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CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRÍ JAPÔNES PAULOWNIA RIO DOSUL 2022 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRÍ JAPÔNES PAULOWNIA Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso de administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientador Rio do Sul Fevereiro de 2022 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRÍ JAPÔNES PAULOWNIA Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIDAVI a ser apreciado pela Banca Examinadora formada por Prof Orientador Banca Examinadora Prof Prof Rio do Sul Agosto de 2022 4 RESUMO O trabalho será desenvolvido em uma propriedade rural no município de Rio do Sul tendo como objetivo fazer a análise de investimento na plantação de Kirí Japonês Paulownia A análise financeira é um processo muito importante para iniciar qualquer projeto Analisam se vários aspectos desde a compra da muda até a sua colheita observando se o investimento é ideal e se deve ser colocado em prática Assim será possível iniciar bem o projeto desejado O presente trabalho busca entender as partes necessárias que compõem o processo de uma maneira clara a fim de compreender a base necessária para se iniciar a plantação e cultivo da Paulownia mais conhecida como Kirí Japonês Será apresentado não só aspectos financeiros mas também como a muda se desenvolve como floresce e se há época ideal para seu cultivo O método utilizado para a elaboração deste trabalho será indutivo e o método de procedimento será monográfico O levantamento de dados será feito através da técnica da pesquisa bibliográfica Palavraschave Silvicultores Reflorestamento Paulownia Empresas madeireiras 5 1 INTRODUÇÃO Todos que formam uma empresa têm como principal objetivo vir a gerar lucro e obter resultados assim sendo é muito importante analisar bem o investimento antes de tomar qualquer atitude precipitada Quando se trata de reflorestamento não é diferente O investimento é grande e é preciso antes de qualquer atitude analisar todos os aspectos para melhor tomar as decisões São diversas opções e o investidor terá que escolher o que melhor se encaixa com a sua situação Com uma análise mais detalhada com certeza o investimento será mais eficiente evitando ao máximo possíveis incidentes Muitas empresas hoje no mercado erram justamente ao iniciarem o seu investimento Não tendo o conhecimento necessário para manterem seu negócio no mercado Seja por não conhecer o seu produto ou até por falta de organização financeira Assim sendo este trabalho tem por objetivo levantar informações para conhecer melhor e avaliar a viabilidade financeira da plantação de Kirí Japonês Paulownia Para o desenvolvimento deste tema discorrese no capítulo 3 os investimentos necessários para se iniciar o projeto Analisando a aceitação os valores e a espectativa de retorno sobre o investimento do produto O método utilizado para a elaboração deste trabalho será indutivo e o método de procedimento será monográfico O levantamento de dados será feito através da técnica da pesquisa bibliográfica 6 11 TEMA DE ESTUDO Primeiramente é preciso entender um pouco mais sobre sivicultura entendendo detalhes pertinentes a sua cultura no Brasil Como aonde se destina para que é fabricada qual a demanda existente e como é a aceitação no mercado Outro fator indispensável a ser estudado é o número de concorrentes existentes no setor pois pode haver muita demanda porém a concorrência limitar a venda Assim sendo uma empresa precisa conhecer o seu produto ao pensar em colocálo no mercado e assim analisar a quais seus prós e contras São muitos os aspectos a serem observados a fim de entrar no mercado com confiança no serviço prestado e qualidade no produto oferecido O ciclo precisa ser conhecido para que possíveis imprevistos não prejudiquem a produção e a venda do produto Se for feito um estudo de viabilidade de forma adequada as chances de êxito aumentam significativamente assim evitando entrar no mercado de maneira imprevisível Um grande defeito existente nas organizações é a falta de conhecimento do produto oferecido e do mercado Entram de uma maneira imprevisível pensando que o mercado absorverá o produto de maneira fácil Mas as coisas não são assim são poucos os que obtêm vantagens consideráveis para se manterem constantes com boas perspectivas para o futuro Por conseguinte com tantos fatores a serem observados vêmnos a questão Existe viabilidade econômica da plantação de Kiri JaponêsPaulownia na região do Alto Vale do Itajaí 12 JUSTIFICATIVA As empresas cada vez mais precisam evoluir para se manterem firmes no mercado Por esse motivo um dos fatores mais importantes é ter um produto de qualidade e que seja inovador Só assim o mercado irá absorvêlo e a empresa se manterá pelo maior tempo 7 possível Com o rápido crescimento e aceleração de tudo no mundo dos negócios as empresas que se mantiverem paradas ficarão inevitavelmente para trás Os clientes estão cada vez mais exigentes e com uma maior capacidade de escolha pois a variabilidade de qualidade e preço é imensa Sendo assim é preciso que haja um diferencial competitivo dentro da área em que se encontra a empresa Precisase formular alternativas inovadores que façam o produto ou serviço se destacar Para o acadêmico a escolha do tema deuse a partir do interesse em conhecer mais sobre a muda de Kirí Japonês por ela ser extremamente inovadora na área e ter um tempo para corte inferior a todas as demais no mercado Além disso ela mostra extrema qualidade e valor agregado A investigação do tema será de extrema importância pois servirá para que aqueles que têm interesse na área da plantação possam melhorar sua produtividade e possam conhecer um pouco mais desta árvore inovadora 13 OBJETIVOS 131 OBJETIVO GERAL Analisar a viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí 132 OBJETIVOS ESPECÌFICOS Identificar o investimento inicial Entender melhor o método da plantação Contextualizar e entender a sivicultura Projetar o tempo de retorno do investimento 8 Compreender seu ciclo coleta e replantio 9 2 Considerações gerais do mercado da madeira Sabese que o desenvolvimento de um País está ligado na grande parte dos casos ao crescimento de seu setor primário e das atividades a ele inerentes A silvicultura área objeto do presente estudo pode ser delimitadas por meio da criação e desenvolvimento que estão sujeitas às necessidades do mercado Os primeiros plantios de árvores com o objetivo de reflorestamento e comercialização conforme Lima1 iniciaramse no final do século XVIII sendo que desde então o mercado veio a crescer de maneira cada vez mais notável Por meio da Lei Federal 510666 que dispôs sobre os incentivos fiscais voltados ao reflorestamento o setor primeiro veio a crescer de maneira cada vez mais intensa e consciente Dispunha o artigo 1 1 da referida Lei que as pessoas físicas poderiam abater da renda bruta as importâncias comprovandamente aplicadas em florestamento ou reflorestamento Assim com o incentivo da Lei iniciouse uma verdadeira odisseia que visaria utiliazar as vastas extensões de terra no solo brasileiro para fins de crescimento consciente e cada vez mais voltando ao mercado internacional fato que traria enormes riquezas e benefícios à balança comercial Atualmente segundo dados do Relatório emitido pela Indústria Brasileira de Árvores o Brasil conta com 9 milhões de hectares plantadas representando ao todo R 974 bilhões ao Produto Interno Bruto2 A indústria nacional conta ainda com uma forte tendência de utilizar o produto das florestas na constituição primária dos objetos fabricados 1 LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 2 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 10 A propósito conforme mensagem do Presidente do Conselho e do Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores Os produtos fabricados advindos das árvores cultivadas estão em nosso dia a dia e vão desde o tradicional papel até cápsulas de medicamentos tecidos e espessantes usados na indústria de alimentos e em produtos de higiene pessoal como pastas de dentes Um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos é o têxtil A viscose tecido produzido a partir da celulose solúvel representa quase 7 do segmento mundial No entanto ainda há muito espaço para conquistar pois cerca de 64 dos tecidos que usamos atualmente são sintéticos ou seja obtidos a partir de origem fóssil3 Existe portanto uma tendência inata em atrair incentivos à agroindústria com o olhar voltado ao desenvolvimento sustentável Disto se conclui que o crescimento das atividades ligadas à silvicultura merece ipso facto a atenção ao desenvolvimento sustentável pois A bioeconomia e a visão de sustentabilidade pautam modelos de produção que utilizam recursos naturais de maneira consciente para que possam proporcionar fontes de energia limpa mitigação dos efeitos das mudanças climáticas alimentos produtos renováveis entre outras necessidades essenciais à sobrevivência hoje e às futuras gerações O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável provendo inúmeros produtos de origem renovável essenciais para o dia a dia das pessoas como móveis livros pisos laminados painéis de madeira papéis higiênicos e embalagens Além de prover o hoje essa indústria também está de olho no futuro investindo em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais bioprodutos ou biomateriais da economia circular biodegradáveis e recicláveis Um setor atento a nova mentalidade de um consumidor consciente e preocupado com a sustentabilidade e com o futuro do mundo Conheça um pouco mais de tudo que está hoje ao seu redor que tem essa origem cultivada e também o que está por vir no infográfico abaixo O setor florestal aliado às mais modernas formas de manejo é um dos importantes pilares para o desenvolvimento nacional Deveras como ressaltado pela Indústria Brasileira de Árvores De grande importância econômica representando 12 do PIB Nacional e receita bruta total de R 974 bilhões esta é uma indústria de olho no futuro que investe em pesquisa para desenvolver produtos que estejam alinhados à bioeconomia Esta visão moderna vem permitindo crescimento do setor mesmo em anos difíceis como 2019 gerando oportunidades a 375 milhões de brasileiros em todo o País e que até 2023 deve criar mais 36 mil novos postos de trabalho Verificase portanto que a indústria de madeiras já é um dos setores mais importantes para a balança comercial brasileira 3 Ibidem 11 Na mesma linha de raciocínio conforme dados da Indústria Brasileira de Árvores o Brasil continua a ser o maior exportador de celulose do mercado mundial bem como um dos maiores produtores de painéis de madeira e de outros produtos derivados A propósito temse os cinco maiores destinos das exportações por produto do setor de árvores plantadas4 Figura 01 O setor de madeiras conforme fonte do Instituto aqui mencioado trabalha com a exporação que abastece diversos setores da economia internacional Deste setor de árvores plantadas estáse com a seguinte distribuição Em 2019 a área total de árvores plantadas totalizou 90 milhões de hectares um aumento de 24 em relação a 2018 879 milhões de hectares considerando o ajuste conforme nova metodologia Desse total a maioria 77 é representada pelo cultivo de eucalipto com 697 milhões de hectares e 18 de pinus com 164 milhão de hectares Além desses cultivos existem 039 milhão de hectares plantados de outras espécies entre elas a seringueira acácia teca e paricá5 Além de colaborar com a economia o plantio de árvores ligadas ao manejo sustentável também colabora com a redução das taxas de CO2 no bioma A propósito 4 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 17 acesso em 01112021 5 Ibidem p 21 12 Esse setor ajuda a conservar a biodiversidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa sequestrando e armazenando O potencial de estoque das suas áreas tanto de plantação quanto conservação soma 448 bilhões de toneladas de CO2 eq Além de uma relevante taxa de reciclagem de papel 669 o setor também se destaca pela alta participação 69 de energia renovável em sua rede elétrica Credenciais que confirmam sua importância na luta de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas O plantio das árvores está distribuído em solo nacional do seguinte modo6 Figura 02 Visualizase assim que o Estado de Santa Catarina possui 064 das 9 milhões de hectares plantadas em solo nacional número bastante significativo comparado com as dimensões do solo A produtividade está ligada ao grau de evolução da técnica Os fatores conforme o Indústria Brasileira de Árvores IBA estão principalmente 6 Ibidem 13 nos seguintes elementos A adoção de boas práticas de manejo o melhoramento genético e as condições edafoclimáticas do País levaram a um reconhecimento mundial da alta produtividade brasileira em comparação com os demais países considerando o volume de madeira produzido por área ao ano e por um dos menores ciclos entre o plantio e a colheita do mundo Em 2019 o Brasil apresentou uma produtividade média de 353 m3ha ao ano nos plantios de eucalipto Essa ligeira queda pode estar associada ao efeito das mudanças climáticas expansão para novas áreas fatores bióticos e abióticos Já no plantio de pinus houve um aumento de produtividade para 313 m3ha que pode estar relacionado a alguns fatores programas de melhoramento genético e fertilidade do solo de nutrição de plantas de viveiro e a mecanização de plantios que antes eram semimecanizados7 Além de celulose a indústria de madeira alcança um importante setor produção de madeira serrada Segundo índices extraídos o mercado interno é o grande consumidor da referida madeira serrada Figura 03 No cenário internacional a situação é notável Figura 04 7 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 22 acesso em 03112021 14 Vêse que o Brasil no último levantamento realizado em 2019 configurava o nono maior país produtor de madeira serrada do mundo Pela extensão territorial podese expandir deveras tal produção nos próximos anos fato que contará com a necessidade de incentivos fiscais e dos meios hábeis à condução e comercialização dos produtos Assim vêse que o mercado interno ainda é o grande pilar da madeira serrada Tal mercado está de acordo com as aspirações internas setor de móveis portas e etc bem como à premente necessidade de criar alternativas saudáveis e hábeis a reduzir o desmatamento ilegal Deveras é o que se consta do último levantamento realizado Figura 05 15 A madeira serrada em conjunto com os demais elementos fornecidos é um dos pilares da economia brasileira fato notável e aqui demonstrado Viuse até agora que a silvicultura é um dos pilares da economia brasileira As alternativas de manejo e os incentivos fiscais tributários e etc são um dos fatores necessários à salvaguarda e ampliação de tal setor O cultivo das árvores portanto deve ser acompanhado das técnicas que tornem a silvicultura cada vez mais eficientes e eficaz Deveras A produção de madeira e produtos florestais através de plantações é feita em monoculturas em consórcios simples de espécies selecionadas geralmente espécies intolerantes e de rápido crescimento inicial características dos estágios iniciais de sucessão Estas plantações constituem ecossistemas extremamente simplificados nos quais se procura manter um estado não equilibrado entre os seres vivos mas sim favorável às espécies plantadas previamente selecionadas para proporcionarem produtividade elevada Todos os fatores de produção são dirigidos para as espécies plantadas a progressão para o estágio clímax é visualizada como competição por plantas indesejáveis e sistematicamente sustada Para as finalidades industriais que requerem grandes quantidades de material lenhoso de qualidade homogênea e baixo custo final este método de sustação da sucessão se apresenta como o mais adequado8 Depreendese que as florestas são efetuadas em monoculturas normalmente extensas o que faz da silvicultura um setor extremamente produtivo ainda mais no Brasil país de extensões continentais com solo propício e solo altamente produtivo 8 KAGEYAMA Paulo Yoshio Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóres nativas p 12 16 A ciência genética por exemplo tem utilizado alguns critérios para tornar as árvores cada vez mais adequadas à finalidade proposta Isto é claro faz ser possível que a produtividade da área número de metros cúbicos por hectare plantada seja cada vez maior tornando o mercado produtivo e ativo Sabese que A silvicultura tropical constitui urna importante alternativa para o desmatamento através de suas diferentes linhas de atuação o manejo da regeneração natural os plantios de enriquecimento e agrossilviculturais e as plantações homogêneas e heterogêneas de árvores No Brasil a silvicultura evoluiu como uma atividade voltada grandemente para a produção de matéria prima para indústrias baseadas na utilização de madeiras e fibras As plantações têm se restringido às espécies e procedências de árvores que melhor atendem às necessidades industriais e que melhor respondem em tenros de produtividade às condições geradas pelo emprego de alta tecnologia Silvicultura9 A despeito O crescente interesse na região sul do Brasil vem mostrando a necessidade de desenvolvimento de um programa de melhoramento genético visando melhoram a qualidade das sementes produzidas nessas condições na tentativa de diminuir a importação de sementes de origens e qualidades desconhecidas ou duvidosas10 A propósito são alguns dos critérios para análise da seleção gênica Com pequenas variações entre os programas específicos têm sido consideradas como prioritárias as seguintes características para seleção a Vigor superioridade em altura e diâmetro b Retidão do tronco e ausência de bifurcação c Ramificação ângulo espessura comprimento e n o de ramos por verticilo d Habilidade de desrama natural e Pequena conicidade do tronco f Comprimento de internódios g Comprimento largura e densidade da copa h Qualidade da madeira i Inclinação da grã j Resistência a doença e pragas 11 Os fatores analisados na seleção são necessários portanto à qualidade da árvore que será extraída e depois utilizada no mercada interno e externo Capítulo II 9 KAGEYAMA Paulo Yoshio Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóres nativas p 02 10 FONSECA Sebastião Machado Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores p 01 11 FONSECA Sebastião Machado Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores p 05 17 21 Origens históricas O desenvolvimento da Palownia é muito significativo A primeira árvore desenvolvida no Brasil foi conduzida tecnicamente por Chicazu Hamaguchi no Município de Mogi das Cruzes São Paulo no ano de 1964 Figura 0612 Diferente das outras árvores que o acervo da silvicultura utiliza ela tem um incremento por hectare que ultrapassa todas as demais dando segurança e amparo a quem dela se utilize Na mesma proporção olhese o desenvolvimento da árvore mãe com 65 anos de 12 Disponível no livro Kiri Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 08 18 idade Figura 0713 A origem da árvore é controversa há quem diga que é originária da China e outros que se refiram ao Japão mas o fato incontestável é que veio da ásia14 O Kiri pertence à família botânica das Scrophulariaceas e ao gênero paulownia existindo diversas espécies nativas na ásia e na oceania A denominação Palownia foi dada em homenagem à Princesa Ana Palownia filha do Czar Russo Paulo I15 Podese ver algunas de suas características notáveis e que são atrativas para o 13 Ibidem p 09 14 Ibidem p 12 15 Ibidem p 13 19 desenvolvimento da árvore Figura 08 A imagem acima mostra um Kiri de 35 anos plantado no jardim da casa da agricultura com DAP de 33 centímetros Há no Japão alguns dizeres interessantes sobre a árvores como por exemplo 1000 árvores de Kiri fazem um milionário a terra é fortuna para mil gerações e o Kiri o é para três gerações o Kiri é a árvores do seguro árvore do estudo árvore do casamento enfim árvores da fortuna16 Do ponto de vista silvicultural o Kiri tem algumas características muito notáveis O crescimento rapidíssimo Na silvicultura o maior obstáculo como empreendimento é o crescimento lento das plantas e da demora reversão de capital o Kiri permite que seu cultivo seja intoduzido ou combinado dentro do empreendimento florestal com as demais essências silvícolas para aproveitamento mais racional da exploração Sendo uma grande problemática da política florestal aumentar o florestamento nas pequenas áreas o Kiri é indicado para esse fim porque tem ciclo curto para seu aproveitamento e alto rendimento por área Não satisfazendo o abastecimento de madeira ao consumo atual e havendo necessidade de aumento cada vez maior da reserva florestal o caminho mais curto para esse aumento 16 Disponível no livro Kiri Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 15 20 seria praticar o reflorestamento com espécies de crescimento mais rápido O Kiri preenche essa necessidade Quando cortada brota com facilidade Podese aproveitar a mesma planta até três cortes seguidos Suporta bem as secas e as geadas Perdendo as folhas durante o inverno resiste às temperaturas de até 6C Responde muito satisfatoriamento às adubações Adaptase a diversos climas preferindo no entanto regiões mais quentes e úmidas Não é muito exigente quanto à temperatura do solo crescendo melhor porém nas terras soltas férteis e profundas Produz facilmente fuste livre de aproximadamente 6 metros Excelente material para trabalhos de melhoramento genético dado a facilidade de obtenção17 Verificase assim que o cultivo da Palownia apresenta inúmeros benefícios quando comparada com as demais espécies utilizadas na silvicultura Figura 09 A árvore acima tratase de um Kiri de três anos e meio com 40 centímetros de DAP Suas adaptação ao solo é muito mais versátil e o crescimento das árvores também apresenta um desenvolvimento muito superior às demais espécies além de ser mais resistente em relação ao solo e à temperatura A imagem abaixo aduzse à árvore de Kiri com seis anos e meio 850 metros de 17 Ibidem p 24 21 tronco livre e DAP de 58 centímetros Figura 10 Como se vê das imagens anexadas o desenvolvimento da árvores está muito acima da médias das demais árvores utilizadas em silvicultura O primeiro Kiri desenvolvido no Brasil já se mostrava bastante notáveis nos aspectos observados mas as árvores subsequentes mistas com aprimoramentos na condução e em questões genéticas aprimorouse e se sobresaiu com enorme diferença Tal desenvolvimento certamente garantiu como ainda garante o epíteto de árvore mais produtiva do mundo à Palownia Tal produtividade não aduz somente à incorporação de peso volume por ano mas 22 à incrível capacidade de adaptação das mudas ao solo e aos mais variados climas 22 Utilidade da madeira Com a enorme vantagem no cultivo haverá grande benefício a fortiori no tocante à madeira da Palownia e de sua utilização nas mais variadas áreas A propósito o Kiri produz uma madeira de características especiais que a tornam de grande valor para um número muito grande de fins No Japão o Kiri produz uma madeira muito apreciada pelas suas propriedades de ser leve e indeformável não estando sujeito ao empenamento ou a rachaduras e de permitir a obtenção de lâminas muito finas e ainda recever com facilidade colas tintas e outros tratamentos18 As suas principais aplicações têm sido caixas de embalagens móveis todos os tipos gavetas caixilhos de ajustamento perfeito e pelos quais marceneiros japoneses se notabilizam forros de casas forros internos de caixas fortes assolhos portas internas e biombos palitos de fósforos caixas de fósforos caixas diversas de bonecas de cerâmicas de amostras caixote para transportes de tecidos lápis compensados diversos laminados para cartões de visitas cabos de pincéis e trinchas armação interna de aviões e planadores indústria aeronáutica armação interna de navios e barcos indústria naval tamanco saltos e solas de sapatos femininos boias para redes de pesca brinquedos persianas mastros dos barcos à vela instrumentos musicais raquetes carvão para polimento carvão para desenho isolante térmico isolante acústico celulose Como se vê pelo fato da madeira ser extremamente leve e versátil a madeira da Palownia é significativamente utilizada em praticamente todos os setores da indústria 18 Ibidem p 28 23 Capítulo III 31 Do cultivo e das relações com o mercado interno Viuse no primeiro capítulo que o Brasil depende da silvicultura como forma de desenvolvimento nacional redução da emissão de CO2 sustentabilidade consciente e outros fatores positivos ligados Suas folhas são robustas e seu desenvolvimento crescimento é algo digno de nota Vejase na imagem como a árvore possui um grande caule Figura 11 Fonte Foto tirada por Ricardo Schewinski 24 Esta muda foi plantada há um ano e já teve o processo de poda realizado no último inverno Lembrase que o processo de poda e de seleção do melhor broto que surge em média a cada dez que vem após a cepa é fundamental para que as árvores tenham um sadio desenvolvimento e possam ser cada vez mais perfeitas para o fim a que se propõem As folhas além de ser enormes consumidoras de CO2 servem como alimento de enorme teor proteico para animais O plantio do Kiri então além de não prejudicar a fauna e a flora é um grande meio para se conciliar com outros meios gado ovelha cavalos e etc Figura 12 25 Aqui se observa com nitidez de que forma as árvores possuem grande crescimento e desenvolvimento em todos os seus aspectos Há em média um crescimento de três centímetros ao dia o que representa o desenvolvimento idêntico em cinco anos a um eucalipto de quinze anos A despeito das condições necessárias ao cultivo notase que é uma árvores de ótimo desenvolvimento em várias possibilidades climáticas Deveras As suas características fisiológicas permitem que essa árvore se adapte a uma grande variedade de climas Podem se adaptar a uma faixa muito ampla de temperatura de 20 ºC a 45 ºC embora encontrem sua faixa ideal para um bom desenvolvimento em altura e diâmetro entre 24ºC e 29ºC Essas árvores podem se desenvolver em áreas com precipitação anual próxima a 150 mm tornando necessária a irrigação no verão Elas se adaptam a todos os tipos de solos preferindo solos bem drenados e levemente argilosos com pH entre 55 e 8 Seu tamanho é reto e com poucos nós o que o torna interessante para a indústria da madeira Após o corte regenera vigorosamente até 7 vezes19 Como dito além de ser economicamente viável a Palownia traz enormes benefícios à natureza por ser grande captador de CO2 Entre outros benefícios destacase a excelente qualidade de sua madeira a sua capacidade de recuperar controlar e estabilizar a erosão do solo devido ao seu sistema radicular profundo a sua considerável capacidade de produção de biomassa a sua capacidade de fixação de CO 2 a possibilidade de uso da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras agrícolas abandonadas ou degradadas e o seu valor como planta ornamental20 No mesmo sentido Esta árvore absorve 10 vezes mais dióxido de carbono do que qualquer outra árvore e emite muito mais oxigênio Tem ainda a possibilidade do aproveitamento da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras degradadas além de seu valor como planta ornamental Por isso é ideal para combater o aquecimento global devido aos efeitos das alterações climáticas Com as demais qualidades intrínsecas essa árvore poderá ser uma boa oportunidade de negócio21 19 Disponível em httpsdesenvolvimentoruralcomarvorepaulownia acesso em 17112021 20 Ibidem 21 Disponível em httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 26 Para o plantio as mudas vêm em blocos de 10 o que facilita bastante o manejo Figura 13 Seu cultivo então deve obedecer a alguns critérios Deve ser cultivada sob sol pleno em solos profundos não arenosos preferencialmente enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no primeiro ano de implantação Após este período as regas podem ser deixadas por conta das chuvas e depois de bem estabelecida ela é muito resistente à estiagem Tolerante ao frio invernal geadas e poluição ambiental Resistente também a incêndios rebrotando com vigor a partir de suas raízes As podas anuais realizadas sempre após o florescimento estimulam intensas florações no ano seguinte e ajudam a controlar o porte e a forma da árvore Multiplicase por estaquia alporquia e por sementes As sementes devem ser colhidas dos frutos já secos quando estão iniciando a abertura natural22 22 Disponível em httpswwwjardineironetplantaskirijaponespaulowniatomentosahtml acesso em 17112021 27 É feita a separação por áreas colocadas as linhas divisórias e perfurados os locais com maquinário especial que atinge grande profundidade Figura 14 Depois de duas semanas a muda já começa a atingir um belo desenvolvimento Vejase Figura 15 28 No mesmo modo Figura 16 Passados seis meses no período da outono é realizada a decepa e identificados depois os melhores brotos para seleção A isto dáse o nome de brotações epicórmicas de decepa A propósito A propagação vegetativa pode proporcionar a produção de uma grande quantidade de mudas de boa qualidade em curto espaço de tempo no entanto a qualidade das mudas formadas depende diretamente da capacidade de enraizamento de cada espécie bem como da qualidade do sistema radicial formado O processo de enraizamento adventício é naturalmente regulado pela interação de múltiplos fatores como hormônios vegetais características genéticas carboidratos compostos nitrogenados aminoácidos estádio fisiológico e idade da plantamatriz23 23 Disponível em httpsainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem13104812015IvarCFEstaquiapdf acesso em 17112021 29 Depois disto o crescimento é salutar e de desenvolve de uma maneira muito eficaz Figura 17 As árvores se desenvolvem muito bem Para isso basta deixar um espaçamento médio de três metros entre as mudas plantadas para que haja insolação suficientes para cada árvore O fluxo solar será determinante para a salutar fotossíntese das árvores 30 Vejase o modus operandi adotado pelo silvicultor Alfredo Schewinski Junior Figura 18 Com esse espaço possibilitase além de um crescimento maior das árvores um grande espaço para circulação de pessoas e de animais Isto por evidente fará da floresta um grande meio para a prática de inúmeras atividades que podem surgir no decorrer do plantio e do desenvolvimento da floresta Podese inclusive utilizar outros meios e outras técnicas 31 Aqui outra imagem que demonstra o espaçamento no plantio Na fotografia estão o silvicultor Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry referência e autoridade em Palownia Figura 19 Então conforme visto o ciclo das árvores é bastante notável Desde o plantio até a colheita as árvores têm um desenvolvimento anual que ultrapassa e muito as outras árvores do ramo de silvicultura Figura 20 32 Percebese que a árvore chega a crescer à média de 05 metros por ano Outra imagem mostra de maneira muito nítida a respeito do desenvolvimento da árvore24 Figura 21 Vejase uma árvore com 10 anos de idade fotografia tirada pelo autor do presente trabalho Figura 22 24 Disponível em httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kiri japnesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 18112021 33 Aqui uma lâmina serrada Figura 23 Além de produzir uma madeira leve resistente e de alto valor no mercado nacional e internacional as árvores florescem com vigor no inverno Figura 24 34 As flores além de lindas e perfumadas produzem um dos méis mais nutritivos e saborosos do mundo Abaixo uma fotografia referente a uma tábua de 20 anos o que equivale em média a um eucalipto de 50 anos A madeira é muito utilizada para produção de portas pranchas de surfe 35 móveis e etc Sua resistência é um dos grande fatores que fazem dela um produto tão bom motivo pelo qual foi utilizado neste trabalho CAPÍTULO 4 Metodologia O Método a ser utilizado na elaboração deste Artigo foi o indutivo o Método de procedimento monográfico O levantamento de dados foi por meio da técnica da pesquisa bibliográfica O objetivo principal foi analisar a viabilidade do Kiri e o modo de operação para a concretização do plantio e do crescimento das árvores alcançando assim o resultado pretendido desde o início 41 Processo de Plantio cultivo e manejo 411 Plantio e das formigas No processo de plantio é feito até dezembro de cada ano para se evitar as secas que costumam ocorrer no mês de janeiro Também é feita a adubação e os cuidados com as formigas é essencial sendo feito um acompanhamento diário A propósito é de se destacar que as formigas são um problema para o cultivo de várias espécies em solo brasileiro Dentre as espécies de saúva com maior ocorrência no Brasil podese citara Atta sexdens sexdens Lineu1758 que ocorre em 18 estados Atta laevigata Smith 1858 ocorre em 15 estados e Atta cephalotes Lineu1758 que já foi observada em oito estadosPelas informações coletadas sobre as plantas atacadas cabe destacar a Atta laevigata Smith 1858 Atta sexdens rubropilosa Forel 1908 e Atta sexdens sexdensLineu1758 como as espécies e subespécies do gênero Atta que atacam o maior número de espécies de plantas de importância econômica25 Deste modo no cultivo do Kiri há a colocação do veneno para formigas antes 25 Disponível em httpsitrufrrjbrportalwpcontentuploads201709monografiacamilaraisadossantos pintopdf acesso em 27012022 36 do início do plantio No gráfico abaixo há a distribuição das espécies e sua distribuição em solo nacional 412 Cultivo 37 O cultivo é realizado de outubro a dezembro e de dezembro até agosto mantém o local limpo com roçadas e cuidados gerais Em agosto cortase até o solo e efetuase a decepa com os múltiplos brotos que serão objeto de escolha Os ramos são quebrados e deixamse as folhas que irão se desenvolver para deixar a árvores mais bonita a vistosa Dois funcionários serão necessários e darão conta de 20 hectares recebendo cada um o valor de R 200000 Tratase de um trabalho manual e extremamente qualificado No entanto em virtude do alto crescimento da árvore este trabalho tem que se feito com agilidade e eficácia sob o risco de que os brotos cresçam de maneira muito rápida e se perca a retidão dos brotos Algumas medidas devem ser obervadas para o bom andamento da floresta entre elas listase as seguintes Há a exigência de um bom solo solo fértil profundo e solto O solo fraco argiloso úmido não permitem o cultivo de um essência florestal bem definitda e próspera Já o sistema radicular desenvolvese melhor em solo arejados e pior em solos excessivamente úmidos Portanto devese evitar o solo excessivamente seco e excessivamente úmido assim como o cultivo das demais espécies de árvores para reflorestamento 38 A propósito O sistema radicular do kiri é grande mas suas raízes são um tanto fracas razão pela qual principalmente nos primeiros anos o kiri deve permanecer livre da concorrência de ervas daninhas em água e adubos Na primavera antes da brotação plena das folhas as raízes são mais ativas indicando ser essa uma das épocas próprias para a adubação26 Verificase então que a observância de alguns fatores é salutar para o bom desenvolvimento das árvores Então a título de ilustração são adequados ao cultivo os solos arenosos e areno argilosos profundos bem drenados ricos em humus Já em relação à necessidade de luz Em silvicultura as espécies são classificadas de acordo com a resistência à sombra embora todos vegetais necessitem de raios solares luz variando essa necessidade com a espécie Para o seu engrossamento aumento contínuo do diâmetro o fatos mais importante se não for o maior é a existência de luz banhando as plantas de kiri Caso essa luminosidade seja escassa a tendência das árvores é parar seu engrossamento e lançar novas brotações para o alto a partir da copa com o que a energia dos nutrientes será desviada para essa parte alta da planta desvirtuando o fim maior da cultura obter árvores de grandes diâmetros27 Ainda quando não ocorrer uma boa entrada de luz o desbaste em excesso deve ser feito diminuindo o número de árvores por área para favorecer a abertura de novos espaços com penetração de luz solar28 Assim verificase que junto com um bom solo as árvores de Kiri necessitam de bastante luminosidade para que deêm maior envergadura e diametrização Como o cultivo se volta à venda comercialização a relação de engrossamento por tempo será tanto melhor quanto menor o for A título de exemplo uma área bem conduzida será tanto mais produtiva quanto 26 Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 80 27 Ibidem p 81 28 Ibidem p 82 39 melhor forem observados os requisitos de solo luz e etc Em relação à suscetibilidade de pragas devido ao seu rápido crescimento a madeira de Kiri é mais mole e por isso mais suscetível a doenças e pragas que as demais espécies Embora dentro das variedades umas sejam mais outras menos resistentes29 A resistência ao frio é um bom fator pois a árvore aguenta temperaturas negativas Já em relação aos ventos por ter um crescimento rápido fica a árvores sujeita a danos causados por ventos mais fortes Caso todas as condições locais sejam favoráveis ao kiri com exceção de ventos fortes é nessário o plantio de lotes de árvores quebra ventos principalmente na face mais exposta Abaixo se extrai uma plantação favorável à mecanização As temperaturas ideais são entre 22c e 24c sendo máximas de 39c e 29 Ibidem p 84 40 mínimos de 1c Já os solos menos indicados para o plantio do kiri são os solos argilosos pois dificultam a expansão e o arejamento adequado das raízes Também os solos de lençóis freáticos devem ser eveitados onde a água permanece parada Os solos superficiais trazem problemas pois o Kiri necessita de um amplo potencial genético para o seu crescimento salutar Terrenos sujeitos a ventos muito fortes causam a quebra dos galhos e podem prejudicar o andamento da floresta e do manejo Já em relação ao espaçamento citase que o adequado é dar a margem de 3metros por 3 metros dando a média de 11000 árvores por hectare Além do espaçamento é ideal que a cada ciclo façase o desbaste com a retirada das árvores mais finas e tortas Isso à parte do engrossamento que ficará mais viável e ocorrerá naturalmente fará com que haja uma penetração de luz maior na floresta Com espaçamento e luz as árvores ficarão cada vez mais grossas A despeito esses espaçamentos fazem o desbaste eliminação das árvores de menor diâmetros aproveitandose nas serrarias deixando as mais grossas com aumento da penetração de luz30 30 Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 95 41 A tendência portanto é que se deixe uma média de 400 árvores por hectare Isso fará com que as madeiras extraídas sejam mais grossas e tenham um valor de mercado maior Citase que a priori o plantio de 1100 árvores por hectare faz com que haja uma seletividade maior no desbaste deixando as melhores árvores como forma de seleção artificial e que haja ainda uma proteção natural nos primeiros anos contra os ventos Conforme dito os ventos podem ser bastante prejudiciais nos primeiros meses do cultivo onde o kiri cresce de forma notável mas as raízes ainda não estão bem consolidadas no solo Isso pode ocasionar a quebra das árvores e prejudicar o andamento do plantio Assim quanto menos árvores se deixar por hectare maior será o engrossamento e consequentemente maior será o valor de mercado pois a quantidade de metros cúbidos será proporcionalmente maior A despeito o objetivo do aumento da produtividade é em última análise aumentar o volume de produção e melhorar a qualidade e para produzir a madeira de boa qualidade com volume grande a densidade baixa grande espaçamento não satisfaz Para aumentar a produção por área devese aumentar a densidade diminuir o espaçamento além da esala tradicional e renovar as técnicas de cultivo se não se pretende efetuar os cortes intermediários na medida em que as árvores paralizarem ou diminuírem seu engrossamento devese plantar com espaçamento maior mas evitando a formação de grandes clareiras pois a planta perde a conformação característica e apropriada devido à formação de galhos grossos na copa se se pretende efetuar os cortes intermediários podese adotar o espaçamento menor maior número de árvores por unidade de área e iniciar esses cortes entre as plantas o que no final poderá resultar em maior produção por área 31 31 Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 95 42 Assim uma boa condução é o pilar para o desenvolvimento sadio da floresta de kiris De todo modo para fins de recomendações práticas o trato cultural a escolha dos solos e os cortes intermediários são de imensa importância O primeiro corte também chamado de primeiro desbaste deverá ser realizado quando a árvore já tiver certo valor de mercado ainda que muito inferior àquele que se pretende com o corte final As primeiras árvores poderão servir para o forncecimento à indústria de celulose Se o objetivo foi o maior engrossamento possível há como se deixar um espaçamento maior para que num menor espaço de tempo possase conseguir um diâmetro efetivo por cada árvore cultivada Abaixo há uma tabela bastante esclarecedora quanto às informações necessárias e que podem ser de grande utilidade aos silvicultores que porventura tenham interesse no cultivo aqui tratado32 32 Ibidem p 112 43 Concluise portanto que com um bom manejo e um direcionamento consciente o plantio do kiri revelase muito vantajoso e economicamente viável As tabelas que seguem ao próximo capítulo deonstrarão que o investimento e o retorno têm uma relação profícua e bastante notável Como dificilmente se acha em outros negócios ou investimentos a taxa de incremento de capital no kiri é extremamente viável e promete para aqueles que assim o decidirem ficar milionários com mil árvores plantadas como dizia o antigo ditado nipônico 42 Investimentos e custos Abaixo podemos observar uma tabela demonstrando os custos que envolvem a operação Na primeira podemos observar os custos por hectare já na segundo o custo total em um terreno de 102 hectares sem contar é claro com o investimento próprio do terreno FALTA FAZER A PLANILHA DO FLUXO DE CAIXA PARA O PERÍODO DE DURAÇÃO DO PROJETO 7 ANOS TODAS ENTRADAS E SAÍDAS PARA QUE POSSA SER CALCULDO O PAYBACK O VALOR PRESENTE LÍQUIDOVPL E A TAXA INTERNA DE RETORNO TIR 44 Demontrase na tabela as partes essencias para a relização do plantio das mudas sendo um dos primeiro passos e um dos mais importantes a compra da muda correta Essa etapa é de extrema importância sendo ela responsável por grande parte do custo da empreitada Fazse necessário uma correta avaliação de mercado sabendo optar por aquela que se demontra mais resistente e com melhor custo benefício Assim a árvore crescerá com saúde e haverá o menor número possível de danos e imprevistos Um cuidado que observase na plantação do Kirí são os prejuízos que as formigas pode causar nas mudas sendo necessário um forte cuidado em relação a isso Na tabela podemos observar que foi necessário a compra de veneno que para os custos representam uma fração muito pequena comparado a importância desta etapa Vêse na tabela que os custos apresentados são de maioria no primeiro ano e muito pouco no segundo ano isso se dá pois quando se trata da plantação de Kirí Japonês não é necessário mais gastos a partir do terceiro ano pois a planta se desenvolverá de maneira autônoma sendo necessário apenas observar se tudo está se desenvolvendo como o esperado O investimento é de grande potencial sendo os lucros gerados muito satisfatórios e de grande margem O tempo estimado para a colheita é de 7 anos o valor espera de faturamento por hectare é de R 15000000 e as despesas de colheita apenas R 600000 por hectare sobrando de lucro um valor estimado de R 14400000 Levando em consideração os resultados esperados o investimento é inegavelmente muito promissor 45 Conclusão Concluise com o presente trabalho que a plantação de Kiri é bastante promissora sendo que o mercado internacional já está aceitando e aderindo à madeira O plantio e a colheita obervam todo um cicloe protocolos que fazem do produto algo significativo e notável O retorno do investimento também é significativo Com 300 árvores por hectare tirase algo em torno de R 12000000 com um investimento de R 1200000 Isto diferente do pinus e eucalipto num período de 07 anos O incremento de dez vezes em cinco anos faz do Kiri algo extremamente viável em todos os sentidos concluindo pela positividade da tese levantado no início do trabalho Referências Bibliográficas LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 17 acesso em 01112021 46 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 22 KAGEYAMA Paulo Yoshio Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóres nativas p 12 FONSECA Sebastião Machado Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores p 01 httpsdesenvolvimentoruralcomarvorepaulownia acesso em 17112021 httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 httpswwwjardineironetplantaskirijaponespaulowniatomentosahtml acesso em 17112021 httpsainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem13104812015IvarCFEstaquiapdf acesso em 17112021 httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kiri japnesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 18112021 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SULSC 2023 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientadora Prof a RIO DO SULSC 2023 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIDAVI a ser apreciado pela Banca Examinadora formada por Prof Orientador Banca Examinadora Prof Prof RESUMO O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia em uma propriedade rural localizada no município de Rio do Sul na região do Alto Vale do Itajaí no Estado de Santa Catarina A partir do levantamento de informações sobre o conhecimento e prática da silvicultura compilaramse os dados sobre os custos necessários desde a compra da muda até a sua colheita para a realização do empreendimento bem como os cálculos necessários para se analisar o retorno do investimento Dado que a análise financeira é um processo muito importante para iniciar qualquer projeto não importando se pessoa física ou jurídica o uso de técnicas de análise econômicofinanceira se apresenta como um importante instrumento na tomada de decisão GITMAN 2010 ROSS 2013 PUCCINI 2016 MARCONI 2019 Assim além de trazer o detalhamento do negócio como a muda se desenvolve como floresce e se há época ideal para seu cultivo como estudo de caso a presente pesquisa foi estruturada através da análise financeira utilizando métodos de avaliação de projetos como Valor Presente Líquido VPL Payback e a Taxa Interna de Retorno TIR Os custos e as receitas foram estimados em Reais por Alqueires R Alq com um horizonte de planejamento de 2023 a 2029 e uma taxa mínima de atratividade TMA de 8 ao ano A metodologia utilizada para a realização do trabalho foi o estudo de caso YIN 2015 e pesquisa bibliográfica Com os resultados obtidos constatouse um VPL de R 11561053 e a TIR um resultado de 1325 maior do que a TMA estipulada ainda também o tempo de retorno Payback encontrado com o estudo aponta 7 anos Diante de todas as informações encontradas dadas as peculiaridades do negócio florestal ser de médio a longo prazo restou evidenciado que a viabilidade do projeto é promissora tanto em questão de lucro quanto em vantagens do uso desta madeira Palavraschave Administração Análise de investimentos Silvicultura Reflorestamento Paulownia Empresas madeireiras LISTA DE FIGURAS Figura 1 Principais destinos das exportações14 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 201915 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada16 Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada17 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi18 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês19 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore20 Figura 8 Destaque para altura da espécie21 Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza22 Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas25 Figura 11 Plantação de Kiri Japonês27 Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia30 Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO231 Figura 14 Crescimento e desenvolvimento32 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia34 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo35 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas36 Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês37 Figura 19 Folhas de Paulownia38 Figura 20 Espaçamento de cultivo39 Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry40 Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia41 Figura 23 Tabela de crescimento41 Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade42 Figura 25 Lâmina serrada43 Figura 26 Florescer44 Figura 27 Tábua de Kiri Japonês45 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês49 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos49 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês50 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado 51 Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica51 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 11 A silvicultura no Brasil 09 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina09 13 Objetivos 10 131 Objetivo Geral 10 132 Objetivos Específicos 10 14 Justificativa 10 15 Estrutura do trabalho 11 2 REVISÃO DA LITERATURA12 21 Considerações gerais do mercado da madeira12 22 Kiri Japonês Paulownia17 23 Utilidade da madeira23 24 Processo de Plantio cultivo e manejo24 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno30 26 Análise de Viabilidade Econômico Financeira45 27 Taxa Mínima de atratividade46 28 Valor Presente Líquido 46 29 Taxa Interna de Retorno47 210 Payback47 3 METODOLOGIA 48 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 48 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia48 5 CONCLUSÃO 52 REFERÊNCIAS 54 1 INTRODUÇÃO 11 A silvicultura no Brasil O agronegócio possui grande impacto econômico no País Dados da Exame 2022 indicam que o agronegócio representa 27 do Produto Interno Bruto PIB brasileiro o que corresponde a aproximadamente R 12 trilhão Dessa fatia conforme o Canal Agro no contexto do agronegócio está o segmento da silvicultura que alcançou a marca de R 189 bilhões em valor de produção um crescimento de 21 em relação ao ano anterior Tratase de dados comparativos entre 20192020 ESTADÃO 2022 A madeira em tora é o principal objetivo das florestas plantadas brasileiras Todos os produtos madeireiros somados representam 90 da produção da silvicultura do País e o eucalipto tem uma participação de 77 nas áreas florestais cultivadas no Brasil A produção se destina principalmente à produção de papel e celulose além do carvão vegetal Por outro lado o setor apresenta negócios de maturação de médio a longo prazo assim o produtor rural precisa se planejar em relação ao seu maquinário frota de plantio e colheita por implicar num investimento na maioria das vezes alto e se feito de última hora de qualquer forma pode até colocar em risco a safra do ano PORTAL DO AGRONEGÓCIO 2021 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina A atividade tem alta concentração nas Regiões Sul e Sudeste Em 2020 despontou Minas Gerais como o estado que registrou o maior valor da produção neste setor com R 59 bilhões e foi responsável por quase 90 do carvão vegetal produzido no Brasil Em seguida está o Paraná com R 46 bilhões com destaque para a madeira em tora para papel e celulose que representa 17 da produção nacional Por outro lado Carvalho 1998 em estudo da Embrapa referente a região CentroSul do País já citava as espécies não tradicionais exóticas para plantios com finalidades produtivas e ambientais entre elas o Kiri Japonês Paulownia desenvolvido na região do Alto Vale do Itajaí 13 Objetivos 131 Objetivo Geral Analisar a viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí 132 Objetivos Específicos i contextualizar a opção de cultivo pelo Kiri Japonês Paulownia em contraponto a predominância de outras espécies na silvicultura no País ii estimar os gastos futuros no lapso temporal 20232029 do empreendimento e iii analisar o VPL TIR e período de payback simples do investimento 13 Justificativa Todos que constituem uma empresa têm como principal objetivo vir a gerar lucro e obter resultados assim sendo é muito importante analisar bem o investimento antes de tomar qualquer atitude precipitada Quando se trata de reflorestamento não é diferente O investimento além de ser expressivo exige uma espera de longo prazo de maturação e é preciso antes de qualquer atitude analisar todos os aspectos para tomar as melhores decisões São diversas opções e o investidor terá que escolher o que melhor se encaixa com a sua situação Com uma análise mais detalhada com certeza o investimento será mais eficaz evitando ao máximo possíveis incidentes Muitas empresas hoje no mercado erram justamente ao iniciarem o seu investimento justamente na fase do planejamento Não tendo o conhecimento necessário para manterem seu negócio no mercado em especial quando se fala em inovação com culturas de espécies de árvores exóticas sua inserção e aceitação no mercado nacional Seja por não conhecer o seu produto ou até por falta de organização financeira Para o acadêmico a escolha do tema deuse a partir do interesse em conhecer mais sobre a muda de Kiri Japonês Paulownia por ela ser extremamente inovadora na área e ter um tempo para corte inferior a todas as demais no mercado Além disso ela mostra extrema qualidade e valor agregado Assim sendo este trabalho busca preencher essas lacunas de melhor conhecimento do produto mercado e avaliar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia E neste contexto emerge a questão de pesquisa Existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí A investigação do tema poderá evidenciar a importância das técnicas de análise para a tomada de decisão do Administrador bem como servirá para que aqueles que têm interesse na área da plantação possam melhorar sua produtividade e possam conhecer um pouco mais desta árvore inovadora 14 Estrutura do trabalho Este estudo está dividido em cinco capítulos sendo o Capítulo 1 para contextualização do estudo a definição dos objetivos geral e específico e na justificativa do estudo Por sua vez o Capítulo 2 trata da Revisão de Literatura descrevendo o mercado da silvicultura e as características que permeiam a exploração comercial do Kiri Japonês que representa um percentual de 5 no somatório de culturas alternativas da silvicultura nacional em contraponto aos 95 dominantes da espécie Eucalipto e Pinus além disso detalhando conceitos e técnicas para a realização da análise econômicofinanceira de projetos E no Capítulo 3 apresenta a classificação da metodologia abordada nos estudos quanto à natureza da pesquisa abordagem do problema objetivos da pesquisa e procedimentos técnicos adotados E no Capítulo 4 buscouse a caracterização do negócio como estudo de caso O que abrange o ramo de atividade tamanho da propriedade entre outras informações relevantes para análise Por fim o Capítulo 5 está dedicado à discussão dos resultados obtidos limitações do estudo e proposta de novos estudos dentro desta temática 2 REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo a revisão da literatura está estruturada para abordar o mercado da madeira bem como os conceitos de análise de viabilidade econômicofinanceira e alguns dos principais métodos para a sua realização 21 Considerações gerais do mercado da madeira Sabese que o desenvolvimento de um País está ligado na grande parte dos casos ao crescimento de seu setor primário e das atividades a ele inerentes Neste sentido a silvicultura área objeto do presente estudo pode ser delimitada por meio da criação e desenvolvimento que estão sujeitas às necessidades do mercado Os primeiros plantios de árvores com o objetivo de reflorestamento e comercialização conforme Lima 1996 iniciaramse no final do século XVIII sendo que desde então o mercado veio a crescer de maneira cada vez mais notável Por meio da Lei Federal 510666 que dispôs sobre os incentivos fiscais voltados ao reflorestamento o setor primeiro veio a crescer de maneira cada vez mais intensa e consciente Dispunha o artigo 1 1 da referida Lei que as pessoas físicas poderão abater da renda bruta as importâncias comprovadamente aplicadas em florestamento ou reflorestamento BRASIL 1966 Assim com o incentivo da Lei iniciouse uma verdadeira odisseia que visaria utilizar as vastas extensões de terra no solo brasileiro para fins de crescimento consciente e cada vez mais voltando ao mercado internacional fato que traria enormes riquezas e benefícios à balança comercial Atualmente segundo dados do Relatório emitido pela Indústria Brasileira de Árvores o Brasil conta com 9 milhões de hectares plantadas representando ao todo R 974 bilhões do PIB1 A indústria nacional conta ainda com uma forte tendência de utilizar o produto das florestas na constituição primária dos objetos fabricados IBÁ 2020 Tal constatação vai ao encontro da mensagem do Presidente do Conselho e do Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores Os produtos fabricados advindos das árvores cultivadas estão em nosso dia a dia e vão desde o tradicional papel até cápsulas de medicamentos tecidos e espessantes usados na indústria de alimentos e em produtos de higiene pessoal como pastas de dentes Um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos é o têxtil A viscose tecido produzido a partir da celulose solúvel representa quase 7 do segmento mundial No entanto ainda há muito espaço para conquistar pois cerca de 64 dos tecidos que usamos atualmente são sintéticos ou seja obtidos a partir de origem fóssil IBÁ 2020 p 2 Existe portanto uma tendência inata em atrair incentivos à agroindústria com o olhar voltado ao desenvolvimento sustentável Disto se constata que o crescimento das atividades ligadas à silvicultura merece ipso facto a atenção ao desenvolvimento sustentável pois A bioeconomia e a visão de sustentabilidade pautam modelos de produção que utilizam recursos naturais de maneira consciente para que possam proporcionar fontes de energia limpa mitigação dos efeitos das mudanças climáticas alimentos produtos renováveis entre outras necessidades essenciais à sobrevivência hoje e às futuras gerações O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável provendo inúmeros produtos de origem renovável essenciais para o dia a dia das pessoas como móveis livros pisos laminados painéis de madeira papéis higiênicos e embalagens Além de prover o hoje essa indústria também está de olho no futuro investindo em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais bioprodutos ou biomateriais da economia circular biodegradáveis e recicláveis Um setor atento a nova mentalidade de um consumidor consciente e preocupado com a sustentabilidade e com o futuro do mundo IBÁ 2020 p 15 O setor florestal aliado às mais modernas formas de manejo é um dos importantes pilares para o desenvolvimento nacional pois deve gerar somente em 2023 o quantitativo de 36 mil postos de trabalho a se somar aos 375 milhões de brasileiros que já atuam no setor IBÁ 2020 Verificase portanto que a indústria de madeiras já é um dos setores mais importantes 1 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 para a balança comercial brasileira Corroborando esses dados conforme se extrai do informe da Indústria Brasileira de Árvores 2020 o Brasil continua a ser o maior exportador de celulose do mercado mundial bem como um dos maiores produtores de painéis de madeira e de outros produtos derivados conforme se observa na Figura 1 os cinco maiores destinos das exportações por produto do setor de árvores plantadas Figura 1 Principais destinos das exportações Fonte IBÁ 2020 p 26 Deste setor de árvores plantadas estáse com a seguinte distribuição Em 2019 a área total de árvores plantadas totalizou 90 milhões de hectares um aumento de 24 em relação a 2018 879 milhões de hectares considerando o ajuste conforme nova metodologia Desse total a maioria 77 é representada pelo cultivo de eucalipto com 697 milhões de hectares e 18 de pinus com 164 milhão de hectares Além desses cultivos existem 039 milhão de hectares plantados de outras espécies entre elas a seringueira acácia teca e paricá IBÁ 2020 p 34 Além de colaborar com a economia o plantio de árvores ligadas ao manejo sustentável também colabora com a redução das taxas de CO2 no bioma conforme se observa no seguinte excerto Esse setor ajuda a conservar a biodiversidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa sequestrando e armazenando O potencial de estoque das suas áreas tanto de plantação quanto conservação soma 448 bilhões de toneladas de CO2 eq Além de uma relevante taxa de reciclagem de papel 669 o setor também se destaca pela alta participação 69 de energia renovável em sua rede elétrica Credenciais que confirmam sua importância na luta de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas IBÁ 2020 p 12 O plantio das árvores está distribuído em solo nacional conforme retratado na Figura 2 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 2019 Fonte IBÁFGV 2020 p 35 Visualizase assim que o Estado de Santa Catarina possui 064 das 9 milhões de hectares plantadas em solo nacional número bastante significativo comparado com as dimensões do solo Um fato a se destacar também que no Estado predominam Eucalipto e Pinus não havendo registro oficial de outras espécies ampliando assim uma oportunidade de mercado para inserir novas e diferenciadas espécies Os fatores conforme o Indústria Brasileira de Árvores IBÁ estão principalmente nos seguintes elementos A adoção de boas práticas de manejo o melhoramento genético e as condições edafoclimáticas do País levaram a um reconhecimento mundial da alta produtividade brasileira em comparação com os demais países considerando o volume de madeira produzido por área ao ano e por um dos menores ciclos entre o plantio e a colheita do mundo Em 2019 o Brasil apresentou uma produtividade média de 353 m3ha ao ano nos plantios de eucalipto Essa ligeira queda pode estar associada ao efeito das mudanças climáticas expansão para novas áreas fatores bióticos e abióticos Já no plantio de pinus houve um aumento de produtividade para 313 m3ha que pode estar relacionado a alguns fatores programas de melhoramento genético e fertilidade do solo de nutrição de plantas de viveiro e a mecanização de plantios que antes eram semimecanizados IBÁ 2020 p 37 Além de celulose a indústria de madeira alcança um importante setor produção de madeira serrada Conforme índices extraídos o mercado interno é o grande consumidor da referida madeira serrada assim se observa na Figura 3 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada Fonte IBÁFGV 2020 p56 No cenário internacional a situação é notável Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada Fonte IBÁ 2020 p 57 Vêse que o Brasil no último levantamento realizado em 2019 configurava o nono maior país produtor de madeira serrada do mundo Pela extensão territorial podese vislumbrar uma expansão deveras tal produção nos próximos anos fato que contará com a necessidade de incentivos fiscais consubstanciados na Lei 510666 BRASIL 1966 e dos meios hábeis à condução e comercialização dos produtos 22 Kiri Japonês Paulownia O desenvolvimento da Paulownia é muito significativo A primeira árvore desenvolvida no Brasil foi conduzida tecnicamente por Chikazu Hamaguchi no Município de Mogi das Cruzes São Paulo no ano de 1964 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi Fonte Consolmagno 1972 p 8 Diferente das outras árvores que o acervo da silvicultura utiliza ela tem um incremento por hectare que ultrapassa todas as demais dando segurança e amparo a quem dela se utilize Na mesma proporção olhese o desenvolvimento da árvore mãe com cerca de 65 anos de idade conforme se observa na Figura 6 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês Fonte Consolmagno 1972 p 9 A origem da árvore é controversa há quem diga que é originária da China e outros que se refiram ao Japão mas o fato incontroverso é que a mesma veio da região asiática CONSOLMAGNO 1972 O Kiri pertence à família botânica das Scrophulariaceae e ao gênero Paulownia existindo diversas espécies nativas na Ásia e na Oceania A denominação Paulownia foi dada em homenagem à Princesa Ana Paulownia filha do Czar Russo Paulo I CONSOLMAGNO 1972 Podese ver algumas de suas características notáveis e que são atrativas para o desenvolvimento da árvore conforme Figura 7 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore Fonte Consolmagno 1972 A Figura 7 mostra um Kiri de 35 anos plantado no jardim da casa da agricultura com DAP2 de 33 centímetros Consolmagno 1972 p 15 traz algumas histórias lendárias desta espécie sendo uma delas que há no Japão alguns dizeres sobre a árvores como por exemplo 1000 árvores de Kiri fazem um milionário a terra é fortuna para mil gerações e o Kiri o é para três gerações o Kiri é a árvores do seguro árvore do estudo árvore do casamento enfim árvores da fortuna Do ponto de vista silvicultural o Kiri tem algumas características muito notáveis conforme se extrai do excerto 2 DAP diâmetro à altura do peito O crescimento rapidíssimo Na silvicultura o maior obstáculo como empreendimento é o crescimento lento das plantas e da demora reversão de capital o Kiri permite que seu cultivo seja introduzido ou combinado dentro do empreendimento florestal com as demais essências silvícolas para aproveitamento mais racional da exploração Sendo uma grande problemática da política florestal aumentar o florestamento nas pequenas áreas o Kiri é indicado para esse fim porque tem ciclo curto para seu aproveitamento e alto rendimento por área Não satisfazendo o abastecimento de madeira ao consumo atual e havendo necessidade de aumento cada vez maior da reserva florestal o caminho mais curto para esse aumento seria praticar o reflorestamento com espécies de crescimento mais rápido O Kiri preenche essa necessidade Quando cortada brota com facilidade Podese aproveitar a mesma planta até três cortes seguidos Suporta bem às secas e as geadas Perdendo as folhas durante o inverno resiste às temperaturas de até 6C Responde muito satisfatoriamente às adubações Adaptase a diversos climas preferindo no entanto regiões mais quentes e úmidas Não é muito exigente quanto à temperatura do solo crescendo melhor porém nas terras soltas férteis e profundas Produz facilmente fuste livre de aproximadamente 6 metros Excelente material para trabalhos de melhoramento genético dado a facilidade de obtenção CONSOLMAGNO 1972 p 24 Verificase assim que o cultivo da Paulownia apresenta inúmeros benefícios quando comparado com as demais espécies utilizadas na silvicultura Figura 8 Destaque para altura da espécie Fonte Consolmagno 1972 A árvore da Figura 8 tratase de um Kiri de três anos e meio com 40 centímetros de DAP Sua adaptação ao solo é muito mais versátil e o crescimento das árvores também apresenta um desenvolvimento muito superior às demais espécies tradicionais além de ser mais resistente em relação ao solo e à temperatura A Figura 9 aduzse à árvore de Kiri com seis anos e meio 850 metros de tronco livre e DAP de 58 centímetros Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza Fonte Consolmagno 1972 Como se observa das imagens anexadas o desenvolvimento das árvores está muito acima da média das demais árvores utilizadas em silvicultura O primeiro Kiri desenvolvido no Brasil já se mostrava bastante notável nos aspectos observados mas as árvores subsequentes mistas com aprimoramentos na condução e em questões genéticas aprimorouse e se sobressai com enorme diferença Referido desenvolvimento certamente garantiu como ainda garante o epíteto de árvore mais produtiva do mundo à Paulownia E quanto à produtividade não aduz somente à incorporação de peso volume por ano mas à incrível capacidade de adaptação das mudas ao solo e aos mais variados climas em especial o clima frio do Sul 23 Utilidade da madeira Com a enorme vantagem no cultivo haverá grande benefício a fortiori no tocante à madeira da Palownia e de sua utilização nas mais variadas áreas conforme se manifesta Consolmagno 1972 O Kiri produz uma madeira de características especiais que a tornam de grande valor para um número muito grande de fins No Japão o Kiri produz uma madeira muito apreciada pelas suas propriedades de ser leve e indeformável não estando sujeito ao empenamento ou a rachaduras e de permitir a obtenção de lâminas muito finas e ainda receber com facilidade colas tintas e outros tratamentos CONSOLMAGNO 1972 p 28 As suas principais aplicações têm sido caixas de embalagens móveis todos os tipos gavetas caixilhos de ajustamento perfeito e pelos quais marceneiros japoneses se notabilizam forros de casas forros internos de caixas fortes assoalhos portas internas e biombos palitos de fósforos caixas de fósforos caixas diversas de bonecas de cerâmicas de amostras caixote para transportes de tecidos lápis compensados diversos laminados para cartões de visitas cabos de pincéis e trinchas armação interna de aviões e planadores indústria aeronáutica armação interna de navios e barcos indústria naval tamanco saltos e solas de sapatos femininos bóias para redes de pesca brinquedos persianas mastros dos barcos à vela instrumentos musicais raquetes carvão para polimento carvão para desenho isolante térmico isolante acústico celulose Como se nota pelo fato da madeira ser extremamente leve e versátil a madeira da Palownia é significativamente utilizada em praticamente todos os setores da indústria 24 Processo de Plantio cultivo e manejo No processo de plantio é feito até dezembro de cada ano para se evitar as secas que costumam ocorrer no mês de janeiro Também é feita a adubação e os cuidados com as formigas é essencial sendo feito um acompanhamento diário A propósito é de se destacar que as formigas são um problema para o cultivo de várias espécies em solo brasileiro conforme excerto de Santos Pinto 2016 Dentre as espécies de saúva com maior ocorrência no Brasil podese citara Atta sexdens sexdens Lineu1758 que ocorre em 18 estados Atta laevigata Smith 1858 ocorre em 15 estados e Atta cephalotes Lineu1758 que já foi observada em oito estadosPelas informações coletadas sobre as plantas atacadas cabe destacar a Atta laevigata Smith 1858 Atta sexdens rubropilosa Forel 1908 e Atta sexdens sexdensLineu1758 como as espécies e subespécies do gênero Atta que atacam o maior número de espécies de plantas de importância econômica SANTOS PINTO 2016 p29 Deste modo no cultivo do Kiri Japonês há a colocação do veneno para formigas antes do início do plantio Tal informação é relevante também para os demais anos principalmente para acompanhamento de fluxo de caixa Na Figura 10 há a distribuição das espécies de formigas e sua distribuição em solo nacional Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas Fonte Santos Pinto 2016 p32 Algumas medidas devem ser obervadas para o bom andamento da floresta entre elas listase as seguintes Há a exigência de um bom solo solo fértil profundo e solto O solo fraco argiloso úmido não permitem o cultivo de um essência florestal bem definitda e próspera Já o sistema radicular desenvolvese melhor em solo arejados e pior em solos excessivamente úmidos Portanto devese evitar o solo excessivamente seco e excessivamente úmido assim como o cultivo das demais espécies de árvores para reflorestamento Neste sentido Consolmagno 1972 se manifesta O sistema radicular do kiri é grande mas suas raízes são um tanto fracas razão pela qual principalmente nos primeiros anos o kiri deve permanecer livre da concorrência de ervas daninhas em água e adubos Na primavera antes da brotação plena das folhas as raízes são mais ativas indicando ser essa uma das épocas próprias para a adubação CONSOLMAGNO 1972 p 80 Verificase então que a observância de alguns fatores é salutar para o bom desenvolvimento das árvores Então a título de ilustração são adequados ao cultivo os solos arenosos e areno argilosos profundos bem drenados ricos em humus Já em relação à necessidade de luz Consolmagno 1972 acrescenta Em silvicultura as espécies são classificadas de acordo com a resistência à sombra embora todos vegetais necessitem de raios solares luz variando essa necessidade com a espécie Para o seu engrossamento aumento contínuo do diâmetro o fatos mais importante se não for o maior é a existência de luz banhando as plantas de kiri Caso essa luminosidade seja escassa a tendência das árvores é parar seu engrossamento e lançar novas brotações para o alto a partir da copa com o que a energia dos nutrientes será desviada para essa parte alta da planta desvirtuando o fim maior da cultura obter árvores de grandes diâmetros CONSOLMAGNO 1972 p 81 Ainda destaca Consolmagno 1972 p 82 quando não ocorrer uma boa entrada de luz o desbaste em excesso deve ser feito diminuindo o número de árvores por área para favorecer a abertura de novos espaços com penetração de luz solar Assim verificase que junto com um bom solo as árvores de Kiri necessitam de bastante luminosidade para que deêm maior envergadura e diametrização Como o cultivo se volta à venda comercialização a relação de engrossamento por tempo será tanto melhor quanto menor o for A título de exemplo uma área bem conduzida será tanto mais produtiva quanto melhor forem observados os requisitos de solo luz e etc Em relação à suscetibilidade de pragas Consolmagno 1972 p 84 orienta devido ao seu rápido crescimento a madeira de Kiri é mais mole e por isso mais suscetível a doenças e pragas que as demais espécies Embora dentro das variedades umas sejam mais outras menos resistentes A resistência ao frio é um bom fator pois a árvore aguenta temperaturas negativas Já em relação aos ventos por ter um crescimento rápido fica a árvores sujeita a danos causados por ventos mais fortes Caso todas as condições locais sejam favoráveis ao kiri com exceção de ventos fortes é nessário o plantio de lotes de árvores quebra ventos principalmente na face mais exposta Na Figura 11 se extrai uma plantação favorável à mecanização Figura 11 Plantação de Kiri Japonês Fonte Consolmagno 1972 As temperaturas ideais são entre 22c e 24c sendo máximas de 39c e mínimos de 1c Já os solos menos indicados para o plantio do kiri são os solos argilosos pois dificultam a expansão e o arejamento adequado das raízes Também os solos de lençóis freáticos devem ser eveitados onde a água permanece parada Os solos superficiais trazem problemas pois o Kiri necessita de um amplo potencial genético para o seu crescimento salutar Terrenos sujeitos a ventos muito fortes causam a quebra dos galhos e podem prejudicar o andamento da floresta e do manejo Além do espaçamento é ideal que a cada ciclo façase o desbaste com a retirada das árvores mais finas e tortas Isso à parte do engrossamento que ficará mais viável e ocorrerá naturalmente fará com que haja uma penetração de luz maior na floresta Com espaçamento e luz as árvores ficarão cada vez mais grossas A despeito esclarece Consolmagno 1972 p 95 esses espaçamentos fazem o desbaste eliminação das árvores de menor diâmetros aproveitandose nas serrarias deixando as mais grossas com aumento da penetração de luz A tendência portanto é que se deixe uma média de 400 árvores por hectare Isso fará com que as madeiras extraídas sejam mais grossas e tenham um valor de mercado maior Citase que a priori o plantio de 1100 árvores por hectare faz com que haja uma seletividade maior no desbaste deixando as melhores árvores como forma de seleção artificial e que haja ainda uma proteção natural nos primeiros anos contra os ventos Conforme dito os ventos podem ser bastante prejudiciais nos primeiros meses do cultivo onde o kiri cresce de forma notável mas as raízes ainda não estão bem consolidadas no solo Isso pode ocasionar a quebra das árvores e prejudicar o andamento do plantio Assim quanto menos árvores se deixar por hectare maior será o engrossamento e consequentemente maior será o valor de mercado pois a quantidade de metros cúbidos será proporcionalmente maior A despeito o objetivo do aumento da produtividade é em última análise aumentar o volume de produção e melhorar a qualidade e para produzir a madeira de boa qualidade com volume grande a densidade baixa grande espaçamento não satisfaz Para aumentar a produção por área devese aumentar a densidade diminuir o espaçamento além da esala tradicional e renovar as técnicas de cultivo se não se pretende efetuar os cortes intermediários na medida em que as árvores paralizarem ou diminuírem seu engrossamento devese plantar com espaçamento maior mas evitando a formação de grandes clareiras pois a planta perde a conformação característica e apropriada devido à formação de galhos grossos na copa se se pretende efetuar os cortes intermediários podese adotar o espaçamento menor maior número de árvores por unidade de área e iniciar esses cortes entre as plantas o que no final poderá resultar em maior produção por área CONSOLMAGNO 1972 p 95 Assim uma boa condução é o pilar para o desenvolvimento sadio da floresta de kiris De todo modo para fins de recomendações práticas o trato cultural a escolha dos solos e os cortes intermediários são de imensa importância O primeiro corte também chamado de primeiro desbaste deverá ser realizado quando a árvore já tiver certo valor de mercado ainda que muito inferior àquele que se pretende com o corte final As primeiras árvores poderão servir para o forncecimento à indústria de celulose Se o objetivo foi o maior engrossamento possível há como se deixar um espaçamento maior para que num menor espaço de tempo possase conseguir um diâmetro efetivo por cada árvore cultivada Na Figura 12 se observa a descrição de uma tabela bastante esclarecedora quanto às informações necessárias e que podem ser de grande utilidade aos silvicultores que porventura tenham interesse no cultivo aqui tratado Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia Fonte Consolmagno 1972 p 112 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno Viuse que o Brasil depende da silvicultura como forma de desenvolvimento nacional redução da emissão de CO2 sustentabilidade consciente e outros fatores positivos ligados Neste sentido suas folhas são robustas e seu desenvolvimento crescimento é algo digno de expressão É possível observar na Figura 13 como esta espécie de árvore possui um grande caule Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO2 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Esta muda Figura 13 foi plantada há um ano e já teve o processo de poda realizado no último inverno Lembrase que o processo de poda e de seleção do melhor broto que surge em média a cada dez que vem após a cepa é fundamental para que as árvores tenham um sadio desenvolvimento e possam ser cada vez mais perfeitas para o fim a que se propõem As folhas além de serem enormes consumidoras de CO2 servem como alimento de enorme teor proteico para animais O plantio do Kiri então além de não prejudicar a fauna e a flora é um grande meio para se conciliar com outros meios gado ovelha cavalos e etc Além do que aponta Carvalho 1998 também podem ser feitas culturas intercalares geralmente trigo soja e feijão Na Figura 14 se nota o crescimento da espécie Figura 14 Crescimento e desenvolvimento Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Da Figura 14 se extrai com nitidez de que forma as árvores possuem grande crescimento e desenvolvimento em todos os seus aspectos Há em média um crescimento de três centímetros ao dia o que representa o desenvolvimento idêntico em cinco anos a um eucalipto de quinze anos A despeito das condições necessárias ao cultivo notase que é uma árvores de ótimo desenvolvimento em várias possibilidades climáticas conforme se observa do excerto As suas características fisiológicas permitem que essa árvore se adapte a uma grande variedade de climas Podem se adaptar a uma faixa muito ampla de temperatura de 20 ºC a 45 ºC embora encontrem sua faixa ideal para um bom desenvolvimento em altura e diâmetro entre 24ºC e 29ºC Essas árvores podem se desenvolver em áreas com precipitação anual próxima a 150 mm tornando necessária a irrigação no verão Elas se adaptam a todos os tipos de solos preferindo solos bem drenados e levemente argilosos com pH entre 55 e 8 Seu tamanho é reto e com poucos nós o que o torna interessante para a indústria da madeira Após o corte regenera vigorosamente até 7 vezes DESENVOLVIMENTO RURAL 2016 Conforme exposto além de ser economicamente viável a Paulownia traz enormes benefícios à natureza por ser grande captador de CO2 de acordo ao excerto Entre outros benefícios destacase a excelente qualidade de sua madeira a sua capacidade de recuperar controlar e estabilizar a erosão do solo devido ao seu sistema radicular profundo a sua considerável capacidade de produção de biomassa a sua capacidade de fixação de CO 2 a possibilidade de uso da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras agrícolas abandonadas ou degradadas e o seu valor como planta ornamental DESENVOLVIMENTO RURAL 2016 No mesmo sentido Esta árvore absorve 10 vezes mais dióxido de carbono do que qualquer outra árvore e emite muito mais oxigênio Tem ainda a possibilidade do aproveitamento da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras degradadas além de seu valor como planta ornamental Por isso é ideal para combater o aquecimento global devido aos efeitos das alterações climáticas Com as demais qualidades intrínsecas essa árvore poderá ser uma boa oportunidade de negócio3 Para o plantio as mudas vêm em blocos de 10 o que facilita bastante o manejo de acordo com a Figura 15 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia 3 Disponível em httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Seu cultivo então deve obedecer a alguns critérios conforme sugere o seguinte excerto Deve ser cultivada sob sol pleno em solos profundos não arenosos preferencialmente enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no primeiro ano de implantação Após este período as regas podem ser deixadas por conta das chuvas e depois de bem estabelecida ela é muito resistente à estiagem Tolerante ao frio invernal geadas e poluição ambiental Resistente também a incêndios rebrotando com vigor a partir de suas raízes As podas anuais realizadas sempre após o florescimento estimulam intensas florações no ano seguinte e ajudam a controlar o porte e a forma da árvore Multiplicase por estaquia alporquia e por sementes As sementes devem ser colhidas dos frutos já secos quando estão iniciando a abertura natural PATRO 2015 É feita a separação por áreas colocadas as linhas divisórias e perfurados os locais com maquinário especial que atinge grande profundidade como no exemplo da Figura 16 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Depois de duas semanas a muda já começa a atingir um belo desenvolvimento conforme se exemplifica na Figura 17 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas Fonte Acervo do autor 2021 E na Figura 18 o exemplo por outro ângulo Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês Fonte Acervo pessoal do autor Passados seis meses no período da outono é realizada a decepa e identificados depois os melhores brotos para seleção A isto dáse o nome de brotações epicórmicas de decepa STUEPP et al 2015 Assim os autores Stuepp et al 2015 se manifestam A propagação vegetativa pode proporcionar a produção de uma grande quantidade de mudas de boa qualidade em curto espaço de tempo no entanto a qualidade das mudas formadas depende diretamente da capacidade de enraizamento de cada espécie bem como da qualidade do sistema radicial formado O processo de enraizamento adventício é naturalmente regulado pela interação de múltiplos fatores como hormônios vegetais características genéticas carboidratos compostos nitrogenados aminoácidos estádio fisiológico e idade da plantamatriz STUEPP et al 2015 p 668 Passada esta fase o crescimento é salutar e de desenvolve de uma maneira muito eficaz conforme se exemplifica na Figura 19 Figura 19 Folhas de Paulownia Fonte Acervo pessoal do autor 2021 As árvores se desenvolvem muito bem Para isso basta deixar um espaçamento inicial médio a partir de três metros entre as mudas plantadas para que haja insolação suficientes para cada árvore O fluxo solar será determinante para a salutar fotossíntese das árvores Na Figura 20 é possível observar o modus operandi adotado pelo silvicultor Alfredo Schewinski Junior Figura 20 Espaçamento de cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Com esse espaço possibilitase além de um crescimento maior das árvores um grande espaço para circulação de pessoas e de animais Assim procedendo inclusive fará da floresta um grande meio para a prática de inúmeras atividades que podem surgir no decorrer do plantio e do desenvolvimento da floresta Podese inclusive utilizar outros meios e outras técnicas conforme aponta Carvalho 1998 aumentando o espaço e incluindo culturas intercalares Na Figura 21 se destaca o espaçamento no plantio bem como o registro na foto do silvicultor Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry referência e autoridade em Paulownia Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Assim conforme visto o ciclo das árvores é bastante notável Desde o plantio até a colheita as árvores têm um desenvolvimento anual que ultrapassa e muito as outras árvores do ramo de silvicultura Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia Fonte Agron 2017 Extraise que a árvore chega a crescer à média de 05 metros por ano A Figura 23 mostra de maneira muito nítida a respeito do desenvolvimento da árvore4 Figura 23 Tabela de crescimento Fonte Agron 2017 Vejase uma árvore com 10 anos de idade fotografia tirada pelo autor do presente 4Disponível em httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kirijapnesarvoredofuturocresce5 metrosporano acesso em 18112021 trabalho Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Na Figura 25 se observa detalhe de uma lâmina serrada Figura 25 Lâmina serrada Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Além de produzir uma madeira leve resistente e de alto valor no mercado nacional e internacional as árvores florescem com vigor no inverno conforme se denota na Figura 26 Figura 26 Florescer Fonte Acervo pessoal do autor 2021 As flores além de lindas e perfumadas produzem um dos méis mais nutritivos e saborosos do mundo Na Figura 27 se observa uma tábua de 20 anos o que equivale em média a um eucalipto de 50 anos Figura 27 Tábua de Kiri Japonês Fonte Acervo do autor 2021 A madeira é muito utilizada para produção de portas pranchas de surfe móveis e etc E sua resistência é um dos grande fatores que fazem dela um produto tão bom motivo pelo qual foi utilizado neste trabalho 26 Análise de Viabilidade EconômicoFinanceira Para Marconi 2019 a análise da viabilidade do empreendimento visa essencialmente a tomada de decisão acerca da aplicação dos recursos e principalmente o retorno sobre o investimento Neste sentido destaca como principais instrumentos de análise payback Tempo de recuperação do investimento realizado TIR Taxa Interna de Retorno e VPL Valor Presente Líquido Seguindo este caminho de tomada de decisão o autor Puccini 2016 relembra que fazer esta análise não fica restrita somente à iniciativa privada pois o mesmo leque de opções de investimento que se abre na esfera privada e na esfera pública também Assim entendese a importância de tais ferramentas de análise E Gitman 2010 vai além a qual chama de técnicas de orçamento de capital aplicável inclusive na vida pessoal em investimentos em imóveis por exemplo Este autor destaca vários profissionais que devem dominar estas técnicas entre eles o profissional de Contabilidade de Sistemas de Informação de Marketing de Operações e por fim o Administrador a quem cabe conforme Gitman 2010 para entender as técnicas de orçamento de capital e analisar corretamente os fluxos de caixa relevantes de projetos propostos bem como de decidir sobre sua aceitação ou rejeição GITMAN 2010 p 363 27 Taxa Mínima de atratividade Puccini 2016 esclarece que cada organização deve definir qual a taxa de retorno mínima aceitável em suas decisões de investimento portanto é de uso discricionário da organização Essa taxa mínima é denominada então taxa de atratividade Ross 2013 chama esta situação de custo de oportunidade pois exige que desistamos de um benefício em favor do outro 28 Valor Presente Líquido O Valor Presente Líquido VPL ou seu termo em inglês Net Present Value NPV inclusive esta sigla mais conhecida pelo seu uso nas calculadoras científicas é um indicador que traz os fluxos de caixa para a mesma data e os desconta com uma taxa mínima de atratividade PUCCINI 2016 VPL é o valor obtido considerando a diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa estimados para o período do projeto e o valor presente do investimento onde considera o efetivo desembolso de caixa esta análise implica a definição prévia da taxa de desconto a ser utilizada nos fluxos de caixa e para isto utilizase a seguinte fórmula GITMAN 2010 p 369 Onde VPL Valor Presente Líquido FC0 Investimento Inicial FC Fluxo de Caixa Esperados n Número de períodos Destacase que são um conjunto de técnicas que consideram o valor do dinheiro no tempo e por isso são as mais utilizadas pelos administradores financeiros GITMAN 2010 29 Taxa Interna de Retorno Gitman 2010 entende que a taxa interna de retorno TIR é provavelmente a mais usada das técnicas sofisticadas de orçamento de capital embora conforme explica o autor seja consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL Em síntese a taxa interna de retorno TIR consiste na taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a 0 já que o valor presente das entradas de caixa igualase ao investimento inicial É simplesmente a taxa de retorno anual composta que a empresa obterá se investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas e calcula com a seguinte fórmula TIR Taxa Interna de Retorno FC0 Investimento inicial FC Fluxo de caixa esperado n número de períodos Marconi 2019 sintetiza que quanto maior o TIR melhor a saúde financeira da empresa 210 Payback Já o payback vai na contramão pois quanto mais curto mais preferível GITMAN 2010 Simplesmente porque significa o momento em que a empresa recupera o investimento inicial neste sentido é fácil entender que a organização espera recuperar o quanto antes Marconi 2019 apresenta a equação do payback Onde Pb payback I investimento inicial FC fluxo de caixa dos períodos 3 METODOLOGIA Esta pesquisa pode ser classificada no âmbito de sua natureza como aplicada de viés quantitativo Ensina Yin 2015 que não existe fórmula para abordar o estudo caso mas a escolha depende fundamentalmente da questão de pesquisa Neste sentido este trabalho justamente buscou entender melhor o fenômeno e explicar as circunstâncias em que ele ocorre E além disso o pesquisador se guiou pelo desejo de fazer uma descrição ampla e profunda das nuances relativas ao negócio objeto de estudo Como técnica de pesquisa utilizouse a revisão bibliográfica em especial obras a partir da década de 1970 que mencionaram a espécie Kiri Japonês Paulownia bem como levantamento de dados como previsão de receitas e despesas do empreendimento localizado na região do Alto Vale do Itajaí E por fim a partir desses dados aplicouse as ferramentas e técnicas de análise de viabilidade econômicofinanceira 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia O produtor rural estima implantar em sua propriedade o plantio de Kiri Japonês para iniciar o sistema de silvicultura e aproveitar uma área de 102 hectares optando pelo plantio em espaçamentos de linhas duplas de 5x5 m conforme ensina Carvalho 1998 e entre as linhas 10 m para o plantio das mudas utilizou uma espécie da Paulownia a P tomentosa pois possui maior plasticidade climática adaptandose a locais muito mais frios Na Tabela 1 temse o total de mudas necessárias para o plantio e o custo das mesmas Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês DESCRIÇÃO UNIDMEDIDA Cálculo em metros da área para o plantio 102 hec x 10000m² 1020000m² Área ocupada por cada muda de eucalipto entre linhas duplas 5 x 5 25 m² Espaçamento entre as linhas duplas de Kiri Japonês 10 m² Total de mudas de Kiri Japonês a ser compradas 5x51075 m² 102000075 13600 un x 2 27200 Mortalidade das mudas 9 Compra de mudas para o replantio 27200 x 9 2448 Total de mudas necessárias 29648 Custo por unidade de Kiri Japonês 065 Total dos custos com as mudas de eucalipto 29648 x 065 1927120 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 1 demonstra o cálculo realizado para encontrar o número necessário de mudas de Kiri Japonês para o empreendimento Demonstrou ainda que os 102 hectares pelo sistema de plantio de linhas duplas serão necessárias 27200 mudas para cobrir toda a área destinada ao projeto Seguindo a orientação do fornecedor onde a mortalidade média da planta é de 9 chegouse ao total necessidade de compra de 29468 mudas Ao custo de R065 por un o valor total gasto com as mudas seria de R 1927120 Visando apurar as despesas futuras da propriedade utilizouse como critério de estimativa o valor dos custos de manutenção do Kiri Japonês no presente conforme se observa na Tabela 2 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos ITENS 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 Custo da área 6000005 Serviço de terceiros 1200000 800000 Calcário de correção 200000 Mudas 1927120 Custo do plantio 6000000 Adubação 80000 80000 80000 80000 80000 80000 80000 Controle de pragas 60000 60000 60000 60000 60000 60000 60000 Outros custos 200000 200000 200000 200000 200000 200000 200000 Colheita e frete 100000 TOTAL 69667120 3400 3400 3400 11400 3400 103400 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 2 mostra o custo necessário para o plantio e manutenção do Kiri Japonês no lapso temporal de 2023 a 2029 Vêse na tabela que os custos apresentados são de maioria no primeiro ano e muito pouco a partir do segundo ano isso se dá pois quando se trata da plantação de Kiri Japonês não é necessário muito mais gastos nos anos seguintes pois a planta se desenvolverá de maneira autônoma sendo necessário apenas observar se tudo está se desenvolvendo como o esperado e controle de pragas Para a previsão do cálculo das receitas com a venda do Kiri Japonês no período de tempo estimado Se estima que o m3 do Kiri Japonês esteja avaliado em R 49 e que neste mesmo prazo o Kiri Japonês esteja com 20m de altura e com 75cm de raio em sua circunferência Com estes dados é factível calcular o valor previsto da receita com a venda do Kiri conforme se descreve na Tabela 3 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês DESCRIÇÃO DESENVOLVIMENTO RESULTADO Fórmula do cilindro Cálculo do volume obtido com cada Kiri Japonês Vun 3141600075 ²20 Vun 035342917m³ Volume total da plantação Vt 035342917m³27200 un 9613273m³ Receita prevista R 499613273m³ 47105037 Fonte Elaborado pelo autor 5 Sem efetivo desembolso de caixa A receita com a plantação de Kiri Japonês vai acontecer apenas no 7º período último ano e tem como base os cálculos realizados na Tabela 4 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado ANO FLUXO DE CAIXA VALOR PRESENTE VALOR PRESENTE ACUMULADO 2023 9667120 9667120 9667120 2024 340000 312800 9979920 2025 340000 289000 10268920 2026 340000 268600 10537520 2027 1140000 832200 11369720 2028 340000 231200 11600920 2029 47105037receita prevista 103400 36765037 23161973 11561053 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 4 organiza um demonstrativo dos fluxos de caixa que tem como base as previsões de custos e receitas das atividades do cultivo O valor presente e o valor presente acumulado demonstra a projeção financeira no que dita a relação de investimento custo x receita demonstrando um caixa positivo no valor de R11561053 ao longo dos 7 anos evidenciando que esse sistema de silvicultura é viável Ressaltando caixa positivo apenas no último ano do projeto Neste sentido a Tabela 5 sintetiza os indicadores do projeto Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica DESCRIÇÃO RESULTADO Taxa Mínima de Atratividade TMA 8 Soma dos Valores Presentes 2023 a 2029 23161973 Valor Presente Líquido VPL do Projeto 11561053 Taxa Interna de Retorno TIR 13256 6 Calculadora online TIR httpdailycalculatorscomptnode15 Saiba mais Ross 2013 p 297 Como as TIRs são bastante Tempo de Payback 7 anos Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 5 apresenta os resultados dos índices utilizados para a análise de viabilidade econômicofinanceira A taxa mínima de atratividade utilizada para o projeto foi de 8 a TIR Taxa Interna de Retorno encontrada foi de 1325 assim destacase que Stüpp Heck Junior e Eyerkaufer 2017 ao pesquisar sobre o cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC encontraram a TIR de 1044 ratificando que o investimento no projeto é mais lucrativo do que em um investimento com pouco risco Para análise do tempo de Payback devese levar em conta o tipo de negócio reflorestamento de médio a longo prazo neste sentido o Instituto Brasileiro de Florestas alerta que madeiras levam no mínimo 13 anos para o payback e que no presente caso o diferencial do Kiri Japonês é haver essa antecipação do tempo de corte e consequentemente de payback IBF sd 5 CONCLUSÃO Neste momento é a oportunidade de retornar a pergunta que guiou este trabalho qual seja se existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí Ao considerarmos o payback importante será levar em conta a possibilidade de intercalar outros cultivos de forma concomitante a este projeto Neste sentido Carvalho 1998 orienta a possibilidade de serem feitas culturas intercalares e fornece sugestões de cultivo de trigo soja e feijão Uma alternativa para incrementar o projeto Por outro lado evidenciase com o presente trabalho que a plantação de Kiri Japonês é bastante promissora sendo que o mercado internacional já está aceitando e aderindo à madeira Pois foi possível observar durante todo o estudo que o plantio e a colheita observam todo um ciclo de protocolos que fazem do produto algo significativo e notável Através do contexto histórico explorado durante esta pesquisa se evidenciou que o cansativas de calcular à mão usamse comumente calculadoras cultivo desta espécie pode se beneficiar da extrafiscalidade do Imposto de Renda como um elemento adicional de incentivo para a viabilidade econômicofinanceira para pequenas propriedades Concluise portanto que com um bom manejo e um direcionamento consciente o plantio do kiri revelase muito vantajoso e economicamente viável Como dificilmente se acha em outros negócios ou investimentos a taxa de incremento de capital no kiri é extremamente viável e promete para aqueles que assim o decidirem ficar milionários com mil árvores plantadas como dizia o antigo ditado nipônico Como limitação apresentase que nem todos os instrumentos de análise de investimentos foram utilizados como por exemplo as análises de risco dado em especial que o estudo de caso relata uma situação de um produto novo e que demandará estudos interdisciplinares Administração Agronomia etc para melhor compreensão do fenômeno REFERÊNCIAS BRASIL Lei no 5106 de 2 de Setembro de 1966 Dispõe sobre os incentivos fiscais concedidos a empreendimentos florestais Disponível em httpswww2camaralegbrleginfedlei19601969lei51062 setembro1966368482normaatualizadaplhtml Acesso em Jan2023 CARVALHO P E R Espécies introduzidas alternativas às dos gêneros Pinus e Eucalyptus para reflorestamento no CentroSul do Brasil In GALVÃO A P M coord Espécies não tradicionais para plantios com finalidades produtivas e ambientais ColomboPR EmbrapaCNPF p7599 1998 CARVALHO S A A sustentabilidade econômica social ambiental e ecológica do reflorestamento de florestas nativas ou naturais In HAMEL M R Temas contemporâneos do Direito 2018 Campus de Lagoa VermelhaRS recurso eletrônico Porto Alegre RS Editora Fi p 123144 2018 CONSOLMAGNO E Kiri Exigências e técnicas de cultivo Mogi das Cruzes 1972 DESENVOLVIMENTO RURAL Árvore Kiri Japonês a árvore do futuro 23 de Junho de 2016 Disponível em httpsdesenvolvimentoruralcomarvorekirijapones Acesso em Jan2023 ESTADÃO Canal Agro Silvicultura saiba como trabalhar neste setor do agronegócio 19 de janeiro de 2022 Disponível emhttpssummitagroestadaocombrnoticiasdocamposilviculturasaibacomo trabalharnestesetordoagronegocio Acesso em Janeiro2023 EXAME Agro gera 27 do PIB e é setor seguro e promissor para quem quer investir veja oportunidades 1 de agosto de 2022 Disponível em httpsexamecomagroagrogera27dasriquezasdo brasileesetorseguroepromissorparaquemquerinvestirvejaoportunidades Acesso em Jan2023 FONSECA S M KAGEYAMA P Y Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores de Pinus taeda IPEF n17 p3559 1978 GITMAN L J Princípios de administração financeira12a ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 GONÇALVES F G SEGUNDINHO P G A PAES J B CHAVES I L S MARTINS R S F SANTIAGO S B SOUZA S F SILVA L F OLIVEIRA R G E OLIVEIRA J G L Eficiência da colagem em madeira de kiri japonês Paulownia tomentosa LagesSC Revista de Ciências Agroveterinárias Universidade do Estado de Santa Catarina no 18 v1 2019 KAGEYAMA P Y CASTRO C F A Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóreas nativas IPEF n4142 p8393 jandez1989 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES IBÁ Relatório Anual 2020 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf Acesso em Nov2021 INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS IBF Reflorestamento Lucrativo como ganhar dinheiro com reflorestamento sd Disponível em httpsmercadoflorestalcombrartigosreflorestamentolucrativo comoganhardinheirocomreflorestamento Acesso em Jan2023 LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 MARCONI M V ORG Administração Financeira e Orçamentária RecifePE Telesapiens 2019 OLIVEIRA M T PAGNUSSAT A Estudo de viabilidade econômicofinanceira do plantio de eucalipto pelo sistema de silvipastoril Estudo de caso no Sítio Santa Luzia em Juína MT RCA Revista Científica da Ajes vol 8 no 17 JulDez 2019 PATRO R Kirijaponês Paulownia tomentosa 2015 Disponível emhttpswwwjardineironetplantaskiri japonespaulowniatomentosahtml Acesso em Jan2023 SANTOS PINTO C R Formigascortadeiras distribuição geográfica no Brasil plantas atacadas e estimadores de densidade Trabalho de Conclusão do Curso em Gestão Ambiental Três RiosRJ UFRRJ 2016 PORTAL DO AGRONEGÓCIO Agro Experience destaca a importância do planejamento financeiro para o produtor rural 27092021 Disponível em httpswwwportaldoagronegociocombrgestaoruralgestaonoticiasagroexperiencedestacaaimportanciado planejamentofinanceiroparaoprodutorrural Acesso em Jan2023 PUCCINI E C Matemática financeira e análise de investimentos 3a ed rev atual Florianópolis Departamento de Ciências da Administração UFSC Brasília CAPES UAB 2016 ROSS S A Fundamentos de administração financeira recurso eletrônico 9a ed Porto AlegreRS AMGH 2013 STUEPP C A WENDLING I KOEHLER H S ZUFFELLATORIBAS K C Estaquia de árvores adultas de Paulownia fortunei var mikado a partir de brotações epicórmicas de decepa Ciência Florestal Santa Maria v 25 n 3 p 667677 julset 2015 STÜPP D R RECK O L J EYERKAUFER M L Análise da viabilidade econômico financeira do cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC XXIV Congresso Brasileiro de Custos Florianópolis SC Brasil 2017 TRINDADE M C M Análise da viabilidade econômicofinanceira para o Atelier Amour Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis 84 p Rio do Sul Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí 2021 YIN R K Estudo de Caso Planejamento e métodos Bookman editora 2015 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SULSC 2023 RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientadora Prof a RIO DO SULSC 2023 RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIDAVI a ser apreciado pela Banca Examinadora formada por Prof Orientador Banca Examinadora Prof Prof RESUMO O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia em uma propriedade rural localizada no município de Rio do Sul na região do Alto Vale do Itajaí no Estado de Santa Catarina A partir do levantamento de informações sobre o conhecimento e prática da silvicultura compilaramse os dados sobre os custos necessários desde a compra da muda até a sua colheita para a realização do empreendimento bem como os cálculos necessários para se analisar o retorno do investimento Dado que a análise financeira é um processo muito importante para iniciar qualquer projeto não importando se pessoa física ou jurídica o uso de técnicas de análise econômicofinanceira se apresenta como um importante instrumento na tomada de decisão GITMAN 2010 ROSS 2013 PUCCINI 2016 MARCONI 2019 Assim além de trazer o detalhamento do negócio como a muda se desenvolve como floresce e se há época ideal para seu cultivo como estudo de caso a presente pesquisa foi estruturada através da análise financeira utilizando métodos de avaliação de projetos como Valor Presente Líquido VPL Payback e a Taxa Interna de Retorno TIR Os custos e as receitas foram estimados em Reais por Alqueires R Alq com um horizonte de planejamento de 2023 a 2029 e uma taxa mínima de atratividade TMA de 8 ao ano A metodologia utilizada para a realização do trabalho foi o estudo de caso YIN 2015 e pesquisa bibliográfica Com os resultados obtidos constatouse um VPL de R 11561053 e a TIR um resultado de 1325 maior do que a TMA estipulada ainda também o tempo de retorno Payback encontrado com o estudo aponta 7 anos Diante de todas as informações encontradas dadas as peculiaridades do negócio florestal ser de médio a longo prazo restou evidenciado que a viabilidade do projeto é promissora tanto em questão de lucro quanto em vantagens do uso desta madeira Palavraschave Administração Análise de investimentos Silvicultura Reflorestamento Paulownia Empresas madeireiras LISTA DE FIGURAS Figura 1 Principais destinos das exportações14 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 201915 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada16 Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada17 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi18 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês19 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore20 Figura 8 Destaque para altura da espécie21 Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza22 Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas25 Figura 11 Plantação de Kiri Japonês27 Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia30 Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO231 Figura 14 Crescimento e desenvolvimento32 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia34 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo35 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas36 Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês37 Figura 19 Folhas de Paulownia38 Figura 20 Espaçamento de cultivo39 Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry40 Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia41 Figura 23 Tabela de crescimento41 Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade42 Figura 25 Lâmina serrada43 Figura 26 Florescer44 Figura 27 Tábua de Kiri Japonês45 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês49 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos49 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês50 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado 51 Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica51 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 11 A silvicultura no Brasil 09 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina09 13 Objetivos 10 131 Objetivo Geral 10 132 Objetivos Específicos 10 14 Justificativa 10 15 Estrutura do trabalho 11 2 REVISÃO DA LITERATURA12 21 Considerações gerais do mercado da madeira12 22 Kiri Japonês Paulownia17 23 Utilidade da madeira23 24 Processo de Plantio cultivo e manejo24 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno30 26 Análise de Viabilidade EconômicoFinanceira45 27 Taxa Mínima de atratividade46 28 Valor Presente Líquido46 29 Taxa Interna de Retorno47 210 Payback47 3 METODOLOGIA 48 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS48 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia48 5 CONCLUSÃO 52 REFERÊNCIAS 54 9 1 INTRODUÇÃO 11 A silvicultura no Brasil O agronegócio possui grande impacto econômico no País Dados da Exame 2022 indicam que o agronegócio representa 27 do Produto Interno Bruto PIB brasileiro o que corresponde a aproximadamente R 12 trilhão Dessa fatia conforme o Canal Agro no contexto do agronegócio está o segmento da silvicultura que alcançou a marca de R 189 bilhões em valor de produção um crescimento de 21 em relação ao ano anterior Tratase de dados comparativos entre 20192020 ESTADÃO 2022 A madeira em tora é o principal objetivo das florestas plantadas brasileiras Todos os produtos madeireiros somados representam 90 da produção da silvicultura do País e o eucalipto tem uma participação de 77 nas áreas florestais cultivadas no Brasil A produção se destina principalmente à produção de papel e celulose além do carvão vegetal Por outro lado o setor apresenta negócios de maturação de médio a longo prazo assim o produtor rural precisa se planejar em relação ao seu maquinário frota de plantio e colheita por implicar num investimento na maioria das vezes alto e se feito de última hora de qualquer forma pode até colocar em risco a safra do ano PORTAL DO AGRONEGÓCIO 2021 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina A atividade tem alta concentração nas Regiões Sul e Sudeste Em 2020 despontou Minas Gerais como o estado que registrou o maior valor da produção neste setor com R 59 bilhões e foi responsável por quase 90 do carvão vegetal produzido no Brasil Em seguida está o Paraná com R 46 bilhões com destaque para a madeira em tora para papel e celulose que representa 17 da produção nacional Por outro lado Carvalho 1998 em estudo da Embrapa referente a região CentroSul 10 do País já citava as espécies não tradicionais exóticas para plantios com finalidades produtivas e ambientais entre elas o Kiri Japonês Paulownia desenvolvido na região do Alto Vale do Itajaí 13 Objetivos 131 Objetivo Geral Analisar a viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí 132 Objetivos Específicos i contextualizar a opção de cultivo pelo Kiri Japonês Paulownia em contraponto a predominância de outras espécies na silvicultura no País ii estimar os gastos futuros no lapso temporal 20232029 do empreendimento e iii analisar o VPL TIR e período de payback simples do investimento 13 Justificativa Todos que constituem uma empresa têm como principal objetivo vir a gerar lucro e obter resultados assim sendo é muito importante analisar bem o investimento antes de tomar qualquer atitude precipitada Quando se trata de reflorestamento não é diferente O investimento além de ser expressivo exige uma espera de longo prazo de maturação e é preciso antes de qualquer atitude analisar todos os aspectos para tomar as melhores decisões São diversas opções e o investidor terá que escolher o que melhor se encaixa com a sua situação Com uma análise mais detalhada com certeza o investimento será mais eficaz 11 evitando ao máximo possíveis incidentes Muitas empresas hoje no mercado erram justamente ao iniciarem o seu investimento justamente na fase do planejamento Não tendo o conhecimento necessário para manterem seu negócio no mercado em especial quando se fala em inovação com culturas de espécies de árvores exóticas sua inserção e aceitação no mercado nacional Seja por não conhecer o seu produto ou até por falta de organização financeira Para o acadêmico a escolha do tema deuse a partir do interesse em conhecer mais sobre a muda de Kiri Japonês Paulownia por ela ser extremamente inovadora na área e ter um tempo para corte inferior a todas as demais no mercado Além disso ela mostra extrema qualidade e valor agregado Assim sendo este trabalho busca preencher essas lacunas de melhor conhecimento do produto mercado e avaliar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia E neste contexto emerge a questão de pesquisa Existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí A investigação do tema poderá evidenciar a importância das técnicas de análise para a tomada de decisão do Administrador bem como servirá para que aqueles que têm interesse na área da plantação possam melhorar sua produtividade e possam conhecer um pouco mais desta árvore inovadora 14 Estrutura do trabalho Este estudo está dividido em cinco capítulos sendo o Capítulo 1 para contextualização do estudo a definição dos objetivos geral e específico e na justificativa do estudo Por sua vez o Capítulo 2 trata da Revisão de Literatura descrevendo o mercado da silvicultura e as características que permeiam a exploração comercial do Kiri Japonês que representa um percentual de 5 no somatório de culturas alternativas da silvicultura nacional em contraponto aos 95 dominantes da espécie Eucalipto e Pinus além disso detalhando conceitos e técnicas para a realização da análise econômicofinanceira de projetos E no Capítulo 3 apresenta a classificação da metodologia abordada nos estudos 12 quanto à natureza da pesquisa abordagem do problema objetivos da pesquisa e procedimentos técnicos adotados E no Capítulo 4 buscouse a caracterização do negócio como estudo de caso O que abrange o ramo de atividade tamanho da propriedade entre outras informações relevantes para análise Por fim o Capítulo 5 está dedicado à discussão dos resultados obtidos limitações do estudo e proposta de novos estudos dentro desta temática 2 REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo a revisão da literatura está estruturada para abordar o mercado da madeira bem como os conceitos de análise de viabilidade econômicofinanceira e alguns dos principais métodos para a sua realização 21 Considerações gerais do mercado da madeira Sabese que o desenvolvimento de um País está ligado na grande parte dos casos ao crescimento de seu setor primário e das atividades a ele inerentes Neste sentido a silvicultura área objeto do presente estudo pode ser delimitada por meio da criação e desenvolvimento que estão sujeitas às necessidades do mercado Os primeiros plantios de árvores com o objetivo de reflorestamento e comercialização conforme Lima 1996 iniciaramse no final do século XVIII sendo que desde então o mercado veio a crescer de maneira cada vez mais notável Por meio da Lei Federal 510666 que dispôs sobre os incentivos fiscais voltados ao reflorestamento o setor primeiro veio a crescer de maneira cada vez mais intensa e consciente Dispunha o artigo 1 1 da referida Lei que as pessoas físicas poderão abater da renda bruta as importâncias comprovadamente aplicadas em florestamento ou reflorestamento BRASIL 1966 Assim com o incentivo da Lei iniciouse uma verdadeira odisseia que visaria utilizar as vastas extensões de terra no solo brasileiro para fins de crescimento consciente e cada vez mais voltando ao mercado internacional fato que traria enormes riquezas e benefícios à balança 13 comercial Atualmente segundo dados do Relatório emitido pela Indústria Brasileira de Árvores o Brasil conta com 9 milhões de hectares plantadas representando ao todo R 974 bilhões do PIB1 A indústria nacional conta ainda com uma forte tendência de utilizar o produto das florestas na constituição primária dos objetos fabricados IBÁ 2020 Tal constatação vai ao encontro da mensagem do Presidente do Conselho e do Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores Os produtos fabricados advindos das árvores cultivadas estão em nosso dia a dia e vão desde o tradicional papel até cápsulas de medicamentos tecidos e espessantes usados na indústria de alimentos e em produtos de higiene pessoal como pastas de dentes Um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos é o têxtil A viscose tecido produzido a partir da celulose solúvel representa quase 7 do segmento mundial No entanto ainda há muito espaço para conquistar pois cerca de 64 dos tecidos que usamos atualmente são sintéticos ou seja obtidos a partir de origem fóssil IBÁ 2020 p 2 Existe portanto uma tendência inata em atrair incentivos à agroindústria com o olhar voltado ao desenvolvimento sustentável Disto se constata que o crescimento das atividades ligadas à silvicultura merece ipso facto a atenção ao desenvolvimento sustentável pois A bioeconomia e a visão de sustentabilidade pautam modelos de produção que utilizam recursos naturais de maneira consciente para que possam proporcionar fontes de energia limpa mitigação dos efeitos das mudanças climáticas alimentos produtos renováveis entre outras necessidades essenciais à sobrevivência hoje e às futuras gerações O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável provendo inúmeros produtos de origem renovável essenciais para o dia a dia das pessoas como móveis livros pisos laminados painéis de madeira papéis higiênicos e embalagens Além de prover o hoje essa indústria também está de olho no futuro investindo em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais bioprodutos ou biomateriais da economia circular biodegradáveis e recicláveis Um setor atento a nova mentalidade de um consumidor consciente e preocupado com a sustentabilidade e com o futuro do mundo IBÁ 2020 p 15 O setor florestal aliado às mais modernas formas de manejo é um dos importantes pilares para o desenvolvimento nacional pois deve gerar somente em 2023 o quantitativo de 36 mil postos de trabalho a se somar aos 375 milhões de brasileiros que já atuam no setor IBÁ 2020 1 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 14 Verificase portanto que a indústria de madeiras já é um dos setores mais importantes para a balança comercial brasileira Corroborando esses dados conforme se extrai do informe da Indústria Brasileira de Árvores 2020 o Brasil continua a ser o maior exportador de celulose do mercado mundial bem como um dos maiores produtores de painéis de madeira e de outros produtos derivados conforme se observa na Figura 1 os cinco maiores destinos das exportações por produto do setor de árvores plantadas Figura 1 Principais destinos das exportações Fonte IBÁ 2020 p 26 Deste setor de árvores plantadas estáse com a seguinte distribuição Em 2019 a área total de árvores plantadas totalizou 90 milhões de hectares um aumento de 24 em relação a 2018 879 milhões de hectares considerando o ajuste conforme nova metodologia Desse total a maioria 77 é representada pelo cultivo de eucalipto com 697 milhões de hectares e 18 de pinus com 164 milhão de hectares Além desses cultivos existem 039 milhão de hectares plantados de outras espécies entre elas a seringueira acácia teca e paricá IBÁ 2020 p 34 Além de colaborar com a economia o plantio de árvores ligadas ao manejo sustentável também colabora com a redução das taxas de CO2 no bioma conforme se observa no seguinte excerto Esse setor ajuda a conservar a biodiversidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa sequestrando e armazenando O potencial de estoque das suas áreas tanto de 15 plantação quanto conservação soma 448 bilhões de toneladas de CO2 eq Além de uma relevante taxa de reciclagem de papel 669 o setor também se destaca pela alta participação 69 de energia renovável em sua rede elétrica Credenciais que confirmam sua importância na luta de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas IBÁ 2020 p 12 O plantio das árvores está distribuído em solo nacional conforme retratado na Figura 2 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 2019 Fonte IBÁFGV 2020 p 35 Visualizase assim que o Estado de Santa Catarina possui 064 das 9 milhões de hectares plantadas em solo nacional número bastante significativo comparado com as dimensões do solo Um fato a se destacar também que no Estado predominam Eucalipto e Pinus não havendo registro oficial de outras espécies ampliando assim uma oportunidade de mercado para 16 inserir novas e diferenciadas espécies Os fatores conforme o Indústria Brasileira de Árvores IBÁ estão principalmente nos seguintes elementos A adoção de boas práticas de manejo o melhoramento genético e as condições edafoclimáticas do País levaram a um reconhecimento mundial da alta produtividade brasileira em comparação com os demais países considerando o volume de madeira produzido por área ao ano e por um dos menores ciclos entre o plantio e a colheita do mundo Em 2019 o Brasil apresentou uma produtividade média de 353 m3ha ao ano nos plantios de eucalipto Essa ligeira queda pode estar associada ao efeito das mudanças climáticas expansão para novas áreas fatores bióticos e abióticos Já no plantio de pinus houve um aumento de produtividade para 313 m3ha que pode estar relacionado a alguns fatores programas de melhoramento genético e fertilidade do solo de nutrição de plantas de viveiro e a mecanização de plantios que antes eram semimecanizados IBÁ 2020 p 37 Além de celulose a indústria de madeira alcança um importante setor produção de madeira serrada Conforme índices extraídos o mercado interno é o grande consumidor da referida madeira serrada assim se observa na Figura 3 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada 17 Fonte IBÁFGV 2020 p56 No cenário internacional a situação é notável Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada 18 Fonte IBÁ 2020 p 57 Vêse que o Brasil no último levantamento realizado em 2019 configurava o nono maior país produtor de madeira serrada do mundo Pela extensão territorial podese vislumbrar uma expansão deveras tal produção nos próximos anos fato que contará com a necessidade de incentivos fiscais consubstanciados na Lei 510666 BRASIL 1966 e dos meios hábeis à condução e comercialização dos produtos 22 Kiri Japonês Paulownia O desenvolvimento da Paulownia é muito significativo A primeira árvore desenvolvida no Brasil foi conduzida tecnicamente por Chikazu Hamaguchi no Município de Mogi das Cruzes São Paulo no ano de 1964 19 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi Fonte Consolmagno 1972 p 8 Diferente das outras árvores que o acervo da silvicultura utiliza ela tem um incremento por hectare que ultrapassa todas as demais dando segurança e amparo a quem dela se utilize Na mesma proporção olhese o desenvolvimento da árvore mãe com cerca de 65 anos de idade conforme se observa na Figura 6 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês 20 Fonte Consolmagno 1972 p 9 A origem da árvore é controversa há quem diga que é originária da China e outros que se refiram ao Japão mas o fato incontroverso é que a mesma veio da região asiática CONSOLMAGNO 1972 O Kiri pertence à família botânica das Scrophulariaceae e ao gênero Paulownia existindo diversas espécies nativas na Ásia e na Oceania A denominação Paulownia foi dada em homenagem à Princesa Ana Paulownia filha do Czar Russo Paulo I CONSOLMAGNO 1972 21 Podese ver algumas de suas características notáveis e que são atrativas para o desenvolvimento da árvore conforme Figura 7 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore Fonte Consolmagno 1972 A Figura 7 mostra um Kiri de 35 anos plantado no jardim da casa da agricultura com DAP2 de 33 centímetros Consolmagno 1972 p 15 traz algumas histórias lendárias desta espécie sendo uma delas que há no Japão alguns dizeres sobre a árvores como por exemplo 1000 árvores de Kiri fazem um milionário a terra é fortuna para mil gerações e o Kiri o é para três gerações o Kiri é a árvores do seguro árvore do estudo árvore do casamento enfim árvores da fortuna Do ponto de vista silvicultural o Kiri tem algumas características muito notáveis conforme se extrai do excerto 2 DAP diâmetro à altura do peito 22 O crescimento rapidíssimo Na silvicultura o maior obstáculo como empreendimento é o crescimento lento das plantas e da demora reversão de capital o Kiri permite que seu cultivo seja introduzido ou combinado dentro do empreendimento florestal com as demais essências silvícolas para aproveitamento mais racional da exploração Sendo uma grande problemática da política florestal aumentar o florestamento nas pequenas áreas o Kiri é indicado para esse fim porque tem ciclo curto para seu aproveitamento e alto rendimento por área Não satisfazendo o abastecimento de madeira ao consumo atual e havendo necessidade de aumento cada vez maior da reserva florestal o caminho mais curto para esse aumento seria praticar o reflorestamento com espécies de crescimento mais rápido O Kiri preenche essa necessidade Quando cortada brota com facilidade Podese aproveitar a mesma planta até três cortes seguidos Suporta bem às secas e as geadas Perdendo as folhas durante o inverno resiste às temperaturas de até 6C Responde muito satisfatoriamente às adubações Adaptase a diversos climas preferindo no entanto regiões mais quentes e úmidas Não é muito exigente quanto à temperatura do solo crescendo melhor porém nas terras soltas férteis e profundas Produz facilmente fuste livre de aproximadamente 6 metros Excelente material para trabalhos de melhoramento genético dado a facilidade de obtenção CONSOLMAGNO 1972 p 24 Verificase assim que o cultivo da Paulownia apresenta inúmeros benefícios quando comparado com as demais espécies utilizadas na silvicultura Figura 8 Destaque para altura da espécie Fonte Consolmagno 1972 23 A árvore da Figura 8 tratase de um Kiri de três anos e meio com 40 centímetros de DAP Sua adaptação ao solo é muito mais versátil e o crescimento das árvores também apresenta um desenvolvimento muito superior às demais espécies tradicionais além de ser mais resistente em relação ao solo e à temperatura A Figura 9 aduzse à árvore de Kiri com seis anos e meio 850 metros de tronco livre e DAP de 58 centímetros Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza Fonte Consolmagno 1972 Como se observa das imagens anexadas o desenvolvimento das árvores está muito acima da média das demais árvores utilizadas em silvicultura 24 O primeiro Kiri desenvolvido no Brasil já se mostrava bastante notável nos aspectos observados mas as árvores subsequentes mistas com aprimoramentos na condução e em questões genéticas aprimorouse e se sobressai com enorme diferença Referido desenvolvimento certamente garantiu como ainda garante o epíteto de árvore mais produtiva do mundo à Paulownia E quanto à produtividade não aduz somente à incorporação de peso volume por ano mas à incrível capacidade de adaptação das mudas ao solo e aos mais variados climas em especial o clima frio do Sul 23 Utilidade da madeira Com a enorme vantagem no cultivo haverá grande benefício a fortiori no tocante à madeira da Palownia e de sua utilização nas mais variadas áreas conforme se manifesta Consolmagno 1972 O Kiri produz uma madeira de características especiais que a tornam de grande valor para um número muito grande de fins No Japão o Kiri produz uma madeira muito apreciada pelas suas propriedades de ser leve e indeformável não estando sujeito ao empenamento ou a rachaduras e de permitir a obtenção de lâminas muito finas e ainda receber com facilidade colas tintas e outros tratamentos CONSOLMAGNO 1972 p 28 As suas principais aplicações têm sido caixas de embalagens móveis todos os tipos gavetas caixilhos de ajustamento perfeito e pelos quais marceneiros japoneses se notabilizam forros de casas forros internos de caixas fortes assoalhos portas internas e biombos palitos de fósforos caixas de fósforos caixas diversas de bonecas de cerâmicas de amostras caixote para transportes de tecidos lápis compensados diversos laminados para cartões de visitas cabos de pincéis e trinchas armação interna de aviões e planadores indústria aeronáutica armação interna de navios e barcos indústria naval 25 tamanco saltos e solas de sapatos femininos bóias para redes de pesca brinquedos persianas mastros dos barcos à vela instrumentos musicais raquetes carvão para polimento carvão para desenho isolante térmico isolante acústico celulose Como se nota pelo fato da madeira ser extremamente leve e versátil a madeira da Palownia é significativamente utilizada em praticamente todos os setores da indústria 24 Processo de Plantio cultivo e manejo No processo de plantio é feito até dezembro de cada ano para se evitar as secas que costumam ocorrer no mês de janeiro Também é feita a adubação e os cuidados com as formigas é essencial sendo feito um acompanhamento diário A propósito é de se destacar que as formigas são um problema para o cultivo de várias espécies em solo brasileiro conforme excerto de Santos Pinto 2016 Dentre as espécies de saúva com maior ocorrência no Brasil podese citara Atta sexdens sexdens Lineu1758 que ocorre em 18 estados Atta laevigata Smith 1858 ocorre em 15 estados e Atta cephalotes Lineu1758 que já foi observada em oito estadosPelas informações coletadas sobre as plantas atacadas cabe destacar a Atta laevigata Smith 1858 Atta sexdens rubropilosa Forel 1908 e Atta sexdens sexdensLineu1758 como as espécies e subespécies do gênero Atta que atacam o maior número de espécies de plantas de importância econômica SANTOS PINTO 2016 p29 Deste modo no cultivo do Kiri Japonês há a colocação do veneno para formigas antes do início do plantio Tal informação é relevante também para os demais anos principalmente para acompanhamento de fluxo de caixa Na Figura 10 há a distribuição das espécies de formigas e sua distribuição em solo nacional 26 Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas Fonte Santos Pinto 2016 p32 Algumas medidas devem ser obervadas para o bom andamento da floresta entre elas listase as seguintes 27 Há a exigência de um bom solo solo fértil profundo e solto O solo fraco argiloso úmido não permitem o cultivo de um essência florestal bem definitda e próspera Já o sistema radicular desenvolvese melhor em solo arejados e pior em solos excessivamente úmidos Portanto devese evitar o solo excessivamente seco e excessivamente úmido assim como o cultivo das demais espécies de árvores para reflorestamento Neste sentido Consolmagno 1972 se manifesta O sistema radicular do kiri é grande mas suas raízes são um tanto fracas razão pela qual principalmente nos primeiros anos o kiri deve permanecer livre da concorrência de ervas daninhas em água e adubos Na primavera antes da brotação plena das folhas as raízes são mais ativas indicando ser essa uma das épocas próprias para a adubaçãoCONSOLMAGNO 1972 p 80 Verificase então que a observância de alguns fatores é salutar para o bom desenvolvimento das árvores Então a título de ilustração são adequados ao cultivo os solos arenosos e arenoargilosos profundos bem drenados ricos em humus Já em relação à necessidade de luz Consolmagno 1972 acrescenta Em silvicultura as espécies são classificadas de acordo com a resistência à sombra embora todos vegetais necessitem de raios solares luz variando essa necessidade com a espécie Para o seu engrossamento aumento contínuo do diâmetro o fatos mais importante se não for o maior é a existência de luz banhando as plantas de kiri Caso essa luminosidade seja escassa a tendência das árvores é parar seu engrossamento e lançar novas brotações para o alto a partir da copa com o que a energia dos nutrientes será desviada para essa parte alta da planta desvirtuando o fim maior da cultura obter árvores de grandes diâmetrosCONSOLMAGNO 1972 p 81 Ainda destaca Consolmagno 1972 p 82 quando não ocorrer uma boa entrada de luz o desbaste em excesso deve ser feito diminuindo o número de árvores por área para favorecer a abertura de novos espaços com penetração de luz solar Assim verificase que junto com um bom solo as árvores de Kiri necessitam de 28 bastante luminosidade para que deêm maior envergadura e diametrização Como o cultivo se volta à venda comercialização a relação de engrossamento por tempo será tanto melhor quanto menor o for A título de exemplo uma área bem conduzida será tanto mais produtiva quanto melhor forem observados os requisitos de solo luz e etc Em relação à suscetibilidade de pragas Consolmagno 1972 p 84 orienta devido ao seu rápido crescimento a madeira de Kiri é mais mole e por isso mais suscetível a doenças e pragas que as demais espécies Embora dentro das variedades umas sejam mais outras menos resistentes A resistência ao frio é um bom fator pois a árvore aguenta temperaturas negativas Já em relação aos ventos por ter um crescimento rápido fica a árvores sujeita a danos causados por ventos mais fortes Caso todas as condições locais sejam favoráveis ao kiri com exceção de ventos fortes é nessário o plantio de lotes de árvores quebra ventos principalmente na face mais exposta Na Figura 11 se extrai uma plantação favorável à mecanização Figura 11 Plantação de Kiri Japonês Fonte Consolmagno 1972 29 As temperaturas ideais são entre 22c e 24c sendo máximas de 39c e mínimos de 1c Já os solos menos indicados para o plantio do kiri são os solos argilosos pois dificultam a expansão e o arejamento adequado das raízes Também os solos de lençóis freáticos devem ser eveitados onde a água permanece parada Os solos superficiais trazem problemas pois o Kiri necessita de um amplo potencial genético para o seu crescimento salutar Terrenos sujeitos a ventos muito fortes causam a quebra dos galhos e podem prejudicar o andamento da floresta e do manejo Além do espaçamento é ideal que a cada ciclo façase o desbaste com a retirada das árvores mais finas e tortas Isso à parte do engrossamento que ficará mais viável e ocorrerá naturalmente fará com que haja uma penetração de luz maior na floresta Com espaçamento e luz as árvores ficarão cada vez mais grossas A despeito esclarece Consolmagno 1972 p 95 esses espaçamentos fazem o desbaste eliminação das árvores de menor diâmetros aproveitandose nas serrarias deixando as mais grossas com aumento da penetração de luz A tendência portanto é que se deixe uma média de 400 árvores por hectare Isso fará com que as madeiras extraídas sejam mais grossas e tenham um valor de mercado maior Citase que a priori o plantio de 1100 árvores por hectare faz com que haja uma seletividade maior no desbaste deixando as melhores árvores como forma de seleção artificial e que haja ainda uma proteção natural nos primeiros anos contra os ventos Conforme dito os ventos podem ser bastante prejudiciais nos primeiros meses do cultivo onde o kiri cresce de forma notável mas as raízes ainda não estão bem consolidadas no solo Isso pode ocasionar a quebra das árvores e prejudicar o andamento do plantio 30 Assim quanto menos árvores se deixar por hectare maior será o engrossamento e consequentemente maior será o valor de mercado pois a quantidade de metros cúbidos será proporcionalmente maior A despeito o objetivo do aumento da produtividade é em última análise aumentar o volume de produção e melhorar a qualidade e para produzir a madeira de boa qualidade com volume grande a densidade baixa grande espaçamento não satisfaz Para aumentar a produção por área devese aumentar a densidade diminuir o espaçamento além da esala tradicional e renovar as técnicas de cultivo se não se pretende efetuar os cortes intermediários na medida em que as árvores paralizarem ou diminuírem seu engrossamento devese plantar com espaçamento maior mas evitando a formação de grandes clareiras pois a planta perde a conformação característica e apropriada devido à formação de galhos grossos na copa se se pretende efetuar os cortes intermediários podese adotar o espaçamento menor maior número de árvores por unidade de área e iniciar esses cortes entre as plantas o que no final poderá resultar em maior produção por área CONSOLMAGNO 1972 p 95 Assim uma boa condução é o pilar para o desenvolvimento sadio da floresta de kiris De todo modo para fins de recomendações práticas o trato cultural a escolha dos solos e os cortes intermediários são de imensa importância O primeiro corte também chamado de primeiro desbaste deverá ser realizado quando a árvore já tiver certo valor de mercado ainda que muito inferior àquele que se pretende com o corte final As primeiras árvores poderão servir para o forncecimento à indústria de celulose Se o objetivo foi o maior engrossamento possível há como se deixar um espaçamento maior para que num menor espaço de tempo possase conseguir um diâmetro efetivo por cada árvore cultivada Na Figura 12 se observa a descrição de uma tabela bastante esclarecedora quanto às informações necessárias e que podem ser de grande utilidade aos silvicultores que porventura tenham interesse no cultivo aqui tratado 31 Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia Fonte Consolmagno 1972 p 112 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno Viuse que o Brasil depende da silvicultura como forma de desenvolvimento nacional redução da emissão de CO2 sustentabilidade consciente e outros fatores positivos ligados Neste sentido suas folhas são robustas e seu desenvolvimento crescimento é algo digno de expressão É possível observar na Figura 13 como esta espécie de árvore possui um grande caule Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO2 32 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Esta muda Figura 13 foi plantada há um ano e já teve o processo de poda realizado no último inverno Lembrase que o processo de poda e de seleção do melhor broto que surge em média a cada dez que vem após a cepa é fundamental para que as árvores tenham um sadio desenvolvimento e possam ser cada vez mais perfeitas para o fim a que se propõem As folhas além de serem enormes consumidoras de CO2 servem como alimento de enorme teor proteico para animais O plantio do Kiri então além de não prejudicar a fauna e a flora é um grande meio para se conciliar com outros meios gado ovelha cavalos e etc Além do que aponta Carvalho 1998 também podem ser feitas culturas intercalares geralmente trigo soja e feijão Na Figura 14 se nota o crescimento da espécie Figura 14 Crescimento e desenvolvimento 33 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Da Figura 14 se extrai com nitidez de que forma as árvores possuem grande crescimento e desenvolvimento em todos os seus aspectos Há em média um crescimento de três centímetros ao dia o que representa o desenvolvimento idêntico em cinco anos a um eucalipto de quinze anos A despeito das condições necessárias ao cultivo notase que é uma árvores de ótimo desenvolvimento em várias possibilidades climáticas conforme se observa do excerto As suas características fisiológicas permitem que essa árvore se adapte a uma grande variedade de climas Podem se adaptar a uma faixa muito ampla de temperatura de 20 ºC a 45 ºC embora encontrem sua faixa ideal para um bom desenvolvimento em altura e diâmetro entre 34 24ºC e 29ºC Essas árvores podem se desenvolver em áreas com precipitação anual próxima a 150 mm tornando necessária a irrigação no verão Elas se adaptam a todos os tipos de solos preferindo solos bem drenados e levemente argilosos com pH entre 55 e 8 Seu tamanho é reto e com poucos nós o que o torna interessante para a indústria da madeira Após o corte regenera vigorosamente até 7 vezesDESENVOLVIMENTO RURAL 2016 Conforme exposto além de ser economicamente viável a Paulownia traz enormes benefícios à natureza por ser grande captador de CO2 de acordo ao excerto Entre outros benefícios destacase a excelente qualidade de sua madeira a sua capacidade de recuperar controlar e estabilizar a erosão do solo devido ao seu sistema radicular profundo a sua considerável capacidade de produção de biomassa a sua capacidade de fixação de CO 2 a possibilidade de uso da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras agrícolas abandonadas ou degradadas e o seu valor como planta ornamental DESENVOLVIMENTO RURAL 2016 No mesmo sentido Esta árvore absorve 10 vezes mais dióxido de carbono do que qualquer outra árvore e emite muito mais oxigênio Tem ainda a possibilidade do aproveitamento da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras degradadas além de seu valor como planta ornamental Por isso é ideal para combater o aquecimento global devido aos efeitos das alterações climáticas Com as demais qualidades intrínsecas essa árvore poderá ser uma boa oportunidade de negócio3 Para o plantio as mudas vêm em blocos de 10 o que facilita bastante o manejo de acordo com a Figura 15 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia 3 Disponível em httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 35 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Seu cultivo então deve obedecer a alguns critérios conforme sugere o seguinte excerto Deve ser cultivada sob sol pleno em solos profundos não arenosos preferencialmente enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no primeiro ano de implantação Após este período as regas podem ser deixadas por conta das chuvas e depois de bem estabelecida ela é muito resistente à estiagem Tolerante ao frio invernal geadas e poluição ambiental Resistente também a incêndios rebrotando com vigor a partir de suas raízes As podas anuais realizadas sempre após o florescimento estimulam intensas florações no ano seguinte e ajudam a controlar o porte e a forma da árvore Multiplicase por estaquia alporquia e por sementes As sementes devem ser colhidas dos frutos já secos quando estão iniciando a abertura natural PATRO 2015 36 É feita a separação por áreas colocadas as linhas divisórias e perfurados os locais com maquinário especial que atinge grande profundidade como no exemplo da Figura 16 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Depois de duas semanas a muda já começa a atingir um belo desenvolvimento conforme se exemplifica na Figura 17 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas 37 Fonte Acervo do autor 2021 E na Figura 18 o exemplo por outro ângulo Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês 38 Fonte Acervo pessoal do autor Passados seis meses no período da outono é realizada a decepa e identificados depois os melhores brotos para seleção A isto dáse o nome de brotações epicórmicas de decepa STUEPP et al 2015 Assim os autores Stuepp et al 2015 se manifestam A propagação vegetativa pode proporcionar a produção de uma grande quantidade de mudas de boa qualidade em curto espaço de tempo no entanto a qualidade das mudas formadas depende diretamente da capacidade de enraizamento de cada espécie bem como da qualidade do sistema radicial formado O processo de enraizamento adventício é naturalmente regulado pela interação de múltiplos fatores como hormônios vegetais características genéticas carboidratos compostos nitrogenados aminoácidos estádio fisiológico e idade da plantamatrizSTUEPP 39 et al 2015 p 668 Passada esta fase o crescimento é salutar e de desenvolve de uma maneira muito eficaz conforme se exemplifica na Figura 19 Figura 19 Folhas de Paulownia Fonte Acervo pessoal do autor 2021 40 As árvores se desenvolvem muito bem Para isso basta deixar um espaçamento inicial médio a partir de três metros entre as mudas plantadas para que haja insolação suficientes para cada árvore O fluxo solar será determinante para a salutar fotossíntese das árvores Na Figura 20 é possível observar o modus operandi adotado pelo silvicultor Alfredo Schewinski Junior Figura 20 Espaçamento de cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 41 Com esse espaço possibilitase além de um crescimento maior das árvores um grande espaço para circulação de pessoas e de animais Assim procedendo inclusive fará da floresta um grande meio para a prática de inúmeras atividades que podem surgir no decorrer do plantio e do desenvolvimento da floresta Podese inclusive utilizar outros meios e outras técnicas conforme aponta Carvalho 1998 aumentando o espaço e incluindo culturas intercalares Na Figura 21 se destaca o espaçamento no plantio bem como o registro na foto do silvicultor Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry referência e autoridade em Paulownia Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Assim conforme visto o ciclo das árvores é bastante notável Desde o plantio até a colheita as árvores têm um desenvolvimento anual que ultrapassa e muito as outras árvores do ramo de silvicultura 42 Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia Fonte Agron 2017 Extraise que a árvore chega a crescer à média de 05 metros por ano A Figura 23 mostra de maneira muito nítida a respeito do desenvolvimento da árvore4 Figura 23 Tabela de crescimento Fonte Agron 2017 4Disponível em httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kirijapnesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 18112021 43 Vejase uma árvore com 10 anos de idade fotografia tirada pelo autor do presente trabalho Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Na Figura 25 se observa detalhe de uma lâmina serrada Figura 25 Lâmina serrada 44 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Além de produzir uma madeira leve resistente e de alto valor no mercado nacional e internacional as árvores florescem com vigor no inverno conforme se denota na Figura 26 Figura 26 Florescer 45 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 As flores além de lindas e perfumadas produzem um dos méis mais nutritivos e saborosos do mundo Na Figura 27 se observa uma tábua de 20 anos o que equivale em média a um eucalipto de 50 anos Figura 27 Tábua de Kiri Japonês 46 Fonte Acervo do autor 2021 A madeira é muito utilizada para produção de portas pranchas de surfe móveis e etc E sua resistência é um dos grande fatores que fazem dela um produto tão bom motivo pelo qual foi utilizado neste trabalho 26 Análise de Viabilidade EconômicoFinanceira Para Marconi 2019 a análise da viabilidade do empreendimento visa essencialmente a tomada de decisão acerca da aplicação dos recursos e principalmente o retorno sobre o investimento Neste sentido destaca como principais instrumentos de análise payback Tempo de recuperação do investimento realizado TIR Taxa Interna de Retorno e VPL Valor Presente Líquido Seguindo este caminho de tomada de decisão o autor Puccini 2016 relembra que fazer esta análise não fica restrita somente à iniciativa privada pois o mesmo leque de opções de investimento que se abre na esfera privada e na esfera pública também Assim entendese a importância de tais ferramentas de análise 47 E Gitman 2010 vai além a qual chama de técnicas de orçamento de capital aplicável inclusive na vida pessoal em investimentos em imóveis por exemplo Este autor destaca vários profissionais que devem dominar estas técnicas entre eles o profissional de Contabilidade de Sistemas de Informação de Marketing de Operações e por fim o Administrador a quem cabe conforme Gitman 2010 para entender as técnicas de orçamento de capital e analisar corretamente os fluxos de caixa relevantes de projetos propostos bem como de decidir sobre sua aceitação ou rejeição GITMAN 2010 p 363 27 Taxa Mínima de atratividade Puccini 2016 esclarece que cada organização deve definir qual a taxa de retorno mínima aceitável em suas decisões de investimento portanto é de uso discricionário da organização Essa taxa mínima é denominada então taxa de atratividade Ross 2013 chama esta situação de custo de oportunidade pois exige que desistamos de um benefício em favor do outro 28 Valor Presente Líquido O Valor Presente Líquido VPL ou seu termo em inglês Net Present Value NPV inclusive esta sigla mais conhecida pelo seu uso nas calculadoras científicas é um indicador que traz os fluxos de caixa para a mesma data e os desconta com uma taxa mínima de atratividade PUCCINI 2016 VPL é o valor obtido considerando a diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa estimados para o período do projeto e o valor presente do investimento onde considera o efetivo desembolso de caixa esta análise implica a definição prévia da taxa de desconto a ser utilizada nos fluxos de caixa e para isto utilizase a seguinte fórmula GITMAN 2010 p 369 Onde VPL Valor Presente Líquido 48 FC0 Investimento Inicial FC Fluxo de Caixa Esperados n Número de períodos Destacase que são um conjunto de técnicas que consideram o valor do dinheiro no tempo e por isso são as mais utilizadas pelos administradores financeiros GITMAN 2010 29 Taxa Interna de Retorno Gitman 2010 entende que a taxa interna de retorno TIR é provavelmente a mais usada das técnicas sofisticadas de orçamento de capital embora conforme explica o autor seja consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL Em síntese a taxa interna de retorno TIR consiste na taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a 0 já que o valor presente das entradas de caixa igualase ao investimento inicial É simplesmente a taxa de retorno anual composta que a empresa obterá se investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas e calcula com a seguinte fórmula TIR Taxa Interna de Retorno FC0 Investimento inicial FC Fluxo de caixa esperado n número de períodos Marconi 2019 sintetiza que quanto maior o TIR melhor a saúde financeira da empresa 210 Payback Já o payback vai na contramão pois quanto mais curto mais preferível GITMAN 2010 Simplesmente porque significa o momento em que a empresa recupera o investimento inicial 49 neste sentido é fácil entender que a organização espera recuperar o quanto antes Marconi 2019 apresenta a equação do payback Onde Pb payback I investimento inicial FC fluxo de caixa dos períodos 3 METODOLOGIA Esta pesquisa pode ser classificada no âmbito de sua natureza como aplicada de viés quantitativo Ensina Yin 2015 que não existe fórmula para abordar o estudo caso mas a escolha depende fundamentalmente da questão de pesquisa Neste sentido este trabalho justamente buscou entender melhor o fenômeno e explicar as circunstâncias em que ele ocorre E além disso o pesquisador se guiou pelo desejo de fazer uma descrição ampla e profunda das nuances relativas ao negócio objeto de estudo Como técnica de pesquisa utilizouse a revisão bibliográfica em especial obras a partir da década de 1970 que mencionaram a espécie Kiri Japonês Paulownia bem como levantamento de dados como previsão de receitas e despesas do empreendimento localizado na região do Alto Vale do Itajaí E por fim a partir desses dados aplicouse as ferramentas e técnicas de análise de viabilidade econômicofinanceira 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia O produtor rural estima implantar em sua propriedade o plantio de Kiri Japonês para iniciar o sistema de silvicultura e aproveitar uma área de 102 hectares optando pelo plantio em 50 espaçamentos de linhas duplas de 5x5 m conforme ensina Carvalho 1998 e entre as linhas 10 m para o plantio das mudas utilizou uma espécie da Paulownia a P tomentosa pois possui maior plasticidade climática adaptandose a locais muito mais frios Na Tabela 1 temse o total de mudas necessárias para o plantio e o custo das mesmas Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês DESCRIÇÃO UNIDMEDIDA Cálculo em metros da área para o plantio 102 hec x 10000m² 1020000m² Área ocupada por cada muda de eucalipto entre linhas duplas 5 x 5 25 m² Espaçamento entre as linhas duplas de Kiri Japonês 10 m² Total de mudas de Kiri Japonês a ser compradas 5x51075 m² 102000075 13600 un x 2 27200 Mortalidade das mudas 9 Compra de mudas para o replantio 27200 x 9 2448 Total de mudas necessárias 29648 Custo por unidade de Kiri Japonês 065 Total dos custos com as mudas de eucalipto 29648 x 065 1927120 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 1 demonstra o cálculo realizado para encontrar o número necessário de mudas de Kiri Japonês para o empreendimento Demonstrou ainda que os 102 hectares pelo sistema de plantio de linhas duplas serão necessárias 27200 mudas para cobrir toda a área destinada ao projeto Seguindo a orientação do fornecedor onde a mortalidade média da planta é de 9 chegouse ao total necessidade de compra de 29468 mudas Ao custo de R065 por un o valor total gasto com as mudas seria de R 1927120 Visando apurar as despesas futuras da propriedade utilizouse como critério de estimativa o valor dos custos de manutenção do Kiri Japonês no presente conforme se observa na Tabela 2 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos ITENS 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 51 Custo da área 6000005 Serviço de terceiros 1200000 800000 Calcário de correção 200000 Mudas 1927120 Custo do plantio 6000000 Adubação 80000 80000 80000 80000 80000 80000 80000 Controle de pragas 60000 60000 60000 60000 60000 60000 60000 Outros custos 200000 200000 200000 200000 200000 200000 200000 Colheita e frete 100000 TOTAL 69667120 3400 3400 3400 11400 3400 103400 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 2 mostra o custo necessário para o plantio e manutenção do Kiri Japonês no lapso temporal de 2023 a 2029 Vêse na tabela que os custos apresentados são de maioria no primeiro ano e muito pouco a partir do segundo ano isso se dá pois quando se trata da plantação de Kiri Japonês não é necessário muito mais gastos nos anos seguintes pois a planta se desenvolverá de maneira autônoma sendo necessário apenas observar se tudo está se desenvolvendo como o esperado e controle de pragas Para a previsão do cálculo das receitas com a venda do Kiri Japonês no período de tempo estimado Se estima que o m3 do Kiri Japonês esteja avaliado em R 49 e que neste mesmo prazo o Kiri Japonês esteja com 20m de altura e com 75cm de raio em sua circunferência Com estes dados é factível calcular o valor previsto da receita com a venda do Kiri conforme se descreve na Tabela 3 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês DESCRIÇÃO DESENVOLVIMENTO RESULTADO Fórmula do cilindro Cálculo do volume obtido com cada Kiri Japonês Vun 3141600075 ²20 Vun 035342917m³ Volume total da plantação Vt 035342917m³27200 un 9613273m³ 5 Sem efetivo desembolso de caixa 52 Receita prevista R 499613273m³ 47105037 Fonte Elaborado pelo autor A receita com a plantação de Kiri Japonês vai acontecer apenas no 7º período último ano e tem como base os cálculos realizados na Tabela 4 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado ANO FLUXO DE CAIXA VALOR PRESENTE VALOR PRESENTE ACUMULADO 2023 9667120 9667120 9667120 2024 340000 312800 9979920 2025 340000 289000 10268920 2026 340000 268600 10537520 2027 1140000 832200 11369720 2028 340000 231200 11600920 2029 47105037receita prevista 103400 36765037 23161973 11561053 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 4 organiza um demonstrativo dos fluxos de caixa que tem como base as previsões de custos e receitas das atividades do cultivo O valor presente e o valor presente acumulado demonstra a projeção financeira no que dita a relação de investimento custo x receita demonstrando um caixa positivo no valor de R11561053 ao longo dos 7 anos evidenciando que esse sistema de silvicultura é viável Ressaltando caixa positivo apenas no último ano do projeto Neste sentido a Tabela 5 sintetiza os indicadores do projeto Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica DESCRIÇÃO RESULTADO Taxa Mínima de Atratividade TMA 8 Soma dos Valores Presentes 2023 a 2029 23161973 Valor Presente Líquido VPL do Projeto 11561053 53 Taxa Interna de Retorno TIR 13256 Tempo de Payback 7 anos Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 5 apresenta os resultados dos índices utilizados para a análise de viabilidade econômicofinanceira A taxa mínima de atratividade utilizada para o projeto foi de 8 a TIR Taxa Interna de Retorno encontrada foi de 1325 assim destacase que Stüpp Heck Junior e Eyerkaufer 2017 ao pesquisar sobre o cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC encontraram a TIR de 1044 ratificando que o investimento no projeto é mais lucrativo do que em um investimento com pouco risco Para análise do tempo de Payback devese levar em conta o tipo de negócio reflorestamento de médio a longo prazo neste sentido o Instituto Brasileiro de Florestas alerta que madeiras levam no mínimo 13 anos para o payback e que no presente caso o diferencial do Kiri Japonês é haver essa antecipação do tempo de corte e consequentemente de payback IBF sd 5 CONCLUSÃO Neste momento é a oportunidade de retornar a pergunta que guiou este trabalho qual seja se existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí Ao considerarmos o payback importante será levar em conta a possibilidade de intercalar outros cultivos de forma concomitante a este projeto Neste sentido Carvalho 1998 orienta a possibilidade de serem feitas culturas intercalares e fornece sugestões de cultivo de trigo soja e feijão Uma alternativa para incrementar o projeto Por outro lado evidenciase com o presente trabalho que a plantação de Kiri Japonês é bastante promissora sendo que o mercado internacional já está aceitando e aderindo à madeira Pois foi possível observar durante todo o estudo que o plantio e a colheita observam todo um ciclo de protocolos que fazem do produto algo significativo e 6 Calculadora online TIR httpdailycalculatorscomptnode15 Saiba mais Ross 2013 p 297 Como as TIRs são bastante cansativas de calcular à mão usamse comumente calculadoras 54 notável Através do contexto histórico explorado durante esta pesquisa se evidenciou que o cultivo desta espécie pode se beneficiar da extrafiscalidade do Imposto de Renda como um elemento adicional de incentivo para a viabilidade econômicofinanceira para pequenas propriedades Concluise portanto que com um bom manejo e um direcionamento consciente o plantio do kiri revelase muito vantajoso e economicamente viável Como dificilmente se acha em outros negócios ou investimentos a taxa de incremento de capital no kiri é extremamente viável e promete para aqueles que assim o decidirem ficar milionários com mil árvores plantadas como dizia o antigo ditado nipônico Como limitação apresentase que nem todos os instrumentos de análise de investimentos foram utilizados como por exemplo as análises de risco dado em especial que o estudo de caso relata uma situação de um produto novo e que demandará estudos interdisciplinares Administração Agronomia etc para melhor compreensão do fenômeno 55 REFERÊNCIAS BRASIL Lei no 5106 de 2 de Setembro de 1966 Dispõe sobre os incentivos fiscais concedidos a empreendimentos florestais Disponível em httpswww2camaralegbrleginfedlei19601969lei51062setembro1966368482normaatualizadaplh tml Acesso em Jan2023 CARVALHO P E R Espécies introduzidas alternativas às dos gêneros Pinus e Eucalyptus para reflorestamento no CentroSul do Brasil In GALVÃO A P M coord Espécies não tradicionais para plantios com finalidades produtivas e ambientais ColomboPR EmbrapaCNPF p7599 1998 CARVALHO S A A sustentabilidade econômica social ambiental e ecológica do reflorestamento de florestas nativas ou naturais In HAMEL M R Temas contemporâneos do Direito 2018 Campus de Lagoa VermelhaRS recurso eletrônico Porto Alegre RS Editora Fi p 123144 2018 CONSOLMAGNO E Kiri Exigências e técnicas de cultivo Mogi das Cruzes 1972 DESENVOLVIMENTO RURAL Árvore Kiri Japonês a árvore do futuro 23 de Junho de 2016 Disponível em httpsdesenvolvimentoruralcomarvorekirijapones Acesso em Jan2023 ESTADÃO Canal Agro Silvicultura saiba como trabalhar neste setor do agronegócio 19 de janeiro de 2022 Disponível emhttpssummitagroestadaocombrnoticiasdocamposilviculturasaibacomotrabalharnestesetordoag ronegocio Acesso em Janeiro2023 EXAME Agro gera 27 do PIB e é setor seguro e promissor para quem quer investir veja oportunidades 1 de agosto de 2022 Disponível em httpsexamecomagroagrogera27dasriquezasdobrasileesetorseguroepromissorparaquemquerin vestirvejaoportunidades Acesso em Jan2023 FONSECA S M KAGEYAMA P Y Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores de Pinus taeda IPEF n17 p3559 1978 GITMAN L J Princípios de administração financeira12a ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 56 GONÇALVES F G SEGUNDINHO P G A PAES J B CHAVES I L S MARTINS R S F SANTIAGO S B SOUZA S F SILVA L F OLIVEIRA R G E OLIVEIRA J G L Eficiência da colagem em madeira de kiri japonês Paulownia tomentosa LagesSC Revista de Ciências Agroveterinárias Universidade do Estado de Santa Catarina no 18 v1 2019 KAGEYAMA P Y CASTRO C F A Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóreas nativas IPEF n4142 p8393 jandez1989 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES IBÁ Relatório Anual 2020 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf Acesso em Nov2021 INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS IBF Reflorestamento Lucrativo como ganhar dinheiro com reflorestamento sd Disponível em httpsmercadoflorestalcombrartigosreflorestamentolucrativocomoganhardinheirocomreflorestamento Acesso em Jan2023 LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 MARCONI M V ORG Administração Financeira e Orçamentária RecifePE Telesapiens 2019 OLIVEIRA M T PAGNUSSAT A Estudo de viabilidade econômicofinanceira do plantio de eucalipto pelo sistema de silvipastoril Estudo de caso no Sítio Santa Luzia em Juína MT RCA Revista Científica da Ajes vol 8 no 17 JulDez 2019 PATRO R Kirijaponês Paulownia tomentosa 2015 Disponível emhttpswwwjardineironetplantaskirijaponespaulowniatomentosahtml Acesso em Jan2023 SANTOS PINTO C R Formigascortadeiras distribuição geográfica no Brasil plantas atacadas e estimadores de densidade Trabalho de Conclusão do Curso em Gestão Ambiental Três RiosRJ UFRRJ 2016 PORTAL DO AGRONEGÓCIO Agro Experience destaca a importância do planejamento financeiro para o produtor rural 27092021 Disponível em httpswwwportaldoagronegociocombrgestaoruralgestaonoticiasagroexperiencedestacaaimportanciadopl anejamentofinanceiroparaoprodutorrural Acesso em Jan2023 57 PUCCINI E C Matemática financeira e análise de investimentos 3a ed rev atual Florianópolis Departamento de Ciências da Administração UFSC Brasília CAPES UAB 2016 ROSS S A Fundamentos de administração financeira recurso eletrônico 9a ed Porto AlegreRS AMGH 2013 STUEPP C A WENDLING I KOEHLER H S ZUFFELLATORIBAS K C Estaquia de árvores adultas de Paulownia fortunei var mikado a partir de brotações epicórmicas de decepa Ciência Florestal Santa Maria v 25 n 3 p 667677 julset 2015 STÜPP D R RECK O L J EYERKAUFER M L Análise da viabilidade econômico financeira do cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC XXIV Congresso Brasileiro de Custos Florianópolis SC Brasil 2017 TRINDADE M C M Análise da viabilidade econômicofinanceira para o Atelier Amour Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis 84 p Rio do Sul Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí 2021 YIN R K Estudo de Caso Planejamento e métodos Bookman editora 2015
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CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRÍ JAPÔNES PAULOWNIA RIO DOSUL 2022 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRÍ JAPÔNES PAULOWNIA Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso de administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientador Rio do Sul Fevereiro de 2022 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRÍ JAPÔNES PAULOWNIA Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIDAVI a ser apreciado pela Banca Examinadora formada por Prof Orientador Banca Examinadora Prof Prof Rio do Sul Agosto de 2022 4 RESUMO O trabalho será desenvolvido em uma propriedade rural no município de Rio do Sul tendo como objetivo fazer a análise de investimento na plantação de Kirí Japonês Paulownia A análise financeira é um processo muito importante para iniciar qualquer projeto Analisam se vários aspectos desde a compra da muda até a sua colheita observando se o investimento é ideal e se deve ser colocado em prática Assim será possível iniciar bem o projeto desejado O presente trabalho busca entender as partes necessárias que compõem o processo de uma maneira clara a fim de compreender a base necessária para se iniciar a plantação e cultivo da Paulownia mais conhecida como Kirí Japonês Será apresentado não só aspectos financeiros mas também como a muda se desenvolve como floresce e se há época ideal para seu cultivo O método utilizado para a elaboração deste trabalho será indutivo e o método de procedimento será monográfico O levantamento de dados será feito através da técnica da pesquisa bibliográfica Palavraschave Silvicultores Reflorestamento Paulownia Empresas madeireiras 5 1 INTRODUÇÃO Todos que formam uma empresa têm como principal objetivo vir a gerar lucro e obter resultados assim sendo é muito importante analisar bem o investimento antes de tomar qualquer atitude precipitada Quando se trata de reflorestamento não é diferente O investimento é grande e é preciso antes de qualquer atitude analisar todos os aspectos para melhor tomar as decisões São diversas opções e o investidor terá que escolher o que melhor se encaixa com a sua situação Com uma análise mais detalhada com certeza o investimento será mais eficiente evitando ao máximo possíveis incidentes Muitas empresas hoje no mercado erram justamente ao iniciarem o seu investimento Não tendo o conhecimento necessário para manterem seu negócio no mercado Seja por não conhecer o seu produto ou até por falta de organização financeira Assim sendo este trabalho tem por objetivo levantar informações para conhecer melhor e avaliar a viabilidade financeira da plantação de Kirí Japonês Paulownia Para o desenvolvimento deste tema discorrese no capítulo 3 os investimentos necessários para se iniciar o projeto Analisando a aceitação os valores e a espectativa de retorno sobre o investimento do produto O método utilizado para a elaboração deste trabalho será indutivo e o método de procedimento será monográfico O levantamento de dados será feito através da técnica da pesquisa bibliográfica 6 11 TEMA DE ESTUDO Primeiramente é preciso entender um pouco mais sobre sivicultura entendendo detalhes pertinentes a sua cultura no Brasil Como aonde se destina para que é fabricada qual a demanda existente e como é a aceitação no mercado Outro fator indispensável a ser estudado é o número de concorrentes existentes no setor pois pode haver muita demanda porém a concorrência limitar a venda Assim sendo uma empresa precisa conhecer o seu produto ao pensar em colocálo no mercado e assim analisar a quais seus prós e contras São muitos os aspectos a serem observados a fim de entrar no mercado com confiança no serviço prestado e qualidade no produto oferecido O ciclo precisa ser conhecido para que possíveis imprevistos não prejudiquem a produção e a venda do produto Se for feito um estudo de viabilidade de forma adequada as chances de êxito aumentam significativamente assim evitando entrar no mercado de maneira imprevisível Um grande defeito existente nas organizações é a falta de conhecimento do produto oferecido e do mercado Entram de uma maneira imprevisível pensando que o mercado absorverá o produto de maneira fácil Mas as coisas não são assim são poucos os que obtêm vantagens consideráveis para se manterem constantes com boas perspectivas para o futuro Por conseguinte com tantos fatores a serem observados vêmnos a questão Existe viabilidade econômica da plantação de Kiri JaponêsPaulownia na região do Alto Vale do Itajaí 12 JUSTIFICATIVA As empresas cada vez mais precisam evoluir para se manterem firmes no mercado Por esse motivo um dos fatores mais importantes é ter um produto de qualidade e que seja inovador Só assim o mercado irá absorvêlo e a empresa se manterá pelo maior tempo 7 possível Com o rápido crescimento e aceleração de tudo no mundo dos negócios as empresas que se mantiverem paradas ficarão inevitavelmente para trás Os clientes estão cada vez mais exigentes e com uma maior capacidade de escolha pois a variabilidade de qualidade e preço é imensa Sendo assim é preciso que haja um diferencial competitivo dentro da área em que se encontra a empresa Precisase formular alternativas inovadores que façam o produto ou serviço se destacar Para o acadêmico a escolha do tema deuse a partir do interesse em conhecer mais sobre a muda de Kirí Japonês por ela ser extremamente inovadora na área e ter um tempo para corte inferior a todas as demais no mercado Além disso ela mostra extrema qualidade e valor agregado A investigação do tema será de extrema importância pois servirá para que aqueles que têm interesse na área da plantação possam melhorar sua produtividade e possam conhecer um pouco mais desta árvore inovadora 13 OBJETIVOS 131 OBJETIVO GERAL Analisar a viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí 132 OBJETIVOS ESPECÌFICOS Identificar o investimento inicial Entender melhor o método da plantação Contextualizar e entender a sivicultura Projetar o tempo de retorno do investimento 8 Compreender seu ciclo coleta e replantio 9 2 Considerações gerais do mercado da madeira Sabese que o desenvolvimento de um País está ligado na grande parte dos casos ao crescimento de seu setor primário e das atividades a ele inerentes A silvicultura área objeto do presente estudo pode ser delimitadas por meio da criação e desenvolvimento que estão sujeitas às necessidades do mercado Os primeiros plantios de árvores com o objetivo de reflorestamento e comercialização conforme Lima1 iniciaramse no final do século XVIII sendo que desde então o mercado veio a crescer de maneira cada vez mais notável Por meio da Lei Federal 510666 que dispôs sobre os incentivos fiscais voltados ao reflorestamento o setor primeiro veio a crescer de maneira cada vez mais intensa e consciente Dispunha o artigo 1 1 da referida Lei que as pessoas físicas poderiam abater da renda bruta as importâncias comprovandamente aplicadas em florestamento ou reflorestamento Assim com o incentivo da Lei iniciouse uma verdadeira odisseia que visaria utiliazar as vastas extensões de terra no solo brasileiro para fins de crescimento consciente e cada vez mais voltando ao mercado internacional fato que traria enormes riquezas e benefícios à balança comercial Atualmente segundo dados do Relatório emitido pela Indústria Brasileira de Árvores o Brasil conta com 9 milhões de hectares plantadas representando ao todo R 974 bilhões ao Produto Interno Bruto2 A indústria nacional conta ainda com uma forte tendência de utilizar o produto das florestas na constituição primária dos objetos fabricados 1 LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 2 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 10 A propósito conforme mensagem do Presidente do Conselho e do Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores Os produtos fabricados advindos das árvores cultivadas estão em nosso dia a dia e vão desde o tradicional papel até cápsulas de medicamentos tecidos e espessantes usados na indústria de alimentos e em produtos de higiene pessoal como pastas de dentes Um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos é o têxtil A viscose tecido produzido a partir da celulose solúvel representa quase 7 do segmento mundial No entanto ainda há muito espaço para conquistar pois cerca de 64 dos tecidos que usamos atualmente são sintéticos ou seja obtidos a partir de origem fóssil3 Existe portanto uma tendência inata em atrair incentivos à agroindústria com o olhar voltado ao desenvolvimento sustentável Disto se conclui que o crescimento das atividades ligadas à silvicultura merece ipso facto a atenção ao desenvolvimento sustentável pois A bioeconomia e a visão de sustentabilidade pautam modelos de produção que utilizam recursos naturais de maneira consciente para que possam proporcionar fontes de energia limpa mitigação dos efeitos das mudanças climáticas alimentos produtos renováveis entre outras necessidades essenciais à sobrevivência hoje e às futuras gerações O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável provendo inúmeros produtos de origem renovável essenciais para o dia a dia das pessoas como móveis livros pisos laminados painéis de madeira papéis higiênicos e embalagens Além de prover o hoje essa indústria também está de olho no futuro investindo em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais bioprodutos ou biomateriais da economia circular biodegradáveis e recicláveis Um setor atento a nova mentalidade de um consumidor consciente e preocupado com a sustentabilidade e com o futuro do mundo Conheça um pouco mais de tudo que está hoje ao seu redor que tem essa origem cultivada e também o que está por vir no infográfico abaixo O setor florestal aliado às mais modernas formas de manejo é um dos importantes pilares para o desenvolvimento nacional Deveras como ressaltado pela Indústria Brasileira de Árvores De grande importância econômica representando 12 do PIB Nacional e receita bruta total de R 974 bilhões esta é uma indústria de olho no futuro que investe em pesquisa para desenvolver produtos que estejam alinhados à bioeconomia Esta visão moderna vem permitindo crescimento do setor mesmo em anos difíceis como 2019 gerando oportunidades a 375 milhões de brasileiros em todo o País e que até 2023 deve criar mais 36 mil novos postos de trabalho Verificase portanto que a indústria de madeiras já é um dos setores mais importantes para a balança comercial brasileira 3 Ibidem 11 Na mesma linha de raciocínio conforme dados da Indústria Brasileira de Árvores o Brasil continua a ser o maior exportador de celulose do mercado mundial bem como um dos maiores produtores de painéis de madeira e de outros produtos derivados A propósito temse os cinco maiores destinos das exportações por produto do setor de árvores plantadas4 Figura 01 O setor de madeiras conforme fonte do Instituto aqui mencioado trabalha com a exporação que abastece diversos setores da economia internacional Deste setor de árvores plantadas estáse com a seguinte distribuição Em 2019 a área total de árvores plantadas totalizou 90 milhões de hectares um aumento de 24 em relação a 2018 879 milhões de hectares considerando o ajuste conforme nova metodologia Desse total a maioria 77 é representada pelo cultivo de eucalipto com 697 milhões de hectares e 18 de pinus com 164 milhão de hectares Além desses cultivos existem 039 milhão de hectares plantados de outras espécies entre elas a seringueira acácia teca e paricá5 Além de colaborar com a economia o plantio de árvores ligadas ao manejo sustentável também colabora com a redução das taxas de CO2 no bioma A propósito 4 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 17 acesso em 01112021 5 Ibidem p 21 12 Esse setor ajuda a conservar a biodiversidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa sequestrando e armazenando O potencial de estoque das suas áreas tanto de plantação quanto conservação soma 448 bilhões de toneladas de CO2 eq Além de uma relevante taxa de reciclagem de papel 669 o setor também se destaca pela alta participação 69 de energia renovável em sua rede elétrica Credenciais que confirmam sua importância na luta de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas O plantio das árvores está distribuído em solo nacional do seguinte modo6 Figura 02 Visualizase assim que o Estado de Santa Catarina possui 064 das 9 milhões de hectares plantadas em solo nacional número bastante significativo comparado com as dimensões do solo A produtividade está ligada ao grau de evolução da técnica Os fatores conforme o Indústria Brasileira de Árvores IBA estão principalmente 6 Ibidem 13 nos seguintes elementos A adoção de boas práticas de manejo o melhoramento genético e as condições edafoclimáticas do País levaram a um reconhecimento mundial da alta produtividade brasileira em comparação com os demais países considerando o volume de madeira produzido por área ao ano e por um dos menores ciclos entre o plantio e a colheita do mundo Em 2019 o Brasil apresentou uma produtividade média de 353 m3ha ao ano nos plantios de eucalipto Essa ligeira queda pode estar associada ao efeito das mudanças climáticas expansão para novas áreas fatores bióticos e abióticos Já no plantio de pinus houve um aumento de produtividade para 313 m3ha que pode estar relacionado a alguns fatores programas de melhoramento genético e fertilidade do solo de nutrição de plantas de viveiro e a mecanização de plantios que antes eram semimecanizados7 Além de celulose a indústria de madeira alcança um importante setor produção de madeira serrada Segundo índices extraídos o mercado interno é o grande consumidor da referida madeira serrada Figura 03 No cenário internacional a situação é notável Figura 04 7 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 22 acesso em 03112021 14 Vêse que o Brasil no último levantamento realizado em 2019 configurava o nono maior país produtor de madeira serrada do mundo Pela extensão territorial podese expandir deveras tal produção nos próximos anos fato que contará com a necessidade de incentivos fiscais e dos meios hábeis à condução e comercialização dos produtos Assim vêse que o mercado interno ainda é o grande pilar da madeira serrada Tal mercado está de acordo com as aspirações internas setor de móveis portas e etc bem como à premente necessidade de criar alternativas saudáveis e hábeis a reduzir o desmatamento ilegal Deveras é o que se consta do último levantamento realizado Figura 05 15 A madeira serrada em conjunto com os demais elementos fornecidos é um dos pilares da economia brasileira fato notável e aqui demonstrado Viuse até agora que a silvicultura é um dos pilares da economia brasileira As alternativas de manejo e os incentivos fiscais tributários e etc são um dos fatores necessários à salvaguarda e ampliação de tal setor O cultivo das árvores portanto deve ser acompanhado das técnicas que tornem a silvicultura cada vez mais eficientes e eficaz Deveras A produção de madeira e produtos florestais através de plantações é feita em monoculturas em consórcios simples de espécies selecionadas geralmente espécies intolerantes e de rápido crescimento inicial características dos estágios iniciais de sucessão Estas plantações constituem ecossistemas extremamente simplificados nos quais se procura manter um estado não equilibrado entre os seres vivos mas sim favorável às espécies plantadas previamente selecionadas para proporcionarem produtividade elevada Todos os fatores de produção são dirigidos para as espécies plantadas a progressão para o estágio clímax é visualizada como competição por plantas indesejáveis e sistematicamente sustada Para as finalidades industriais que requerem grandes quantidades de material lenhoso de qualidade homogênea e baixo custo final este método de sustação da sucessão se apresenta como o mais adequado8 Depreendese que as florestas são efetuadas em monoculturas normalmente extensas o que faz da silvicultura um setor extremamente produtivo ainda mais no Brasil país de extensões continentais com solo propício e solo altamente produtivo 8 KAGEYAMA Paulo Yoshio Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóres nativas p 12 16 A ciência genética por exemplo tem utilizado alguns critérios para tornar as árvores cada vez mais adequadas à finalidade proposta Isto é claro faz ser possível que a produtividade da área número de metros cúbicos por hectare plantada seja cada vez maior tornando o mercado produtivo e ativo Sabese que A silvicultura tropical constitui urna importante alternativa para o desmatamento através de suas diferentes linhas de atuação o manejo da regeneração natural os plantios de enriquecimento e agrossilviculturais e as plantações homogêneas e heterogêneas de árvores No Brasil a silvicultura evoluiu como uma atividade voltada grandemente para a produção de matéria prima para indústrias baseadas na utilização de madeiras e fibras As plantações têm se restringido às espécies e procedências de árvores que melhor atendem às necessidades industriais e que melhor respondem em tenros de produtividade às condições geradas pelo emprego de alta tecnologia Silvicultura9 A despeito O crescente interesse na região sul do Brasil vem mostrando a necessidade de desenvolvimento de um programa de melhoramento genético visando melhoram a qualidade das sementes produzidas nessas condições na tentativa de diminuir a importação de sementes de origens e qualidades desconhecidas ou duvidosas10 A propósito são alguns dos critérios para análise da seleção gênica Com pequenas variações entre os programas específicos têm sido consideradas como prioritárias as seguintes características para seleção a Vigor superioridade em altura e diâmetro b Retidão do tronco e ausência de bifurcação c Ramificação ângulo espessura comprimento e n o de ramos por verticilo d Habilidade de desrama natural e Pequena conicidade do tronco f Comprimento de internódios g Comprimento largura e densidade da copa h Qualidade da madeira i Inclinação da grã j Resistência a doença e pragas 11 Os fatores analisados na seleção são necessários portanto à qualidade da árvore que será extraída e depois utilizada no mercada interno e externo Capítulo II 9 KAGEYAMA Paulo Yoshio Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóres nativas p 02 10 FONSECA Sebastião Machado Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores p 01 11 FONSECA Sebastião Machado Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores p 05 17 21 Origens históricas O desenvolvimento da Palownia é muito significativo A primeira árvore desenvolvida no Brasil foi conduzida tecnicamente por Chicazu Hamaguchi no Município de Mogi das Cruzes São Paulo no ano de 1964 Figura 0612 Diferente das outras árvores que o acervo da silvicultura utiliza ela tem um incremento por hectare que ultrapassa todas as demais dando segurança e amparo a quem dela se utilize Na mesma proporção olhese o desenvolvimento da árvore mãe com 65 anos de 12 Disponível no livro Kiri Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 08 18 idade Figura 0713 A origem da árvore é controversa há quem diga que é originária da China e outros que se refiram ao Japão mas o fato incontestável é que veio da ásia14 O Kiri pertence à família botânica das Scrophulariaceas e ao gênero paulownia existindo diversas espécies nativas na ásia e na oceania A denominação Palownia foi dada em homenagem à Princesa Ana Palownia filha do Czar Russo Paulo I15 Podese ver algunas de suas características notáveis e que são atrativas para o 13 Ibidem p 09 14 Ibidem p 12 15 Ibidem p 13 19 desenvolvimento da árvore Figura 08 A imagem acima mostra um Kiri de 35 anos plantado no jardim da casa da agricultura com DAP de 33 centímetros Há no Japão alguns dizeres interessantes sobre a árvores como por exemplo 1000 árvores de Kiri fazem um milionário a terra é fortuna para mil gerações e o Kiri o é para três gerações o Kiri é a árvores do seguro árvore do estudo árvore do casamento enfim árvores da fortuna16 Do ponto de vista silvicultural o Kiri tem algumas características muito notáveis O crescimento rapidíssimo Na silvicultura o maior obstáculo como empreendimento é o crescimento lento das plantas e da demora reversão de capital o Kiri permite que seu cultivo seja intoduzido ou combinado dentro do empreendimento florestal com as demais essências silvícolas para aproveitamento mais racional da exploração Sendo uma grande problemática da política florestal aumentar o florestamento nas pequenas áreas o Kiri é indicado para esse fim porque tem ciclo curto para seu aproveitamento e alto rendimento por área Não satisfazendo o abastecimento de madeira ao consumo atual e havendo necessidade de aumento cada vez maior da reserva florestal o caminho mais curto para esse aumento 16 Disponível no livro Kiri Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 15 20 seria praticar o reflorestamento com espécies de crescimento mais rápido O Kiri preenche essa necessidade Quando cortada brota com facilidade Podese aproveitar a mesma planta até três cortes seguidos Suporta bem as secas e as geadas Perdendo as folhas durante o inverno resiste às temperaturas de até 6C Responde muito satisfatoriamento às adubações Adaptase a diversos climas preferindo no entanto regiões mais quentes e úmidas Não é muito exigente quanto à temperatura do solo crescendo melhor porém nas terras soltas férteis e profundas Produz facilmente fuste livre de aproximadamente 6 metros Excelente material para trabalhos de melhoramento genético dado a facilidade de obtenção17 Verificase assim que o cultivo da Palownia apresenta inúmeros benefícios quando comparada com as demais espécies utilizadas na silvicultura Figura 09 A árvore acima tratase de um Kiri de três anos e meio com 40 centímetros de DAP Suas adaptação ao solo é muito mais versátil e o crescimento das árvores também apresenta um desenvolvimento muito superior às demais espécies além de ser mais resistente em relação ao solo e à temperatura A imagem abaixo aduzse à árvore de Kiri com seis anos e meio 850 metros de 17 Ibidem p 24 21 tronco livre e DAP de 58 centímetros Figura 10 Como se vê das imagens anexadas o desenvolvimento da árvores está muito acima da médias das demais árvores utilizadas em silvicultura O primeiro Kiri desenvolvido no Brasil já se mostrava bastante notáveis nos aspectos observados mas as árvores subsequentes mistas com aprimoramentos na condução e em questões genéticas aprimorouse e se sobresaiu com enorme diferença Tal desenvolvimento certamente garantiu como ainda garante o epíteto de árvore mais produtiva do mundo à Palownia Tal produtividade não aduz somente à incorporação de peso volume por ano mas 22 à incrível capacidade de adaptação das mudas ao solo e aos mais variados climas 22 Utilidade da madeira Com a enorme vantagem no cultivo haverá grande benefício a fortiori no tocante à madeira da Palownia e de sua utilização nas mais variadas áreas A propósito o Kiri produz uma madeira de características especiais que a tornam de grande valor para um número muito grande de fins No Japão o Kiri produz uma madeira muito apreciada pelas suas propriedades de ser leve e indeformável não estando sujeito ao empenamento ou a rachaduras e de permitir a obtenção de lâminas muito finas e ainda recever com facilidade colas tintas e outros tratamentos18 As suas principais aplicações têm sido caixas de embalagens móveis todos os tipos gavetas caixilhos de ajustamento perfeito e pelos quais marceneiros japoneses se notabilizam forros de casas forros internos de caixas fortes assolhos portas internas e biombos palitos de fósforos caixas de fósforos caixas diversas de bonecas de cerâmicas de amostras caixote para transportes de tecidos lápis compensados diversos laminados para cartões de visitas cabos de pincéis e trinchas armação interna de aviões e planadores indústria aeronáutica armação interna de navios e barcos indústria naval tamanco saltos e solas de sapatos femininos boias para redes de pesca brinquedos persianas mastros dos barcos à vela instrumentos musicais raquetes carvão para polimento carvão para desenho isolante térmico isolante acústico celulose Como se vê pelo fato da madeira ser extremamente leve e versátil a madeira da Palownia é significativamente utilizada em praticamente todos os setores da indústria 18 Ibidem p 28 23 Capítulo III 31 Do cultivo e das relações com o mercado interno Viuse no primeiro capítulo que o Brasil depende da silvicultura como forma de desenvolvimento nacional redução da emissão de CO2 sustentabilidade consciente e outros fatores positivos ligados Suas folhas são robustas e seu desenvolvimento crescimento é algo digno de nota Vejase na imagem como a árvore possui um grande caule Figura 11 Fonte Foto tirada por Ricardo Schewinski 24 Esta muda foi plantada há um ano e já teve o processo de poda realizado no último inverno Lembrase que o processo de poda e de seleção do melhor broto que surge em média a cada dez que vem após a cepa é fundamental para que as árvores tenham um sadio desenvolvimento e possam ser cada vez mais perfeitas para o fim a que se propõem As folhas além de ser enormes consumidoras de CO2 servem como alimento de enorme teor proteico para animais O plantio do Kiri então além de não prejudicar a fauna e a flora é um grande meio para se conciliar com outros meios gado ovelha cavalos e etc Figura 12 25 Aqui se observa com nitidez de que forma as árvores possuem grande crescimento e desenvolvimento em todos os seus aspectos Há em média um crescimento de três centímetros ao dia o que representa o desenvolvimento idêntico em cinco anos a um eucalipto de quinze anos A despeito das condições necessárias ao cultivo notase que é uma árvores de ótimo desenvolvimento em várias possibilidades climáticas Deveras As suas características fisiológicas permitem que essa árvore se adapte a uma grande variedade de climas Podem se adaptar a uma faixa muito ampla de temperatura de 20 ºC a 45 ºC embora encontrem sua faixa ideal para um bom desenvolvimento em altura e diâmetro entre 24ºC e 29ºC Essas árvores podem se desenvolver em áreas com precipitação anual próxima a 150 mm tornando necessária a irrigação no verão Elas se adaptam a todos os tipos de solos preferindo solos bem drenados e levemente argilosos com pH entre 55 e 8 Seu tamanho é reto e com poucos nós o que o torna interessante para a indústria da madeira Após o corte regenera vigorosamente até 7 vezes19 Como dito além de ser economicamente viável a Palownia traz enormes benefícios à natureza por ser grande captador de CO2 Entre outros benefícios destacase a excelente qualidade de sua madeira a sua capacidade de recuperar controlar e estabilizar a erosão do solo devido ao seu sistema radicular profundo a sua considerável capacidade de produção de biomassa a sua capacidade de fixação de CO 2 a possibilidade de uso da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras agrícolas abandonadas ou degradadas e o seu valor como planta ornamental20 No mesmo sentido Esta árvore absorve 10 vezes mais dióxido de carbono do que qualquer outra árvore e emite muito mais oxigênio Tem ainda a possibilidade do aproveitamento da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras degradadas além de seu valor como planta ornamental Por isso é ideal para combater o aquecimento global devido aos efeitos das alterações climáticas Com as demais qualidades intrínsecas essa árvore poderá ser uma boa oportunidade de negócio21 19 Disponível em httpsdesenvolvimentoruralcomarvorepaulownia acesso em 17112021 20 Ibidem 21 Disponível em httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 26 Para o plantio as mudas vêm em blocos de 10 o que facilita bastante o manejo Figura 13 Seu cultivo então deve obedecer a alguns critérios Deve ser cultivada sob sol pleno em solos profundos não arenosos preferencialmente enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no primeiro ano de implantação Após este período as regas podem ser deixadas por conta das chuvas e depois de bem estabelecida ela é muito resistente à estiagem Tolerante ao frio invernal geadas e poluição ambiental Resistente também a incêndios rebrotando com vigor a partir de suas raízes As podas anuais realizadas sempre após o florescimento estimulam intensas florações no ano seguinte e ajudam a controlar o porte e a forma da árvore Multiplicase por estaquia alporquia e por sementes As sementes devem ser colhidas dos frutos já secos quando estão iniciando a abertura natural22 22 Disponível em httpswwwjardineironetplantaskirijaponespaulowniatomentosahtml acesso em 17112021 27 É feita a separação por áreas colocadas as linhas divisórias e perfurados os locais com maquinário especial que atinge grande profundidade Figura 14 Depois de duas semanas a muda já começa a atingir um belo desenvolvimento Vejase Figura 15 28 No mesmo modo Figura 16 Passados seis meses no período da outono é realizada a decepa e identificados depois os melhores brotos para seleção A isto dáse o nome de brotações epicórmicas de decepa A propósito A propagação vegetativa pode proporcionar a produção de uma grande quantidade de mudas de boa qualidade em curto espaço de tempo no entanto a qualidade das mudas formadas depende diretamente da capacidade de enraizamento de cada espécie bem como da qualidade do sistema radicial formado O processo de enraizamento adventício é naturalmente regulado pela interação de múltiplos fatores como hormônios vegetais características genéticas carboidratos compostos nitrogenados aminoácidos estádio fisiológico e idade da plantamatriz23 23 Disponível em httpsainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem13104812015IvarCFEstaquiapdf acesso em 17112021 29 Depois disto o crescimento é salutar e de desenvolve de uma maneira muito eficaz Figura 17 As árvores se desenvolvem muito bem Para isso basta deixar um espaçamento médio de três metros entre as mudas plantadas para que haja insolação suficientes para cada árvore O fluxo solar será determinante para a salutar fotossíntese das árvores 30 Vejase o modus operandi adotado pelo silvicultor Alfredo Schewinski Junior Figura 18 Com esse espaço possibilitase além de um crescimento maior das árvores um grande espaço para circulação de pessoas e de animais Isto por evidente fará da floresta um grande meio para a prática de inúmeras atividades que podem surgir no decorrer do plantio e do desenvolvimento da floresta Podese inclusive utilizar outros meios e outras técnicas 31 Aqui outra imagem que demonstra o espaçamento no plantio Na fotografia estão o silvicultor Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry referência e autoridade em Palownia Figura 19 Então conforme visto o ciclo das árvores é bastante notável Desde o plantio até a colheita as árvores têm um desenvolvimento anual que ultrapassa e muito as outras árvores do ramo de silvicultura Figura 20 32 Percebese que a árvore chega a crescer à média de 05 metros por ano Outra imagem mostra de maneira muito nítida a respeito do desenvolvimento da árvore24 Figura 21 Vejase uma árvore com 10 anos de idade fotografia tirada pelo autor do presente trabalho Figura 22 24 Disponível em httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kiri japnesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 18112021 33 Aqui uma lâmina serrada Figura 23 Além de produzir uma madeira leve resistente e de alto valor no mercado nacional e internacional as árvores florescem com vigor no inverno Figura 24 34 As flores além de lindas e perfumadas produzem um dos méis mais nutritivos e saborosos do mundo Abaixo uma fotografia referente a uma tábua de 20 anos o que equivale em média a um eucalipto de 50 anos A madeira é muito utilizada para produção de portas pranchas de surfe 35 móveis e etc Sua resistência é um dos grande fatores que fazem dela um produto tão bom motivo pelo qual foi utilizado neste trabalho CAPÍTULO 4 Metodologia O Método a ser utilizado na elaboração deste Artigo foi o indutivo o Método de procedimento monográfico O levantamento de dados foi por meio da técnica da pesquisa bibliográfica O objetivo principal foi analisar a viabilidade do Kiri e o modo de operação para a concretização do plantio e do crescimento das árvores alcançando assim o resultado pretendido desde o início 41 Processo de Plantio cultivo e manejo 411 Plantio e das formigas No processo de plantio é feito até dezembro de cada ano para se evitar as secas que costumam ocorrer no mês de janeiro Também é feita a adubação e os cuidados com as formigas é essencial sendo feito um acompanhamento diário A propósito é de se destacar que as formigas são um problema para o cultivo de várias espécies em solo brasileiro Dentre as espécies de saúva com maior ocorrência no Brasil podese citara Atta sexdens sexdens Lineu1758 que ocorre em 18 estados Atta laevigata Smith 1858 ocorre em 15 estados e Atta cephalotes Lineu1758 que já foi observada em oito estadosPelas informações coletadas sobre as plantas atacadas cabe destacar a Atta laevigata Smith 1858 Atta sexdens rubropilosa Forel 1908 e Atta sexdens sexdensLineu1758 como as espécies e subespécies do gênero Atta que atacam o maior número de espécies de plantas de importância econômica25 Deste modo no cultivo do Kiri há a colocação do veneno para formigas antes 25 Disponível em httpsitrufrrjbrportalwpcontentuploads201709monografiacamilaraisadossantos pintopdf acesso em 27012022 36 do início do plantio No gráfico abaixo há a distribuição das espécies e sua distribuição em solo nacional 412 Cultivo 37 O cultivo é realizado de outubro a dezembro e de dezembro até agosto mantém o local limpo com roçadas e cuidados gerais Em agosto cortase até o solo e efetuase a decepa com os múltiplos brotos que serão objeto de escolha Os ramos são quebrados e deixamse as folhas que irão se desenvolver para deixar a árvores mais bonita a vistosa Dois funcionários serão necessários e darão conta de 20 hectares recebendo cada um o valor de R 200000 Tratase de um trabalho manual e extremamente qualificado No entanto em virtude do alto crescimento da árvore este trabalho tem que se feito com agilidade e eficácia sob o risco de que os brotos cresçam de maneira muito rápida e se perca a retidão dos brotos Algumas medidas devem ser obervadas para o bom andamento da floresta entre elas listase as seguintes Há a exigência de um bom solo solo fértil profundo e solto O solo fraco argiloso úmido não permitem o cultivo de um essência florestal bem definitda e próspera Já o sistema radicular desenvolvese melhor em solo arejados e pior em solos excessivamente úmidos Portanto devese evitar o solo excessivamente seco e excessivamente úmido assim como o cultivo das demais espécies de árvores para reflorestamento 38 A propósito O sistema radicular do kiri é grande mas suas raízes são um tanto fracas razão pela qual principalmente nos primeiros anos o kiri deve permanecer livre da concorrência de ervas daninhas em água e adubos Na primavera antes da brotação plena das folhas as raízes são mais ativas indicando ser essa uma das épocas próprias para a adubação26 Verificase então que a observância de alguns fatores é salutar para o bom desenvolvimento das árvores Então a título de ilustração são adequados ao cultivo os solos arenosos e areno argilosos profundos bem drenados ricos em humus Já em relação à necessidade de luz Em silvicultura as espécies são classificadas de acordo com a resistência à sombra embora todos vegetais necessitem de raios solares luz variando essa necessidade com a espécie Para o seu engrossamento aumento contínuo do diâmetro o fatos mais importante se não for o maior é a existência de luz banhando as plantas de kiri Caso essa luminosidade seja escassa a tendência das árvores é parar seu engrossamento e lançar novas brotações para o alto a partir da copa com o que a energia dos nutrientes será desviada para essa parte alta da planta desvirtuando o fim maior da cultura obter árvores de grandes diâmetros27 Ainda quando não ocorrer uma boa entrada de luz o desbaste em excesso deve ser feito diminuindo o número de árvores por área para favorecer a abertura de novos espaços com penetração de luz solar28 Assim verificase que junto com um bom solo as árvores de Kiri necessitam de bastante luminosidade para que deêm maior envergadura e diametrização Como o cultivo se volta à venda comercialização a relação de engrossamento por tempo será tanto melhor quanto menor o for A título de exemplo uma área bem conduzida será tanto mais produtiva quanto 26 Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 80 27 Ibidem p 81 28 Ibidem p 82 39 melhor forem observados os requisitos de solo luz e etc Em relação à suscetibilidade de pragas devido ao seu rápido crescimento a madeira de Kiri é mais mole e por isso mais suscetível a doenças e pragas que as demais espécies Embora dentro das variedades umas sejam mais outras menos resistentes29 A resistência ao frio é um bom fator pois a árvore aguenta temperaturas negativas Já em relação aos ventos por ter um crescimento rápido fica a árvores sujeita a danos causados por ventos mais fortes Caso todas as condições locais sejam favoráveis ao kiri com exceção de ventos fortes é nessário o plantio de lotes de árvores quebra ventos principalmente na face mais exposta Abaixo se extrai uma plantação favorável à mecanização As temperaturas ideais são entre 22c e 24c sendo máximas de 39c e 29 Ibidem p 84 40 mínimos de 1c Já os solos menos indicados para o plantio do kiri são os solos argilosos pois dificultam a expansão e o arejamento adequado das raízes Também os solos de lençóis freáticos devem ser eveitados onde a água permanece parada Os solos superficiais trazem problemas pois o Kiri necessita de um amplo potencial genético para o seu crescimento salutar Terrenos sujeitos a ventos muito fortes causam a quebra dos galhos e podem prejudicar o andamento da floresta e do manejo Já em relação ao espaçamento citase que o adequado é dar a margem de 3metros por 3 metros dando a média de 11000 árvores por hectare Além do espaçamento é ideal que a cada ciclo façase o desbaste com a retirada das árvores mais finas e tortas Isso à parte do engrossamento que ficará mais viável e ocorrerá naturalmente fará com que haja uma penetração de luz maior na floresta Com espaçamento e luz as árvores ficarão cada vez mais grossas A despeito esses espaçamentos fazem o desbaste eliminação das árvores de menor diâmetros aproveitandose nas serrarias deixando as mais grossas com aumento da penetração de luz30 30 Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 95 41 A tendência portanto é que se deixe uma média de 400 árvores por hectare Isso fará com que as madeiras extraídas sejam mais grossas e tenham um valor de mercado maior Citase que a priori o plantio de 1100 árvores por hectare faz com que haja uma seletividade maior no desbaste deixando as melhores árvores como forma de seleção artificial e que haja ainda uma proteção natural nos primeiros anos contra os ventos Conforme dito os ventos podem ser bastante prejudiciais nos primeiros meses do cultivo onde o kiri cresce de forma notável mas as raízes ainda não estão bem consolidadas no solo Isso pode ocasionar a quebra das árvores e prejudicar o andamento do plantio Assim quanto menos árvores se deixar por hectare maior será o engrossamento e consequentemente maior será o valor de mercado pois a quantidade de metros cúbidos será proporcionalmente maior A despeito o objetivo do aumento da produtividade é em última análise aumentar o volume de produção e melhorar a qualidade e para produzir a madeira de boa qualidade com volume grande a densidade baixa grande espaçamento não satisfaz Para aumentar a produção por área devese aumentar a densidade diminuir o espaçamento além da esala tradicional e renovar as técnicas de cultivo se não se pretende efetuar os cortes intermediários na medida em que as árvores paralizarem ou diminuírem seu engrossamento devese plantar com espaçamento maior mas evitando a formação de grandes clareiras pois a planta perde a conformação característica e apropriada devido à formação de galhos grossos na copa se se pretende efetuar os cortes intermediários podese adotar o espaçamento menor maior número de árvores por unidade de área e iniciar esses cortes entre as plantas o que no final poderá resultar em maior produção por área 31 31 Exigências e técnicas de cultivo Edison Consolmagno Mogi das Cruzes 1972 p 95 42 Assim uma boa condução é o pilar para o desenvolvimento sadio da floresta de kiris De todo modo para fins de recomendações práticas o trato cultural a escolha dos solos e os cortes intermediários são de imensa importância O primeiro corte também chamado de primeiro desbaste deverá ser realizado quando a árvore já tiver certo valor de mercado ainda que muito inferior àquele que se pretende com o corte final As primeiras árvores poderão servir para o forncecimento à indústria de celulose Se o objetivo foi o maior engrossamento possível há como se deixar um espaçamento maior para que num menor espaço de tempo possase conseguir um diâmetro efetivo por cada árvore cultivada Abaixo há uma tabela bastante esclarecedora quanto às informações necessárias e que podem ser de grande utilidade aos silvicultores que porventura tenham interesse no cultivo aqui tratado32 32 Ibidem p 112 43 Concluise portanto que com um bom manejo e um direcionamento consciente o plantio do kiri revelase muito vantajoso e economicamente viável As tabelas que seguem ao próximo capítulo deonstrarão que o investimento e o retorno têm uma relação profícua e bastante notável Como dificilmente se acha em outros negócios ou investimentos a taxa de incremento de capital no kiri é extremamente viável e promete para aqueles que assim o decidirem ficar milionários com mil árvores plantadas como dizia o antigo ditado nipônico 42 Investimentos e custos Abaixo podemos observar uma tabela demonstrando os custos que envolvem a operação Na primeira podemos observar os custos por hectare já na segundo o custo total em um terreno de 102 hectares sem contar é claro com o investimento próprio do terreno FALTA FAZER A PLANILHA DO FLUXO DE CAIXA PARA O PERÍODO DE DURAÇÃO DO PROJETO 7 ANOS TODAS ENTRADAS E SAÍDAS PARA QUE POSSA SER CALCULDO O PAYBACK O VALOR PRESENTE LÍQUIDOVPL E A TAXA INTERNA DE RETORNO TIR 44 Demontrase na tabela as partes essencias para a relização do plantio das mudas sendo um dos primeiro passos e um dos mais importantes a compra da muda correta Essa etapa é de extrema importância sendo ela responsável por grande parte do custo da empreitada Fazse necessário uma correta avaliação de mercado sabendo optar por aquela que se demontra mais resistente e com melhor custo benefício Assim a árvore crescerá com saúde e haverá o menor número possível de danos e imprevistos Um cuidado que observase na plantação do Kirí são os prejuízos que as formigas pode causar nas mudas sendo necessário um forte cuidado em relação a isso Na tabela podemos observar que foi necessário a compra de veneno que para os custos representam uma fração muito pequena comparado a importância desta etapa Vêse na tabela que os custos apresentados são de maioria no primeiro ano e muito pouco no segundo ano isso se dá pois quando se trata da plantação de Kirí Japonês não é necessário mais gastos a partir do terceiro ano pois a planta se desenvolverá de maneira autônoma sendo necessário apenas observar se tudo está se desenvolvendo como o esperado O investimento é de grande potencial sendo os lucros gerados muito satisfatórios e de grande margem O tempo estimado para a colheita é de 7 anos o valor espera de faturamento por hectare é de R 15000000 e as despesas de colheita apenas R 600000 por hectare sobrando de lucro um valor estimado de R 14400000 Levando em consideração os resultados esperados o investimento é inegavelmente muito promissor 45 Conclusão Concluise com o presente trabalho que a plantação de Kiri é bastante promissora sendo que o mercado internacional já está aceitando e aderindo à madeira O plantio e a colheita obervam todo um cicloe protocolos que fazem do produto algo significativo e notável O retorno do investimento também é significativo Com 300 árvores por hectare tirase algo em torno de R 12000000 com um investimento de R 1200000 Isto diferente do pinus e eucalipto num período de 07 anos O incremento de dez vezes em cinco anos faz do Kiri algo extremamente viável em todos os sentidos concluindo pela positividade da tese levantado no início do trabalho Referências Bibliográficas LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 17 acesso em 01112021 46 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf p 22 KAGEYAMA Paulo Yoshio Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóres nativas p 12 FONSECA Sebastião Machado Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores p 01 httpsdesenvolvimentoruralcomarvorepaulownia acesso em 17112021 httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 httpswwwjardineironetplantaskirijaponespaulowniatomentosahtml acesso em 17112021 httpsainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem13104812015IvarCFEstaquiapdf acesso em 17112021 httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kiri japnesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 18112021 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SULSC 2023 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientadora Prof a RIO DO SULSC 2023 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIDAVI a ser apreciado pela Banca Examinadora formada por Prof Orientador Banca Examinadora Prof Prof RESUMO O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia em uma propriedade rural localizada no município de Rio do Sul na região do Alto Vale do Itajaí no Estado de Santa Catarina A partir do levantamento de informações sobre o conhecimento e prática da silvicultura compilaramse os dados sobre os custos necessários desde a compra da muda até a sua colheita para a realização do empreendimento bem como os cálculos necessários para se analisar o retorno do investimento Dado que a análise financeira é um processo muito importante para iniciar qualquer projeto não importando se pessoa física ou jurídica o uso de técnicas de análise econômicofinanceira se apresenta como um importante instrumento na tomada de decisão GITMAN 2010 ROSS 2013 PUCCINI 2016 MARCONI 2019 Assim além de trazer o detalhamento do negócio como a muda se desenvolve como floresce e se há época ideal para seu cultivo como estudo de caso a presente pesquisa foi estruturada através da análise financeira utilizando métodos de avaliação de projetos como Valor Presente Líquido VPL Payback e a Taxa Interna de Retorno TIR Os custos e as receitas foram estimados em Reais por Alqueires R Alq com um horizonte de planejamento de 2023 a 2029 e uma taxa mínima de atratividade TMA de 8 ao ano A metodologia utilizada para a realização do trabalho foi o estudo de caso YIN 2015 e pesquisa bibliográfica Com os resultados obtidos constatouse um VPL de R 11561053 e a TIR um resultado de 1325 maior do que a TMA estipulada ainda também o tempo de retorno Payback encontrado com o estudo aponta 7 anos Diante de todas as informações encontradas dadas as peculiaridades do negócio florestal ser de médio a longo prazo restou evidenciado que a viabilidade do projeto é promissora tanto em questão de lucro quanto em vantagens do uso desta madeira Palavraschave Administração Análise de investimentos Silvicultura Reflorestamento Paulownia Empresas madeireiras LISTA DE FIGURAS Figura 1 Principais destinos das exportações14 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 201915 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada16 Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada17 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi18 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês19 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore20 Figura 8 Destaque para altura da espécie21 Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza22 Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas25 Figura 11 Plantação de Kiri Japonês27 Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia30 Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO231 Figura 14 Crescimento e desenvolvimento32 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia34 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo35 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas36 Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês37 Figura 19 Folhas de Paulownia38 Figura 20 Espaçamento de cultivo39 Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry40 Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia41 Figura 23 Tabela de crescimento41 Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade42 Figura 25 Lâmina serrada43 Figura 26 Florescer44 Figura 27 Tábua de Kiri Japonês45 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês49 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos49 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês50 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado 51 Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica51 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 11 A silvicultura no Brasil 09 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina09 13 Objetivos 10 131 Objetivo Geral 10 132 Objetivos Específicos 10 14 Justificativa 10 15 Estrutura do trabalho 11 2 REVISÃO DA LITERATURA12 21 Considerações gerais do mercado da madeira12 22 Kiri Japonês Paulownia17 23 Utilidade da madeira23 24 Processo de Plantio cultivo e manejo24 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno30 26 Análise de Viabilidade Econômico Financeira45 27 Taxa Mínima de atratividade46 28 Valor Presente Líquido 46 29 Taxa Interna de Retorno47 210 Payback47 3 METODOLOGIA 48 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 48 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia48 5 CONCLUSÃO 52 REFERÊNCIAS 54 1 INTRODUÇÃO 11 A silvicultura no Brasil O agronegócio possui grande impacto econômico no País Dados da Exame 2022 indicam que o agronegócio representa 27 do Produto Interno Bruto PIB brasileiro o que corresponde a aproximadamente R 12 trilhão Dessa fatia conforme o Canal Agro no contexto do agronegócio está o segmento da silvicultura que alcançou a marca de R 189 bilhões em valor de produção um crescimento de 21 em relação ao ano anterior Tratase de dados comparativos entre 20192020 ESTADÃO 2022 A madeira em tora é o principal objetivo das florestas plantadas brasileiras Todos os produtos madeireiros somados representam 90 da produção da silvicultura do País e o eucalipto tem uma participação de 77 nas áreas florestais cultivadas no Brasil A produção se destina principalmente à produção de papel e celulose além do carvão vegetal Por outro lado o setor apresenta negócios de maturação de médio a longo prazo assim o produtor rural precisa se planejar em relação ao seu maquinário frota de plantio e colheita por implicar num investimento na maioria das vezes alto e se feito de última hora de qualquer forma pode até colocar em risco a safra do ano PORTAL DO AGRONEGÓCIO 2021 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina A atividade tem alta concentração nas Regiões Sul e Sudeste Em 2020 despontou Minas Gerais como o estado que registrou o maior valor da produção neste setor com R 59 bilhões e foi responsável por quase 90 do carvão vegetal produzido no Brasil Em seguida está o Paraná com R 46 bilhões com destaque para a madeira em tora para papel e celulose que representa 17 da produção nacional Por outro lado Carvalho 1998 em estudo da Embrapa referente a região CentroSul do País já citava as espécies não tradicionais exóticas para plantios com finalidades produtivas e ambientais entre elas o Kiri Japonês Paulownia desenvolvido na região do Alto Vale do Itajaí 13 Objetivos 131 Objetivo Geral Analisar a viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí 132 Objetivos Específicos i contextualizar a opção de cultivo pelo Kiri Japonês Paulownia em contraponto a predominância de outras espécies na silvicultura no País ii estimar os gastos futuros no lapso temporal 20232029 do empreendimento e iii analisar o VPL TIR e período de payback simples do investimento 13 Justificativa Todos que constituem uma empresa têm como principal objetivo vir a gerar lucro e obter resultados assim sendo é muito importante analisar bem o investimento antes de tomar qualquer atitude precipitada Quando se trata de reflorestamento não é diferente O investimento além de ser expressivo exige uma espera de longo prazo de maturação e é preciso antes de qualquer atitude analisar todos os aspectos para tomar as melhores decisões São diversas opções e o investidor terá que escolher o que melhor se encaixa com a sua situação Com uma análise mais detalhada com certeza o investimento será mais eficaz evitando ao máximo possíveis incidentes Muitas empresas hoje no mercado erram justamente ao iniciarem o seu investimento justamente na fase do planejamento Não tendo o conhecimento necessário para manterem seu negócio no mercado em especial quando se fala em inovação com culturas de espécies de árvores exóticas sua inserção e aceitação no mercado nacional Seja por não conhecer o seu produto ou até por falta de organização financeira Para o acadêmico a escolha do tema deuse a partir do interesse em conhecer mais sobre a muda de Kiri Japonês Paulownia por ela ser extremamente inovadora na área e ter um tempo para corte inferior a todas as demais no mercado Além disso ela mostra extrema qualidade e valor agregado Assim sendo este trabalho busca preencher essas lacunas de melhor conhecimento do produto mercado e avaliar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia E neste contexto emerge a questão de pesquisa Existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí A investigação do tema poderá evidenciar a importância das técnicas de análise para a tomada de decisão do Administrador bem como servirá para que aqueles que têm interesse na área da plantação possam melhorar sua produtividade e possam conhecer um pouco mais desta árvore inovadora 14 Estrutura do trabalho Este estudo está dividido em cinco capítulos sendo o Capítulo 1 para contextualização do estudo a definição dos objetivos geral e específico e na justificativa do estudo Por sua vez o Capítulo 2 trata da Revisão de Literatura descrevendo o mercado da silvicultura e as características que permeiam a exploração comercial do Kiri Japonês que representa um percentual de 5 no somatório de culturas alternativas da silvicultura nacional em contraponto aos 95 dominantes da espécie Eucalipto e Pinus além disso detalhando conceitos e técnicas para a realização da análise econômicofinanceira de projetos E no Capítulo 3 apresenta a classificação da metodologia abordada nos estudos quanto à natureza da pesquisa abordagem do problema objetivos da pesquisa e procedimentos técnicos adotados E no Capítulo 4 buscouse a caracterização do negócio como estudo de caso O que abrange o ramo de atividade tamanho da propriedade entre outras informações relevantes para análise Por fim o Capítulo 5 está dedicado à discussão dos resultados obtidos limitações do estudo e proposta de novos estudos dentro desta temática 2 REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo a revisão da literatura está estruturada para abordar o mercado da madeira bem como os conceitos de análise de viabilidade econômicofinanceira e alguns dos principais métodos para a sua realização 21 Considerações gerais do mercado da madeira Sabese que o desenvolvimento de um País está ligado na grande parte dos casos ao crescimento de seu setor primário e das atividades a ele inerentes Neste sentido a silvicultura área objeto do presente estudo pode ser delimitada por meio da criação e desenvolvimento que estão sujeitas às necessidades do mercado Os primeiros plantios de árvores com o objetivo de reflorestamento e comercialização conforme Lima 1996 iniciaramse no final do século XVIII sendo que desde então o mercado veio a crescer de maneira cada vez mais notável Por meio da Lei Federal 510666 que dispôs sobre os incentivos fiscais voltados ao reflorestamento o setor primeiro veio a crescer de maneira cada vez mais intensa e consciente Dispunha o artigo 1 1 da referida Lei que as pessoas físicas poderão abater da renda bruta as importâncias comprovadamente aplicadas em florestamento ou reflorestamento BRASIL 1966 Assim com o incentivo da Lei iniciouse uma verdadeira odisseia que visaria utilizar as vastas extensões de terra no solo brasileiro para fins de crescimento consciente e cada vez mais voltando ao mercado internacional fato que traria enormes riquezas e benefícios à balança comercial Atualmente segundo dados do Relatório emitido pela Indústria Brasileira de Árvores o Brasil conta com 9 milhões de hectares plantadas representando ao todo R 974 bilhões do PIB1 A indústria nacional conta ainda com uma forte tendência de utilizar o produto das florestas na constituição primária dos objetos fabricados IBÁ 2020 Tal constatação vai ao encontro da mensagem do Presidente do Conselho e do Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores Os produtos fabricados advindos das árvores cultivadas estão em nosso dia a dia e vão desde o tradicional papel até cápsulas de medicamentos tecidos e espessantes usados na indústria de alimentos e em produtos de higiene pessoal como pastas de dentes Um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos é o têxtil A viscose tecido produzido a partir da celulose solúvel representa quase 7 do segmento mundial No entanto ainda há muito espaço para conquistar pois cerca de 64 dos tecidos que usamos atualmente são sintéticos ou seja obtidos a partir de origem fóssil IBÁ 2020 p 2 Existe portanto uma tendência inata em atrair incentivos à agroindústria com o olhar voltado ao desenvolvimento sustentável Disto se constata que o crescimento das atividades ligadas à silvicultura merece ipso facto a atenção ao desenvolvimento sustentável pois A bioeconomia e a visão de sustentabilidade pautam modelos de produção que utilizam recursos naturais de maneira consciente para que possam proporcionar fontes de energia limpa mitigação dos efeitos das mudanças climáticas alimentos produtos renováveis entre outras necessidades essenciais à sobrevivência hoje e às futuras gerações O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável provendo inúmeros produtos de origem renovável essenciais para o dia a dia das pessoas como móveis livros pisos laminados painéis de madeira papéis higiênicos e embalagens Além de prover o hoje essa indústria também está de olho no futuro investindo em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais bioprodutos ou biomateriais da economia circular biodegradáveis e recicláveis Um setor atento a nova mentalidade de um consumidor consciente e preocupado com a sustentabilidade e com o futuro do mundo IBÁ 2020 p 15 O setor florestal aliado às mais modernas formas de manejo é um dos importantes pilares para o desenvolvimento nacional pois deve gerar somente em 2023 o quantitativo de 36 mil postos de trabalho a se somar aos 375 milhões de brasileiros que já atuam no setor IBÁ 2020 Verificase portanto que a indústria de madeiras já é um dos setores mais importantes 1 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 para a balança comercial brasileira Corroborando esses dados conforme se extrai do informe da Indústria Brasileira de Árvores 2020 o Brasil continua a ser o maior exportador de celulose do mercado mundial bem como um dos maiores produtores de painéis de madeira e de outros produtos derivados conforme se observa na Figura 1 os cinco maiores destinos das exportações por produto do setor de árvores plantadas Figura 1 Principais destinos das exportações Fonte IBÁ 2020 p 26 Deste setor de árvores plantadas estáse com a seguinte distribuição Em 2019 a área total de árvores plantadas totalizou 90 milhões de hectares um aumento de 24 em relação a 2018 879 milhões de hectares considerando o ajuste conforme nova metodologia Desse total a maioria 77 é representada pelo cultivo de eucalipto com 697 milhões de hectares e 18 de pinus com 164 milhão de hectares Além desses cultivos existem 039 milhão de hectares plantados de outras espécies entre elas a seringueira acácia teca e paricá IBÁ 2020 p 34 Além de colaborar com a economia o plantio de árvores ligadas ao manejo sustentável também colabora com a redução das taxas de CO2 no bioma conforme se observa no seguinte excerto Esse setor ajuda a conservar a biodiversidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa sequestrando e armazenando O potencial de estoque das suas áreas tanto de plantação quanto conservação soma 448 bilhões de toneladas de CO2 eq Além de uma relevante taxa de reciclagem de papel 669 o setor também se destaca pela alta participação 69 de energia renovável em sua rede elétrica Credenciais que confirmam sua importância na luta de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas IBÁ 2020 p 12 O plantio das árvores está distribuído em solo nacional conforme retratado na Figura 2 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 2019 Fonte IBÁFGV 2020 p 35 Visualizase assim que o Estado de Santa Catarina possui 064 das 9 milhões de hectares plantadas em solo nacional número bastante significativo comparado com as dimensões do solo Um fato a se destacar também que no Estado predominam Eucalipto e Pinus não havendo registro oficial de outras espécies ampliando assim uma oportunidade de mercado para inserir novas e diferenciadas espécies Os fatores conforme o Indústria Brasileira de Árvores IBÁ estão principalmente nos seguintes elementos A adoção de boas práticas de manejo o melhoramento genético e as condições edafoclimáticas do País levaram a um reconhecimento mundial da alta produtividade brasileira em comparação com os demais países considerando o volume de madeira produzido por área ao ano e por um dos menores ciclos entre o plantio e a colheita do mundo Em 2019 o Brasil apresentou uma produtividade média de 353 m3ha ao ano nos plantios de eucalipto Essa ligeira queda pode estar associada ao efeito das mudanças climáticas expansão para novas áreas fatores bióticos e abióticos Já no plantio de pinus houve um aumento de produtividade para 313 m3ha que pode estar relacionado a alguns fatores programas de melhoramento genético e fertilidade do solo de nutrição de plantas de viveiro e a mecanização de plantios que antes eram semimecanizados IBÁ 2020 p 37 Além de celulose a indústria de madeira alcança um importante setor produção de madeira serrada Conforme índices extraídos o mercado interno é o grande consumidor da referida madeira serrada assim se observa na Figura 3 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada Fonte IBÁFGV 2020 p56 No cenário internacional a situação é notável Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada Fonte IBÁ 2020 p 57 Vêse que o Brasil no último levantamento realizado em 2019 configurava o nono maior país produtor de madeira serrada do mundo Pela extensão territorial podese vislumbrar uma expansão deveras tal produção nos próximos anos fato que contará com a necessidade de incentivos fiscais consubstanciados na Lei 510666 BRASIL 1966 e dos meios hábeis à condução e comercialização dos produtos 22 Kiri Japonês Paulownia O desenvolvimento da Paulownia é muito significativo A primeira árvore desenvolvida no Brasil foi conduzida tecnicamente por Chikazu Hamaguchi no Município de Mogi das Cruzes São Paulo no ano de 1964 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi Fonte Consolmagno 1972 p 8 Diferente das outras árvores que o acervo da silvicultura utiliza ela tem um incremento por hectare que ultrapassa todas as demais dando segurança e amparo a quem dela se utilize Na mesma proporção olhese o desenvolvimento da árvore mãe com cerca de 65 anos de idade conforme se observa na Figura 6 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês Fonte Consolmagno 1972 p 9 A origem da árvore é controversa há quem diga que é originária da China e outros que se refiram ao Japão mas o fato incontroverso é que a mesma veio da região asiática CONSOLMAGNO 1972 O Kiri pertence à família botânica das Scrophulariaceae e ao gênero Paulownia existindo diversas espécies nativas na Ásia e na Oceania A denominação Paulownia foi dada em homenagem à Princesa Ana Paulownia filha do Czar Russo Paulo I CONSOLMAGNO 1972 Podese ver algumas de suas características notáveis e que são atrativas para o desenvolvimento da árvore conforme Figura 7 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore Fonte Consolmagno 1972 A Figura 7 mostra um Kiri de 35 anos plantado no jardim da casa da agricultura com DAP2 de 33 centímetros Consolmagno 1972 p 15 traz algumas histórias lendárias desta espécie sendo uma delas que há no Japão alguns dizeres sobre a árvores como por exemplo 1000 árvores de Kiri fazem um milionário a terra é fortuna para mil gerações e o Kiri o é para três gerações o Kiri é a árvores do seguro árvore do estudo árvore do casamento enfim árvores da fortuna Do ponto de vista silvicultural o Kiri tem algumas características muito notáveis conforme se extrai do excerto 2 DAP diâmetro à altura do peito O crescimento rapidíssimo Na silvicultura o maior obstáculo como empreendimento é o crescimento lento das plantas e da demora reversão de capital o Kiri permite que seu cultivo seja introduzido ou combinado dentro do empreendimento florestal com as demais essências silvícolas para aproveitamento mais racional da exploração Sendo uma grande problemática da política florestal aumentar o florestamento nas pequenas áreas o Kiri é indicado para esse fim porque tem ciclo curto para seu aproveitamento e alto rendimento por área Não satisfazendo o abastecimento de madeira ao consumo atual e havendo necessidade de aumento cada vez maior da reserva florestal o caminho mais curto para esse aumento seria praticar o reflorestamento com espécies de crescimento mais rápido O Kiri preenche essa necessidade Quando cortada brota com facilidade Podese aproveitar a mesma planta até três cortes seguidos Suporta bem às secas e as geadas Perdendo as folhas durante o inverno resiste às temperaturas de até 6C Responde muito satisfatoriamente às adubações Adaptase a diversos climas preferindo no entanto regiões mais quentes e úmidas Não é muito exigente quanto à temperatura do solo crescendo melhor porém nas terras soltas férteis e profundas Produz facilmente fuste livre de aproximadamente 6 metros Excelente material para trabalhos de melhoramento genético dado a facilidade de obtenção CONSOLMAGNO 1972 p 24 Verificase assim que o cultivo da Paulownia apresenta inúmeros benefícios quando comparado com as demais espécies utilizadas na silvicultura Figura 8 Destaque para altura da espécie Fonte Consolmagno 1972 A árvore da Figura 8 tratase de um Kiri de três anos e meio com 40 centímetros de DAP Sua adaptação ao solo é muito mais versátil e o crescimento das árvores também apresenta um desenvolvimento muito superior às demais espécies tradicionais além de ser mais resistente em relação ao solo e à temperatura A Figura 9 aduzse à árvore de Kiri com seis anos e meio 850 metros de tronco livre e DAP de 58 centímetros Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza Fonte Consolmagno 1972 Como se observa das imagens anexadas o desenvolvimento das árvores está muito acima da média das demais árvores utilizadas em silvicultura O primeiro Kiri desenvolvido no Brasil já se mostrava bastante notável nos aspectos observados mas as árvores subsequentes mistas com aprimoramentos na condução e em questões genéticas aprimorouse e se sobressai com enorme diferença Referido desenvolvimento certamente garantiu como ainda garante o epíteto de árvore mais produtiva do mundo à Paulownia E quanto à produtividade não aduz somente à incorporação de peso volume por ano mas à incrível capacidade de adaptação das mudas ao solo e aos mais variados climas em especial o clima frio do Sul 23 Utilidade da madeira Com a enorme vantagem no cultivo haverá grande benefício a fortiori no tocante à madeira da Palownia e de sua utilização nas mais variadas áreas conforme se manifesta Consolmagno 1972 O Kiri produz uma madeira de características especiais que a tornam de grande valor para um número muito grande de fins No Japão o Kiri produz uma madeira muito apreciada pelas suas propriedades de ser leve e indeformável não estando sujeito ao empenamento ou a rachaduras e de permitir a obtenção de lâminas muito finas e ainda receber com facilidade colas tintas e outros tratamentos CONSOLMAGNO 1972 p 28 As suas principais aplicações têm sido caixas de embalagens móveis todos os tipos gavetas caixilhos de ajustamento perfeito e pelos quais marceneiros japoneses se notabilizam forros de casas forros internos de caixas fortes assoalhos portas internas e biombos palitos de fósforos caixas de fósforos caixas diversas de bonecas de cerâmicas de amostras caixote para transportes de tecidos lápis compensados diversos laminados para cartões de visitas cabos de pincéis e trinchas armação interna de aviões e planadores indústria aeronáutica armação interna de navios e barcos indústria naval tamanco saltos e solas de sapatos femininos bóias para redes de pesca brinquedos persianas mastros dos barcos à vela instrumentos musicais raquetes carvão para polimento carvão para desenho isolante térmico isolante acústico celulose Como se nota pelo fato da madeira ser extremamente leve e versátil a madeira da Palownia é significativamente utilizada em praticamente todos os setores da indústria 24 Processo de Plantio cultivo e manejo No processo de plantio é feito até dezembro de cada ano para se evitar as secas que costumam ocorrer no mês de janeiro Também é feita a adubação e os cuidados com as formigas é essencial sendo feito um acompanhamento diário A propósito é de se destacar que as formigas são um problema para o cultivo de várias espécies em solo brasileiro conforme excerto de Santos Pinto 2016 Dentre as espécies de saúva com maior ocorrência no Brasil podese citara Atta sexdens sexdens Lineu1758 que ocorre em 18 estados Atta laevigata Smith 1858 ocorre em 15 estados e Atta cephalotes Lineu1758 que já foi observada em oito estadosPelas informações coletadas sobre as plantas atacadas cabe destacar a Atta laevigata Smith 1858 Atta sexdens rubropilosa Forel 1908 e Atta sexdens sexdensLineu1758 como as espécies e subespécies do gênero Atta que atacam o maior número de espécies de plantas de importância econômica SANTOS PINTO 2016 p29 Deste modo no cultivo do Kiri Japonês há a colocação do veneno para formigas antes do início do plantio Tal informação é relevante também para os demais anos principalmente para acompanhamento de fluxo de caixa Na Figura 10 há a distribuição das espécies de formigas e sua distribuição em solo nacional Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas Fonte Santos Pinto 2016 p32 Algumas medidas devem ser obervadas para o bom andamento da floresta entre elas listase as seguintes Há a exigência de um bom solo solo fértil profundo e solto O solo fraco argiloso úmido não permitem o cultivo de um essência florestal bem definitda e próspera Já o sistema radicular desenvolvese melhor em solo arejados e pior em solos excessivamente úmidos Portanto devese evitar o solo excessivamente seco e excessivamente úmido assim como o cultivo das demais espécies de árvores para reflorestamento Neste sentido Consolmagno 1972 se manifesta O sistema radicular do kiri é grande mas suas raízes são um tanto fracas razão pela qual principalmente nos primeiros anos o kiri deve permanecer livre da concorrência de ervas daninhas em água e adubos Na primavera antes da brotação plena das folhas as raízes são mais ativas indicando ser essa uma das épocas próprias para a adubação CONSOLMAGNO 1972 p 80 Verificase então que a observância de alguns fatores é salutar para o bom desenvolvimento das árvores Então a título de ilustração são adequados ao cultivo os solos arenosos e areno argilosos profundos bem drenados ricos em humus Já em relação à necessidade de luz Consolmagno 1972 acrescenta Em silvicultura as espécies são classificadas de acordo com a resistência à sombra embora todos vegetais necessitem de raios solares luz variando essa necessidade com a espécie Para o seu engrossamento aumento contínuo do diâmetro o fatos mais importante se não for o maior é a existência de luz banhando as plantas de kiri Caso essa luminosidade seja escassa a tendência das árvores é parar seu engrossamento e lançar novas brotações para o alto a partir da copa com o que a energia dos nutrientes será desviada para essa parte alta da planta desvirtuando o fim maior da cultura obter árvores de grandes diâmetros CONSOLMAGNO 1972 p 81 Ainda destaca Consolmagno 1972 p 82 quando não ocorrer uma boa entrada de luz o desbaste em excesso deve ser feito diminuindo o número de árvores por área para favorecer a abertura de novos espaços com penetração de luz solar Assim verificase que junto com um bom solo as árvores de Kiri necessitam de bastante luminosidade para que deêm maior envergadura e diametrização Como o cultivo se volta à venda comercialização a relação de engrossamento por tempo será tanto melhor quanto menor o for A título de exemplo uma área bem conduzida será tanto mais produtiva quanto melhor forem observados os requisitos de solo luz e etc Em relação à suscetibilidade de pragas Consolmagno 1972 p 84 orienta devido ao seu rápido crescimento a madeira de Kiri é mais mole e por isso mais suscetível a doenças e pragas que as demais espécies Embora dentro das variedades umas sejam mais outras menos resistentes A resistência ao frio é um bom fator pois a árvore aguenta temperaturas negativas Já em relação aos ventos por ter um crescimento rápido fica a árvores sujeita a danos causados por ventos mais fortes Caso todas as condições locais sejam favoráveis ao kiri com exceção de ventos fortes é nessário o plantio de lotes de árvores quebra ventos principalmente na face mais exposta Na Figura 11 se extrai uma plantação favorável à mecanização Figura 11 Plantação de Kiri Japonês Fonte Consolmagno 1972 As temperaturas ideais são entre 22c e 24c sendo máximas de 39c e mínimos de 1c Já os solos menos indicados para o plantio do kiri são os solos argilosos pois dificultam a expansão e o arejamento adequado das raízes Também os solos de lençóis freáticos devem ser eveitados onde a água permanece parada Os solos superficiais trazem problemas pois o Kiri necessita de um amplo potencial genético para o seu crescimento salutar Terrenos sujeitos a ventos muito fortes causam a quebra dos galhos e podem prejudicar o andamento da floresta e do manejo Além do espaçamento é ideal que a cada ciclo façase o desbaste com a retirada das árvores mais finas e tortas Isso à parte do engrossamento que ficará mais viável e ocorrerá naturalmente fará com que haja uma penetração de luz maior na floresta Com espaçamento e luz as árvores ficarão cada vez mais grossas A despeito esclarece Consolmagno 1972 p 95 esses espaçamentos fazem o desbaste eliminação das árvores de menor diâmetros aproveitandose nas serrarias deixando as mais grossas com aumento da penetração de luz A tendência portanto é que se deixe uma média de 400 árvores por hectare Isso fará com que as madeiras extraídas sejam mais grossas e tenham um valor de mercado maior Citase que a priori o plantio de 1100 árvores por hectare faz com que haja uma seletividade maior no desbaste deixando as melhores árvores como forma de seleção artificial e que haja ainda uma proteção natural nos primeiros anos contra os ventos Conforme dito os ventos podem ser bastante prejudiciais nos primeiros meses do cultivo onde o kiri cresce de forma notável mas as raízes ainda não estão bem consolidadas no solo Isso pode ocasionar a quebra das árvores e prejudicar o andamento do plantio Assim quanto menos árvores se deixar por hectare maior será o engrossamento e consequentemente maior será o valor de mercado pois a quantidade de metros cúbidos será proporcionalmente maior A despeito o objetivo do aumento da produtividade é em última análise aumentar o volume de produção e melhorar a qualidade e para produzir a madeira de boa qualidade com volume grande a densidade baixa grande espaçamento não satisfaz Para aumentar a produção por área devese aumentar a densidade diminuir o espaçamento além da esala tradicional e renovar as técnicas de cultivo se não se pretende efetuar os cortes intermediários na medida em que as árvores paralizarem ou diminuírem seu engrossamento devese plantar com espaçamento maior mas evitando a formação de grandes clareiras pois a planta perde a conformação característica e apropriada devido à formação de galhos grossos na copa se se pretende efetuar os cortes intermediários podese adotar o espaçamento menor maior número de árvores por unidade de área e iniciar esses cortes entre as plantas o que no final poderá resultar em maior produção por área CONSOLMAGNO 1972 p 95 Assim uma boa condução é o pilar para o desenvolvimento sadio da floresta de kiris De todo modo para fins de recomendações práticas o trato cultural a escolha dos solos e os cortes intermediários são de imensa importância O primeiro corte também chamado de primeiro desbaste deverá ser realizado quando a árvore já tiver certo valor de mercado ainda que muito inferior àquele que se pretende com o corte final As primeiras árvores poderão servir para o forncecimento à indústria de celulose Se o objetivo foi o maior engrossamento possível há como se deixar um espaçamento maior para que num menor espaço de tempo possase conseguir um diâmetro efetivo por cada árvore cultivada Na Figura 12 se observa a descrição de uma tabela bastante esclarecedora quanto às informações necessárias e que podem ser de grande utilidade aos silvicultores que porventura tenham interesse no cultivo aqui tratado Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia Fonte Consolmagno 1972 p 112 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno Viuse que o Brasil depende da silvicultura como forma de desenvolvimento nacional redução da emissão de CO2 sustentabilidade consciente e outros fatores positivos ligados Neste sentido suas folhas são robustas e seu desenvolvimento crescimento é algo digno de expressão É possível observar na Figura 13 como esta espécie de árvore possui um grande caule Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO2 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Esta muda Figura 13 foi plantada há um ano e já teve o processo de poda realizado no último inverno Lembrase que o processo de poda e de seleção do melhor broto que surge em média a cada dez que vem após a cepa é fundamental para que as árvores tenham um sadio desenvolvimento e possam ser cada vez mais perfeitas para o fim a que se propõem As folhas além de serem enormes consumidoras de CO2 servem como alimento de enorme teor proteico para animais O plantio do Kiri então além de não prejudicar a fauna e a flora é um grande meio para se conciliar com outros meios gado ovelha cavalos e etc Além do que aponta Carvalho 1998 também podem ser feitas culturas intercalares geralmente trigo soja e feijão Na Figura 14 se nota o crescimento da espécie Figura 14 Crescimento e desenvolvimento Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Da Figura 14 se extrai com nitidez de que forma as árvores possuem grande crescimento e desenvolvimento em todos os seus aspectos Há em média um crescimento de três centímetros ao dia o que representa o desenvolvimento idêntico em cinco anos a um eucalipto de quinze anos A despeito das condições necessárias ao cultivo notase que é uma árvores de ótimo desenvolvimento em várias possibilidades climáticas conforme se observa do excerto As suas características fisiológicas permitem que essa árvore se adapte a uma grande variedade de climas Podem se adaptar a uma faixa muito ampla de temperatura de 20 ºC a 45 ºC embora encontrem sua faixa ideal para um bom desenvolvimento em altura e diâmetro entre 24ºC e 29ºC Essas árvores podem se desenvolver em áreas com precipitação anual próxima a 150 mm tornando necessária a irrigação no verão Elas se adaptam a todos os tipos de solos preferindo solos bem drenados e levemente argilosos com pH entre 55 e 8 Seu tamanho é reto e com poucos nós o que o torna interessante para a indústria da madeira Após o corte regenera vigorosamente até 7 vezes DESENVOLVIMENTO RURAL 2016 Conforme exposto além de ser economicamente viável a Paulownia traz enormes benefícios à natureza por ser grande captador de CO2 de acordo ao excerto Entre outros benefícios destacase a excelente qualidade de sua madeira a sua capacidade de recuperar controlar e estabilizar a erosão do solo devido ao seu sistema radicular profundo a sua considerável capacidade de produção de biomassa a sua capacidade de fixação de CO 2 a possibilidade de uso da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras agrícolas abandonadas ou degradadas e o seu valor como planta ornamental DESENVOLVIMENTO RURAL 2016 No mesmo sentido Esta árvore absorve 10 vezes mais dióxido de carbono do que qualquer outra árvore e emite muito mais oxigênio Tem ainda a possibilidade do aproveitamento da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras degradadas além de seu valor como planta ornamental Por isso é ideal para combater o aquecimento global devido aos efeitos das alterações climáticas Com as demais qualidades intrínsecas essa árvore poderá ser uma boa oportunidade de negócio3 Para o plantio as mudas vêm em blocos de 10 o que facilita bastante o manejo de acordo com a Figura 15 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia 3 Disponível em httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Seu cultivo então deve obedecer a alguns critérios conforme sugere o seguinte excerto Deve ser cultivada sob sol pleno em solos profundos não arenosos preferencialmente enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no primeiro ano de implantação Após este período as regas podem ser deixadas por conta das chuvas e depois de bem estabelecida ela é muito resistente à estiagem Tolerante ao frio invernal geadas e poluição ambiental Resistente também a incêndios rebrotando com vigor a partir de suas raízes As podas anuais realizadas sempre após o florescimento estimulam intensas florações no ano seguinte e ajudam a controlar o porte e a forma da árvore Multiplicase por estaquia alporquia e por sementes As sementes devem ser colhidas dos frutos já secos quando estão iniciando a abertura natural PATRO 2015 É feita a separação por áreas colocadas as linhas divisórias e perfurados os locais com maquinário especial que atinge grande profundidade como no exemplo da Figura 16 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Depois de duas semanas a muda já começa a atingir um belo desenvolvimento conforme se exemplifica na Figura 17 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas Fonte Acervo do autor 2021 E na Figura 18 o exemplo por outro ângulo Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês Fonte Acervo pessoal do autor Passados seis meses no período da outono é realizada a decepa e identificados depois os melhores brotos para seleção A isto dáse o nome de brotações epicórmicas de decepa STUEPP et al 2015 Assim os autores Stuepp et al 2015 se manifestam A propagação vegetativa pode proporcionar a produção de uma grande quantidade de mudas de boa qualidade em curto espaço de tempo no entanto a qualidade das mudas formadas depende diretamente da capacidade de enraizamento de cada espécie bem como da qualidade do sistema radicial formado O processo de enraizamento adventício é naturalmente regulado pela interação de múltiplos fatores como hormônios vegetais características genéticas carboidratos compostos nitrogenados aminoácidos estádio fisiológico e idade da plantamatriz STUEPP et al 2015 p 668 Passada esta fase o crescimento é salutar e de desenvolve de uma maneira muito eficaz conforme se exemplifica na Figura 19 Figura 19 Folhas de Paulownia Fonte Acervo pessoal do autor 2021 As árvores se desenvolvem muito bem Para isso basta deixar um espaçamento inicial médio a partir de três metros entre as mudas plantadas para que haja insolação suficientes para cada árvore O fluxo solar será determinante para a salutar fotossíntese das árvores Na Figura 20 é possível observar o modus operandi adotado pelo silvicultor Alfredo Schewinski Junior Figura 20 Espaçamento de cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Com esse espaço possibilitase além de um crescimento maior das árvores um grande espaço para circulação de pessoas e de animais Assim procedendo inclusive fará da floresta um grande meio para a prática de inúmeras atividades que podem surgir no decorrer do plantio e do desenvolvimento da floresta Podese inclusive utilizar outros meios e outras técnicas conforme aponta Carvalho 1998 aumentando o espaço e incluindo culturas intercalares Na Figura 21 se destaca o espaçamento no plantio bem como o registro na foto do silvicultor Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry referência e autoridade em Paulownia Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Assim conforme visto o ciclo das árvores é bastante notável Desde o plantio até a colheita as árvores têm um desenvolvimento anual que ultrapassa e muito as outras árvores do ramo de silvicultura Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia Fonte Agron 2017 Extraise que a árvore chega a crescer à média de 05 metros por ano A Figura 23 mostra de maneira muito nítida a respeito do desenvolvimento da árvore4 Figura 23 Tabela de crescimento Fonte Agron 2017 Vejase uma árvore com 10 anos de idade fotografia tirada pelo autor do presente 4Disponível em httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kirijapnesarvoredofuturocresce5 metrosporano acesso em 18112021 trabalho Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Na Figura 25 se observa detalhe de uma lâmina serrada Figura 25 Lâmina serrada Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Além de produzir uma madeira leve resistente e de alto valor no mercado nacional e internacional as árvores florescem com vigor no inverno conforme se denota na Figura 26 Figura 26 Florescer Fonte Acervo pessoal do autor 2021 As flores além de lindas e perfumadas produzem um dos méis mais nutritivos e saborosos do mundo Na Figura 27 se observa uma tábua de 20 anos o que equivale em média a um eucalipto de 50 anos Figura 27 Tábua de Kiri Japonês Fonte Acervo do autor 2021 A madeira é muito utilizada para produção de portas pranchas de surfe móveis e etc E sua resistência é um dos grande fatores que fazem dela um produto tão bom motivo pelo qual foi utilizado neste trabalho 26 Análise de Viabilidade EconômicoFinanceira Para Marconi 2019 a análise da viabilidade do empreendimento visa essencialmente a tomada de decisão acerca da aplicação dos recursos e principalmente o retorno sobre o investimento Neste sentido destaca como principais instrumentos de análise payback Tempo de recuperação do investimento realizado TIR Taxa Interna de Retorno e VPL Valor Presente Líquido Seguindo este caminho de tomada de decisão o autor Puccini 2016 relembra que fazer esta análise não fica restrita somente à iniciativa privada pois o mesmo leque de opções de investimento que se abre na esfera privada e na esfera pública também Assim entendese a importância de tais ferramentas de análise E Gitman 2010 vai além a qual chama de técnicas de orçamento de capital aplicável inclusive na vida pessoal em investimentos em imóveis por exemplo Este autor destaca vários profissionais que devem dominar estas técnicas entre eles o profissional de Contabilidade de Sistemas de Informação de Marketing de Operações e por fim o Administrador a quem cabe conforme Gitman 2010 para entender as técnicas de orçamento de capital e analisar corretamente os fluxos de caixa relevantes de projetos propostos bem como de decidir sobre sua aceitação ou rejeição GITMAN 2010 p 363 27 Taxa Mínima de atratividade Puccini 2016 esclarece que cada organização deve definir qual a taxa de retorno mínima aceitável em suas decisões de investimento portanto é de uso discricionário da organização Essa taxa mínima é denominada então taxa de atratividade Ross 2013 chama esta situação de custo de oportunidade pois exige que desistamos de um benefício em favor do outro 28 Valor Presente Líquido O Valor Presente Líquido VPL ou seu termo em inglês Net Present Value NPV inclusive esta sigla mais conhecida pelo seu uso nas calculadoras científicas é um indicador que traz os fluxos de caixa para a mesma data e os desconta com uma taxa mínima de atratividade PUCCINI 2016 VPL é o valor obtido considerando a diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa estimados para o período do projeto e o valor presente do investimento onde considera o efetivo desembolso de caixa esta análise implica a definição prévia da taxa de desconto a ser utilizada nos fluxos de caixa e para isto utilizase a seguinte fórmula GITMAN 2010 p 369 Onde VPL Valor Presente Líquido FC0 Investimento Inicial FC Fluxo de Caixa Esperados n Número de períodos Destacase que são um conjunto de técnicas que consideram o valor do dinheiro no tempo e por isso são as mais utilizadas pelos administradores financeiros GITMAN 2010 29 Taxa Interna de Retorno Gitman 2010 entende que a taxa interna de retorno TIR é provavelmente a mais usada das técnicas sofisticadas de orçamento de capital embora conforme explica o autor seja consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL Em síntese a taxa interna de retorno TIR consiste na taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a 0 já que o valor presente das entradas de caixa igualase ao investimento inicial É simplesmente a taxa de retorno anual composta que a empresa obterá se investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas e calcula com a seguinte fórmula TIR Taxa Interna de Retorno FC0 Investimento inicial FC Fluxo de caixa esperado n número de períodos Marconi 2019 sintetiza que quanto maior o TIR melhor a saúde financeira da empresa 210 Payback Já o payback vai na contramão pois quanto mais curto mais preferível GITMAN 2010 Simplesmente porque significa o momento em que a empresa recupera o investimento inicial neste sentido é fácil entender que a organização espera recuperar o quanto antes Marconi 2019 apresenta a equação do payback Onde Pb payback I investimento inicial FC fluxo de caixa dos períodos 3 METODOLOGIA Esta pesquisa pode ser classificada no âmbito de sua natureza como aplicada de viés quantitativo Ensina Yin 2015 que não existe fórmula para abordar o estudo caso mas a escolha depende fundamentalmente da questão de pesquisa Neste sentido este trabalho justamente buscou entender melhor o fenômeno e explicar as circunstâncias em que ele ocorre E além disso o pesquisador se guiou pelo desejo de fazer uma descrição ampla e profunda das nuances relativas ao negócio objeto de estudo Como técnica de pesquisa utilizouse a revisão bibliográfica em especial obras a partir da década de 1970 que mencionaram a espécie Kiri Japonês Paulownia bem como levantamento de dados como previsão de receitas e despesas do empreendimento localizado na região do Alto Vale do Itajaí E por fim a partir desses dados aplicouse as ferramentas e técnicas de análise de viabilidade econômicofinanceira 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia O produtor rural estima implantar em sua propriedade o plantio de Kiri Japonês para iniciar o sistema de silvicultura e aproveitar uma área de 102 hectares optando pelo plantio em espaçamentos de linhas duplas de 5x5 m conforme ensina Carvalho 1998 e entre as linhas 10 m para o plantio das mudas utilizou uma espécie da Paulownia a P tomentosa pois possui maior plasticidade climática adaptandose a locais muito mais frios Na Tabela 1 temse o total de mudas necessárias para o plantio e o custo das mesmas Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês DESCRIÇÃO UNIDMEDIDA Cálculo em metros da área para o plantio 102 hec x 10000m² 1020000m² Área ocupada por cada muda de eucalipto entre linhas duplas 5 x 5 25 m² Espaçamento entre as linhas duplas de Kiri Japonês 10 m² Total de mudas de Kiri Japonês a ser compradas 5x51075 m² 102000075 13600 un x 2 27200 Mortalidade das mudas 9 Compra de mudas para o replantio 27200 x 9 2448 Total de mudas necessárias 29648 Custo por unidade de Kiri Japonês 065 Total dos custos com as mudas de eucalipto 29648 x 065 1927120 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 1 demonstra o cálculo realizado para encontrar o número necessário de mudas de Kiri Japonês para o empreendimento Demonstrou ainda que os 102 hectares pelo sistema de plantio de linhas duplas serão necessárias 27200 mudas para cobrir toda a área destinada ao projeto Seguindo a orientação do fornecedor onde a mortalidade média da planta é de 9 chegouse ao total necessidade de compra de 29468 mudas Ao custo de R065 por un o valor total gasto com as mudas seria de R 1927120 Visando apurar as despesas futuras da propriedade utilizouse como critério de estimativa o valor dos custos de manutenção do Kiri Japonês no presente conforme se observa na Tabela 2 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos ITENS 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 Custo da área 6000005 Serviço de terceiros 1200000 800000 Calcário de correção 200000 Mudas 1927120 Custo do plantio 6000000 Adubação 80000 80000 80000 80000 80000 80000 80000 Controle de pragas 60000 60000 60000 60000 60000 60000 60000 Outros custos 200000 200000 200000 200000 200000 200000 200000 Colheita e frete 100000 TOTAL 69667120 3400 3400 3400 11400 3400 103400 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 2 mostra o custo necessário para o plantio e manutenção do Kiri Japonês no lapso temporal de 2023 a 2029 Vêse na tabela que os custos apresentados são de maioria no primeiro ano e muito pouco a partir do segundo ano isso se dá pois quando se trata da plantação de Kiri Japonês não é necessário muito mais gastos nos anos seguintes pois a planta se desenvolverá de maneira autônoma sendo necessário apenas observar se tudo está se desenvolvendo como o esperado e controle de pragas Para a previsão do cálculo das receitas com a venda do Kiri Japonês no período de tempo estimado Se estima que o m3 do Kiri Japonês esteja avaliado em R 49 e que neste mesmo prazo o Kiri Japonês esteja com 20m de altura e com 75cm de raio em sua circunferência Com estes dados é factível calcular o valor previsto da receita com a venda do Kiri conforme se descreve na Tabela 3 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês DESCRIÇÃO DESENVOLVIMENTO RESULTADO Fórmula do cilindro Cálculo do volume obtido com cada Kiri Japonês Vun 3141600075 ²20 Vun 035342917m³ Volume total da plantação Vt 035342917m³27200 un 9613273m³ Receita prevista R 499613273m³ 47105037 Fonte Elaborado pelo autor 5 Sem efetivo desembolso de caixa A receita com a plantação de Kiri Japonês vai acontecer apenas no 7º período último ano e tem como base os cálculos realizados na Tabela 4 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado ANO FLUXO DE CAIXA VALOR PRESENTE VALOR PRESENTE ACUMULADO 2023 9667120 9667120 9667120 2024 340000 312800 9979920 2025 340000 289000 10268920 2026 340000 268600 10537520 2027 1140000 832200 11369720 2028 340000 231200 11600920 2029 47105037receita prevista 103400 36765037 23161973 11561053 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 4 organiza um demonstrativo dos fluxos de caixa que tem como base as previsões de custos e receitas das atividades do cultivo O valor presente e o valor presente acumulado demonstra a projeção financeira no que dita a relação de investimento custo x receita demonstrando um caixa positivo no valor de R11561053 ao longo dos 7 anos evidenciando que esse sistema de silvicultura é viável Ressaltando caixa positivo apenas no último ano do projeto Neste sentido a Tabela 5 sintetiza os indicadores do projeto Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica DESCRIÇÃO RESULTADO Taxa Mínima de Atratividade TMA 8 Soma dos Valores Presentes 2023 a 2029 23161973 Valor Presente Líquido VPL do Projeto 11561053 Taxa Interna de Retorno TIR 13256 6 Calculadora online TIR httpdailycalculatorscomptnode15 Saiba mais Ross 2013 p 297 Como as TIRs são bastante Tempo de Payback 7 anos Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 5 apresenta os resultados dos índices utilizados para a análise de viabilidade econômicofinanceira A taxa mínima de atratividade utilizada para o projeto foi de 8 a TIR Taxa Interna de Retorno encontrada foi de 1325 assim destacase que Stüpp Heck Junior e Eyerkaufer 2017 ao pesquisar sobre o cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC encontraram a TIR de 1044 ratificando que o investimento no projeto é mais lucrativo do que em um investimento com pouco risco Para análise do tempo de Payback devese levar em conta o tipo de negócio reflorestamento de médio a longo prazo neste sentido o Instituto Brasileiro de Florestas alerta que madeiras levam no mínimo 13 anos para o payback e que no presente caso o diferencial do Kiri Japonês é haver essa antecipação do tempo de corte e consequentemente de payback IBF sd 5 CONCLUSÃO Neste momento é a oportunidade de retornar a pergunta que guiou este trabalho qual seja se existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí Ao considerarmos o payback importante será levar em conta a possibilidade de intercalar outros cultivos de forma concomitante a este projeto Neste sentido Carvalho 1998 orienta a possibilidade de serem feitas culturas intercalares e fornece sugestões de cultivo de trigo soja e feijão Uma alternativa para incrementar o projeto Por outro lado evidenciase com o presente trabalho que a plantação de Kiri Japonês é bastante promissora sendo que o mercado internacional já está aceitando e aderindo à madeira Pois foi possível observar durante todo o estudo que o plantio e a colheita observam todo um ciclo de protocolos que fazem do produto algo significativo e notável Através do contexto histórico explorado durante esta pesquisa se evidenciou que o cansativas de calcular à mão usamse comumente calculadoras cultivo desta espécie pode se beneficiar da extrafiscalidade do Imposto de Renda como um elemento adicional de incentivo para a viabilidade econômicofinanceira para pequenas propriedades Concluise portanto que com um bom manejo e um direcionamento consciente o plantio do kiri revelase muito vantajoso e economicamente viável Como dificilmente se acha em outros negócios ou investimentos a taxa de incremento de capital no kiri é extremamente viável e promete para aqueles que assim o decidirem ficar milionários com mil árvores plantadas como dizia o antigo ditado nipônico Como limitação apresentase que nem todos os instrumentos de análise de investimentos foram utilizados como por exemplo as análises de risco dado em especial que o estudo de caso relata uma situação de um produto novo e que demandará estudos interdisciplinares Administração Agronomia etc para melhor compreensão do fenômeno REFERÊNCIAS BRASIL Lei no 5106 de 2 de Setembro de 1966 Dispõe sobre os incentivos fiscais concedidos a empreendimentos florestais Disponível em httpswww2camaralegbrleginfedlei19601969lei51062 setembro1966368482normaatualizadaplhtml Acesso em Jan2023 CARVALHO P E R Espécies introduzidas alternativas às dos gêneros Pinus e Eucalyptus para reflorestamento no CentroSul do Brasil In GALVÃO A P M coord Espécies não tradicionais para plantios com finalidades produtivas e ambientais ColomboPR EmbrapaCNPF p7599 1998 CARVALHO S A A sustentabilidade econômica social ambiental e ecológica do reflorestamento de florestas nativas ou naturais In HAMEL M R Temas contemporâneos do Direito 2018 Campus de Lagoa VermelhaRS recurso eletrônico Porto Alegre RS Editora Fi p 123144 2018 CONSOLMAGNO E Kiri Exigências e técnicas de cultivo Mogi das Cruzes 1972 DESENVOLVIMENTO RURAL Árvore Kiri Japonês a árvore do futuro 23 de Junho de 2016 Disponível em httpsdesenvolvimentoruralcomarvorekirijapones Acesso em Jan2023 ESTADÃO Canal Agro Silvicultura saiba como trabalhar neste setor do agronegócio 19 de janeiro de 2022 Disponível emhttpssummitagroestadaocombrnoticiasdocamposilviculturasaibacomo trabalharnestesetordoagronegocio Acesso em Janeiro2023 EXAME Agro gera 27 do PIB e é setor seguro e promissor para quem quer investir veja oportunidades 1 de agosto de 2022 Disponível em httpsexamecomagroagrogera27dasriquezasdo brasileesetorseguroepromissorparaquemquerinvestirvejaoportunidades Acesso em Jan2023 FONSECA S M KAGEYAMA P Y Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores de Pinus taeda IPEF n17 p3559 1978 GITMAN L J Princípios de administração financeira12a ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 GONÇALVES F G SEGUNDINHO P G A PAES J B CHAVES I L S MARTINS R S F SANTIAGO S B SOUZA S F SILVA L F OLIVEIRA R G E OLIVEIRA J G L Eficiência da colagem em madeira de kiri japonês Paulownia tomentosa LagesSC Revista de Ciências Agroveterinárias Universidade do Estado de Santa Catarina no 18 v1 2019 KAGEYAMA P Y CASTRO C F A Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóreas nativas IPEF n4142 p8393 jandez1989 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES IBÁ Relatório Anual 2020 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf Acesso em Nov2021 INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS IBF Reflorestamento Lucrativo como ganhar dinheiro com reflorestamento sd Disponível em httpsmercadoflorestalcombrartigosreflorestamentolucrativo comoganhardinheirocomreflorestamento Acesso em Jan2023 LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 MARCONI M V ORG Administração Financeira e Orçamentária RecifePE Telesapiens 2019 OLIVEIRA M T PAGNUSSAT A Estudo de viabilidade econômicofinanceira do plantio de eucalipto pelo sistema de silvipastoril Estudo de caso no Sítio Santa Luzia em Juína MT RCA Revista Científica da Ajes vol 8 no 17 JulDez 2019 PATRO R Kirijaponês Paulownia tomentosa 2015 Disponível emhttpswwwjardineironetplantaskiri japonespaulowniatomentosahtml Acesso em Jan2023 SANTOS PINTO C R Formigascortadeiras distribuição geográfica no Brasil plantas atacadas e estimadores de densidade Trabalho de Conclusão do Curso em Gestão Ambiental Três RiosRJ UFRRJ 2016 PORTAL DO AGRONEGÓCIO Agro Experience destaca a importância do planejamento financeiro para o produtor rural 27092021 Disponível em httpswwwportaldoagronegociocombrgestaoruralgestaonoticiasagroexperiencedestacaaimportanciado planejamentofinanceiroparaoprodutorrural Acesso em Jan2023 PUCCINI E C Matemática financeira e análise de investimentos 3a ed rev atual Florianópolis Departamento de Ciências da Administração UFSC Brasília CAPES UAB 2016 ROSS S A Fundamentos de administração financeira recurso eletrônico 9a ed Porto AlegreRS AMGH 2013 STUEPP C A WENDLING I KOEHLER H S ZUFFELLATORIBAS K C Estaquia de árvores adultas de Paulownia fortunei var mikado a partir de brotações epicórmicas de decepa Ciência Florestal Santa Maria v 25 n 3 p 667677 julset 2015 STÜPP D R RECK O L J EYERKAUFER M L Análise da viabilidade econômico financeira do cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC XXIV Congresso Brasileiro de Custos Florianópolis SC Brasil 2017 TRINDADE M C M Análise da viabilidade econômicofinanceira para o Atelier Amour Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis 84 p Rio do Sul Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí 2021 YIN R K Estudo de Caso Planejamento e métodos Bookman editora 2015 CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SULSC 2023 RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado ao Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientadora Prof a RIO DO SULSC 2023 RICARDO SCHEWINSKI ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA PLANTAÇÃO DE KIRI JAPONÊS PAULOWNIA ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Área das Ciências Sociais Aplicadas do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí UNIDAVI a ser apreciado pela Banca Examinadora formada por Prof Orientador Banca Examinadora Prof Prof RESUMO O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia em uma propriedade rural localizada no município de Rio do Sul na região do Alto Vale do Itajaí no Estado de Santa Catarina A partir do levantamento de informações sobre o conhecimento e prática da silvicultura compilaramse os dados sobre os custos necessários desde a compra da muda até a sua colheita para a realização do empreendimento bem como os cálculos necessários para se analisar o retorno do investimento Dado que a análise financeira é um processo muito importante para iniciar qualquer projeto não importando se pessoa física ou jurídica o uso de técnicas de análise econômicofinanceira se apresenta como um importante instrumento na tomada de decisão GITMAN 2010 ROSS 2013 PUCCINI 2016 MARCONI 2019 Assim além de trazer o detalhamento do negócio como a muda se desenvolve como floresce e se há época ideal para seu cultivo como estudo de caso a presente pesquisa foi estruturada através da análise financeira utilizando métodos de avaliação de projetos como Valor Presente Líquido VPL Payback e a Taxa Interna de Retorno TIR Os custos e as receitas foram estimados em Reais por Alqueires R Alq com um horizonte de planejamento de 2023 a 2029 e uma taxa mínima de atratividade TMA de 8 ao ano A metodologia utilizada para a realização do trabalho foi o estudo de caso YIN 2015 e pesquisa bibliográfica Com os resultados obtidos constatouse um VPL de R 11561053 e a TIR um resultado de 1325 maior do que a TMA estipulada ainda também o tempo de retorno Payback encontrado com o estudo aponta 7 anos Diante de todas as informações encontradas dadas as peculiaridades do negócio florestal ser de médio a longo prazo restou evidenciado que a viabilidade do projeto é promissora tanto em questão de lucro quanto em vantagens do uso desta madeira Palavraschave Administração Análise de investimentos Silvicultura Reflorestamento Paulownia Empresas madeireiras LISTA DE FIGURAS Figura 1 Principais destinos das exportações14 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 201915 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada16 Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada17 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi18 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês19 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore20 Figura 8 Destaque para altura da espécie21 Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza22 Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas25 Figura 11 Plantação de Kiri Japonês27 Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia30 Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO231 Figura 14 Crescimento e desenvolvimento32 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia34 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo35 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas36 Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês37 Figura 19 Folhas de Paulownia38 Figura 20 Espaçamento de cultivo39 Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry40 Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia41 Figura 23 Tabela de crescimento41 Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade42 Figura 25 Lâmina serrada43 Figura 26 Florescer44 Figura 27 Tábua de Kiri Japonês45 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês49 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos49 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês50 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado 51 Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica51 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 09 11 A silvicultura no Brasil 09 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina09 13 Objetivos 10 131 Objetivo Geral 10 132 Objetivos Específicos 10 14 Justificativa 10 15 Estrutura do trabalho 11 2 REVISÃO DA LITERATURA12 21 Considerações gerais do mercado da madeira12 22 Kiri Japonês Paulownia17 23 Utilidade da madeira23 24 Processo de Plantio cultivo e manejo24 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno30 26 Análise de Viabilidade EconômicoFinanceira45 27 Taxa Mínima de atratividade46 28 Valor Presente Líquido46 29 Taxa Interna de Retorno47 210 Payback47 3 METODOLOGIA 48 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS48 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia48 5 CONCLUSÃO 52 REFERÊNCIAS 54 9 1 INTRODUÇÃO 11 A silvicultura no Brasil O agronegócio possui grande impacto econômico no País Dados da Exame 2022 indicam que o agronegócio representa 27 do Produto Interno Bruto PIB brasileiro o que corresponde a aproximadamente R 12 trilhão Dessa fatia conforme o Canal Agro no contexto do agronegócio está o segmento da silvicultura que alcançou a marca de R 189 bilhões em valor de produção um crescimento de 21 em relação ao ano anterior Tratase de dados comparativos entre 20192020 ESTADÃO 2022 A madeira em tora é o principal objetivo das florestas plantadas brasileiras Todos os produtos madeireiros somados representam 90 da produção da silvicultura do País e o eucalipto tem uma participação de 77 nas áreas florestais cultivadas no Brasil A produção se destina principalmente à produção de papel e celulose além do carvão vegetal Por outro lado o setor apresenta negócios de maturação de médio a longo prazo assim o produtor rural precisa se planejar em relação ao seu maquinário frota de plantio e colheita por implicar num investimento na maioria das vezes alto e se feito de última hora de qualquer forma pode até colocar em risco a safra do ano PORTAL DO AGRONEGÓCIO 2021 12 A silvicultura e o Kiri Japonês em Santa Catarina A atividade tem alta concentração nas Regiões Sul e Sudeste Em 2020 despontou Minas Gerais como o estado que registrou o maior valor da produção neste setor com R 59 bilhões e foi responsável por quase 90 do carvão vegetal produzido no Brasil Em seguida está o Paraná com R 46 bilhões com destaque para a madeira em tora para papel e celulose que representa 17 da produção nacional Por outro lado Carvalho 1998 em estudo da Embrapa referente a região CentroSul 10 do País já citava as espécies não tradicionais exóticas para plantios com finalidades produtivas e ambientais entre elas o Kiri Japonês Paulownia desenvolvido na região do Alto Vale do Itajaí 13 Objetivos 131 Objetivo Geral Analisar a viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí 132 Objetivos Específicos i contextualizar a opção de cultivo pelo Kiri Japonês Paulownia em contraponto a predominância de outras espécies na silvicultura no País ii estimar os gastos futuros no lapso temporal 20232029 do empreendimento e iii analisar o VPL TIR e período de payback simples do investimento 13 Justificativa Todos que constituem uma empresa têm como principal objetivo vir a gerar lucro e obter resultados assim sendo é muito importante analisar bem o investimento antes de tomar qualquer atitude precipitada Quando se trata de reflorestamento não é diferente O investimento além de ser expressivo exige uma espera de longo prazo de maturação e é preciso antes de qualquer atitude analisar todos os aspectos para tomar as melhores decisões São diversas opções e o investidor terá que escolher o que melhor se encaixa com a sua situação Com uma análise mais detalhada com certeza o investimento será mais eficaz 11 evitando ao máximo possíveis incidentes Muitas empresas hoje no mercado erram justamente ao iniciarem o seu investimento justamente na fase do planejamento Não tendo o conhecimento necessário para manterem seu negócio no mercado em especial quando se fala em inovação com culturas de espécies de árvores exóticas sua inserção e aceitação no mercado nacional Seja por não conhecer o seu produto ou até por falta de organização financeira Para o acadêmico a escolha do tema deuse a partir do interesse em conhecer mais sobre a muda de Kiri Japonês Paulownia por ela ser extremamente inovadora na área e ter um tempo para corte inferior a todas as demais no mercado Além disso ela mostra extrema qualidade e valor agregado Assim sendo este trabalho busca preencher essas lacunas de melhor conhecimento do produto mercado e avaliar a viabilidade econômicofinanceira da plantação de Kiri Japonês Paulownia E neste contexto emerge a questão de pesquisa Existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí A investigação do tema poderá evidenciar a importância das técnicas de análise para a tomada de decisão do Administrador bem como servirá para que aqueles que têm interesse na área da plantação possam melhorar sua produtividade e possam conhecer um pouco mais desta árvore inovadora 14 Estrutura do trabalho Este estudo está dividido em cinco capítulos sendo o Capítulo 1 para contextualização do estudo a definição dos objetivos geral e específico e na justificativa do estudo Por sua vez o Capítulo 2 trata da Revisão de Literatura descrevendo o mercado da silvicultura e as características que permeiam a exploração comercial do Kiri Japonês que representa um percentual de 5 no somatório de culturas alternativas da silvicultura nacional em contraponto aos 95 dominantes da espécie Eucalipto e Pinus além disso detalhando conceitos e técnicas para a realização da análise econômicofinanceira de projetos E no Capítulo 3 apresenta a classificação da metodologia abordada nos estudos 12 quanto à natureza da pesquisa abordagem do problema objetivos da pesquisa e procedimentos técnicos adotados E no Capítulo 4 buscouse a caracterização do negócio como estudo de caso O que abrange o ramo de atividade tamanho da propriedade entre outras informações relevantes para análise Por fim o Capítulo 5 está dedicado à discussão dos resultados obtidos limitações do estudo e proposta de novos estudos dentro desta temática 2 REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo a revisão da literatura está estruturada para abordar o mercado da madeira bem como os conceitos de análise de viabilidade econômicofinanceira e alguns dos principais métodos para a sua realização 21 Considerações gerais do mercado da madeira Sabese que o desenvolvimento de um País está ligado na grande parte dos casos ao crescimento de seu setor primário e das atividades a ele inerentes Neste sentido a silvicultura área objeto do presente estudo pode ser delimitada por meio da criação e desenvolvimento que estão sujeitas às necessidades do mercado Os primeiros plantios de árvores com o objetivo de reflorestamento e comercialização conforme Lima 1996 iniciaramse no final do século XVIII sendo que desde então o mercado veio a crescer de maneira cada vez mais notável Por meio da Lei Federal 510666 que dispôs sobre os incentivos fiscais voltados ao reflorestamento o setor primeiro veio a crescer de maneira cada vez mais intensa e consciente Dispunha o artigo 1 1 da referida Lei que as pessoas físicas poderão abater da renda bruta as importâncias comprovadamente aplicadas em florestamento ou reflorestamento BRASIL 1966 Assim com o incentivo da Lei iniciouse uma verdadeira odisseia que visaria utilizar as vastas extensões de terra no solo brasileiro para fins de crescimento consciente e cada vez mais voltando ao mercado internacional fato que traria enormes riquezas e benefícios à balança 13 comercial Atualmente segundo dados do Relatório emitido pela Indústria Brasileira de Árvores o Brasil conta com 9 milhões de hectares plantadas representando ao todo R 974 bilhões do PIB1 A indústria nacional conta ainda com uma forte tendência de utilizar o produto das florestas na constituição primária dos objetos fabricados IBÁ 2020 Tal constatação vai ao encontro da mensagem do Presidente do Conselho e do Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores Os produtos fabricados advindos das árvores cultivadas estão em nosso dia a dia e vão desde o tradicional papel até cápsulas de medicamentos tecidos e espessantes usados na indústria de alimentos e em produtos de higiene pessoal como pastas de dentes Um mercado que vem crescendo muito nos últimos anos é o têxtil A viscose tecido produzido a partir da celulose solúvel representa quase 7 do segmento mundial No entanto ainda há muito espaço para conquistar pois cerca de 64 dos tecidos que usamos atualmente são sintéticos ou seja obtidos a partir de origem fóssil IBÁ 2020 p 2 Existe portanto uma tendência inata em atrair incentivos à agroindústria com o olhar voltado ao desenvolvimento sustentável Disto se constata que o crescimento das atividades ligadas à silvicultura merece ipso facto a atenção ao desenvolvimento sustentável pois A bioeconomia e a visão de sustentabilidade pautam modelos de produção que utilizam recursos naturais de maneira consciente para que possam proporcionar fontes de energia limpa mitigação dos efeitos das mudanças climáticas alimentos produtos renováveis entre outras necessidades essenciais à sobrevivência hoje e às futuras gerações O setor de árvores plantadas atua há anos com produção sustentável provendo inúmeros produtos de origem renovável essenciais para o dia a dia das pessoas como móveis livros pisos laminados painéis de madeira papéis higiênicos e embalagens Além de prover o hoje essa indústria também está de olho no futuro investindo em pesquisa e inovação para oferecer cada vez mais bioprodutos ou biomateriais da economia circular biodegradáveis e recicláveis Um setor atento a nova mentalidade de um consumidor consciente e preocupado com a sustentabilidade e com o futuro do mundo IBÁ 2020 p 15 O setor florestal aliado às mais modernas formas de manejo é um dos importantes pilares para o desenvolvimento nacional pois deve gerar somente em 2023 o quantitativo de 36 mil postos de trabalho a se somar aos 375 milhões de brasileiros que já atuam no setor IBÁ 2020 1 httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf acesso em 01112021 14 Verificase portanto que a indústria de madeiras já é um dos setores mais importantes para a balança comercial brasileira Corroborando esses dados conforme se extrai do informe da Indústria Brasileira de Árvores 2020 o Brasil continua a ser o maior exportador de celulose do mercado mundial bem como um dos maiores produtores de painéis de madeira e de outros produtos derivados conforme se observa na Figura 1 os cinco maiores destinos das exportações por produto do setor de árvores plantadas Figura 1 Principais destinos das exportações Fonte IBÁ 2020 p 26 Deste setor de árvores plantadas estáse com a seguinte distribuição Em 2019 a área total de árvores plantadas totalizou 90 milhões de hectares um aumento de 24 em relação a 2018 879 milhões de hectares considerando o ajuste conforme nova metodologia Desse total a maioria 77 é representada pelo cultivo de eucalipto com 697 milhões de hectares e 18 de pinus com 164 milhão de hectares Além desses cultivos existem 039 milhão de hectares plantados de outras espécies entre elas a seringueira acácia teca e paricá IBÁ 2020 p 34 Além de colaborar com a economia o plantio de árvores ligadas ao manejo sustentável também colabora com a redução das taxas de CO2 no bioma conforme se observa no seguinte excerto Esse setor ajuda a conservar a biodiversidade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa sequestrando e armazenando O potencial de estoque das suas áreas tanto de 15 plantação quanto conservação soma 448 bilhões de toneladas de CO2 eq Além de uma relevante taxa de reciclagem de papel 669 o setor também se destaca pela alta participação 69 de energia renovável em sua rede elétrica Credenciais que confirmam sua importância na luta de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas IBÁ 2020 p 12 O plantio das árvores está distribuído em solo nacional conforme retratado na Figura 2 Figura 2 Área de Árvores plantadas no Brasil por Estado e por gênero 2019 Fonte IBÁFGV 2020 p 35 Visualizase assim que o Estado de Santa Catarina possui 064 das 9 milhões de hectares plantadas em solo nacional número bastante significativo comparado com as dimensões do solo Um fato a se destacar também que no Estado predominam Eucalipto e Pinus não havendo registro oficial de outras espécies ampliando assim uma oportunidade de mercado para 16 inserir novas e diferenciadas espécies Os fatores conforme o Indústria Brasileira de Árvores IBÁ estão principalmente nos seguintes elementos A adoção de boas práticas de manejo o melhoramento genético e as condições edafoclimáticas do País levaram a um reconhecimento mundial da alta produtividade brasileira em comparação com os demais países considerando o volume de madeira produzido por área ao ano e por um dos menores ciclos entre o plantio e a colheita do mundo Em 2019 o Brasil apresentou uma produtividade média de 353 m3ha ao ano nos plantios de eucalipto Essa ligeira queda pode estar associada ao efeito das mudanças climáticas expansão para novas áreas fatores bióticos e abióticos Já no plantio de pinus houve um aumento de produtividade para 313 m3ha que pode estar relacionado a alguns fatores programas de melhoramento genético e fertilidade do solo de nutrição de plantas de viveiro e a mecanização de plantios que antes eram semimecanizados IBÁ 2020 p 37 Além de celulose a indústria de madeira alcança um importante setor produção de madeira serrada Conforme índices extraídos o mercado interno é o grande consumidor da referida madeira serrada assim se observa na Figura 3 Figura 3 Produção brasileira de madeira serrada 17 Fonte IBÁFGV 2020 p56 No cenário internacional a situação é notável Figura 4 Principais produções mundiais de madeira serrada 18 Fonte IBÁ 2020 p 57 Vêse que o Brasil no último levantamento realizado em 2019 configurava o nono maior país produtor de madeira serrada do mundo Pela extensão territorial podese vislumbrar uma expansão deveras tal produção nos próximos anos fato que contará com a necessidade de incentivos fiscais consubstanciados na Lei 510666 BRASIL 1966 e dos meios hábeis à condução e comercialização dos produtos 22 Kiri Japonês Paulownia O desenvolvimento da Paulownia é muito significativo A primeira árvore desenvolvida no Brasil foi conduzida tecnicamente por Chikazu Hamaguchi no Município de Mogi das Cruzes São Paulo no ano de 1964 19 Figura 5 Foto histórica com Chikazu Hamaguchi Fonte Consolmagno 1972 p 8 Diferente das outras árvores que o acervo da silvicultura utiliza ela tem um incremento por hectare que ultrapassa todas as demais dando segurança e amparo a quem dela se utilize Na mesma proporção olhese o desenvolvimento da árvore mãe com cerca de 65 anos de idade conforme se observa na Figura 6 Figura 6 Menino abraça um exemplar de Kiri Japonês 20 Fonte Consolmagno 1972 p 9 A origem da árvore é controversa há quem diga que é originária da China e outros que se refiram ao Japão mas o fato incontroverso é que a mesma veio da região asiática CONSOLMAGNO 1972 O Kiri pertence à família botânica das Scrophulariaceae e ao gênero Paulownia existindo diversas espécies nativas na Ásia e na Oceania A denominação Paulownia foi dada em homenagem à Princesa Ana Paulownia filha do Czar Russo Paulo I CONSOLMAGNO 1972 21 Podese ver algumas de suas características notáveis e que são atrativas para o desenvolvimento da árvore conforme Figura 7 Figura 7 Adulto repetindo gesto de apreço a árvore Fonte Consolmagno 1972 A Figura 7 mostra um Kiri de 35 anos plantado no jardim da casa da agricultura com DAP2 de 33 centímetros Consolmagno 1972 p 15 traz algumas histórias lendárias desta espécie sendo uma delas que há no Japão alguns dizeres sobre a árvores como por exemplo 1000 árvores de Kiri fazem um milionário a terra é fortuna para mil gerações e o Kiri o é para três gerações o Kiri é a árvores do seguro árvore do estudo árvore do casamento enfim árvores da fortuna Do ponto de vista silvicultural o Kiri tem algumas características muito notáveis conforme se extrai do excerto 2 DAP diâmetro à altura do peito 22 O crescimento rapidíssimo Na silvicultura o maior obstáculo como empreendimento é o crescimento lento das plantas e da demora reversão de capital o Kiri permite que seu cultivo seja introduzido ou combinado dentro do empreendimento florestal com as demais essências silvícolas para aproveitamento mais racional da exploração Sendo uma grande problemática da política florestal aumentar o florestamento nas pequenas áreas o Kiri é indicado para esse fim porque tem ciclo curto para seu aproveitamento e alto rendimento por área Não satisfazendo o abastecimento de madeira ao consumo atual e havendo necessidade de aumento cada vez maior da reserva florestal o caminho mais curto para esse aumento seria praticar o reflorestamento com espécies de crescimento mais rápido O Kiri preenche essa necessidade Quando cortada brota com facilidade Podese aproveitar a mesma planta até três cortes seguidos Suporta bem às secas e as geadas Perdendo as folhas durante o inverno resiste às temperaturas de até 6C Responde muito satisfatoriamente às adubações Adaptase a diversos climas preferindo no entanto regiões mais quentes e úmidas Não é muito exigente quanto à temperatura do solo crescendo melhor porém nas terras soltas férteis e profundas Produz facilmente fuste livre de aproximadamente 6 metros Excelente material para trabalhos de melhoramento genético dado a facilidade de obtenção CONSOLMAGNO 1972 p 24 Verificase assim que o cultivo da Paulownia apresenta inúmeros benefícios quando comparado com as demais espécies utilizadas na silvicultura Figura 8 Destaque para altura da espécie Fonte Consolmagno 1972 23 A árvore da Figura 8 tratase de um Kiri de três anos e meio com 40 centímetros de DAP Sua adaptação ao solo é muito mais versátil e o crescimento das árvores também apresenta um desenvolvimento muito superior às demais espécies tradicionais além de ser mais resistente em relação ao solo e à temperatura A Figura 9 aduzse à árvore de Kiri com seis anos e meio 850 metros de tronco livre e DAP de 58 centímetros Figura 9 Interação harmônica homem e a natureza Fonte Consolmagno 1972 Como se observa das imagens anexadas o desenvolvimento das árvores está muito acima da média das demais árvores utilizadas em silvicultura 24 O primeiro Kiri desenvolvido no Brasil já se mostrava bastante notável nos aspectos observados mas as árvores subsequentes mistas com aprimoramentos na condução e em questões genéticas aprimorouse e se sobressai com enorme diferença Referido desenvolvimento certamente garantiu como ainda garante o epíteto de árvore mais produtiva do mundo à Paulownia E quanto à produtividade não aduz somente à incorporação de peso volume por ano mas à incrível capacidade de adaptação das mudas ao solo e aos mais variados climas em especial o clima frio do Sul 23 Utilidade da madeira Com a enorme vantagem no cultivo haverá grande benefício a fortiori no tocante à madeira da Palownia e de sua utilização nas mais variadas áreas conforme se manifesta Consolmagno 1972 O Kiri produz uma madeira de características especiais que a tornam de grande valor para um número muito grande de fins No Japão o Kiri produz uma madeira muito apreciada pelas suas propriedades de ser leve e indeformável não estando sujeito ao empenamento ou a rachaduras e de permitir a obtenção de lâminas muito finas e ainda receber com facilidade colas tintas e outros tratamentos CONSOLMAGNO 1972 p 28 As suas principais aplicações têm sido caixas de embalagens móveis todos os tipos gavetas caixilhos de ajustamento perfeito e pelos quais marceneiros japoneses se notabilizam forros de casas forros internos de caixas fortes assoalhos portas internas e biombos palitos de fósforos caixas de fósforos caixas diversas de bonecas de cerâmicas de amostras caixote para transportes de tecidos lápis compensados diversos laminados para cartões de visitas cabos de pincéis e trinchas armação interna de aviões e planadores indústria aeronáutica armação interna de navios e barcos indústria naval 25 tamanco saltos e solas de sapatos femininos bóias para redes de pesca brinquedos persianas mastros dos barcos à vela instrumentos musicais raquetes carvão para polimento carvão para desenho isolante térmico isolante acústico celulose Como se nota pelo fato da madeira ser extremamente leve e versátil a madeira da Palownia é significativamente utilizada em praticamente todos os setores da indústria 24 Processo de Plantio cultivo e manejo No processo de plantio é feito até dezembro de cada ano para se evitar as secas que costumam ocorrer no mês de janeiro Também é feita a adubação e os cuidados com as formigas é essencial sendo feito um acompanhamento diário A propósito é de se destacar que as formigas são um problema para o cultivo de várias espécies em solo brasileiro conforme excerto de Santos Pinto 2016 Dentre as espécies de saúva com maior ocorrência no Brasil podese citara Atta sexdens sexdens Lineu1758 que ocorre em 18 estados Atta laevigata Smith 1858 ocorre em 15 estados e Atta cephalotes Lineu1758 que já foi observada em oito estadosPelas informações coletadas sobre as plantas atacadas cabe destacar a Atta laevigata Smith 1858 Atta sexdens rubropilosa Forel 1908 e Atta sexdens sexdensLineu1758 como as espécies e subespécies do gênero Atta que atacam o maior número de espécies de plantas de importância econômica SANTOS PINTO 2016 p29 Deste modo no cultivo do Kiri Japonês há a colocação do veneno para formigas antes do início do plantio Tal informação é relevante também para os demais anos principalmente para acompanhamento de fluxo de caixa Na Figura 10 há a distribuição das espécies de formigas e sua distribuição em solo nacional 26 Figura 10 Distribuição geográfica das espécies e subespécies de formigas Fonte Santos Pinto 2016 p32 Algumas medidas devem ser obervadas para o bom andamento da floresta entre elas listase as seguintes 27 Há a exigência de um bom solo solo fértil profundo e solto O solo fraco argiloso úmido não permitem o cultivo de um essência florestal bem definitda e próspera Já o sistema radicular desenvolvese melhor em solo arejados e pior em solos excessivamente úmidos Portanto devese evitar o solo excessivamente seco e excessivamente úmido assim como o cultivo das demais espécies de árvores para reflorestamento Neste sentido Consolmagno 1972 se manifesta O sistema radicular do kiri é grande mas suas raízes são um tanto fracas razão pela qual principalmente nos primeiros anos o kiri deve permanecer livre da concorrência de ervas daninhas em água e adubos Na primavera antes da brotação plena das folhas as raízes são mais ativas indicando ser essa uma das épocas próprias para a adubaçãoCONSOLMAGNO 1972 p 80 Verificase então que a observância de alguns fatores é salutar para o bom desenvolvimento das árvores Então a título de ilustração são adequados ao cultivo os solos arenosos e arenoargilosos profundos bem drenados ricos em humus Já em relação à necessidade de luz Consolmagno 1972 acrescenta Em silvicultura as espécies são classificadas de acordo com a resistência à sombra embora todos vegetais necessitem de raios solares luz variando essa necessidade com a espécie Para o seu engrossamento aumento contínuo do diâmetro o fatos mais importante se não for o maior é a existência de luz banhando as plantas de kiri Caso essa luminosidade seja escassa a tendência das árvores é parar seu engrossamento e lançar novas brotações para o alto a partir da copa com o que a energia dos nutrientes será desviada para essa parte alta da planta desvirtuando o fim maior da cultura obter árvores de grandes diâmetrosCONSOLMAGNO 1972 p 81 Ainda destaca Consolmagno 1972 p 82 quando não ocorrer uma boa entrada de luz o desbaste em excesso deve ser feito diminuindo o número de árvores por área para favorecer a abertura de novos espaços com penetração de luz solar Assim verificase que junto com um bom solo as árvores de Kiri necessitam de 28 bastante luminosidade para que deêm maior envergadura e diametrização Como o cultivo se volta à venda comercialização a relação de engrossamento por tempo será tanto melhor quanto menor o for A título de exemplo uma área bem conduzida será tanto mais produtiva quanto melhor forem observados os requisitos de solo luz e etc Em relação à suscetibilidade de pragas Consolmagno 1972 p 84 orienta devido ao seu rápido crescimento a madeira de Kiri é mais mole e por isso mais suscetível a doenças e pragas que as demais espécies Embora dentro das variedades umas sejam mais outras menos resistentes A resistência ao frio é um bom fator pois a árvore aguenta temperaturas negativas Já em relação aos ventos por ter um crescimento rápido fica a árvores sujeita a danos causados por ventos mais fortes Caso todas as condições locais sejam favoráveis ao kiri com exceção de ventos fortes é nessário o plantio de lotes de árvores quebra ventos principalmente na face mais exposta Na Figura 11 se extrai uma plantação favorável à mecanização Figura 11 Plantação de Kiri Japonês Fonte Consolmagno 1972 29 As temperaturas ideais são entre 22c e 24c sendo máximas de 39c e mínimos de 1c Já os solos menos indicados para o plantio do kiri são os solos argilosos pois dificultam a expansão e o arejamento adequado das raízes Também os solos de lençóis freáticos devem ser eveitados onde a água permanece parada Os solos superficiais trazem problemas pois o Kiri necessita de um amplo potencial genético para o seu crescimento salutar Terrenos sujeitos a ventos muito fortes causam a quebra dos galhos e podem prejudicar o andamento da floresta e do manejo Além do espaçamento é ideal que a cada ciclo façase o desbaste com a retirada das árvores mais finas e tortas Isso à parte do engrossamento que ficará mais viável e ocorrerá naturalmente fará com que haja uma penetração de luz maior na floresta Com espaçamento e luz as árvores ficarão cada vez mais grossas A despeito esclarece Consolmagno 1972 p 95 esses espaçamentos fazem o desbaste eliminação das árvores de menor diâmetros aproveitandose nas serrarias deixando as mais grossas com aumento da penetração de luz A tendência portanto é que se deixe uma média de 400 árvores por hectare Isso fará com que as madeiras extraídas sejam mais grossas e tenham um valor de mercado maior Citase que a priori o plantio de 1100 árvores por hectare faz com que haja uma seletividade maior no desbaste deixando as melhores árvores como forma de seleção artificial e que haja ainda uma proteção natural nos primeiros anos contra os ventos Conforme dito os ventos podem ser bastante prejudiciais nos primeiros meses do cultivo onde o kiri cresce de forma notável mas as raízes ainda não estão bem consolidadas no solo Isso pode ocasionar a quebra das árvores e prejudicar o andamento do plantio 30 Assim quanto menos árvores se deixar por hectare maior será o engrossamento e consequentemente maior será o valor de mercado pois a quantidade de metros cúbidos será proporcionalmente maior A despeito o objetivo do aumento da produtividade é em última análise aumentar o volume de produção e melhorar a qualidade e para produzir a madeira de boa qualidade com volume grande a densidade baixa grande espaçamento não satisfaz Para aumentar a produção por área devese aumentar a densidade diminuir o espaçamento além da esala tradicional e renovar as técnicas de cultivo se não se pretende efetuar os cortes intermediários na medida em que as árvores paralizarem ou diminuírem seu engrossamento devese plantar com espaçamento maior mas evitando a formação de grandes clareiras pois a planta perde a conformação característica e apropriada devido à formação de galhos grossos na copa se se pretende efetuar os cortes intermediários podese adotar o espaçamento menor maior número de árvores por unidade de área e iniciar esses cortes entre as plantas o que no final poderá resultar em maior produção por área CONSOLMAGNO 1972 p 95 Assim uma boa condução é o pilar para o desenvolvimento sadio da floresta de kiris De todo modo para fins de recomendações práticas o trato cultural a escolha dos solos e os cortes intermediários são de imensa importância O primeiro corte também chamado de primeiro desbaste deverá ser realizado quando a árvore já tiver certo valor de mercado ainda que muito inferior àquele que se pretende com o corte final As primeiras árvores poderão servir para o forncecimento à indústria de celulose Se o objetivo foi o maior engrossamento possível há como se deixar um espaçamento maior para que num menor espaço de tempo possase conseguir um diâmetro efetivo por cada árvore cultivada Na Figura 12 se observa a descrição de uma tabela bastante esclarecedora quanto às informações necessárias e que podem ser de grande utilidade aos silvicultores que porventura tenham interesse no cultivo aqui tratado 31 Figura 12 Cronograma para formação do Kiri Japonês Paulownia Fonte Consolmagno 1972 p 112 25 Do cultivo e das relações com o mercado interno Viuse que o Brasil depende da silvicultura como forma de desenvolvimento nacional redução da emissão de CO2 sustentabilidade consciente e outros fatores positivos ligados Neste sentido suas folhas são robustas e seu desenvolvimento crescimento é algo digno de expressão É possível observar na Figura 13 como esta espécie de árvore possui um grande caule Figura 13 Externalidades ambientais da espécie consumo de CO2 32 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Esta muda Figura 13 foi plantada há um ano e já teve o processo de poda realizado no último inverno Lembrase que o processo de poda e de seleção do melhor broto que surge em média a cada dez que vem após a cepa é fundamental para que as árvores tenham um sadio desenvolvimento e possam ser cada vez mais perfeitas para o fim a que se propõem As folhas além de serem enormes consumidoras de CO2 servem como alimento de enorme teor proteico para animais O plantio do Kiri então além de não prejudicar a fauna e a flora é um grande meio para se conciliar com outros meios gado ovelha cavalos e etc Além do que aponta Carvalho 1998 também podem ser feitas culturas intercalares geralmente trigo soja e feijão Na Figura 14 se nota o crescimento da espécie Figura 14 Crescimento e desenvolvimento 33 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Da Figura 14 se extrai com nitidez de que forma as árvores possuem grande crescimento e desenvolvimento em todos os seus aspectos Há em média um crescimento de três centímetros ao dia o que representa o desenvolvimento idêntico em cinco anos a um eucalipto de quinze anos A despeito das condições necessárias ao cultivo notase que é uma árvores de ótimo desenvolvimento em várias possibilidades climáticas conforme se observa do excerto As suas características fisiológicas permitem que essa árvore se adapte a uma grande variedade de climas Podem se adaptar a uma faixa muito ampla de temperatura de 20 ºC a 45 ºC embora encontrem sua faixa ideal para um bom desenvolvimento em altura e diâmetro entre 34 24ºC e 29ºC Essas árvores podem se desenvolver em áreas com precipitação anual próxima a 150 mm tornando necessária a irrigação no verão Elas se adaptam a todos os tipos de solos preferindo solos bem drenados e levemente argilosos com pH entre 55 e 8 Seu tamanho é reto e com poucos nós o que o torna interessante para a indústria da madeira Após o corte regenera vigorosamente até 7 vezesDESENVOLVIMENTO RURAL 2016 Conforme exposto além de ser economicamente viável a Paulownia traz enormes benefícios à natureza por ser grande captador de CO2 de acordo ao excerto Entre outros benefícios destacase a excelente qualidade de sua madeira a sua capacidade de recuperar controlar e estabilizar a erosão do solo devido ao seu sistema radicular profundo a sua considerável capacidade de produção de biomassa a sua capacidade de fixação de CO 2 a possibilidade de uso da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras agrícolas abandonadas ou degradadas e o seu valor como planta ornamental DESENVOLVIMENTO RURAL 2016 No mesmo sentido Esta árvore absorve 10 vezes mais dióxido de carbono do que qualquer outra árvore e emite muito mais oxigênio Tem ainda a possibilidade do aproveitamento da folhagem para o gado o uso potencial para reflorestamento de terras degradadas além de seu valor como planta ornamental Por isso é ideal para combater o aquecimento global devido aos efeitos das alterações climáticas Com as demais qualidades intrínsecas essa árvore poderá ser uma boa oportunidade de negócio3 Para o plantio as mudas vêm em blocos de 10 o que facilita bastante o manejo de acordo com a Figura 15 Figura 15 Mudas de Kiri Japonês Paulownia 3 Disponível em httpswwwcompreruralcomkirijaponesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 17112021 35 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Seu cultivo então deve obedecer a alguns critérios conforme sugere o seguinte excerto Deve ser cultivada sob sol pleno em solos profundos não arenosos preferencialmente enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no primeiro ano de implantação Após este período as regas podem ser deixadas por conta das chuvas e depois de bem estabelecida ela é muito resistente à estiagem Tolerante ao frio invernal geadas e poluição ambiental Resistente também a incêndios rebrotando com vigor a partir de suas raízes As podas anuais realizadas sempre após o florescimento estimulam intensas florações no ano seguinte e ajudam a controlar o porte e a forma da árvore Multiplicase por estaquia alporquia e por sementes As sementes devem ser colhidas dos frutos já secos quando estão iniciando a abertura natural PATRO 2015 36 É feita a separação por áreas colocadas as linhas divisórias e perfurados os locais com maquinário especial que atinge grande profundidade como no exemplo da Figura 16 Figura 16 Máquinas e equipamentos para cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Depois de duas semanas a muda já começa a atingir um belo desenvolvimento conforme se exemplifica na Figura 17 Figura 17 Desenvolvimento nas primeiras duas semanas 37 Fonte Acervo do autor 2021 E na Figura 18 o exemplo por outro ângulo Figura 18 Desenvolvimento nos momentos iniciais do Kiri Japonês 38 Fonte Acervo pessoal do autor Passados seis meses no período da outono é realizada a decepa e identificados depois os melhores brotos para seleção A isto dáse o nome de brotações epicórmicas de decepa STUEPP et al 2015 Assim os autores Stuepp et al 2015 se manifestam A propagação vegetativa pode proporcionar a produção de uma grande quantidade de mudas de boa qualidade em curto espaço de tempo no entanto a qualidade das mudas formadas depende diretamente da capacidade de enraizamento de cada espécie bem como da qualidade do sistema radicial formado O processo de enraizamento adventício é naturalmente regulado pela interação de múltiplos fatores como hormônios vegetais características genéticas carboidratos compostos nitrogenados aminoácidos estádio fisiológico e idade da plantamatrizSTUEPP 39 et al 2015 p 668 Passada esta fase o crescimento é salutar e de desenvolve de uma maneira muito eficaz conforme se exemplifica na Figura 19 Figura 19 Folhas de Paulownia Fonte Acervo pessoal do autor 2021 40 As árvores se desenvolvem muito bem Para isso basta deixar um espaçamento inicial médio a partir de três metros entre as mudas plantadas para que haja insolação suficientes para cada árvore O fluxo solar será determinante para a salutar fotossíntese das árvores Na Figura 20 é possível observar o modus operandi adotado pelo silvicultor Alfredo Schewinski Junior Figura 20 Espaçamento de cultivo Fonte Acervo pessoal do autor 2021 41 Com esse espaço possibilitase além de um crescimento maior das árvores um grande espaço para circulação de pessoas e de animais Assim procedendo inclusive fará da floresta um grande meio para a prática de inúmeras atividades que podem surgir no decorrer do plantio e do desenvolvimento da floresta Podese inclusive utilizar outros meios e outras técnicas conforme aponta Carvalho 1998 aumentando o espaço e incluindo culturas intercalares Na Figura 21 se destaca o espaçamento no plantio bem como o registro na foto do silvicultor Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry referência e autoridade em Paulownia Figura 21 Alfredo Schewinski Junior e Sérgio Machry Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Assim conforme visto o ciclo das árvores é bastante notável Desde o plantio até a colheita as árvores têm um desenvolvimento anual que ultrapassa e muito as outras árvores do ramo de silvicultura 42 Figura 22 Ciclo de desenvolvimento Paulownia Fonte Agron 2017 Extraise que a árvore chega a crescer à média de 05 metros por ano A Figura 23 mostra de maneira muito nítida a respeito do desenvolvimento da árvore4 Figura 23 Tabela de crescimento Fonte Agron 2017 4Disponível em httpsagroncombrpublicacoesnoticiasecologiaagrosustentavel20170728054783kirijapnesarvoredofuturocresce5metrosporano acesso em 18112021 43 Vejase uma árvore com 10 anos de idade fotografia tirada pelo autor do presente trabalho Figura 24 Silvicultor e detalhe da árvore com 10 anos de idade Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Na Figura 25 se observa detalhe de uma lâmina serrada Figura 25 Lâmina serrada 44 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 Além de produzir uma madeira leve resistente e de alto valor no mercado nacional e internacional as árvores florescem com vigor no inverno conforme se denota na Figura 26 Figura 26 Florescer 45 Fonte Acervo pessoal do autor 2021 As flores além de lindas e perfumadas produzem um dos méis mais nutritivos e saborosos do mundo Na Figura 27 se observa uma tábua de 20 anos o que equivale em média a um eucalipto de 50 anos Figura 27 Tábua de Kiri Japonês 46 Fonte Acervo do autor 2021 A madeira é muito utilizada para produção de portas pranchas de surfe móveis e etc E sua resistência é um dos grande fatores que fazem dela um produto tão bom motivo pelo qual foi utilizado neste trabalho 26 Análise de Viabilidade EconômicoFinanceira Para Marconi 2019 a análise da viabilidade do empreendimento visa essencialmente a tomada de decisão acerca da aplicação dos recursos e principalmente o retorno sobre o investimento Neste sentido destaca como principais instrumentos de análise payback Tempo de recuperação do investimento realizado TIR Taxa Interna de Retorno e VPL Valor Presente Líquido Seguindo este caminho de tomada de decisão o autor Puccini 2016 relembra que fazer esta análise não fica restrita somente à iniciativa privada pois o mesmo leque de opções de investimento que se abre na esfera privada e na esfera pública também Assim entendese a importância de tais ferramentas de análise 47 E Gitman 2010 vai além a qual chama de técnicas de orçamento de capital aplicável inclusive na vida pessoal em investimentos em imóveis por exemplo Este autor destaca vários profissionais que devem dominar estas técnicas entre eles o profissional de Contabilidade de Sistemas de Informação de Marketing de Operações e por fim o Administrador a quem cabe conforme Gitman 2010 para entender as técnicas de orçamento de capital e analisar corretamente os fluxos de caixa relevantes de projetos propostos bem como de decidir sobre sua aceitação ou rejeição GITMAN 2010 p 363 27 Taxa Mínima de atratividade Puccini 2016 esclarece que cada organização deve definir qual a taxa de retorno mínima aceitável em suas decisões de investimento portanto é de uso discricionário da organização Essa taxa mínima é denominada então taxa de atratividade Ross 2013 chama esta situação de custo de oportunidade pois exige que desistamos de um benefício em favor do outro 28 Valor Presente Líquido O Valor Presente Líquido VPL ou seu termo em inglês Net Present Value NPV inclusive esta sigla mais conhecida pelo seu uso nas calculadoras científicas é um indicador que traz os fluxos de caixa para a mesma data e os desconta com uma taxa mínima de atratividade PUCCINI 2016 VPL é o valor obtido considerando a diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa estimados para o período do projeto e o valor presente do investimento onde considera o efetivo desembolso de caixa esta análise implica a definição prévia da taxa de desconto a ser utilizada nos fluxos de caixa e para isto utilizase a seguinte fórmula GITMAN 2010 p 369 Onde VPL Valor Presente Líquido 48 FC0 Investimento Inicial FC Fluxo de Caixa Esperados n Número de períodos Destacase que são um conjunto de técnicas que consideram o valor do dinheiro no tempo e por isso são as mais utilizadas pelos administradores financeiros GITMAN 2010 29 Taxa Interna de Retorno Gitman 2010 entende que a taxa interna de retorno TIR é provavelmente a mais usada das técnicas sofisticadas de orçamento de capital embora conforme explica o autor seja consideravelmente mais difícil de calcular à mão do que o VPL Em síntese a taxa interna de retorno TIR consiste na taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual a 0 já que o valor presente das entradas de caixa igualase ao investimento inicial É simplesmente a taxa de retorno anual composta que a empresa obterá se investir no projeto e receber as entradas de caixa previstas e calcula com a seguinte fórmula TIR Taxa Interna de Retorno FC0 Investimento inicial FC Fluxo de caixa esperado n número de períodos Marconi 2019 sintetiza que quanto maior o TIR melhor a saúde financeira da empresa 210 Payback Já o payback vai na contramão pois quanto mais curto mais preferível GITMAN 2010 Simplesmente porque significa o momento em que a empresa recupera o investimento inicial 49 neste sentido é fácil entender que a organização espera recuperar o quanto antes Marconi 2019 apresenta a equação do payback Onde Pb payback I investimento inicial FC fluxo de caixa dos períodos 3 METODOLOGIA Esta pesquisa pode ser classificada no âmbito de sua natureza como aplicada de viés quantitativo Ensina Yin 2015 que não existe fórmula para abordar o estudo caso mas a escolha depende fundamentalmente da questão de pesquisa Neste sentido este trabalho justamente buscou entender melhor o fenômeno e explicar as circunstâncias em que ele ocorre E além disso o pesquisador se guiou pelo desejo de fazer uma descrição ampla e profunda das nuances relativas ao negócio objeto de estudo Como técnica de pesquisa utilizouse a revisão bibliográfica em especial obras a partir da década de 1970 que mencionaram a espécie Kiri Japonês Paulownia bem como levantamento de dados como previsão de receitas e despesas do empreendimento localizado na região do Alto Vale do Itajaí E por fim a partir desses dados aplicouse as ferramentas e técnicas de análise de viabilidade econômicofinanceira 4 ESTUDO DE CASO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 41 Estudo de Caso Kiri Japonês Paulownia O produtor rural estima implantar em sua propriedade o plantio de Kiri Japonês para iniciar o sistema de silvicultura e aproveitar uma área de 102 hectares optando pelo plantio em 50 espaçamentos de linhas duplas de 5x5 m conforme ensina Carvalho 1998 e entre as linhas 10 m para o plantio das mudas utilizou uma espécie da Paulownia a P tomentosa pois possui maior plasticidade climática adaptandose a locais muito mais frios Na Tabela 1 temse o total de mudas necessárias para o plantio e o custo das mesmas Tabela 1 Cálculo das necessidades e custos das mudas de Kiri Japonês DESCRIÇÃO UNIDMEDIDA Cálculo em metros da área para o plantio 102 hec x 10000m² 1020000m² Área ocupada por cada muda de eucalipto entre linhas duplas 5 x 5 25 m² Espaçamento entre as linhas duplas de Kiri Japonês 10 m² Total de mudas de Kiri Japonês a ser compradas 5x51075 m² 102000075 13600 un x 2 27200 Mortalidade das mudas 9 Compra de mudas para o replantio 27200 x 9 2448 Total de mudas necessárias 29648 Custo por unidade de Kiri Japonês 065 Total dos custos com as mudas de eucalipto 29648 x 065 1927120 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 1 demonstra o cálculo realizado para encontrar o número necessário de mudas de Kiri Japonês para o empreendimento Demonstrou ainda que os 102 hectares pelo sistema de plantio de linhas duplas serão necessárias 27200 mudas para cobrir toda a área destinada ao projeto Seguindo a orientação do fornecedor onde a mortalidade média da planta é de 9 chegouse ao total necessidade de compra de 29468 mudas Ao custo de R065 por un o valor total gasto com as mudas seria de R 1927120 Visando apurar as despesas futuras da propriedade utilizouse como critério de estimativa o valor dos custos de manutenção do Kiri Japonês no presente conforme se observa na Tabela 2 Tabela 2 Custos com o plantio e manutenção do Kiri Japonês no horizonte de 7 anos ITENS 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 51 Custo da área 6000005 Serviço de terceiros 1200000 800000 Calcário de correção 200000 Mudas 1927120 Custo do plantio 6000000 Adubação 80000 80000 80000 80000 80000 80000 80000 Controle de pragas 60000 60000 60000 60000 60000 60000 60000 Outros custos 200000 200000 200000 200000 200000 200000 200000 Colheita e frete 100000 TOTAL 69667120 3400 3400 3400 11400 3400 103400 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 2 mostra o custo necessário para o plantio e manutenção do Kiri Japonês no lapso temporal de 2023 a 2029 Vêse na tabela que os custos apresentados são de maioria no primeiro ano e muito pouco a partir do segundo ano isso se dá pois quando se trata da plantação de Kiri Japonês não é necessário muito mais gastos nos anos seguintes pois a planta se desenvolverá de maneira autônoma sendo necessário apenas observar se tudo está se desenvolvendo como o esperado e controle de pragas Para a previsão do cálculo das receitas com a venda do Kiri Japonês no período de tempo estimado Se estima que o m3 do Kiri Japonês esteja avaliado em R 49 e que neste mesmo prazo o Kiri Japonês esteja com 20m de altura e com 75cm de raio em sua circunferência Com estes dados é factível calcular o valor previsto da receita com a venda do Kiri conforme se descreve na Tabela 3 Tabela 3 Previsão da Receita Bruta com a venda do Kiri Japonês DESCRIÇÃO DESENVOLVIMENTO RESULTADO Fórmula do cilindro Cálculo do volume obtido com cada Kiri Japonês Vun 3141600075 ²20 Vun 035342917m³ Volume total da plantação Vt 035342917m³27200 un 9613273m³ 5 Sem efetivo desembolso de caixa 52 Receita prevista R 499613273m³ 47105037 Fonte Elaborado pelo autor A receita com a plantação de Kiri Japonês vai acontecer apenas no 7º período último ano e tem como base os cálculos realizados na Tabela 4 Tabela 4 Demonstrativo do Fluxo de Caixa Valor Presente e Valor Presente Acumulado ANO FLUXO DE CAIXA VALOR PRESENTE VALOR PRESENTE ACUMULADO 2023 9667120 9667120 9667120 2024 340000 312800 9979920 2025 340000 289000 10268920 2026 340000 268600 10537520 2027 1140000 832200 11369720 2028 340000 231200 11600920 2029 47105037receita prevista 103400 36765037 23161973 11561053 Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 4 organiza um demonstrativo dos fluxos de caixa que tem como base as previsões de custos e receitas das atividades do cultivo O valor presente e o valor presente acumulado demonstra a projeção financeira no que dita a relação de investimento custo x receita demonstrando um caixa positivo no valor de R11561053 ao longo dos 7 anos evidenciando que esse sistema de silvicultura é viável Ressaltando caixa positivo apenas no último ano do projeto Neste sentido a Tabela 5 sintetiza os indicadores do projeto Tabela 5 Resultado dos índices usados para Análise de Viabilidade Econômica DESCRIÇÃO RESULTADO Taxa Mínima de Atratividade TMA 8 Soma dos Valores Presentes 2023 a 2029 23161973 Valor Presente Líquido VPL do Projeto 11561053 53 Taxa Interna de Retorno TIR 13256 Tempo de Payback 7 anos Fonte Elaborado pelo autor A Tabela 5 apresenta os resultados dos índices utilizados para a análise de viabilidade econômicofinanceira A taxa mínima de atratividade utilizada para o projeto foi de 8 a TIR Taxa Interna de Retorno encontrada foi de 1325 assim destacase que Stüpp Heck Junior e Eyerkaufer 2017 ao pesquisar sobre o cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC encontraram a TIR de 1044 ratificando que o investimento no projeto é mais lucrativo do que em um investimento com pouco risco Para análise do tempo de Payback devese levar em conta o tipo de negócio reflorestamento de médio a longo prazo neste sentido o Instituto Brasileiro de Florestas alerta que madeiras levam no mínimo 13 anos para o payback e que no presente caso o diferencial do Kiri Japonês é haver essa antecipação do tempo de corte e consequentemente de payback IBF sd 5 CONCLUSÃO Neste momento é a oportunidade de retornar a pergunta que guiou este trabalho qual seja se existe viabilidade econômica da plantação de Kiri Japonês Paulownia na região do Alto Vale do Itajaí Ao considerarmos o payback importante será levar em conta a possibilidade de intercalar outros cultivos de forma concomitante a este projeto Neste sentido Carvalho 1998 orienta a possibilidade de serem feitas culturas intercalares e fornece sugestões de cultivo de trigo soja e feijão Uma alternativa para incrementar o projeto Por outro lado evidenciase com o presente trabalho que a plantação de Kiri Japonês é bastante promissora sendo que o mercado internacional já está aceitando e aderindo à madeira Pois foi possível observar durante todo o estudo que o plantio e a colheita observam todo um ciclo de protocolos que fazem do produto algo significativo e 6 Calculadora online TIR httpdailycalculatorscomptnode15 Saiba mais Ross 2013 p 297 Como as TIRs são bastante cansativas de calcular à mão usamse comumente calculadoras 54 notável Através do contexto histórico explorado durante esta pesquisa se evidenciou que o cultivo desta espécie pode se beneficiar da extrafiscalidade do Imposto de Renda como um elemento adicional de incentivo para a viabilidade econômicofinanceira para pequenas propriedades Concluise portanto que com um bom manejo e um direcionamento consciente o plantio do kiri revelase muito vantajoso e economicamente viável Como dificilmente se acha em outros negócios ou investimentos a taxa de incremento de capital no kiri é extremamente viável e promete para aqueles que assim o decidirem ficar milionários com mil árvores plantadas como dizia o antigo ditado nipônico Como limitação apresentase que nem todos os instrumentos de análise de investimentos foram utilizados como por exemplo as análises de risco dado em especial que o estudo de caso relata uma situação de um produto novo e que demandará estudos interdisciplinares Administração Agronomia etc para melhor compreensão do fenômeno 55 REFERÊNCIAS BRASIL Lei no 5106 de 2 de Setembro de 1966 Dispõe sobre os incentivos fiscais concedidos a empreendimentos florestais Disponível em httpswww2camaralegbrleginfedlei19601969lei51062setembro1966368482normaatualizadaplh tml Acesso em Jan2023 CARVALHO P E R Espécies introduzidas alternativas às dos gêneros Pinus e Eucalyptus para reflorestamento no CentroSul do Brasil In GALVÃO A P M coord Espécies não tradicionais para plantios com finalidades produtivas e ambientais ColomboPR EmbrapaCNPF p7599 1998 CARVALHO S A A sustentabilidade econômica social ambiental e ecológica do reflorestamento de florestas nativas ou naturais In HAMEL M R Temas contemporâneos do Direito 2018 Campus de Lagoa VermelhaRS recurso eletrônico Porto Alegre RS Editora Fi p 123144 2018 CONSOLMAGNO E Kiri Exigências e técnicas de cultivo Mogi das Cruzes 1972 DESENVOLVIMENTO RURAL Árvore Kiri Japonês a árvore do futuro 23 de Junho de 2016 Disponível em httpsdesenvolvimentoruralcomarvorekirijapones Acesso em Jan2023 ESTADÃO Canal Agro Silvicultura saiba como trabalhar neste setor do agronegócio 19 de janeiro de 2022 Disponível emhttpssummitagroestadaocombrnoticiasdocamposilviculturasaibacomotrabalharnestesetordoag ronegocio Acesso em Janeiro2023 EXAME Agro gera 27 do PIB e é setor seguro e promissor para quem quer investir veja oportunidades 1 de agosto de 2022 Disponível em httpsexamecomagroagrogera27dasriquezasdobrasileesetorseguroepromissorparaquemquerin vestirvejaoportunidades Acesso em Jan2023 FONSECA S M KAGEYAMA P Y Bases genéticas e metodologia para seleção de árvores superiores de Pinus taeda IPEF n17 p3559 1978 GITMAN L J Princípios de administração financeira12a ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2010 56 GONÇALVES F G SEGUNDINHO P G A PAES J B CHAVES I L S MARTINS R S F SANTIAGO S B SOUZA S F SILVA L F OLIVEIRA R G E OLIVEIRA J G L Eficiência da colagem em madeira de kiri japonês Paulownia tomentosa LagesSC Revista de Ciências Agroveterinárias Universidade do Estado de Santa Catarina no 18 v1 2019 KAGEYAMA P Y CASTRO C F A Sucessão secundária estrutura genética e plantações de espécies arbóreas nativas IPEF n4142 p8393 jandez1989 INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES IBÁ Relatório Anual 2020 Disponível em httpsibaorgdatafilespublicacoesrelatoriosrelatorioiba2020pdf Acesso em Nov2021 INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS IBF Reflorestamento Lucrativo como ganhar dinheiro com reflorestamento sd Disponível em httpsmercadoflorestalcombrartigosreflorestamentolucrativocomoganhardinheirocomreflorestamento Acesso em Jan2023 LIMA W P Impacto ambiental do eucalipto 2 ed São Paulo EDUSP 1996 MARCONI M V ORG Administração Financeira e Orçamentária RecifePE Telesapiens 2019 OLIVEIRA M T PAGNUSSAT A Estudo de viabilidade econômicofinanceira do plantio de eucalipto pelo sistema de silvipastoril Estudo de caso no Sítio Santa Luzia em Juína MT RCA Revista Científica da Ajes vol 8 no 17 JulDez 2019 PATRO R Kirijaponês Paulownia tomentosa 2015 Disponível emhttpswwwjardineironetplantaskirijaponespaulowniatomentosahtml Acesso em Jan2023 SANTOS PINTO C R Formigascortadeiras distribuição geográfica no Brasil plantas atacadas e estimadores de densidade Trabalho de Conclusão do Curso em Gestão Ambiental Três RiosRJ UFRRJ 2016 PORTAL DO AGRONEGÓCIO Agro Experience destaca a importância do planejamento financeiro para o produtor rural 27092021 Disponível em httpswwwportaldoagronegociocombrgestaoruralgestaonoticiasagroexperiencedestacaaimportanciadopl anejamentofinanceiroparaoprodutorrural Acesso em Jan2023 57 PUCCINI E C Matemática financeira e análise de investimentos 3a ed rev atual Florianópolis Departamento de Ciências da Administração UFSC Brasília CAPES UAB 2016 ROSS S A Fundamentos de administração financeira recurso eletrônico 9a ed Porto AlegreRS AMGH 2013 STUEPP C A WENDLING I KOEHLER H S ZUFFELLATORIBAS K C Estaquia de árvores adultas de Paulownia fortunei var mikado a partir de brotações epicórmicas de decepa Ciência Florestal Santa Maria v 25 n 3 p 667677 julset 2015 STÜPP D R RECK O L J EYERKAUFER M L Análise da viabilidade econômico financeira do cultivo de Pinus taeda em propriedades rurais do Alto Vale do Itajaí SC XXIV Congresso Brasileiro de Custos Florianópolis SC Brasil 2017 TRINDADE M C M Análise da viabilidade econômicofinanceira para o Atelier Amour Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis 84 p Rio do Sul Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí 2021 YIN R K Estudo de Caso Planejamento e métodos Bookman editora 2015