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Psicologia ·
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de ser ditada pelo ciclo da luz do dia e passa a ser contada hora a hora Durante os séculos XIV e XV novos relógios ainda desprovidos dos ponteiros dos minutos começam a ser instalados não mais nas torres das igrejas mas nas prefeituras municipais e marcando uma verdadeira revolução na percepção do tempo social O tempo de comércio com suas exigências próprias foi aos poucos substituído o tempo da Igreja De lá para cá o tempo humano nunca mais deixaria de ser contado em dinheiro Quatro séculos depois da invenção dos primeiros relógios a Revolução Industrial passaria a regular o tempo em função do trabalho mecânico isto é da produtividade Minutos passaram a fazer diferença no que se refere ao rendimento do tempo do trabalho mecânico como hoje os segundos fazem diferença diante dos instrumentos de trabalho computadorizado e dos relógios de precisão digital que medem a cada instante as associações dos investimentos nas bolsas de valores ao redor do planeta Existe uma relação entre o estado subjetivo que os antigos chamavam de melancolia e a percepção do tempo chama a atenção para a frequência com que encontramos amplificadas entre os instrumentos que cercam os figuras dos melancólicos a partir do Renascimento essa relação se expressa de maneira dramática na lentidão dos depressivos contemporâneos incapazes de atender à urgência das demandas do Outro Tal lentidão que se apresenta tanto aos olhos do sujeito deprimido quanto aos dos psiquiatras como mais uma entre as muitas disfunções características da depressão talvez tenha algo a ensinar ao psicanalista É razoável supor que a temporalidade moderna sacrifica o sujeito aos seus imperativos vale perguntar então de que ordem é a recusa que a depressão impõe a alguns sujeitos desviantes dessa norma contemporânea que insiste em anunciar que o futuro já começou
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de ser ditada pelo ciclo da luz do dia e passa a ser contada hora a hora Durante os séculos XIV e XV novos relógios ainda desprovidos dos ponteiros dos minutos começam a ser instalados não mais nas torres das igrejas mas nas prefeituras municipais e marcando uma verdadeira revolução na percepção do tempo social O tempo de comércio com suas exigências próprias foi aos poucos substituído o tempo da Igreja De lá para cá o tempo humano nunca mais deixaria de ser contado em dinheiro Quatro séculos depois da invenção dos primeiros relógios a Revolução Industrial passaria a regular o tempo em função do trabalho mecânico isto é da produtividade Minutos passaram a fazer diferença no que se refere ao rendimento do tempo do trabalho mecânico como hoje os segundos fazem diferença diante dos instrumentos de trabalho computadorizado e dos relógios de precisão digital que medem a cada instante as associações dos investimentos nas bolsas de valores ao redor do planeta Existe uma relação entre o estado subjetivo que os antigos chamavam de melancolia e a percepção do tempo chama a atenção para a frequência com que encontramos amplificadas entre os instrumentos que cercam os figuras dos melancólicos a partir do Renascimento essa relação se expressa de maneira dramática na lentidão dos depressivos contemporâneos incapazes de atender à urgência das demandas do Outro Tal lentidão que se apresenta tanto aos olhos do sujeito deprimido quanto aos dos psiquiatras como mais uma entre as muitas disfunções características da depressão talvez tenha algo a ensinar ao psicanalista É razoável supor que a temporalidade moderna sacrifica o sujeito aos seus imperativos vale perguntar então de que ordem é a recusa que a depressão impõe a alguns sujeitos desviantes dessa norma contemporânea que insiste em anunciar que o futuro já começou