicas e ao mesmo tempo multifacetadas consequentemente há terrários e aquaterrários particulares para cada espécie O importante é que nesses terrários haja gradientes de temperatura umidade e iluminação capazes de simular diferentes microambientes de modo que os animais possam escolher onde quando e por quanto tempo ficar ATENÇÃO Para viveiros com muitos animais devese tomar cuidado com o tamanho dos exemplares pois é possível que os maiores ingiram os menores Em caso de viveiros que alojam espécies diferentes o problema é que algumas espécies produzem toxinas que podem ser letais para outras Em um viveiro de anfíbios a qualidade da água a temperatura a iluminação e a umidade são os parâmetros cruciais Condições inadequadas no tocante a quaisquer de um desses parâmetros são causas de estresse e podem levar os animais a óbito em pouco tempo Acerca das condições ideais para viveiros de anfíbios como já dissemos quatro parâmetros merecem maior atenção QUALIDADE DA ÁGUA TEMPERATURA ILUMINAÇÃO UMIDADE QUALIDADE DA ÁGUA Os parâmetros de qualidade da água mais importantes para os anfíbios são dureza oxigênio dissolvido supersaturação de gás amônia nitrito e nitratos pH cloro fosfatos e cobre Contagem de bactérias e pesquisa de coliformes também são importantes para a avaliação de animais doentes TEMPERATURA A temperatura é um dos parâmetros mais importantes para anfíbios em cativeiro Como os anfíbios são animais ectotérmicos e a manutenção da temperatura corporal é baseada em mecanismos comportamentais é essencial que no terrário haja um gradiente de temperatura Lâmpadas para aquecimento ou cobertores elétricos permitem a regulação da temperatura no ambiente ILUMINAÇÃO Devese tentar respeitar o ciclo circadiano dos animais ao máximo Luz de espectro total parece não ser importante para os anfíbios Na dúvida aconselhase uma luz com liberação mínima de UV 2 UMIDADE As condições de umidade devem acompanhar a sazonalidade do habitat de origem dos animais no qual certamente há períodos mais úmidos do que outros Essa variação é importante para estimular a reprodução em cativeiro Recomendase no entanto que ela seja por volta de 80 ATENÇÃO Associada à questão da umidade do recinto está a ventilação que pode atrapalhar a manutenção dos níveis de umidade desejáveis ALIMENTAÇÃO No quesito alimentação os anfíbios são considerados animais generalistas No entanto ao contrário do que se poderia pensar alimentar anfíbios em cativeiro não é uma tarefa fácil uma vez que as necessidades nutricionais desses animais são bastante exigentes incluindo uma variedade de vitaminas minerais aminoácidos e ácidos graxos Dificilmente a dieta em cativeiro consegue ser tão abrangente e garantir a qualidade nutricional que a alimentação em vida livre proporciona a esses animais Muitos criadores de anfíbios ao se depararem com tantas dificuldades desistem de criar esses animais Além disso as necessidades nutricionais dos anfíbios variam conforme as fases do desenvolvimento de vida ANIMAIS GENERALISTAS Apresentam uma variedade de hábitos alimentares sendo capazes de obter bastante proveito dos recursos naturais disponíveis em seu habitat para fins de alimentação DESENVOLVIMENTO DE VIDA É possível enriquecer os alimentos com vitaminas e minerais antes de dálos aos anfíbios No entanto essa prática é um pouco controversa sobretudo porque pouco se conhece sobre as verdadeiras necessidades nutricionais da classe dos anfíbios Foto Shutterstockcom ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE A ALIMENTAÇÃO DE ANFÍBIOS O tamanho dos alimentos é um ponto inquietante na alimentação de anfíbios já que há espécies que engolem o alimento inteiro sem mastigar Por exemplo os girinos são animais muito pequenos tendo poucos milímetros de comprimento Quando adultos muitos sapinhos têm menos de 5cm de comprimento Assim não é nada fácil alimentálos com insetos por exemplo já que tais insetos não podem ser muito grandes a depender da fase de vida do animal e da própria espécie Esses animais são capazes de engolir presas de 20 de seu peso corporal Os anfíbios são visualmente seletivos em relação ao que comem a visão parece ser o sentido mais usado na alimentação Os anfíbios principalmente os terrestres preferem alimentos vivos e que se movimentem A questão crucial da alimentação de anfíbios em cativeiros está relacionada com a identificação do momento em que os anfíbios se alimentam para saber o quanto eles comem e se de fato realmente estão comendo Essa questão torna o monitoramento da alimentação um pouco complicado sobretudo com relação às espécies que só se alimentam à noite Esse é um fator que exige atenção pois diante de animais que não estão se alimentando é possível que antes de ser uma condição patológica o tamanho ou o tipo de alimento não seja apropriado para o animal É importante observar que muitos anfíbios em cativeiro apresentam problemas ligados à desnutrição especialmente relacionados à carência de vitaminas e minerais SAIBA MAIS A doença metabólica óssea DMO também conhecida como raquitismo e a deficiência de tiamina vitamina B1 parecem ser as afecções decorrentes de carências alimentares mais comuns LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE INSTALAÇÕES VIVEIROS E UTENSÍLIOS A limpeza e a desinfecção das instalações físicas de um criatório são pontos críticos quando se fala na biossegurança da criação Decerto não há um único método ou tipo de desinfetante que garanta limpar e desinfectar adequadamente o local Por isso os cuidados com a limpeza começam com a escolha dos materiais e das estratégias construtivas das instalações visando à implantação de um modelo criatório fácil de ser limpo e higienizado apropriadamente É imprescindível que o criatório tenha uma rotina de limpeza e desinfecção rígida Diariamente fezes visíveis e alimentos não consumidos devem ser removidos dos viveiros Os substratos descartáveis devem ser trocados todos os dias ou em dias alternados dependendo do número de animais A qualidade da água deve ser monitorada constantemente Sempre que houver troca do substrato dos viveiros estes devem ser limpos e desinfectados antes de receberem os novos substratos Além disso na ocorrência de enfermidades ou antes da colocação de novos animais nos recintos devese proceder à sua limpeza e desinfecção Imagem Shutterstockcom Ao fazer a limpeza e a desinfecção das instalações não se pode deixar resíduos das substâncias químicas utilizadas pois isso pode intoxicar os animais cativos Idealmente cada viveiro deve ter seus próprios equipamentos evitandose a troca de materiais entre viveiros A limpeza e desinfecção dos utensílios de um viveiro ocorrem na mesma frequência da limpeza do recinto Os efluentes gerados em uma criação de animais merecem bastante atenção pois são fontes de contaminação EFLUENTES Efluentes são os despejos líquidos provenientes de atividades humanas Por serem fonte de contaminação ambiental não podem ser despejados diretamente na natureza devendo ser tratados previamente e de acordo com as exigências relacionadas ao tipo de atividade desenvolvida no local EXAME CLÍNICO Tratar anfíbios doentes ainda é um grande desafio para a Medicina Veterinária Em um plantel quando o criador reporta a ocorrência de uma enfermidade o exame físico em boa parte dos casos não acrescenta muita informação de valor para o diagnóstico Por outro lado uma boa anamnese pode ser bastante útil A seguir detalhamos alguns aspectos do processo de anamnese IDENTIFICAÇÃO O ponto de partida de uma anamnese é a identificação específica do anfíbio A identificação da espécie deve ser precisa haja vista que animais de um mesmo gênero mas de espécies diferentes podem apresentar diferenças fisiológicas significativas DETERMINAÇÃO DA ORIGEM DO ANFÍBIO Em seguida deve ser avaliada a origem do animal Tratase de um espécime nascido em cativeiro ou capturado na natureza A introdução de anfíbios capturados do ambiente é sempre um perigo ainda que os animais tenham ficado em quarentena Isso porque aliado ao pouco que se sabe sobre a biologia desses animais ainda há muitas lacunas sobre as doenças que os acometem tanto no que diz respeito aos agentes patogênicos quanto à manifestação de sintomas CONDIÇÕES AMBIENTAIS Outro dado relevante é quando o animal chegou àquele ambiente de cativeiro ou se houve algum tipo de alteração na forma de criação As condições ambientais como temperatura umidade iluminação ventilação e oferta de água com qualidade apropriada são muito importantes para os anfíbios e alterações nesse sentido podem estressar os animais Do mesmo modo esses animais são muito sensíveis a movimentos sons e vibrações à sua volta Assim sendo devese avaliar se o anfíbio está devidamente aclimatado à vida cativa no local ou se se trata de uma manifestação de estresse CONDIÇÕES DE MANEJO É importante avaliar questões de manejo como características do recinto substrato acessórios companheiros de recinto condições ambientais alimentação qual o tipo de alimento é consumido qual o volume quando o animal come se de fato o animal come e se no momento o animal está comendo ou parou de se alimentar etc ACOMPANHAMENTO PREGRESSO DO ANIMAL Caso o animal enfermo seja mantido em um recinto com vários animais importa saber qual a espécie desses animais e se há entre eles algum que tenha sido introduzido recentemente Em havendo é necessário saber se o animal passou por um período de quarentena quando foi a introdução do espécime no plantel qual a sua origem e como está a condição de saúde do animal recémintroduzido Foto Shutterstockcom Processo de exame clínico de um sapo Após a anamnese a fim de examinar fisicamente um anfíbio é importante realizar a contenção do animal Com relação à contenção tenha em mente que isso é um fator de estresse e que por causa da manipulação a saúde do animal pode se agravar Assim a contenção só é válida se for estritamente necessária ATENÇÃO Para a realização do exame físico como ocorre com qualquer espécie animal é importante seguir um protocolo organizado e preestabelecido e por óbvio conhecer as características anatômicas e fisiológicas de cada espécie QUARENTENA E QUARENTENÁRIO A quarentena é uma importante medida de biossegurança para prevenir a introdução de agentes patogênicos em uma população já estabelecida como é o caso de uma criação de animais silvestres em cativeiro Em uma criação de anfíbios medidas profiláticas devem ser adotadas para evitar a introdução de agentes patogênicos sobretudo considerando que há alguns que são muito virulentos e de alta transmissão e contágio A quarentena portanto consiste em manter animais recémadquiridos aparentemente sadios mas que potencialmente podem ser portadores e difusores de diferentes patógenos isolados e sob observação médico veterinária Em se tratando de anfíbios o tempo de quarentena é de 30 dias podendo se estender até 90 dias a depender dos objetivos e dos riscos envolvidos A análise de material fecal é o principal método de avaliar a sanidade dos anfíbios Na quarentena devese proceder a coleta de material fecal quando os animais são recepcionados e subsequentemente a cada 3 a 5 dias Uma vez não sendo encontrados parasitas nas fezes dos anfíbios podese aguardar um intervalo de 2 semanas para repetir e se as análises persistirem negativas a cada 2 meses PARASITAS Os parasitas mais comuns que são observados nas fezes dos anfíbios são nematódeos trematódeos coccídea vários protozoários e larvas de vermes pulmonares Para serem liberados os animais devem ser submetidos a novas avaliações clínicas O quarentenário é a instalação física que aloja os animais recémchegados à criação que devem permanecer em quarentena Este espaço deve ser isolado do restante do criatório e suas atividades devem ser realizadas sem conexão com o fluxo de trabalho da criação ou seja deve dispor de recursos próprios Basicamente um aquário de vidro de 40 litros com 45 cm de altura x 30 cm comprimento x 35 cm de largura ou uma caixa plástica com furos para permitir a ventilação é suficiente para espécies de anfíbios terrestres Anfíbios aquáticos maiores precisam de instalações mais refinadas Além disso é importante que o terrário contenha uma área de abrigo para que o animal possa se esconder O substrato de terrários de espécies terrestres de anfíbios deve ser de material apropriado capaz de absorver odores e manter a umidade além de ser de fácil limpeza Imagem Shutterstockcom Ilustração de um quarentenário de anfíbios A limpeza e desinfecção do quarentenário também devem receber atenção especial já que os dejetos e as águas residuais podem ser fonte de contaminantes para o meio ambiente para o homem e para demais animais RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS Durante o período de quarentena o prontuário dos animais quarentenados deve ser mantido atualizado contendo registros sobre procedimentos terapêuticos alimentação atividades e quaisquer outras informações comportamentais julgadas relevantes A pesagem dos animais no momento da chegada e a cada duas semanas também é importante A IMPORTÂNCIA DA QUARENTENA NA CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS Neste vídeo trataremos sobre a importância da quarentena em uma criação de anfíbios sua aplicabilidade e o processo de limpeza e desinfecção dos quarentenários BIOCLIMATOLOGIA Bioclimatologia é a ciência que estuda as relações entre os animais e os efeitos térmicos do ambiente Essa ciência originalmente dedicouse a estudar como as questões térmicas do ambiente afetam de forma fisiológica e comportamental os animais de produção como gado bovino frango e suíno No entanto ela também pode ser aplicada a animais silvestres A condição térmica de um ambiente seja ele natural ou de cativeiro é influenciada por elementos climáticos como radiação solar temperatura ambiente pressão atmosférica velocidade e umidade do ar Além disso fatores como altitude e latitude local proximidade do mar pluviometria da região e características da vegetação também influenciam no clima natural de uma área Quando se trata de um criadouro animal as características construtivas das instalações interferem nas condições térmicas do local Em condições de vida livre conhecer como o clima influencia na fisiologia e no comportamento dos animais de acordo com as necessidades intraespecíficas também é importante Isso porque na hipótese de os animais serem vítimas de impactos decorrentes de intervenções antrópicas ou de condições naturais adversas pode ser necessário ajustar as condições térmicas do ambiente alterado quando possível ou promover o deslocamento dos animais para um local com condições climáticas Foto Shutterstockcom Pequeno anfíbio em uma flor DICA Em se tratando de estudos prévios de impactos ambientais para a implantação de uma atividade em um local conhecimentos de Bioclimatologia são importantes tanto para identificação e mitigação de eventuais impactos como para a escolha de uma nova área para alocação dos animais quando for o caso VERIFICANDO O APRENDIZADO 1 NOS ÚLTIMOS ANOS O INTERESSE PELA CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS EM CATIVEIRO CRESCEU BASTANTE NO ENTANTO PARA AQUELES QUE PRETENDEM INICIAR UMA CRIAÇÃO O PRIMEIRO PASSO É CONHECER A BIOLOGIA DA ESPÉCIE DE INTERESSE NAS ASSERTIVAS ABAIXO HÁ DIVERSAS RECOMENDAÇÕES PARA A CRIAÇÃO DE ANIMAIS EM CATIVEIRO IDENTIFIQUE AQUELA QUE SE APLICA À CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS NATIVOS OU EXÓTICOS A A estruturação de um viveiro de criação de anfíbio não depende se a espécie é fossorial terrestre arbórea aquática ou semiaquática B Saber se a espécie apresenta comportamentos típicos associados à defesa ou à condição de risco ou estresse e se ela é potencialmente tóxica para o homem eou outros animais não é relevante para a criação de anfíbios em cativeiro C É essencial saber a ocorrência geográfica do animal para reproduzir no recinto de criação a variação de luz a temperatura e a umidade média anual do local de origem do anfíbio D Garantidas as condições de bemestar no cativeiro os anfíbios deixam de tentar fugir dos viveiros E Em viveiros coletivos mesmo que haja animais maiores e menores o tamanho dos espécimes não requer cuidados especiais 2 A FIM DE REALIZAR UM BOM EXAME CLÍNICO EM UM ANFÍBIO DEVESE CONHECER A ESPÉCIE E SABER QUAIS SÃO SEUS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS NORMAIS LEIA AS ALTERNATIVAS ABAIXO E MARQUE AQUELA QUE APRESENTA UMA PRÁTICA QUE SE APLICA AOS EXAMES CLÍNICOS DE UM ANFÍBIO A A manipulação dos anfíbios sempre deve ser feita quando o animal apresentar qualquer sinal de enfermidade B Para a realização do exame físico de um anfíbio tendo em vista que em geral os espécimes são pequenos não há necessidade de se seguir um protocolo organizado e preestabelecido C O exame da cavidade oral dos anfíbios é bem simples não havendo necessidade de empregar algum tipo de contenção física ou química D Se for necessário realizar alguma coleta de material para exames laboratoriais é recomendável deixar tudo pronto para minimizar o tempo de manipulação do animal E A presença de úlceras erosões placas e crostas é bastante comum em anfíbios não sendo um achado de importância aos exames clínicos GABARITO 1 Nos últimos anos o interesse pela criação de anfíbios em cativeiro cresceu bastante No entanto para aqueles que pretendem iniciar uma criação o primeiro passo é conhecer a biologia da espécie de interesse Nas assertivas abaixo há diversas recomendações para a criação de animais em cativeiro Identifique aquela que se aplica à criação de anfíbios nativos ou exóticos A alternativa C está correta Os anfíbios são animais adaptados a vários tipos de habitat No entanto cada espécie apresenta particularidades muito específicas que variam ao longo do tempo conforme as variações do ambiente natural Por causa disso antes de decidir criar e manter anfíbios em cativeiro é crucial conhecer a biologia da espécie e assim compreender suas exigências fisiológicas e comportamentais que podem ser inclusive sazonais 2 A fim de realizar um bom exame clínico em um anfíbio devese conhecer a espécie e saber quais são seus parâmetros fisiológicos normais Leia as alternativas abaixo e marque aquela que apresenta uma prática que se aplica aos exames clínicos de um anfíbio A alternativa D está correta Anfíbios ficam muito estressados quando são manipulados Assim quando for necessário submeter um anfíbio a um exame clínico é importante realizar uma anamnese bem minuciosa e coletar o maior número de informações possíveis para ajudar na identificação do problema e abreviar o exame físico O ponto de partida de qualquer exame clínico em anfíbios é a identificação da espécie MÓDULO 3 Reconhecer a legislação aplicada e o bemestar na criação de anfíbios silvestres nativos e exóticos INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO PARA CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS Agora já sabemos quem são os anfíbios e o que é importante conhecer acerca desses animais para criálos em cativeiro Ao longo dos nossos estudos descobrimos que princípios bioativos importantes para o desenvolvimento de medicamentos têm sido extraídos de anfíbios Além disso falamos que os anfíbios são animais que podem ser encontrados em vários tipos de habitat e que possuem extrema importância em termos de biodiversidade Vimos que os anfíbios vivem na transição águaterra alimentandose de insetos e servindo como fonte de alimento para uma imensa variedade de animais Nesta parte final vamos conhecer a legislação cujo conhecimento é indispensável à criação de anfíbios em cativeiro ATENÇÃO Anfíbios de estimação são animais silvestres e como tais para serem considerados legais têm de ter a origem regular comprovada ANIMAL SILVESTRE DE ORIGEM LEGAL O reconhecimento da legal origem de animais silvestres nativos ou exóticos mantidos em cativeiro é baseado em critérios documentais e de marcação individual conforme previsto na Instrução Normativa n 072015 Por exclusão espécimes silvestres não legais foram retirados da natureza e se prestam a alimentar o tráfico de animais É possível que um criadouro receba animais oriundos de apreensões ou seja animais capturados da natureza No entanto ao ser recebidos nos criadouros esses animais obrigatoriamente devem ter um termo de depósito ou de destinação emitido por órgãos competentes que será o seu documento hábil para fins de comprovação de origem Neste documento devem constar os dados do sistema de marcação utilizado para individualizar o animal recebido da apreensão pelo criadouro Desse modo estará comprovada a origem legal do animal CRIADOURO Os criadouros comerciais podem usar os animais legalmente recebidos de apreensão apenas para fins de reprodução não podendo alienálos A prole desses indivíduos por sua vez pode ser comercializada Imagem Shutterstockcom CRIAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES NATIVOS E EXÓTICOS SOB A ÓTICA DA LEGISLAÇÃO A criação de anfíbios assim como a de qualquer outra espécie de animal silvestre é permitida conforme previsto na Instrução Normativa n 07 IBAMA 2015 norma federal que é aplicada de forma geral em todo o território nacional Assim sendo por força da Constituição Federal os demais entes federativos também são competentes para legislar de forma subsidiária sobre a preservação da fauna No estado do Rio de Janeiro por exemplo o órgão ambiental por meio da Resolução INEA n 157 de 2018 aperfeiçoou a regra nacional Do mesmo modo os demais entes federativos a fim de garantir que as particularidades de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro no âmbito de suas circunscrições sejam atendidas elaboraram ou vão elaborar suas próprias regras Aqui vamos nos ater somente à norma federal pois ela é a base de todas as demais De acordo com essa norma dez diferentes tipos de empreendimentos podem lidar com animais silvestres para atender às finalidades estabelecidas no regramento em questão Com base na Instrução Normativa IBAMA n 072015 as categorias de uso e manejo de fauna silvestre não são livres para dispor dos animais como bem entenderem ao contrário cada categoria pressupõe um tipo de conduta E como todas as categorias estão sujeitas à fiscalização caso deixem de cumprir com aquilo que lhes foi autorizado poderão sofrer sanções administrativas civis ou penais CASE EXEMPLO O dono de uma propriedade rural preocupado com o declínio populacional de anfíbios na região procura o órgão ambiental competente e pede autorização para manter e criar anfíbios no contexto de um projeto de conservação ambiental Uma vez autorizado ele dá início à sua criação Muito estudioso logo ele aprende sobre as necessidades fisiológicas e comportamentais dos anfíbios o que faz com que sua criação seja exitosa Com isso os animais conseguem se reproduzir e aumentar o plantel inicial Com o passar dos anos o dono da propriedade se torna uma referência no assunto e a população de anfíbios no seu criatório cresce muito Por causa disso ele resolve adotar algumas ações como Soltar exemplares de anfíbios na sua propriedade Vender anfíbios e aves vivos Vender carne de anfíbios para fins de alimentação humana Dar palestras sobre anfíbios Montar uma exposição de anfíbios Nesse case cuja categoria do empreendimento em questão é a do tipo criadouro científico para fins de conservação a partir das ações do dono da propriedade podemos examinar a regularidade de suas condutas Para tanto é importante comentarmos algumas das práticas do exemplo Vejamos SOLTAR EXEMPLARES DE ANFÍBIOS NA SUA PROPRIEDADE A soltura de anfíbios na propriedade ou em qualquer outro local pode ser realizada desde que seja autorizada e coordenada pelo órgão ambiental competente VENDER ANFÍBIOS E AVES VIVOS Com relação à venda de animais vivos a atual categoria de uso e manejo de fauna silvestre autorizada na propriedade criadouro científico para fins de conservação não permite essa ação Caso o proprietário queira vender animais ele terá que implantar no local um outro empreendimento o qual só poderá funcionar após a autorização do órgão ambiental competente No tocante aos anfíbios este novo empreendimento situado no mesmo endereço só será autorizado se o dono da propriedade for comercializar espécies diferentes daquela que ele já cria Dessa forma o excedente da população do criadouro científico para fins de conservação não poderá ser vendido Por se tratar de um empreendimento com fins conservacionistas a destinação desses animais excedentes ficará a cargo do órgão ambiental competente VENDER CARNE DE ANFÍBIOS PARA FINS DE ALIMENTAÇÃO HUMANA Do mesmo modo que vimos no item 2 o dono da propriedade também não poderá abater os animais para vender a carne Para tanto deverá implantar um novo empreendimento o qual deverá ser autorizado Nesse caso a autorização não será apenas do órgão ambiental competente mas também dos órgãos sanitários competentes uma vez que se trata de carne para consumo humano Do mesmo modo que falamos no item 2 neste caso a venda de carne de anfíbios só será autorizada pelo órgão ambiental competente se tal carne for de espécies diferentes daquelas já criadas no criadouro científico para fins de conservação DAR PALESTRAS SOBRE ANFÍBIOS Uma das finalidades de um criadouro científico para fins de conservação é a educação ambiental Portanto o dono da propriedade poderá dar palestras nesse sentido MONTAR UMA EXPOSIÇÃO DE ANFÍBIOS Um criadouro científico para fins de conservação não é autorizado a expor animais Com relação aos tipos de criação e às suas respectivas finalidades consoante previsto na Instrução Normativa n 072015 examinemos cada uma delas com mais calma CATEGORIA FINALIDADE Sociocultural Pesquisa científica Conservação Exposição Manutenção Criação Reprodução Comercialização CETAS CRAS Comerciante de animais vivos da fauna silvestre Comércio de partes produtos e subprodutos da fauna silvestre Criadouro científico para fins de conservação Criadouro científico para fins de pesquisa Criadouro comercial Mantenedouro de fauna silvestre Matadouro abatedouro e frigorífico Jardim zoológico Atenção Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tipos e finalidades de diferentes categorias de criação de anfíbios Elaborado por Rosemary Corrêa de Oliveira Almeida Finalidades expressamente estabelecidas na Instrução Normativa n 072015 Situações que podem ocorrer na prática da atividade embora não estejam previstas na norma Situações que não se aplicam à atividade desenvolvida pela categoria DICA A diferença entre CRAS e CETAS na prática em muitos locais não é percebida Ambos acabam desempenhando as mesmas atividades FINALIDADE SOCIOCULTURAL Esta finalidade embora prevista na norma apenas para jardins zoológicos está por trás de todas as categorias de uso e manejo de fauna silvestre permitidas senão vejamos Os CETAS e CRAS por exemplo têm a nobre finalidade de cuidar de animais silvestres que são apreendidos resgatados ou entregues voluntariamente e após as providências cabíveis darlhes a devida destinação Tirando a hipótese dos animais silvestres que viviam livremente em habitat próximos ao homem e que foram resgatados ou que nasceram em cativeiro mas porque seus donos não os querem mais de modo geral os demais animais silvestres que são recepcionados nos CETAS e nos CRAS foram em algum momento capturados na natureza Os CETAS e os CRAS têm portanto um importante papel sociocultural de acolher e dar destino a esses animais Outro papel sociocultural desses centros é o de educação ambiental pois por meio de várias estratégias podem demonstrar à sociedade que lugar de animal silvestre é no habitat natural O comércio de partes produtos e subprodutos da Fauna Silvestre assim como o abate e o beneficiamento desses animais têm o seu papel sociocultural todo relacionado a questões éticas e sanitárias As diversas finalidades sociais mais do que culturais são a base da criação de animais para pesquisa e para fins de conservação O comércio de animais silvestres vivos voltado para algum tipo de finalidade econômica também é calcado em questões socioculturais Por fim a criação de animais da fauna silvestre com a simples intenção de manter esses animais sem quaisquer outros fins também está atrelada a aspectos socioculturais que permeiam a nossa sociedade FINALIDADE DE PESQUISA CIENTÍFICA De acordo com a norma a pesquisa científica é uma das finalidades dos criadouros científicos para fins de pesquisa e em última análise dos jardins zoológicos Só que isso não exclui a pesquisa das demais categorias e todas elas dentro de suas respectivas atividades com certeza têm muito a pesquisar e a contribuir para com a sociedade e com o meio ambiente FINALIDADE DE CONSERVAÇÃO Na norma a conservação está prevista apenas para algumas categorias Ocorre que se todas as categorias desempenharem suas atividades de forma regular realizando pesquisas para fins de conservação ambiental não aumentando ou diversificando seu plantel com a captura de animais da natureza e não amplificando a oferta de produtos de origem animal por meio de práticas escusas indiretamente estarão trabalhando para a conservação da fauna diminuindo a sobreexploração de espécies FINALIDADE DE EXPOSIÇÃO Expressamente na norma somente os jardins zoológicos têm a finalidade de expor os animais ao público Por outro lado para as categorias que fazem uso comercial da fauna os animais e os produtos advindos de animais representam uma mercadoria e como tal ficam de uma forma ou de outra expostos É importante assinalar que a exposição de animais qualquer que seja não deve impor ao espécime sofrimentos que vão além daqueles permitidos por nossa sociedade FINALIDADES DE MANUTENÇÃO E CRIAÇÃO Essas duas finalidades são praticamente iguais e desempenhadas por todas as categorias que lidam com animais vivos por períodos variados Um comerciante de animal mantém e cria o espécime em seu estabelecimento até que este seja vendido enquanto um criadouro que tem fins de conservação ou de pesquisa pode criar animais por um tempo mais longo FINALIDADE DE REPRODUÇÃO De acordo com a norma apenas as categorias expressamente autorizadas a criar animais silvestres estão autorizadas a reproduzilos Mas a reprodução de animais é algo que vai além de imposições normativas não havendo muitas vezes como impedila nas criações A atenção que deve ser dada com relação a essa questão nos empreendimentos em que a reprodução não é uma finalidade precípua é que a geração de descendentes deve ser informada ao órgão ambiental competente para que este tome as providências cabíveis quanto à destinação ou à regularização dos animais FINALIDADE DE COMERCIALIZAÇÃO O comércio é o principal motivo de existência de algumas categorias No entanto duas ressalvas devem ser feitas A primeira é que os jardins zoológicos podem comercializar ou permutar exemplares da fauna silvestre exótica e até mesmo da fauna silvestre brasileira conforme disposto no artigo 16 da Lei n 7173 BRASIL 1983 A outra diz respeito aos mantenedores de fauna silvestre Como a comercialização não é permitida nesta categoria de uso da fauna são constantes as fraudes para dissimular a venda de animais FINALIDADE DE ABATE E BENEFICIAMENTO Por óbvio esta finalidade cabe apenas a uma categoria em específico No entanto caso o abate venha a acontecer no âmbito das demais categorias ele deve ser imediatamente comunicado ao órgão ambiental Essa comunicação também deve ocorrer nas hipóteses de morte roubo furto ou fuga SAIBA MAIS De modo geral é vedada a manutenção de empreendimentos de categorias diferentes que mantenham as mesmas espécies no mesmo endereço de acordo com o Art 4º inc III 4º da Instrução Normativa n 072015 Exceções CETAS e CRAS podem funcionar no mesmo endereço e criar as mesmas espécies animais Também podem funcionar no mesmo endereço e criar as mesmas espécies comerciante de animais vivos da fauna silvestre comerciante de partes produtos e subprodutos da fauna silvestre criadouro comercial e matadouro abatedouro e frigorífico ASPECTOS LEGISLATIVOS APLICADOS À CRIAÇÃO DE ANFÍBIOS Assista ao vídeo em que tratamos sobre a legislação aplicada à criação de anfíbios AMEAÇAS À BIODIVERSIDADE No tocante à biodiversidade animal o perigo ambiental mais grave é a extinção de espécies Isso porque ainda que as comunidades sejam confinadas a espaços limitados na medida em que as espécies originais sobrevivam ainda será possível reconstruir as comunidades Do mesmo modo a variação genética das espécies será reduzida se o tamanho da população for diminuído mas tais espécies conseguem recuperar o potencial de sua variação genética por meio de mutação seleção natural e recombinação que caso elas não sejam extintas naturalmente ocorrerão ao longo do tempo Entretanto uma vez que uma espécie é extinta a informação genética única contida em seu DNA e a combinação especial de caracteres que ela possui estarão perdidas para sempre Além disso quando uma espécie é extinta sua população não pode ser recuperada e do mesmo modo a comunidade em que ela habitava tornase empobrecida Afora essas questões o valor potencial para os seres humanos de uma espécie extinta é frustrado ou jamais poderá ser realizado As principais ameaças à Fauna Silvestre Brasileira são Destruição fragmentação e degradação de habitat Sobreexploração de espécies para uso humano Introdução de espécies exóticas Aumento da ocorrência de doenças Foto Shutterstockcom A destruição do habitat é uma grande ameaça à sobrevivência das espécies A maioria das espécies ameaçadas enfrenta ao menos dois desses problemas Com isso a trajetória rumo à extinção é mais rápida Não é à toa que as estratégias de conservação mais bem sucedidas são aquelas dirigidas à proteção de espécies cuja população encontrase em declínio ou ameaçada de extinção ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES FAUNÍSTICAS NA NATUREZA A União Internacional para Conservação da Natureza possui um dos inventários mais detalhados do mundo acerca do estado de conservação de espécies animais Esse inventário é materializado na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas Mais do que uma lista de espécies a Lista Vermelha da IUCN é uma ferramenta poderosa para a adoção de medidas estratégicas de conservação da biodiversidade pois a partir de critérios científicos classifica a ameaça em nove categorias diferentes UNIÃO INTERNACIONAL PARA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA A UICN ou em inglês IUCN de International Union for Conservation of Nature é uma organização civil dedicada à conservação da natureza LISTA VERMELHA DE ESPÉCIES AMEAÇADAS A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas conhecida também como Lista Vermelha da IUCN engloba espécies de modo geral não apenas espécies animais CATEGORIA DE AMEACAS CONFORME A IUCN Lista Vermelha Categorias da IUCN EX Extinta F EW Extinta na natureza S 4 0 Oo EO UEnEe MRE 5 0 Quaseameacada Oo C0 Menospreocupante DD Dados insuficientes NE Nao avaliada Imagem Shutterstockcom FA Categorias de risco conforme a UICN CATEGORIAS PARA AS ESPECIES QUE NAO POSSUEM MAIS REGISTROS NA NATUREZA Extinta EX Extinct nao existem dividas de que o Ultimo individuo morreu Extinta na natureza EW Extinct in the Wild 0 taxon ocorre apenas em areas de cultivo cativeiro ou em populagoées inseridas na natureza em condigées diferentes da original CATEGORIAS PARA AS ESPECIES EM RISCO DE EXTINCGAO Criticamente em perigo CR Critically Endangered 0 taxon corre risco extremamente alto de extingao a curto prazo Em perigo EN Endangered 0 taxon corre risco alto de extingao a curto prazo Vulneravel VU Vulnerable existe risco alto de extingao a médio prazo CATEGORIAS PARA AS ESPECIES COM BAIXO RISCO DE EXTINGAO Quase ameagcada NT Near Threatened ainda nao existe risco de extingao porém caso nao sejam tomadas medidas para sua conservagao tal risco pode acontecer Pouco preocupante LC Least Concern taxa sao incluidos nessa categoria quando nao existe possibilidade de serem extintos com as atuais condigées CATEGORIAS QUE SE REFEREM A ESPECIES QUE NAO POSSUEM DADOS SUFICIENTES PARA CONCLUIR QUAL O SEU ESTADO DE CONSERVAGAO E OS QUE NAO FORAM AVALIADOS Dados Insuficientes DD os dados disponiveis nao permitem concluir o real estado de conservagao sendo necessarios mais estudos para tal Nao avaliada NE Not Evaluated 0 taxon nao foi avaliado segundo os critérios da IUCN Lamentavelmente em que pese a Lista Vermelha da IUCN tenha sido instituida em 1964 a entidade afirma que a biodiversidade do Planeta esta em declinio sendo que os anfibios constituem o grupo animal mais afetado 40 das espécies de anfibios do mundo estao ameagadas Ou seja das 8282 espécies de anfibios do mundo 3313 estdo sob risco de extingao VOCE SABIA Por causa da grave ameaça que esse grupo animal enfrenta de modo geral no mundo o quantitativo de espécies de anfíbios brasileiros ameaçados de extinção parece estar subestimado e pode ser na verdade 10 vezes maior do que apenas as 42 espécies atualmente inscritas na Portaria MMA n 1442014 ESTRATÉGIAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica CDB existem duas medidas para a conservação da biodiversidade que em linhas gerais preconizam Desenvolver estratégias planos ou programas para a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica ou adaptação de eventuais já existentes Integrar na medida do possível e conforme o caso a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica em planos programas e políticas setoriais ou intersetoriais pertinentes Embora as proposições da CDB possam parecer simples basta lembrarmos que a biodiversidade global está em declínio para percebermos como essas medidas são de difícil implementação Essa dificuldade se deve sobretudo por esbarrar em interesses ambientalmente conflitantes e por estarem calcadas em decisões cientificamente equivocadas Outro aspecto interessante da CDB diz respeito às duas estratégias de conservação da biodiversidade apresentadas nos artigos 8 e 9 que respectivamente dizem respeito à conservação in situ e ex situ Ambas as estratégias podem ser planejadas com foco na proteção de espécies Além disso ambas as estratégias apresentam vantagens e desvantagens facilidades e limitações Por fim uma estratégia não exclui a outra havendo situações em que são adotadas simultaneamente BEMESTAR ANIMAL De modo geral bemestar se refere à qualidade de vida de um animal Os animais usualmente têm de sobreviver em um meio ambiente complexo e apresentam uma variedade de métodos fisiológicos e comportamentais para enfrentar as adversidades com sucesso No entanto quando as degradações ambientais ou as condições de cativeiro ultrapassam a capacidade de resposta individual a homeostasia é desfeita havendo prejuízos e até mesmo falência de diversos processos fisiológicos que até então garantiam o equilíbrio do organismo O bemestar de animais silvestres sobretudo em se tratando de animais mantidos em cativeiros vem ganhando relevância Minimamente as condições do ambiente natural ou das instalações físicas devem satisfazer critérios de habitabilidade sanidade e segurança que variam de espécie para espécie e de indivíduo para indivíduo Dessa forma as avaliações de bemestar animal devem ser realizadas de maneira objetiva baseada em critérios científicos que considerem a qualidade ambiental ou as práticas de manejo e as condições de saúde do animal afetado Foto Shutterstockcom Cabe ressaltar que o Brasil não dispõe de uma lei de bemestar animal Entretanto a Lei n 9605 BRASIL 1998 conhecida como Lei de Crimes Ambientais possui um capítulo inteiro dedicado à definição dos crimes contra a fauna entre os quais se incluem a prática de abuso os maustratos o ato de ferir ou mutilar animais silvestres domésticos ou domesticados nativos ou exóticos Portanto condições desfavoráveis ao bemestar animal podem inclusive caracterizar a ocorrência de crime SAIBA MAIS Embora o bemestar animal não seja ainda legalmente regulamentado a Resolução n 791 CONATRAN 2020 representa um sinal de preocupação com a qualidade de vida dos animais ao criar padrões mais elevados para o transporte de animais de produção de interesse econômico de esporte de lazer ou de exposição BIOSSEGURANÇA Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para prevenção minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa produção ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços visando à saúde do homem e dos animais à preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados Visto que há espécies de anfíbios que possuem glândulas de veneno na pele e que de modo geral todos os anfíbios gostam do meio líquido para garantir que procedimentos realizados com esses animais sejam seguros tenha em mente alguns aspectos Não manipule um anfíbio ao menos que seja absolutamente necessário A maioria dos anfíbios senão todos não aparenta nenhum benefício de saúde ou de qualidade de vida decorrente do contato humano Ao contrário a manipulação humana pode aumentar o estresse assim como causar algum trauma tecidual levando à incidência de doenças no animal ou à disseminação de doenças Nunca manipule ou limpe um anfíbio seu recinto sua comida ou seus recipientes perto de áreas de preparação de alimentação humana próximo a áreas de saneamento humano como pias de cozinha e banheiro chuveiros etc Nunca permita que crianças manipulem anfíbios sem supervisão de um adulto Quando necessário manipular anfíbios use equipamentos de segurança como luvas óculos máscaras e jaleco Lave as mãos imediatamente após a manipulação Não permita que anfíbios fiquem livres em ambientes destinados à ocupação humana saneamento ou preparação de alimento Ademais considerando o potencial venenoso desses animais tanto quem cria quanto quem compra têm que ter certeza da espécie do animal em mãos Anfíbios podem ser extremamente perigosos ao homem e a outros animais Além disso se introduzidos em um ambiente do qual não são naturais podem causar sérios impactos VERIFICANDO O APRENDIZADO 1 MUITAS SÃO AS AMEAÇAS QUE COLOCAM EM RISCO DIVERSAS ESPÉCIES DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA COM RELAÇÃO AOS ANFÍBIOS LEIA AS ALTERNATIVAS ABAIXO E MARQUE AQUELA QUE REPRESENTA UMA AMEAÇA PARA ESSE GRUPO ANIMAL A As mudanças climáticas não representam uma causa relacionada ao declínio populacional de anfíbios B A captura de espécies para estudos desenvolvidos por indústrias farmacêuticas e cosméticas não é uma grave ameaça aos anfíbios C A degradação de áreas úmidas não é uma ameaça que afeta os anfíbios uma vez que estes animais também podem ocupar ambientes terrestres D O veneno produzido por algumas espécies de anfíbios constitui uma grave ameaça para outras espécies de anfíbios E A retirada de anfíbios da natureza para abastecer o tráfico de animais representa uma ameaça para as espécies de maior interesse 2 BIOSSEGURANÇA É O CONJUNTO DE AÇÕES VOLTADAS PARA PREVENÇÃO MINIMIZAÇÃO OU ELIMINAÇÃO DE RISCOS INERENTES ÀS ATIVIDADES DE PESQUISA PRODUÇÃO ENSINO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS VISANDO À SAÚDE DO HOMEM E DOS ANIMAIS À PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E À QUALIDADE DOS RESULTADOS COM BASE NO QUE ESTUDAMOS MARQUE A OPÇÃO QUE CONTEMPLA O QUE DEVE SER FEITO PARA GARANTIR QUE PROCEDIMENTOS REALIZADOS COM ESSES ANIMAIS SEJAM SEGUROS A Os anfíbios devem ser manipulados em locais próximos a água como pias e chuveiros tendo em vista serem animais que gostam de ambiente aquático B A manipulação de recipientes utilizados para a alimentação de anfíbios não exige tanta atenção quanto à limpeza dos recintos usados para a contenção desses animais C Como os anfíbios podem transmitir doenças e ser peçonhentos esses animais só devem ser manipulados quando estritamente necessário D Crianças desde que usando luvas e máscaras podem manipular anfíbios livremente uma vez que esses animais não mordem nem arranham E Os anfíbios gostam de contato com os humanos portanto a manipulação favorece a saúde e o bemestar animal GABARITO 1 Muitas são as ameaças que colocam em risco diversas espécies da Fauna Silvestre Brasileira Com relação aos anfíbios leia as alternativas abaixo e marque aquela que representa uma ameaça para esse grupo animal A alternativa E está correta A população de anfíbios é uma das mais ameaçadas no mundo No entanto o conhecimento sobre o status de conservação e sobre as principais ameaças às espécies ainda é escasso ou fragmentado É importante reconhecer as causas que põem a população de anfíbios em risco para que estratégias de conservação possam ser implementadas 2 Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para prevenção minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa produção ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços visando à saúde do homem e dos animais à preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados Com base no que estudamos marque a opção que contempla o que deve ser feito para garantir que procedimentos realizados com esses animais sejam seguros A alternativa C está correta Os anfíbios são animais poucos estudados havendo ainda muitas lacunas acerca da fisiologia desses animais No entanto já é sabido que os anfíbios podem transmitir doenças ao homem e a outros animais além de difundirem toxinas altamente potentes que são produzidas nas glândulas existentes no tegumento Por isso sua manipulação somente deve ser realizada quando for extremamente necessário CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante nossos estudos conhecemos um grupo animal muito interessante e cheio de surpresas os anfíbios Vimos que eles podem trazer diversos benefícios para os homens em diversas áreas de aplicação como alimentar farmacêutica e cosmética Vimos também que os anfíbios podem nos ajudar a entender como nossas ações podem prejudicar o meio ambiente Por fim vimos que cresce o interesse em anfíbios como animais de companhia os chamados pets exóticos Estudamos uma parte da legislação aplicada aos animais silvestres e por meio da letra da lei percebemos que há uma preocupação com a conservação e o bemestar dos animais Vimos que estamos mudando nosso olhar em relação aos animais percebendo que eles assim como nós são seres sencientes ou seja têm capacidade de experimentar sensações e sentimentos Entendemos que os anfíbios apesar das oportunidades comerciais que instigam a sua criação são seres que possuem características muito particulares as quais exigem de quem se aventura a criálos dedicação e conhecimento Este conteúdo trouxe uma perspectiva nova à medida que apresentou um campo de trabalho em crescimento e repleto de oportunidades Imagem Shutterstockcom AVALIAÇÃO DO TEMA REFERÊNCIAS AGUIRRE A A et al Conservation medicine ecological health in practice New York Oxford University Press 2002 BALLARD B CHEEK R Exotic animal medicine for the veterinary technician 2 ed Iowa Blackwell 2010 BERNARDE P S Anfíbios e répteis introdução ao estudo da herpetofauna brasileira Curitiba Anolis Books 2012 BRCKO I C HOOGMOED M S NECKELOLIVEIRA S Taxonomy and distribution of the salamander genus Bolitoglossa Duméril Bibron Duméril 1854 Amphibia Caudata Plethodontidae in Brazilian Amazonia Zootaxa 3686 40131 1011646zootaxa368641 BROOM D M FRASER A F Comportamento e bemestar de animais domésticos 4 ed Barueri Manole 2010 BROOMHALL S D Measuring chemical impacts on amphibians ecotoxicity and behavioural data in governmental regulation Appl Herpetol 2 259285 2005 CUBAS Z S SILVA J C R CATÃODIAS J L Tratado de animais selvagens medicina veterinária 2 ed São Paulo Roca 2014 CUNHA S B GUERRA A J T Avaliação e perícia ambiental 6 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2005 HICKMAN JUNIOR C P ROBERTS L S LARSON A Princípios integrados de zoologia 11 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2009 JEPSON L Clínica de animais exóticos referência rápida Rio de Janeiro Elsevier 2010 MILLER G T SPOOLMAN S E Ecologia e sustentabilidade 6 ed São Paulo Cengage Learning 2013 MITCHELL M A TULLY JUNIOR T N Manual of exotic pet practice St Louis Elsevier 2009 PRIMACK R B RODRIGUES E Biologia da conservação Londrina Rodrigues 2011 ROBIS M NASSARO F Maustratos aos animais e violência contra as pessoas São Paulo Edição do autor 2013 EXPLORE Conheça as espécies de anfíbios por meio da página do American Museum of Natural History American Museum of Natural History Amphibian Species of the World 61 Aprofunde o conhecimento em fisiologia de anfíbios lendo o estudo Fisiologia térmica e balanço hídrico em anfíbios anuros UNESP Conheça a utilização de bioindicadores na avaliação de impactos ambientais no artigo Bioindicadores como avaliação de impacto ambiental de Rosi Maria Prestes e Kelin Luiza Vicenci A Sociedade de Herpetologia Brasileira publicou a lista de espécies de anfíbios que você poderá acessar na Revista online da Sociedade volume 8 número 1 de abril de 2019 Conheça as Leis e Decretos que abordam o tema Resolução n 791 Conselho Nacional de Trânsito CONATRAN de 18 de junho de 2020 Consolida as normas sobre o transporte de animais de produção de interesse econômico de esporte de lazer ou de exposição Publicada no Diário Oficial da União de 24 de junho de 2020 Seção 1 pág 99 Resolução n 487 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA de 15 de maio de 2018 Definir os padrões de marcação de animais da fauna silvestre suas partes ou produtos em razão de uso e manejo em cativeiro de qualquer tipo Publicada no Diário Oficial da União de 16 de maio de 1998 Seção 1 pág 117 Projeto de Lei n 60542019 sobre a natureza jurídica dos animais domésticos e silvestres que passa a considerar os animais como seres sencientes Decreto Legislativo n 21994 que aprova o texto do Convenção sobre Diversidade Biológica Lei n 96051998 que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente Lei n 104682020 que dispõe sobre o regulamento da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal Lei n 117942020 estabelece procedimentos para o uso científico de animais Lei n 71731983 que dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de jardins zoológicos Decreto n 90132017 que dispõe sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal No site do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA você pode conhecer na íntegra Instrução Normativa n 1412006 que regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva Portaria n 931998 que dispõe sobre a importação e a exportação de Fauna Silvestre Nativa ou Exótica e Lista de Fauna Doméstica para fins de operacionalização do Ibama Instrução Normativa n 072015 que institui e normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro Instrução Normativa n 22001 que determina a identificação individual de espécimes da fauna silvestre e de espécimes da fauna exótica mantidos em cativeiro nas seguintes categorias de registro junto ao IBAMA CONTEUDISTA Rosemery Corrêa de Oliveira Almeida CURRÍCULO LATTES