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Administração ·

Gestão de Produção

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Administração da produção Marcos Alberto de Oliveira ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Dados Internacionais de Catalogação na Publicação CIP Simone M P Vieira CRB 8a4771 Oliveira Marcos Alberto de Administração da produção Marcos Alberto de Oliveira São Paulo Editora Senac São Paulo 2022 Série Universitária Bibliografia eISBN 9788539636167 ePub2022 eISBN 9788539636174 PDF2022 1 Administração da produção 2 Gestão da produção 3 Projeto do produto 4 Planejamento programação e controle da produção PPCP 5 Gestão da qualidade 6 Indústria 40 I Título II Série 221652t CDD 6585 BISAC BUS087000 Índice para catálogo sistemático 1 Administração da produção 6585 2 Gestão da produção 6585 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO Marcos Alberto de Oliveira Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Luís Américo Tousi Botelho GerentePublisher Luís Américo Tousi Botelho Coordenação EditorialProspecção Dolores Crisci Manzano Ricardo Diana Administrativo grupoedsadministrativospsenacbr Comercial comercialeditorasenacspcombr Acompanhamento Pedagógico Otacília da Paz Designer Educacional Hágara Rosa da Cunha Araujo Revisão Técnica Iramaia Pires de Oliveira Luna Preparação e Revisão de Texto Amanda Andrade Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Sidney Foot Gomes Ilustrações Sidney Foot Gomes Imagens Adobe Stock Photos Ebook Rodolfo Santana Proibida a reprodução sem autorização expressa Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio 208 3o andar Centro CEP 01041000 São Paulo SP Caixa Postal 1120 CEP 01032970 São Paulo SP Tel 11 21874450 Fax 11 21874486 Email editoraspsenacbr Home page httpwwwlivrariasenaccombr Editora Senac São Paulo 2022 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sumário Capítulo1 Fontes princípios e conceito da administração da produção 7 1 Histórico 8 2 A função da produção 10 3 O sistema de produção 13 Considerações finais 20 Referências 21 Capítulo 2 Conceitos básicos e estratégias 23 1 Conceitos básicos de produtividade 24 2 Estratégias de operações e competitividade 27 Considerações finais 36 Referências 36 Capítulo 3 Projeto do produto e planejamento de capacidade 37 1 Projeto do produto e do processo 38 2 Planejamento da capacidade 46 Considerações finais 51 Referências 51 Capítulo 4 Instalações 53 1 Localização das instalações 54 2 Arranjo físico das instalações 65 Considerações finais 70 Referências 70 Capítulo 5 Planejamento programação e controle da produção 71 1 Conceitos de planejamento programação e controle da produção 72 2 Cálculo de necessidades sistema MRP 78 3 Kanban e just in time 81 Considerações finais 88 Referências 89 Capítulo 6 Gestão de demanda e estoque 91 1 Demanda 92 2 Estoque 101 Considerações finais 107 Referências 108 Capítulo 7 Gestão da qualidade e sustentabilidade 109 1 Gestão da qualidade 110 2 Gestão da sustentabilidade 120 Considerações finais 125 Referências 126 Capítulo 8 Indústria 40 127 1 Contexto histórico 128 2 Fundamentos e conceitos centrais da Indústria 40 132 3 Gestão e desafios da Indústria 40 136 Considerações finais 142 Referências 143 Sobre o autor 145 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 7 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo1 Fontes princípios e conceito da administração da produção As organizações existem para produzir bens eou serviços dessa forma todas as atividades relacionadas ao ato de produzir devem ser devidamente gerenciadas E a maneira pela qual as organizações produ zem bens e serviços é tratada pela administração da produção Sendo assim esse é um assunto de grande relevância pois remete ao estudo do principal objetivo de uma organização que é produzir produtos eou serviços visando a entregar valor aos seus clientes Assim neste capítulo vamos estudar a evolução histórica o concei to as funções e o sistema de produção utilizado pelas organizações independentemente do segmento de atuação 8 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 1 Histórico Para que possamos compreender o conceito e a aplicação da admi nistração da produção nos dias atuais é importante que façamos uma breve revisão dos principais marcos históricos que impactaram essa área É fato que se analisarmos bem muitas das atividades realizadas atu almente nas organizações ainda possuem traços comuns com a coleta de alimentos do homem préhistórico a caça a agricultura o pastoreio e até com a formação das primeiras cidades há cerca de 6000 anos Entretanto a Revolução Industrial com o uso das primeiras máquinas é considerada um marco histórico importante para a administração da produção MOREIRA 2015 Os sistemas de produção sempre existiram basta observar as pi râmides egípcias o Partenon grego a Grande Muralha da China e os aquedutos e estradas do Império Romano para compreendermos a existência da produção ou de sistemas de produção no cotidiano dos povos da Antiguidade GAITHER FRAZIER 2005 A Primeira Revolução Industrial iniciada por volta do ano de 1760 na Inglaterra envolveu dois elementos principais a substituição da força hu mana e da água pela força mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril ou de produção É fato que a Primeira Revolução Industrial transfor mou o mundo pois impulsionou o que chamamos de produção industrial moderna com a utilização intensiva de máquinas e a criação de fábricas reunindo muitos trabalhadores para produzir GAITHER FRAZIER 2005 MOREIRA 2015 Esse grande número de trabalhadores reunidos em um só local para produzir nas fábricas com máquinas que permitiam a produção em escala impulsionou a organização dos recursos de uma maneira lógica para que pudessem produzir os produtos esperados de forma 9 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo organizada Surgem assim os conceitos de divisão do trabalho e de especialização da mão de obra subdividindo os trabalhos em tarefas menores com trabalhadores especializados para obter o melhor de sempenho possível na realização dessas tarefas GAITHER FRAZIER 2005 MOREIRA 2015 Vale ressaltar que a Revolução Industrial se espalhou da Inglaterra para outros países europeus e para os Estados Unidos inicialmente com a indústria têxtil e posteriormente com o desenvolvimento do mo tor a gasolina e da eletricidade nos anos 1800 Entretanto o período pósguerra civil no início no século XX marcou uma nova era industrial para os Estados Unidos que além do desenvolvimento industrial tam bém produziu grandes ferrovias possibilitando a expansão do capital e o desenvolvimento de novos territórios GAITHER FRAZIER 2005 MOREIRA 2015 A denominada produção em massa que foi e continua sendo a mar ca registrada dos Estados Unidos simbolizando o seu poder industrial tem como marco importante a utilização da linha de montagem de au tomóveis idealizada por Henry Ford com a aplicação dos princípios da administração científica da produção elaborada por Frederick Taylor um engenheiro que criou e implementou princípios para que os siste mas de produção pudessem ser mais eficientes racionalizando e de senvolvendo métodos científicos para a administração da produção nas fábricas americanas GAITHER FRAZIER 2005 O Ford Modelo T projetado por Henry Ford era produzido em uma li nha de montagem que incorporava os principais elementos da adminis tração científica como o desenho do produto padronizado a produção em massa os baixos custos de manufatura as linhas de montagem mecanizadas a especialização da mão de obra e as peças intercambi áveis Sem dúvidas todos esses princípios são utilizados até hoje nos mais diversos sistemas de produção 10 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Não podemos deixar de destacar também que durante a década de 1970 houve um declínio dos Estados Unidos em termos de produtividade industrial e no comércio mundial de manufaturas e o crescimento de al gumas potencias nesses aspectos como Japão mais especificamente com o uso do Sistema Toyota de Produção que se baseia na valorização das pessoas no processo produtivo e na eliminação dos desperdícios PARA SABER MAIS Para saber mais detalhes sobre cada um dos marcos históricos da ad ministração da produção leia o tópico Marcos históricos na APO no capítulo 1 Administração da produção e operações do livro Administra ção da produção e operações GAITHER FRAZIER 2005 p 714 Após esse breve histórico vamos estudar o que é a função produção e qual é o conceito de administração da produção 2 A função da produção Podemos definir a administração da produção como a atividade responsável pelo gerenciamento dos recursos necessários à produ ção e disponibilização de bens e de serviços Em outras palavras é a administração do sistema de produção de uma organização que transforma os insumos nos produtos e serviços de uma organização SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 GAITHER FRAZIER 2005 MOREIRA 2015 IMPORTANTE A função da produção é a parte da organização responsável pela ativida de de produzir bens e serviços SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 11 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sendo assim podemos afirmar que a função produção é central para a organização pois é a responsável pela produção dos bens e serviços ou seja é a responsável pela razão da existência de uma organização é o que produz e entrega valor aos clientes por meio dos bens e serviços oferecidos Um aspecto importante a ser ressaltado é que nem sem pre as empresas adotam essa terminologia ou seja função produção Sendo assim é muito comum a utilização do termo operações para tra tar a produção dos bens e serviços Independente de qual seja a terminologia utilizada pela empresa o importante é compreender a sua importância estratégica para que a organização possa produzir bens e serviços que entreguem algum tipo de valor aos clientes Diante dessa importância e considerando que a administração da produção é um campo funcional de negócios com uma linha clara de responsabilidades administrativas surge a posição do gerente de pro dução ou de operações que é o funcionário da empresa responsável pela administração dos recursos envolvidos na função produção Vale destacar que essa posição pode receber outras denominações como gerente de loja em um supermercado gerente administrativo em um hospital dentre outras SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 A função produção contempla o planejamento a organização a dire ção e o controle das operações produtivas sempre mantendo o devido alinhamento com os objetivos e estratégias da organização Sendo as sim o bom planejamento é a base para que todas as atividades da área de produção estejam alinhadas aos objetivos propostos bem como se jam realizadas no momento certo para que os resultados esperados sejam alcançados Esse planejamento e as tomadas de decisão podem ser classifica dos em três níveis estratégico tático e operacional Vamos entender melhora a abrangência de cada um desses níveis MOREIRA 2015 12 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Nível estratégico o planejamento e as decisões em nível estraté gico envolvem um horizonte de longo prazo e consequentemen te um alto grau de risco e de incerteza Podemos destacar como exemplos a definição de políticas corporativas a escolha de linhas de produtos a escolha de local para novas instalações fábricas armazéns centros de distribuição ou unidades de atendimento e os projetos de novos processos de manufatura dentre outros Nível tático o planejamento e as decisões no nível tático envol vem basicamente a alocação e a utilização dos recursos para a produção são decisões de médio prazo e possuem um grau mo derado de risco Como exemplo podemos destacar o planejamen to agregado de produção que envolve análises e decisões sobre os níveis de produção para atendimento da demanda de um de terminado período bem como as necessidades de materiais de recursos de fábrica e de pessoal para atender a essa produção Nível operacional o planejamento e as decisões no nível operacio nal como o próprio nome diz envolvem as operações produtivas ou seja são decisões de curto prazo e com riscos relativamente menores em comparação com os outros níveis A programação da produção o controle de estoques e a alocação de carga de tra balho aos departamentos produtivos são exemplos que ilustram o planejamento e as decisões que ocorrem no nível operacional IMPORTANTE Para que a área de produção atinja os resultados esperados é funda mental que haja um alinhamento entre os planos e decisões dos níveis estratégico tático e operacional permitindo que as estratégias defini das para a área de produção sejam realizadas com assertividade e prin cipalmente tenham a efetividade desejada 13 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo A atividade de controle é de fundamental importância para a avalia ção de todas as ações desdobradas independente de qual seja o nível do planejamento ou da decisão A seguir vamos estudar o conceito de sistema de produção 3 O sistema de produção Antes de falarmos sobre os sistemas de produção é importante retomarmos o conceito de sistema ou seja um conjunto de elemen tos interrelacionados com um objetivo comum LAUGENI MARTINS 2015 p11 Dentre as maneiras de se abordar a produção podemos destacar a produção tratada como um sistema Sendo assim podemos definir um sistema de produção como o conjunto de atividades e operações interrelacionadas envolvidas na produção de bens eou de serviços MOREIRA 2015 Ou seja todo sistema de produção recebe insumos materiais pessoal capital serviços públicos e informação que são as entradas do sistema e modifica esses insumos utilizando um subsiste ma de transformação para os produtos e serviços desejados denomi nado processo de transformação gerando as saídas que são os bens e serviços produzidos Vale ressaltar a importância da existência de um subsistema de controle que verifique se a qualidade o custo e a quanti dade dos produtos estão de acordo com o que foi especificado SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Entretanto para que se mantenham competitivas as empresas ofe recem aos seus clientes o que se chama de pacote de valor Esse pa cote de valor geralmente inclui parcelas de serviços bem como parce las de bens ou de produtos físicos Dessa forma devese gerenciar não só as operações para a produção de bens ou produtos como também para a produção de serviços 14 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Tradicionalmente os autores e estudiosos sobre o tema tratam de três diferenças principais entre produtos e serviços CORRÊA CORRÊA 2012 Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente os produtos não Os serviços precisam da presença do cliente para serem produzi dos os produtos não Os serviços são intangíveis e os produtos são tangíveis 31 Serviços são produzidos e consumidos simultaneamente os produtos não As implicações de simultaneidade de produçãoconsumo em servi ços destacam que os serviços não são estocáveis enquanto os produ tos o são Essa abordagem traz implicações importantes para a gestão da capacidade e da demanda da produção Por exemplo uma fábrica pode enfrentar problemas com a elevada demanda de um produto sa zonal como os panetones pois precisaria conhecer previamente a de manda para produzir antecipadamente os produtos e atendêla de ma neira efetiva Da mesma forma um hotel pode enfrentar problemas com a elevada demanda de hóspedes em um feriado Note que para cada situação ações deverão ser desdobradas tendo em vista que não im porta muito se o resultado será um produto ou um serviço o importante para a operação será compreender como deverão ser produzidos As empresas oferecem pacotes de valor que são compostos na grande maioria das vezes por produtos e serviços com isso mes mo considerando a diferença em termos de simultaneidade cada vez mais as empresas buscam implementar ações que permitam a entre ga do pacote de valor e não de produtos eou serviços isoladamente aos clientes 15 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 32 Os serviços precisam da presença do cliente para serem produzidos os produtos não A visão tradicional apresentada por diversos autores é que nas ope rações de serviço a presença do cliente se faz necessária enquanto nas operações que produzem bens físicos o cliente não precisa estar presente Entretanto com o aumento substancial de serviços que são prestados de forma remota pela internet por aplicativos por telefone e outros meios a presença do cliente nem sempre é requerida para a prestação de um serviço Isso não significa que o cliente não participa do processo Na verda de o cliente deverá ter algum tipo de interação ou contato com o pres tador de serviço por exemplo vamos pensar no caso de um consu midor que efetua a compra de um livro pelo site de uma livraria Nesse caso o contato do cliente com o prestador de serviço ocorre somente no momento em que ele acessa a página da internet da livraria a partir da compra todo o restante do serviço é realizado sem a presença do cliente IMPORTANTE Vale ressaltar que determinados serviços só podem ser realizados com a presença do cliente como os oferecidos por uma barbearia por exem plo Para que o serviço seja prestado o cliente deve participar de todo o processo de realização ou seja o serviço é realizado no próprio cliente que nesse caso sairá com a barba feita Para produtos físicos a presença do consumidor geralmente não é necessária Por exemplo a produção de uma caneta com certeza não conta com a presença do cliente Entretanto esse cliente teve contato com o serviço de distribuição prestado pela loja ou papelaria em que a caneta foi adquirida por ele Desse modo tanto operações fabris podem 16 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo ter mais ou menos a presença dos consumidores como também as operações de serviço poderão ter diferentes graus de frequência e in tensidade de contato com o cliente de acordo com as características de cada tipo de negócio 33 Os serviços são intangíveis e os produtos são tangíveis Esse aspecto também é apontado como um fator diferenciador en tre as operações fabris e as operações de serviços Há uma linha de raciocínio de que os produtos são tangíveis pois tem existência física e os serviços são intangíveis porém devemos ter muito cuidado ao reali zar essa diferenciação Tomando como exemplo um software ele pode ser listado armazenado corrigido e transportado ou seja parece um serviço pela intangibilidade entretanto considerando outros aspectos ele parece um produto físico afinal é estocável transportável produzido e consumido em momentos diferentes Dessa forma o que interessa para a adequada gestão da operação são as questões da maior ou me nor intangibilidade dos componentes dos pacotes de valor oferecidos ao mercado ou seja seus produtos eou serviços Com isso podemos afirmar que os sistemas de produção devem ser gerenciados de forma a considerar aspectos como a simultaneidade com que as operações acontecem e os produtos e serviços são entregues o grau de contato com o cliente durante a operação e a tangibilidade ou não dos produtos eou serviços que serão oferecidos Até porque o maior desafio para operação está relacionado com a entrega de produtos eou serviços cujo valor seja percebido pelo mercado As estratégias de operações bem como os processos produtivos para a obtenção dos produtos e serviços mudam de uma empresa para outra entretanto é possível estabelecer um sistema genérico de produção 17 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo A figura 1 apresenta um esquema genérico de um sistema de produção Figura 1 Modelo genérico de um sistema de produção Entradas Externas Legaispolíticas Sociais Econômicas Tecnológicas Mercado Concorrência Informação sobre o produto Desejos do cliente Recursos primários Materiais e suprimentos Pessoal Capital e bens de capital Serviços públicos Saídas Saídas diretas Produtos Serviços Saídas indiretas Impostos Remunerações e salários Desenvolvimento tecnológico Impacto ambiental Impacto sobre o empregado Impacto sobre a sociedade Subsistema de controle Informação de feedback Subsistema de transformação Físico manufatura mineração Serviços de locação transportes Serviços de troca vendas no atacado e no varejo Serviços de armazenamento armazéns Outros serviços privados seguros finanças imobiliários de pessoal etc Serviços governamentais municipal estadual federal Fonte adaptado de Gaither e Frazier 2005 p 15 O sistema de produção sofre influências de dentro e de fora da em presa e essas influências podem afetar o seu desempenho Por isso o sistema de controle por meio da informação de feedback representa um aspecto fundamental para que se tenha o devido monitoramento dos três elementos do sistema de produção ou seja das entradas do subsistema de transformação e das saídas Com esse subsistema de controle é possível assegurar que as programações sejam cumpridas que os padrões sejam obedecidos que os recursos estejam sendo usa dos de forma eficaz e que a qualidade desejada para os produtos e ser viços seja obtida MOREIRA 2015 Entretanto avaliando melhor a importância de cada componente de entrada devemos destacar que os insumos externos os insumos de 18 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo mercado e os recursos primários são de fundamental importância para o subsistema de transformação pois são essenciais para nortear as de cisões relacionadas à produção e os recursos primários fundamentais para a obtenção dos produtos e dos serviços GAITHER FRAZIER 2005 Já os produtos diretos dos sistemas de produção podem ser tanto tangíveis como intangíveis Como exemplos de produtos tangíveis que são produzidos diariamente temos os automóveis os notebooks as bicicletas as roupas os sabonetes dentre tantos outros produtos Da mesma forma muitos produtos intangíveis dos sistemas de produção são obtidos diariamente por meio dos diversos tipos de serviços que são prestados sendo assim podemos destacar os serviços de telefo nia de educação de estética de coleta de lixo de assessoria contábil de assistência médica os serviços bancários de segurados de hospe dagem de transporte etc GAITHER FRAZIER 2005 Não podemos deixar de considerar também os produtos indiretos dos sistemas de produção ou seja estamos nos referindo aos impos tos lixo e poluição avanços tecnológicos remunerações e salários e atividades de alcance comunitário Por esses exemplos é fácil perce ber que esses resultados indiretos podem tanto ser motivo de orgulho como de preocupação por isso é muito importante para a organização controlar também essas saídas dos subsistemas de produção para que sejam gerenciados da maneira mais adequada possível Um aspecto primordial a ser considerado é que toda organização tem pelo menos um sistema de produção Sendo assim podemos afir mar que existem diversos tipos de sistemas de produção entretanto devese compreender que a maneira pela qual o sistema de produção se manifesta como parte de uma organização difere consideravelmente de uma empresa para outra No quadro 1 apresentamos as diferenças no sistema de produção entre distintas organizações de diversos segmentos 19 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Quadro 1 Exemplos de sistemas de produção EMPRESA ENTRADAS SUBSISTEMAS DE TRANSFORMAÇÃO SAÍDAS Loja de departamentos Prédio vitrines cartões de compra máquinas produtos em estoque pessoal suprimentos serviços públicos clientes Atrai clientes armazena bens vende produtos Bens comercializados Fábrica de automóveis Peças compradas matéria prima suprimentos pinturas ferramentas equipamentos pessoal prédios serviços públicos Transforma matériaprima em automóveis acabados por meio de operações físicas de fabricação e montagem Automóveis Instituição de ensino Estudantes livros suprimentos pessoal prédios serviços públicos Transmite informações e desenvolve habilidades e conhecimentos Pessoas instruídas Lanchonete fast food Carne pão verduras temperos suprimentos pessoal serviços públicos máquinas caixas de papelão embalagens para transporte guardanapos prédios e clientes Transforma matériasprimas em produtos e pacotes físicos de fast food Clientes satisfeitos e produtos de fast food Departamento de polícia Suprimentos pessoal equipamentos automóveis mobiliário de escritório prédio serviços públicos Prevenção de crimes solução de crimes coleta de informações e prisão de criminosos Níveis de violência aceitáveis e comunidades pacíficas Companhia aérea Aeronave piloto e equipe de bordo equipe de terra passageiros carga suprimentos serviços públicos Realização do checkin dos passageiros transporte dos passageiros e cargas ao destino definido cuidados com os passageiros durante a viagem Passageiros e carga transportados ao destino final definido Fonte adaptado de Gaither Frazier 2005 p 17 e Slack Chambers Johnston 2002 p 13 Observando os exemplos apresentados fica fácil perceber como os sistemas de produção existem de maneiras diferentes em empresas diferentes entretanto é fato que em todas as empresas observamos pelo menos um sistema de produção 20 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Por fim podemos dizer que todas as atividades desenvolvidas por uma empresa para que possa atender aos seus objetivos de curto mé dio e longo prazos se interrelacionam muitas vezes de maneira bastan te complexa ou seja essas atividades visando a transformar insumos como as matériasprimas em produtos acabados eou serviços sem pre consomem recursos entretanto nem sempre agregam um valor ao produto final que seja realmente percebido pelos clientes Dessa forma a gestão eficaz dessas atividades constitui o principal objetivo da ad ministração da produção sempre visando a obter os resultados espera dos pela organização direcionando as ações para que o valor agrega do pelo sistema de produção seja percebido pelos clientes LAUGENI MARTINS 2015 PARA PENSAR Faça uma rápida pesquisa na empresa onde você trabalha e tente desco brir qual ou quais são os sistemas de produção existentes Considerações finais Neste capítulo foi possível compreender a importância da administra ção da produção para que as organizações se mantenham competitivas Afinal se todas as empresas possuem pelo menos um sistema de produção e se esses sistemas de produção são os responsáveis pela realização das atividades que entregam os produtos eou serviços que a empresa oferece ao mercado é fundamental que sejam adotadas es tratégias que permitam a boa gestão da produção Se a administração da produção contribui diretamente para que os produtos eou serviços estejam à disposição dos clientes compete aos gestores desdobrar as ações necessárias para que essa função dentro 21 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo da empresa seja muito bem gerenciada e controlada e os resultados almejados pela organização sejam atingidos Referências CORRÊA Henrique CORRÊA Carlos Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Atlas 2012 GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 LAUGENI Fernando Piero MARTINS Petrônio Garcia Administração da produção 3 ed São Paulo Saraiva 2015 MOREIRA Daniel Augusto Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Pioneira Thomson Learning 2015 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 23 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 2 Conceitos básicos e estratégias Com o objetivo de obter vantagens competitivas as organizações buscam cada vez mais oferecer valor aos clientes otimizando proces sos reduzindo custos e aproveitando da melhor maneira possível todos os recursos disponíveis para a produção de bens eou serviços Dessa forma cada empresa procura adotar as estratégias para a produção que sejam adequadas à sua realidade e que de algum modo possam entregar ao mercado bens eou serviços cujo valor agregado seja percebido pelos clientes Sendo assim neste capítulo vamos estudar o conceito de produtivi dade e sua aplicação na produção bem como as estratégias de produ ção que podem ser adotadas pelas empresas para que se mantenham competitivas no mercado 24 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 1 Conceitos básicos de produtividade Para que as organizações possam se manter competitivas no mer cado é fundamental que suas operações sejam realizadas ao menor custo possível desde que sejam compatíveis com os níveis de qualida de confiabilidade flexibilidade e velocidade esperados pelos seus clien tes SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Nesse cenário é importante que as empresas avaliem a eficiência de suas operações e para essa finalidade é utilizada uma medida de desempenho denominada produtividade É por meio da produtividade que os gestores de produção conseguem avaliar o quão bem estão uti lizando os seus recursos Assim é muito comum encontrar programas voltados à melhoria da produtividade nas empresas até porque avaliar e comparar esse indicador com os de outras empresas concorrentes ou não tornouse uma ação que já faz parte do cotidiano dos gestores de produção Basicamente esse tipo de programa compreende quatro etapas medida avaliação planejamento e melhoria da produtividade LAUGENI MARTINS 2015 Podemos definir produtividade como sendo a quantidade de pro dutos ou serviços produzidos com os recursos utilizados durante um intervalo de tempo GAITHER FRAZIER 2005 p 458 Considerando que essa relação pode ser transformada em uma equação temos Produtividade Quantidade de recursos utilizados Quantidade de produtos ou serviços produzidos Para compreender o conceito de produtividade imagine que no dia de hoje uma fábrica de suco de laranja produziu 16000 litros de suco contando com 20 funcionários que trabalharam em um único turno de 8 25 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo horas Podemos afirmar que no dia de hoje a produtividade da fábrica em relação ao recurso mão de obra foi de 800 litrosfuncionário Produtividade da fábrica em relação à mão de obra funcioná rios litros de suco 20 16 000 800 litrosfuncionário Produtividade da fábrica emrelação à mão de obra 800 litros funcionário Utilizando a equação para o cálculo da produtividade da fábrica em relação ao recurso tempo temos o valor de 2000 litroshora Produtividade da fábrica em relação ao tempo horas litros de suco 8 16 000 2000 litroshora Produtividade da fábrica emrelação ao tempo 2 000 litros hora Podemos afirmar ainda que a produtividade da fábrica foi de 100 li tros por hora para cada funcionário considerando que cada funcionário produz 800 litros por dia e trabalha 8 horas por dia Podemos observar que embora essas sejam informações impor tantes para avaliar a eficiência da utilização dos recursos se empre gadas de maneira isolada elas podem não fazer muito sentido Será que a produtividade por funcionário no dia de hoje foi boa Será que poderia ter sido maior A avaliação dessas medidas fará maior sentido quando comparadas na linha do tempo ou à um parâmetro uma média Assim se o gestor sabe que a produtividade média da fábrica é de 120 litros por hora para cada funcionário e no dia de hoje foi de apenas 100 litros por hora para cada funcionário ele percebe a queda de produtividade e pode avaliar as possíveis causas IMPORTANTE A produtividade deve sempre ser avaliada considerando um período de tempo ou seja um ano um mês um dia ou uma hora Além disso deve sempre ser comparada com outra medida sendo avaliada em um perío do de mesma duração MOREIRA 2015 26 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo É sempre útil medir a produtividade em termos absolutos principal mente quando a intenção da empresa é destacar o rendimento de um insumo em particular entretanto vale ressaltar que muitas vezes ob servar a variação do índice de produtividade ao longo do tempo pode ser uma informação muito importante para que a empresa possa desdobrar as ações necessárias para manter a produtividade MOREIRA 2015 A maneira pela qual a empresa mede ou avalia a sua produtividade pode variar bastante de uma organização para outra pois existem diver sas formas de avaliação da produtividade cada uma com as suas van tagens e desvantagens No entanto é fato que independente de qual seja a forma para a medição eou avaliação da produtividade existe um consenso sobre os benefícios que podem ser obtidos pela empresa quando ela consegue aumentar a sua produtividade dentre eles po demos destacar o aumento no lucro salários maiores para os colabo radores da empresa e preços menores para os produtos eou serviços produzidos além de um impacto positivo no nível de vida da sociedade LAUGENI MARTINS 2015 NA PRÁTICA Se a produtividade de um recurso é a quantidade de produtos ou ser viços produzidos em um intervalo de tempo dividido pela quantidade necessária desse recurso podemos afirmar que a produtividade de cada recurso pode e deve ser medida Sendo assim podemos apresen tar como exemplos de medidas que podem ser utilizadas para avaliar a produtividade em um intervalo de tempo GAITHER FRAZIER 2005 Capital o valor de produtividade pode ser obtido pelo número de produtos produzidos dividido pelo valor do ativo Materiais a produtividade pode ser obtida pelo número de produ tos produzidos dividido pelo dinheiro gasto em materiais Mão de obra direta o valor de produtividade pode ser obtido pelo número de produtos produzidos dividido pelas horas de mão de obra direta 27 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Gastos gerais a produtividade pode ser obtida pelo número de produtos produzidos dividido pelo dinheiro despendido com gastos gerais Já falamos sobre a medida da produtividade da organização agora vamos estudar a medida da produtividade no âmbito nacional A pro dutividade nacional é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o IBGE que periodicamente disponibiliza esses indicadores Dentre os indicadores podemos destacar o Produto Interno Bruto ou PIB soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país estado ou cidade geralmente no período de um ano e esse mesmo indicador dividido pela população do local analisado se torna o chamado PIB per capita indicador da produtividade da mão de obra Os órgãos de classe também divulgam seus indicadores como o produto interno industrial e o produto interno agrícola dentre outros LAUGENI MARTINS 2015 É importante ressaltar que existem fatores que afetam a produtivi dade da mão de obra Dentre eles podemos destacar o desempenho do empregado no trabalho a tecnologia as máquinas as ferramentas os métodos de trabalho que sustentam e auxiliam a atuação dos cola boradores e a qualidade de produto GAITHER FRAZIER 2005 p 461 Agora que já conhecemos o conceito de produtividade vamos estu dar a seguir as estratégias de operações para que a organização seja competitiva 2 Estratégias de operações e competitividade Assim como outras funções da organização a função produção deve primeiro ter clareza sobre o seu papel e sua importância dentro do negócio para que possa estabelecer seus objetivos de desempenho e formular um conjunto de princípios norteadores para a tomada de deci são SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 28 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sabemos que toda empresa tem como sua razão de existência a produção de bens eou serviços que tenham valor agregado ao consu midor Dessa forma o grande desafio e principal objetivo está em obter um diferencial competitivo na fabricação de produtos ou na prestação de serviços LAUGENI MARTINS 2015 O desenvolvimento de uma estratégia de operações deve ser norte ado pela missão corporativa ou seja pelo conjunto de metas de longo prazo da organização o que também inclui o tipo de negócio em que a organização pretende atuar quem são os clientes as convicções bási cas a respeito dos negócios e as metas de sobrevivência crescimento e lucratividade A partir dessa missão são definidas as estratégias de ne gócios para que a missão seja realizada Para tanto devese avaliar as condições comerciais globais para que sejam identificadas as oportu nidades e as ameaças relacionadas ao mercado e à concorrência bem como aos fatores econômicos sociais políticos tecnológicos legais e ambientais GAITHER FRAZIER 2005 Com isso é possível identificar quais são as competências essenciais ou as fraquezas que estão associadas à capacidade da organização em captar ou não o mercado Afinal nenhuma empresa pode simplesmente escolher o mercado em que pretende atuar sem considerar as próprias habilidades para a produção de produtos e serviços que satisfaçam as necessidades do mercado Como exemplos de competências essen ciais podemos destacar tecnologias avançadas de produção força de trabalho capacitada e comprometida com os resultados capacidade de lançar novos produtos eou serviços no mercado em um curto espaço de tempo e força de vendas atuante e comprometida dentre outros GAITHER FRAZIER 2005 SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Assim podemos dizer que o foco de uma estratégia de negócios consistente para a empresa deve buscar maneiras para que suas com petências essenciais sejam capitalizadas além de novas competências 29 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo que possam ser desenvolvidas visando não só a manter o mercado já conquistado como também desenvolver novos mercados o que de mandará a definição de estratégias de operações que sejam efetivas para o negócio Podemos definir estratégia de operações como um plano de ação de longo prazo para a produção de bens eou serviços de uma empresa uti lizando os recursos da melhor maneira possível para que possam apoiar as estratégias de negócios da organização Ela constitui um mapa que contempla tudo que a função produção deverá fazer para que as estra tégias sejam realizadas com a eficiência e a eficácia desejadas CHASE JACOBS AQUILANO 2006 GAITHER FRAZIER 2005 É importante esclarecer uma dúvida que geralmente surge quando se aborda o tema estratégia de operações Geralmente quando trata mos do tema operações ou produção o associamos à produção ou entrega de bens e serviços o que dá uma conotação mais operacio nal que estratégica Pois bem aqui devemos ressaltar que produção ou operações não é sinônimo de operacional ou seja o termo produção ou operações está relacionado com os recursos que criam produtos e serviços Quando se trata do operacional estamos nos referindo às ati vidades diárias e detalhadas Dessa forma podemos examinar tanto os aspectos operacionais como os estratégicos de uma operação SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Para que a definição de uma estratégia de operações seja abrangen te a empresa deve considerar os seguintes aspectos também chama dos de objetivos de desempenho para a definição de objetivos e diretri zes para as operações LAUGENI MARTINS 2015 Custos produzir bens eou serviços ao menor custo possível deve ser um objetivo permanente para qualquer tipo de organização É importante ressaltar que custos menores contribuem para que a empresa comercialize seus bens eou serviços a preços de ven da menores o que contribui diretamente para a competitividade 30 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo tendo em vista que o preço é sempre um fator decisório impor tante para o cliente Qualidade produzir bens eou serviços com qualidade reduz os custos de produção e afeta a satisfação dos clientes o que res salta a importância da qualidade para que se obtenha alguma vantagem competitiva Prazos de entrega é fato que os clientes desejam receber os pro dutos eou serviços sempre com o menor prazo de entrega possí vel sendo assim quanto menor o prazo de entrega maior será a satisfação do consumidor Para a empresa os prazos de entrega menores poderão contribuir para que os estoques intermediários sejam reduzidos ou até eliminados bem como o giro dos estoques será maior impactando diretamente a receita da empresa Flexibilidade a capacidade que a empresa tem para se adaptar rapidamente às mudanças e às tendências do mercado é cha mada de flexibilidade A empresa deve ter agilidade para desen volver seus produtos eou serviços e atender às necessidades dos seus clientes É fato que a flexibilidade pode ser uma fonte de vantagem competitiva para uma empresa uma vez que sen do ágil e flexível ela poderá sair na frente da concorrência Inovação dentre os principais desafios para a área de operações está a capacidade de se antecipar às necessidades de seus clien tes A capacidade de inovar em um curto espaço de tempo pode ser fonte de vantagem competitiva para a empresa Produtividade a dimensão de produtividade deve ser considera da em todas as atividades da empresa para que ela se mante nha competitiva no mercado É importante ressaltar que todas as decisões devem ter uma relação custobenefício favorável pelo menos a médio e longo prazos 31 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Tecnologia considerando que as tecnologias mudam em um curto espaço de tempo a empresa deve ser muito assertiva na escolha daquelas que permitam a produção de bens eou servi ços em um certo período de tempo Essa escolha também deve estar associada à condição assumida pela empresa em relação ao tema ou seja ser uma líder em tecnologia ou uma seguidora E é fato que o uso de tecnologias que facilitem o acesso e o uso dos produtos e serviços por parte dos clientes pode ser fonte de vantagem competitiva A estratégia de operações de uma empresa deve estar alinhada com a estratégia de negócios para que os objetivos sejam atingidos A chave do sucesso para as estratégias de operações está em identificar quais são as escolhas de prioridade competitiva objetivos definidos pela em presa para competir no mercado como custo qualidade velocidade confiabilidade flexibilidade e entender as consequências dessas esco lhas bem como compreender quais são as ameaças e oportunidades oriundas do mercado e os riscos e oportunidades associados à decisão Nesse contexto podemos destacar quatro perspectivas diferentes para a definição de uma estratégia de operação SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Topdown quando a estratégia de produção é um reflexo de cima para baixo do que o grupo ou negócio todo deseja fazer ou seja o que a empresa deseja que as operações façam Bottomup quando a estratégia de produção é uma atividade de baixo para cima em que as melhorias da produção cumula tivamente constroem a estratégia ou seja o que as experiências diárias sugerem que as operações deveriam fazer Requisitos do mercado quando a estratégia de operações envolve a tradução dos requisitos do mercado em decisões de 32 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo produção ou seja o que o posicionamento de mercado requer que as operações façam Recursos de operações quando a estratégia de operações en volve a exploração das capacidades dos recursos da produção em mercados escolhidos pela empresa ou seja o que os recur sos de operações podem fazer Vale ressaltar que essas quatro perspectivas isoladas não fornecem uma visão geral do que seja a estratégia de operações entretanto se analisadas conjuntamente poderão oferecer informações relevantes sobre as pressões em jogo para que a empresa possa definir suas es tratégias de operações PARA SABER MAIS Sobre as quatro perspectivas para a definição das estratégias de produ ção leia o tópico Estratégias de produção no capítulo 3 Estratégias de produção do livro Administração da produção SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 p 61 Após a definição de uma estratégia de operações é importante con siderar os seguintes elementos para que a produção possa realizála o posicionamento do sistema de produção o foco da produção os planos de produtoserviço os planos de processo e tecnologia de produção a alocação de recursos para alternativas estratégicas e os planos para as instalações como a capacidade produtiva a localização e o layout do processo produtivo A seguir vamos entender melhor cada um desses elementos GAITHER FRAZIER 2005 Posicionamento do sistema de produção para que se possa posicionar o sistema de produção devese escolher o design do produto personalizado ou padronizado o tipo de sistema de pro cessamento da produção focalizado no produto ou focalizado no 33 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo processo e o tipo de política de estoques de produtos acabados para cada grupo ou seja produzir para estoque ou sob encomen da considerando a estratégia de negócios Foco da produção uma fábrica que se concentra na produção de uma combinação mix de produtos definidos para um nicho de mercado particular terá um desempenho superior à planta conven cional que tenta uma abordagem mais ampla É fato que além da produtividade obtida pelo uso de equipamentos sistemas de su porte e procedimentos voltados às tarefas para o mix de produtos podese obter custos menores se comparados aos custos de ope ração de uma fábrica convencional sem um foco específico Planos de produtoserviço uma etapa muito importante para a estratégia de negócios de uma empresa são os planos para pro jetar desenvolver e introduzir novos produtos e serviços no mer cado Assim podemos dizer que as estratégias de operações são diretamente afetadas pelos planos de produtoserviços pois nos projetos de produtos todas as suas características deta lhadas são definidas cada característica do produto afeta diretamente a maneira pela qual o produto será produzido e a maneira pela qual um produto é produzido determina qual será o design do sistema de produção ou seja estabelece como deverá ser o sistema de produção para aquele determi nado produto Planos de processo e tecnologia de produção definir como os produtos serão produzidos é fundamental para a escolha da es tratégia de operações Para tanto é fundamental que cada de talhe do processo produtivo e das instalações seja muito bem planejado Como a variedade de tecnologias de produção dispo níveis para criar produtos e serviços é cada vez maior compete a cada empresa estabelecer os próprios processos de produção 34 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo utilizando as tecnologias disponíveis que se adequem melhor às suas necessidades de produção Alocação de recursos para alternativas estratégicas levando em conta que todas as empresas possuem algum tipo de limita ção em relação aos recursos devese considerar que isso exer ce forte impacto sobre os sistemas de produção das empresas Sendo assim os recursos devem ser divididos ou distribuídos entre os produtos as unidades comerciais e os projetos ou opor tunidades de lucro de tal forma que possam maximizar a reali zação dos objetivos das operações Assim as decisões sobre o uso de fundos de capital capacidade produtiva laboratórios de pesquisa trabalhadores máquinas equipamentos matériaspri mas e outros insumos podem ser consideradas como decisões estratégicas para a área de operações de uma empresa Planos para as instalações a capacidade de fornecimento de produção de longo prazo para que uma empresa possa criar pro dutos eou serviços é uma informação primordial para a definição da estratégia de operações Sendo assim toda e qualquer decisão relacionada à aquisição de equipamentos de produção novas ins talações ou fábricas bem como a definição do seu arranjo físico layout são muito importantes para o sucesso das estratégias de operações até porque essas decisões têm efeitos duradouros e portanto estão sujeitas a grandes riscos Se uma decisão ruim for tomada ou se as circunstâncias mudarem após a empresa ter se comprometido com determinada alternativa ela terá de arcar com os resultados dessas decisões durante muitos anos Vale ressaltar que a maior parte dos elementos da estratégia de ope rações podem ser aplicados também nas operações de serviços entre tanto devese considerar algumas particularidades dos serviços são intangíveis não podem ser estocados demandam um maior contato de quem presta ou produz o serviço com o cliente geralmente possuem um tempo menor para a realização da operação dependem muito da 35 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo mão de obra e como principal desafio a qualidade de serviço é determi nada pelo cliente de maneira subjetiva Dessa forma as principais prioridades competitivas para os servi ços são baixos custos de produção entregas rápidas e no tempo certo produtosserviços de alta qualidade e serviço ao cliente demonstrando capacidade para quando necessário mudar rapidamente a operação sempre visando atender às necessidades dos consumidores GAITHER FRAZIER 2005 Com isso as estratégias de posicionamento para os serviços devem considerar qual é o tipo de design de serviço levando em conta as di mensões envolvidas ou seja serviço padrão ou personalizado grau de contato com o cliente e combinação de bens físicos e serviços intan gíveis Também devese considerar o tipo de processo de produção do serviço ou seja a chamada quasemanufatura em que o cliente é um participante como em uma lanchonete de fast food ou em que o con sumidor é o produto quando o cliente vai a uma salão de beleza para cortar o seu cabelo por exemplo Enfim podemos concluir destacando que a formação de estratégias de operações deve ser um desdobramento da estratégia de negócios da empresa focada nos sistemas de produção Independentemente se a empresa oferece ao mercado produtos eou serviços o alinhamento entre todos os níveis da organização será primordial para que as estra tégias de operações adotadas contribuam para a obtenção de algum tipo de vantagem competitiva PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente identificar as estratégias de operações adotadas por ela 36 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Considerações finais Como estudamos neste capítulo o conceito de produtividade é ampla mente utilizado pelas empresas para avaliar o seu próprio desempenho em relação aos concorrentes e assim desdobrar as ações necessárias para obter algum tipo de vantagem competitiva Para tanto a escolha e implementação de estratégias de operações adequadas e consistentes poderá fazer toda a diferença para que uma empresa possa se diferenciar no mercado No entanto essa não é uma atividade simples pois requer conhecimento recursos e acima de tudo muita capacidade dos gestores da empresa para adotar as ações que apresentem maior efetividade diante de cada contexto enfrentado pela organização Referências CHASE Richard B JACOBS F Robert AQUILANO Nicholas J Administração da produção e operações para vantagens competitivas 11 ed São Paulo McGrawHill 2006 GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 LAUGENI Fernando Piero MARTINS Petrônio Garcia Administração da produção 3 ed São Paulo Saraiva 2015 MOREIRA Daniel Augusto Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Pioneira Thomson Learning 2015 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 37 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 3 Projeto do produto e planejamento de capacidade Ao longo dos anos houve uma grande evolução nos conceitos téc nicas e ferramentas para a administração da produção Novas tecnolo gias novos procedimentos enfim todo um conhecimento aplicado para que as organizações possam produzir com a efetividade desejada e assim obter algum tipo de vantagem competitiva Entretanto para fazer bom uso de todas essas informações e co nhecimentos é fundamental responder a algumas questões básicas como qual produto será produzido que tipo de processo produtivo é o mais adequado e qual será a capacidade produtiva desse sistema de produção 38 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sem essas informações é praticamente impossível tomar as deci sões mais adequadas para a administração da produção de uma em presa Sendo assim neste capítulo vamos estudar os fundamentos para a realização do projeto do produto e para a definição do processo produtivo bem como a realização do planejamento de capacidade 1 Projeto do produto e do processo As definições de projeto do produto e do processo que será utiliza do para a sua produção são elementos fundamentais para delinear a estratégia de operações Sem essas informações é impossível adotar o sistema de produção mais adequado sem contar que produtos e serviços são a primeira coisa que os clientes veem em uma empresa e por isso devem causar impacto Um projeto de produto bem elaborado além de satisfazer os consu midores deve comunicar o seu propósito ao mercado para que a em presa obtenha retorno financeiro Dessa forma independentemente de ser tangível ou intangível a empresa poderá oferecer ao mercado pro dutos e serviços que satisfaçam às necessidades e expectativas atuais eou futuras de seus clientes SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 IMPORTANTE O projeto só trará benefícios completos se um produto por melhor pro jetado que seja puder ser produzido com altos padrões e se um serviço puder ser implementado SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Vale ressaltar que se por um lado os produtos são tangíveis e físi cos resultado de um processo de manufatura com máquinas e pesso as em uma indústria por outro os serviços também são prestados por ações e realizados por pessoas ou por máquinas Ou seja existe uma 39 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo dependência muito grande das pessoas que realizam as atividades mesmo havendo a utilização de meios físicos os quais não devem ser confundidos com o serviço em si Por exemplo na manufatura a indús tria automobilística produz automóveis nos serviços um laboratório clínico submete o paciente a exames em que o atendente pode utilizar máquinas entretanto são as informações geradas ou seja o resulta do do exame e o atendimento pessoal durante a realização do exame que contarão como o serviço prestado ao paciente MOREIRA 2015 Quando uma empresa decide desenvolver um novo produto eou serviço ela deve adotar um processo que representa uma sequência básica de etapas ou atividades que deverão ser realizadas de tal forma que a empresa possa idealizar projetar e lançar o produto no mercado Vale ressaltar que cada empresa adota o seu próprio processo para o desenvolvimento de um produto e pode utilizar mais de um tipo de pro cesso para isso de acordo com o tipo de produto a ser desenvolvido Entretanto para que possamos compreender melhor quais são as ativi dades ou etapas a serem realizadas é fundamental conhecer qual seria o processo genérico para o desenvolvimento de um produto Esse pro cesso de desenvolvimento genérico pode ser dividido em seis etapas CHASE JACOBS AQUILANO 2006 Etapa 0 Planejamento essa é a etapa que antecede a aprova ção do projeto e o início do processo de desenvolvimento do pro duto propriamente dito Na verdade essa etapa tem início na es tratégia corporativa adotada pela empresa e inclui as tecnologias a serem utilizadas bem como os objetivos de mercado Sendo assim o resultado dessa etapa geralmente inclui a declaração da missão do projeto ou seja qual será o mercado que se pretende atingir com o produto do projeto as metas para a empresa as premissas a serem assumidas e as limitações ou restrições para o desenvolvimento 40 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Etapa 1 Desenvolvimento de conceito antes de descrevermos as atividades realizadas nessa etapa é importante compreender a definição de conceito Um conceito pode ser definido como a descrição da forma da função e das características de um pro duto Geralmente o conceito é acompanhado por um conjunto de especificações uma análise de produtos competitivos e uma justificativa econômica do projeto Sendo assim nessa fase a empresa deve identificar quais são as necessidades do mercado alvo para que possa gerar e avaliar conceitos de produtos alter nativos e assim escolher um ou mais conceitos de produto para realizar o desenvolvimento Etapa 2 Projeto no nível do sistema essa é uma etapa mui to importante para o desenvolvimento do produto pois define a arquitetura do produto e sua decomposição em subsistemas e componentes ou seja fornece um esquema da montagem final do produto para o sistema de produção Dessa forma nessa fase temos como resultado um layout geométrico do produto uma es pecificação funcional de cada um dos subsistemas do produto e um fluxograma preliminar do processo para a montagem final Etapa 3 Detalhamento do projeto como o próprio nome diz nessa etapa detalhase a especificação completa da geometria dos materiais e das tolerâncias de todas as peças exclusivas do produto além da definição de todas as peças padronizadas que serão adquiridas de fornecedores Também se estabelece um plano de processo bem como o maquinário que deverá ser utili zado para a produção de cada peça Sendo assim temos como resultado dessa etapa os desenhos ou arquivos digitais desses desenhos que descrevem a geometria de cada peça e o maqui nário que deverá ser utilizado para a sua fabricação Além disso temos também todas as especificações das peças que deverão ser adquiridas junto a fornecedores e os planos de processo tan to para a fabricação como para a montagem do produto 41 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Etapa 4 Teste e refinamento nessa etapa temos a construção e avaliação de diversas versões preliminares do produto para se rem testados Desse modo protótipos iniciais são construídos a partir de peças com a mesma geometria e propriedades de mate rial que a versão final do produto entretanto nem sempre são fa bricados utilizando o processo que será utilizado na produção A ideia de se elaborar os protótipos para testes tem como objetivo determinar se o produto funcionará da maneira como foi projeta do e se satisfaz às necessidades do consumidor Etapa 5 Produção rampup produção piloto nessa etapa é realizada a produção do produto utilizando o sistema de produ ção pretendido Dessa forma podese treinar a força de trabalho a solucionar quaisquer problemas remanescentes nos proces sos produtivos Em algumas situações os produtos fabricados durante a produção piloto são fornecidos a clientes preferen ciais para que possam identificar e avaliar quaisquer falhas re manescentes A transição da produção piloto para a produção contínua é geralmente gradual até o momento do lançamento para a distribuição geral PARA SABER MAIS Para saber mais sobre como elaborar um projeto de produto leia o capí tulo 3 Administração de projetos do livro Administração de produção e operações KARJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 p 5884 Outra questão importante a ser considerada é a definição do tipo de design de produto ou seja se personalizado ou padrão Os produtos personalizados são aqueles que são projetados de maneira customi zada de acordo com as necessidades de determinados clientes Com isso muitos produtos diferentes são desenvolvidos por exemplo a 42 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo produção de uma prótese para um paciente Já no caso dos produtos padronizados são desenvolvidos apenas alguns modelos que são fa bricados continuamente ou em lotes muito grandes a produção de ventiladores é um exemplo GAITHER FRAIZER 2005 Definidas quais serão as características do produto e seguindo as etapas para o desenvolvimento dele devemos caracterizar o processo produtivo Esse processo pode ser make to stock produção para esto que ou make to order produção para encomenda assembly to order montar sob encomenda e engineering to order engenharia sob enco menda Vamos entender a diferença entre esses conceitos CHASE JACOBS AQUILANO 2006 GAITHER FRAIZER 2005 Make to stock produção para estoque ocorre quando os pro dutos são fabricados antecipadamente e colocados em estoque Esse tipo de processo é facilmente observado por exemplo em cervejarias que produzem a cerveja em grandes lotes para co mercialização posterior Make to order produção para encomenda ocorre quando a pro dução de um item só realizada a partir do momento em que se recebe o pedido do cliente Os restaurantes a la carte ilustram bem o que significa produzir a partir do recebimento do pedido pois os pratos só serão produzidos a partir do momento em que o consumidor realiza o pedido com o garçom Assembly to order montar sob encomenda é um método para produzir uma grande variedade de produtos com relativamente poucas montagens e poucos componentes assim que os pedidos dos clientes são recebidos Um exemplo do cotidiano que ilustra esse tipo de estratégia são as pizzarias os itens componentes da pizza já estão preparados e aguardando somente os pedidos dos clientes para a montagem das pizzas 43 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Engineering to order engenharia sob encomenda é utilizada quando as atividades de engenharia ou de design precisam ser adi cionadas ao tempo de entrega do produto Tão logo chega o pedido de um cliente tanto os requisitos com as especificações do projeto são conhecidos em detalhes e isso demanda uma boa análise do projeto para garantir a entrega de um produto exclusivo e inten samente personalizado para as necessidades específicas de cada cliente Um exemplo do cotidiano podem ser os projetos de vesti dos exclusivos para festas em que a personalização naturalmente demanda um período de tempo exclusivo para a criação e design do modelo a ser produzido Outra forma de classificar os processos é utilizando a relação entre o volume a ser produzido e a variedade de produtos Essa classificação auxilia na abordagem para gerenciar as atividades tanto para a manu fatura como para os serviços A seguir vamos estudar quais são os tipos de processos segundo essa classificação SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 MOREIRA 2015 Processo de projeto são processos que produzem itens únicos muito customizados e com especificações predefinidas Não existem dois produtos exatamente iguais nessas condições pelo menos do ponto de vista teórico já que os produtos são basica mente exclusivos tendo em vista o elevado grau de customiza ção Geralmente o período de tempo para fazer o produto ou ser viço é relativamente longo sendo que são características desse tipo de processo de produção o baixo volume e a alta variedade de produtos Como exemplos podemos destacar a construção de navios a produção de filmes a instalação de sistemas de com putadores de uma empresa e a maioria das atividades de uma empresa de construção Processos de jobbing são processos que também lidam com uma variedade muito alta e baixos volumes Porém enquanto na produção por projeto os recursos dedicados ao produto são 44 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo praticamente exclusivos no processo de jobbing os recursos de dicados para a produção de um item podem ser compartilhados para a produção de outros produtos Como exemplos temos as ferramentarias as restaurações de móveis os alfaiates que tra balham por encomenda e as gráficas que produzem lotes exclusi vos e que trabalham somente por encomenda Processos em lotes ou em bateladas os processos em lotes se diferem dos processos de jobbing pois não tem o mesmo grau de variedade A produção de um item é feita em lotes com isso ha verá períodos em que a operação estará repetindo a produção do lote Os tamanhos dos lotes variam de acordo com as caracterís ticas do produto e com a demanda o que permite à empresa uma gama mais ampla de níveis de volume e variedade de produtos a serem fabricados Como exemplo podemos destacar a produ ção de lotes de produtos farmacêuticos como medicamentos a produção de laticínios a manufatura das peças utilizadas para a montagem de automóveis dentre outros Processo de produção em massa são processos que produ zem os bens em elevados volumes porém com baixa variedade considerando os aspectos fundamentais do projeto do produto É fácil identificar exemplos desse tipo de processo no cotidiano das pessoas como os automóveis produzidos pela indústria au tomobilística nas linhas de montagem os eletrodomésticos e os aparelhos celulares dentre outros Processos contínuos são processos que podem ser caracteriza dos como um nível acima dos processos de produção em mas sa pelo fato de operarem em volumes ainda maiores e em geral terem uma variedade muito baixa Eles possuem uma particula ridade importante pois utilizam processos de produção contínu os o que caracteriza os produtos como inseparáveis por serem produzidos em fluxo contínuo e ininterrupto Os processos con tínuos geralmente utilizam muita tecnologia na produção o que 45 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo contribui diretamente para o aumento da produtividade entretan to geralmente são bem inflexíveis São exemplos desse tipo de processo as fábricas de papel as refinarias de petróleo e as cen trais elétricas dentre outros Até aqui apresentamos os tipos de processos para a obtenção de produtos no entanto é importante destacar que também existe uma classificação similar para a produção de serviços que podem ser sepa rados em serviços profissionais loja de serviços e serviços de massa A seguir vamos entender melhor a distinção entre esses tipos SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Serviços profissionais podem ser definidos como processos de prestação de serviços em que existe um elevado grau de contato com o cliente que despende um tempo considerável no processo São serviços que demandam um alto nível de custo mização fazendo com que a pessoa que presta o serviço tenha que se adaptar às necessidades individuais de cada consumidor Podemos dizer que são serviços baseados em pessoas pois de pendem muito de quem presta o serviço para que a entrega seja adequada às necessidades de cada cliente ou seja depende mui to da linha de frente que está em contato direto com esse cliente Como exemplos podemos destacar as consultorias de gestão os advogados os arquitetos os cirurgiões e os auditores dentre outros Loja de serviços podemos caracterizar esse processo de pres tação de serviço como intermediário entre o serviço profissional e o serviço de massa Sendo assim os níveis de contato com o cliente a customização do atendimento os volumes de clientes atendidos e a liberdade de decisão do pessoal do atendimento ficam dentro desse intervalo ou seja o serviço é proporcionado por meio de combinações de atividades tanto da linha de fren te como da retaguarda Como exemplos podemos destacar os 46 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo bancos as escolas os restaurantes os hotéis e os agentes de viagens dentre outros Serviços de massa como o próprio nome já diz são processos de prestação de serviços para o atendimento de muitas transa ções de clientes envolvendo um tempo de contato limitado e baixa customização Como exemplos desse tipo de processo po demos destacar os supermercados os aeroportos as estradas de ferro o metrô os serviços de telecomunicações as emissoras de televisão o serviço de polícia e o atendimento em um serviço público dentre outros Um aspecto primordial a ser ressaltado é que embora tenhamos uma maneira para realizar a classificação dos tipos de processos que auxilia na distinção entre os diferentes tipos na prática não existe uma fronteira clara entre esses tipos de processos pois em muitas situa ções observase inclusive a utilização de mais de um tipo de processo para a obtenção de um produto Por exemplo a montadora produz automóveis utilizando um processo de produção em massa e usando peças e itens componentes que foram produzidos em um processo de produção em lotes Da mesma forma nos serviços se tomarmos como exemplo uma loja que vende exclusivamente aparelhos celula res ela possui um processo que pode ser classificado como loja de serviços entretanto se essa mesma loja possui consultores para a orientação aos clientes sobre as características dos produtos e tam bém oferece o serviço de assistência técnica aos clientes podemos caracterizar essas atividades como as de um serviço profissional 2 Planejamento da capacidade Dentre as responsabilidades da administração da produção deve mos destacar o planejamento da capacidade produtiva para atender à demanda atual e futura Buscar o equilíbrio entre a sua capacidade de 47 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo produção e a demanda de seus clientes é um fator primordial e pode ser uma fonte de vantagem competitiva para a empresa A definição de capacidade de maneira bem objetiva pode ser o volume fixo de um reator de 1000 litros por exemplo ou o espaço em um estacionamento com 500 vagas Entretanto muito embora essas medidas de capacidade descrevam a escala dessas operações não refletem a sua capacidade de processamento SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 NA PRÁTICA Para que tenhamos a informação sobre a capacidade de processamen to devemos incorporar a dimensão de tempo adequada para o uso dos ativos da operação Por exemplo SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Uma indústria farmacêutica tratará do nível de produção que pode ser conseguido usando os reatores de 1000 litros Se a cada hora pode ser produzida uma batelada de produtospadrão a capacidade de pro cessamento planejada por ser equivalente a 24000 litros por dia Se a reação demorar quatro horas e forem necessárias duas horas para limpeza entre bateladas o reator somente poderá produzir 4000 litros por dia Seguindo a mesma linha de raciocínio o estacionamento pode estar totalmente ocupado durante todo o dia processando somente 500 carros por dia Alternativamente pode ser usado por pessoas que utilizam o estacionamento somente por uma hora durante o dia e por pessoas que o utilizam durante três horas à noite Sendo assim a capa cidade de processamento seria de até 5000 carros por dia Dessa forma podemos definir a capacidade de uma operação como o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de ope ração ou seja é a cadência máxima de produção SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 GAITHER FRAIZER 2005 48 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Vale destacar que existem diversos fatores subjacentes ao conceito de capacidade que tornam o uso e o entendimento desse conceito um tanto complexos Sendo assim aspectos como as variações diárias as ausências e as férias de funcionários a quebra de equipamentos e os atrasos na entrega de materiais e insumos para a produção contribuem para aumentar a incerteza sobre a capacidade de produção de uma operação GAITHER FRAIZER 2005 Outra questão importante a ser tratada é a chamada restrição de capacidade muitas organizações operam abaixo de sua capacidade máxima de processamento e isso ocorre porque nem sempre a deman da existente é suficiente para utilizar completamente a capacidade de todas as partes de sua operação Entretanto também pode ocorrer o oposto ou seja a organização se depara com algumas partes da sua operação trabalhando em sua capacidade máxima que pode ser cha mada de restrição de capacidade para toda a operação Por exemplo um supermercado possui 20 caixas porém diariamente utiliza somen te 10 caixas Nos períodos próximos às festas de final de ano a deman da aumenta e o supermercado passa a utilizar todos os 20 caixas e fica restrito à essa possibilidade tendo em vista que esse é o limite máximo de sua capacidade SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Existem formas diferentes para se medir a capacidade para as em presas que produzem somente um produto ou alguns produtos homo gêneos geralmente a capacidade de produção é medida de maneira direta ou seja unidades produzidas por unidade de tempo Por exem plo automóveis por mês toneladas de papel por dia barris de petróleo por mês Entretanto quando uma combinação consistente de produtos como shampoos sabonetes e cremes para o cabelo são produzidas em uma instalação essa diversidade de produtos pode se constituir em um problema na capacidade de medição Sendo assim para esses ca sos adotase uma unidade agregada de capacidade que permite que os índices de produção dos vários produtos sejam convertidos para uma unidade comum de medição da produção Toneladas por hora e 49 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo faturamento de vendas por mês são algumas das medidas agregadas de capacidade entre produtos diversos que geralmente são utilizadas pelas empresas GAITHER FRAIZER 2005 No planejamento da capacidade para serviços é muito difícil realizar medições da produção por isso utilizase as chamadas medidas de ca pacidade de entrada Como exemplos desse tipo de aplicação podemos destacar a quantidade de leitos disponíveis por mês nos hospitais ou as milhagens por assentos disponíveis por mês nas companhias aéreas ou ainda a horas de mão de obra por mês nas empresas de consultoria den tre outros Considerando a importância das decisões a serem tomadas em rela ção ao planejamento e controle da capacidade de produção vale destacar que a cada nova decisão em termos de planejamento da política de ca pacidade outros aspectos de desempenho da empresa serão afetados Dentre eles podemos destacar SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Custos o equilíbrio entre capacidade e demanda afeta os custos ou seja se existem níveis de capacidade excedentes à demanda isso pode significar subutilização de capacidade e portanto alto custo unitário Receitas o equilíbrio entre capacidade e demanda também afe ta as receitas porém de maneira oposta ao que ocorre com os custos Sendo assim níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda em qualquer momento assegurarão que toda a deman da possa ser atendida e que assim não haja perda de receitas Capital de giro esse pode ser afetado se a empresa decidir pro duzir um estoque de bens acabados sem que haja demanda Isso pode permitir atender à demanda quando ela surgir no entanto a empresa precisará financiar o estoque até que ele seja vendido 50 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Qualidade dos bens e serviços o planejamento da capacidade pode afetar a qualidade dos bens e serviços pela contratação de mão de obra temporária por exemplo Isso pode acontecer em decorrência da falta de experiência dos novos funcionários e da interrupção do trabalho rotineiro da operação o que pode aumen tar a incidência de erros Velocidade de resposta à demanda a velocidade de resposta pode ser melhorada se a empresa decidir aumentar os estoques facilitando o atendimento imediato aos clientes em vez de espe rar pela produção Outra alternativa pode ser a provisão delibera da de capacidade excedente para eliminar as filas no atendimen to dos caixas de um supermercado por exemplo Confiabilidade do fornecimento o grau de proximidade entre os níveis de demanda e os níveis de capacidade máxima da opera ção afeta a confiabilidade do fornecimento Sendo assim a con fiabilidade do fornecimento de serviços e produtos será menor quanto mais próxima da capacidade total estiver a demanda pois a operação não conseguirá lidar muito bem com as interrupções na operação Flexibilidade a capacidade excedente afeta de maneira positiva a flexibilidade de volume Se a demanda e a capacidade estiverem em equilíbrio a operação não será capaz de responder a quais quer aumentos inesperados de demanda Por fim as decisões relacionadas ao planejamento e controle da ca pacidade podem ser tratadas como um desafio constante para que as operações possam atender aos seus clientes e assim tenham a efetivi dade desejada Dessa forma compete aos gestores de produção medir a demanda e a capacidade agregadas além de identificar e implemen tar as políticas alternativas de capacidade que sejam mais adequadas a cada situação para que a organização possa se manter competitiva no mercado 51 Fontes princípios e conceito da administração da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente identificar qual o tipo de processo de produção e de que maneira se controla a capacidade de produção Considerações finais Neste capítulo tivemos a oportunidade de estudar como a organiza ção deve realizar o projeto de seus produtos bens eou serviços para oferecêlos ao mercado Para tanto estudamos as etapas genéricas de desenvolvimento de um produto Também estudamos os tipos de pro cessos para a produção de bens e de serviços considerando as estraté gias de produção para estoque ou produção sob encomenda Dentre os tipos de produção de bens podemos destacar o processo por projeto jobbing intermitente em massa e contínuo Para a produ ção de serviços temos os serviços profissionais as lojas de serviços e os serviços de massa Vale destacar que em muitas situações as em presas utilizam mais de um tipo de processo para a produção de seus bens e serviços Por fim estudamos o conceito de capacidade e a necessidade de uma avaliação constante da demanda para que a empresa consiga atender aos seus pedidos com a efetividade desejada Compete aos gestores de produção fazer bom uso de todos esses conceitos para que sejam assertivos em suas decisões nos sistemas de produção Referências CHASE Richard B JACOBS F Robert AQUILANO Nicholas J Administração da produção e operações para vantagens competitivas 11 ed São Paulo McGrawHill 2006 52 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 KRAJEWSKI Lee RITZMAN Larry MALHOTRA Manoj Administração de produção e operações 8 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 MOREIRA Daniel Augusto Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Pioneira Thomson Learning 2015 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 53 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 4 Instalações A definição da localização das instalações de uma empresa deve ser tratada de maneira estratégica Afinal para que uma empresa pos sa atender às demandas do mercado é fundamental que possua suas instalações em um local que permita a fácil disponibilização dos seus produtos e serviços além de estar próxima a seus fornecedores Esses são apenas alguns dos aspectos a serem considerados para a definição da localização das instalações Definida a localização das instalações outra questão importante a ser considerada é a definição do arranjo físico dessas instalações que deverá considerar os produtos e serviços que serão produzidos o tipo de processo utilizado as questões relacionadas à movimentação 54 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo interna de materiais e de pessoas dentro da empresa enfim vários as pectos devem ser considerados para que a decisão sobre o arranjo físi co seja a mais adequada para a instalação Dessa forma considerando as perspectivas apresentadas neste ca pítulo vamos estudar os aspectos gerais das instalações relacionados à localização e ao arranjo físico para que a empresa possa produzir seus produtos e serviços 1 Localização das instalações Antes de falarmos sobre a localização é importante definirmos o que é uma instalação A instalação pode ser definida como o espaço que será utilizado pela empresa para produzir fábricas ou operações industriais para armazenar os seus produtos depósitos armazéns ou fazer a distribuição centros de distribuição dentre outros Podemos definir a localização das instalações como um processo que determina os locais geográficos para as operações de uma em presa A escolha de localização é de grande relevância pois pode im pactar inclusive a cadeia de valor da empresa KRAJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 IMPORTANTE Note como essa decisão é estratégica pois a escolha de um local dis tante de seus fornecedores pode gerar custos elevados de transporte e da mesma forma pode dificultar a distribuição dos seus produtos aos clientes Quando se realiza um estudo para a definição da localização de uma instalação nada pode ser negligenciado às vezes detalhes aces so a rodovias disponibilidade de mão de obra local proximidade dos 55 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo fornecedores dentre outros que não foram considerados poderão tra zer desvantagens para a organização Devese estar atento não só aos aspectos positivos como também aos aspectos negativos relacionados à escolha de uma determinada localização Lembrando que cada em presa tem as suas particularidades e portanto o problema de localiza ção é específico para cada organização MOREIRA 2015 O problema da localização das instalações é enfrentado tanto por empresas novas quanto por empresas já existentes e sua solução é fundamental para o sucesso dos negócios tendo em vista que a locali zação é um elemento muito importante para o projeto de uma cadeia de suprimentos da empresa JACOBS CHASE 2012 Independente do tempo de existência de uma empresa a definição da localização pode sim ser uma questão a ser resolvida Muitas vezes apesar da empresa ter interesse em se instalar em uma determinada lo calidade nem sempre haverá espaço disponível ou seja um terreno que possa ser adquirido para a construção de uma fábrica ou um galpão dis ponível para aluguel Sem contar que uma empresa pode decidir mudar suas instalações para uma outra localidade pois o espaço é maior e a empresa que ampliar a sua área de produção por exemplo Entretanto esse tipo de mudança pode impactar não só o atendimento aos seus clientes como também o abastecimento por parte dos fornecedores IMPORTANTE Os custos de mudança das instalações de uma empresa de um local para outro podem ser muito elevados assim como o risco de criar in convenientes para os clientes Por isso devese realizar um estudo da localização das instalações para evitar que sejam realizadas mudanças frequentes SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 56 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sendo assim essa decisão não pode ser tomada de maneira apres sada muito pelo contrário e pode envolver longos e custosos estudos de localizações alternativas antes que o local definitivo seja escolhido Vale ressaltar que quando são realizados os estudos podese iden tificar mais de uma localização possível para a organização e dessa forma deverá ser realizada uma análise detalhada sobre as potenciali dades e as fragilidades de cada localização para que a melhor decisão seja tomada GAITHER FRAZIER 2005 Para a realização de uma análise adequada é fundamental que se jam considerados tanto os fatores objetivos como os fatores subjetivos Dentre os fatores objetivos ou quantificáveis podemos destacar os cus tos pessoal terreno construção equipamentos transportes água luz gás taxas impostos as distâncias os volumes ou seja todos os fa tores que podem ser avaliados objetivamente Já os fatores subjetivos ou não quantificáveis são aqueles para os quais as medidas não são possíveis e desse modo são avaliados qualitativamente por meio de uma nota relativa São fatores subjetivos a atitude do pessoal dos sin dicatos e da comunidade as restrições ambientais e governamentais e a qualidade de vida dentre outros LAUGENI MARTINS 2015 Existem muitos fatores que poderão afetar a decisão de localização das instalações ou seja a pessoa responsável deve considerar qual é a natureza do negócio em que a operação atua para definir quais fato res são determinantes Por exemplo se a empresa possui uma opera ção na qual predominam produtos físicos estocáveis peças caixas de papelão dentre outros deverá considerar essa informação para esco lher um local que tenha espaço não só para instalar suas maquinas e equipamentos como também para armazenar suas matériasprimas e insumos bem como os produtos acabados Se a empresa realizar uma operação que tem como resultado final somente serviços que não são estocáveis serviços de atendimento consultoria dentre outros o foco para a tomada de decisão será totalmente diferente 57 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo NA PRÁTICA Segundo Corrêa e Corrêa 2012 em empresas de manufatura a defi nição da localização afeta tanto os custos diretos quanto o custo de transporte das matériasprimas e componentes para a operação e dos produtos acabados da operação para os clientes o custo da mão de obra diferentes locais têm diferentes níveis salariais e até legislações diferentes no que diz respeito a custos indiretos o custo e a dispo nibilidade de insumos por exemplo em uma empresa fabricante de alumínio que utiliza enormes quantidades de energia para em todas as etapas de beneficiamento até a obtenção do alumínio água e outros Em operações de serviços a localização pode afetar a conveniência do cliente o volume de tráfego resultante em torno da operação a visibili dade da operação entre outras coisas Por exemplo a localização de um salão de beleza deve considerar o fluxo de clientes e a acessibilida de dos clientes ao salão por isso deve escolher uma localização que permita fácil acesso se possível com estacionamento até porque esse é um fator muito importante para a conveniência do cliente CORRÊA CORRÊA 2012 Dentre os fatores que afetam as decisões quanto à localização podemos destacar JACOBS CHASE 2012 CORRÊA CORRÊA 2012 SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Proximidade dos clientes é um fator estratégico a ser conside rado pela empresa não só por questões logísticas mas principal mente pela conveniência para os clientes A localização determi na o esforço para que o cliente utilize a operação Custos totais para que se possa selecionar um local para as insta lações que possua o menor custo possível devemse considerar os custos regionais terreno construção mão de obra impostos ener gia e os custos do processo de abastecimento e do processo de distribuição de produtos acabados Também devem ser considera dos os chamados custos ocultos ou difíceis de ser mensurados 58 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo dentre eles os custos relacionados à movimentação excessiva de insumos entre as localidades antes da entrega aos consumidores e o custo da perda da responsividade do consumidor resultante de uma localização distante da base de clientes Infraestrutura considerando os aspectos de infraestrutura é ne cessário ressaltar a disponibilidade dos modais de transporte ou seja rodoviário ferroviário e marítimo bem como o atendimento aos requisitos de energia e telecomunicações para as instala ções Outra característica a ser considerada é a disponibilidade do governo para investir na infraestrutura no nível requerido pela instalação Qualidade da mão de obra a instalação da operação em uma de terminada localidade deve levar em conta o nível educacional e de competência da mão de obra da região e a disposição e habilida de para aprender e se desenvolver fatores importantes a serem considerados Qualidade de vida dos colaboradores considerando que o capi tal humano é visto como um fator crucial na obtenção de vanta gens competitivas é preciso considerar a presença ou a ausência de infraestrutura de segurança lazer educação moradia trans porte público clima estilo de vida shopping centers entre outros Fornecedores muitas empresas necessitam privilegiar localiza ções próximas de seus fornecedores pois uma base de fornece dores de alta qualidade e competitiva poder tornar uma determi nada localização mais adequada Além disso devese pensar em outros pontos como os custos do transporte e as características dos produtos perecibilidade volume dentre outros Outras instalações a definição da localização de uma instalação pode ser influenciada pela localização de outras fábricas ou de centros de distribuição da mesma empresa Também devem ser avaliadas questões de mix de produto e de capacidade 59 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Zonas de livrecomércio a zona franca ou uma zona de livreco mércio é uma região delimitada espaço sob a supervisão da alfân dega para a qual produtos do exterior podem ser trazidos desde que estejam subordinados aos requisitos alfandegários usuais Dessa forma a localização em uma zona franca pode ser estraté gica para uma empresa pois poderá utilizar componentes importa dos no produto final e assim postergar o pagamento de tributos al fandegários até que o produto seja enviado para o país de origem Legislação ambiental a decisão de localização pode ser afetada pela legislação ambiental vigente em uma determinada localida de dependendo do setor de atuação além das questões ambien tais devese considerar o relacionamento com a comunidade local e os custos envolvidos para a adequação aos parâmetros legais estabelecidos Risco político os riscos políticos devem sempre ser avaliados para a escolha de uma localização de uma instalação principal mente quando essa localização será em outro país Barreiras governamentais as legislações têm removido muitas barreiras para que as empresas ingressem e se instalem em mui tos países entretanto muitas barreiras culturais e de cunho não legislativo precisam ser consideradas na análise para a definição do local da instalação da empresa em outro país Comunidade até certo ponto o sucesso de uma empresa é limi tado por quanto ela é aceita ou não pela comunidade em que se insere Sendo assim o interesse da comunidade em ter a fábrica em seu meio é um aspecto a ser ponderado no processo de ava liação Muitas comunidades recebem bem novos negócios tendo em vista que geram novos empregos impostos e outros bene fícios Por outro lado algumas comunidades também poderão colocar restrições importantes dependendo do tipo de atividade exercida pela empresa 60 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Blocos de comércio os tratados de livre comércio influenciam as decisões de localização tanto dentro como fora dos paísesmem bros do bloco Sendo assim a empresa geralmente se instala em um bloco para aproveitar as oportunidades de mercado ou para reduzir os custos totais resultantes do acordo comercial Muito embora todos esses aspectos exerçam uma influência rele vante para a escolha de uma determinada localização existem também técnicas sistemáticas e quantitativas que podem ajudar no processo de decisão Dentre elas podemos destacar o método de pontuação ponderada e o método do centro de gravidade Vamos compreender melhor como utilizar cada um desses métodos SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 CORRÊA CORRÊA 2012 11 Método de pontuação ponderada Esse método envolve três etapas Primeiro devese identificar os critérios que serão utilizados para avaliar as diversas localizações Em segundo lugar devese estabelecer a importância relativa de cada cri tério e a atribuição de fatores de ponderação ou seja devese instituir pesos para cada um deles Por fim na terceira etapa devese avaliar cada localização segundo cada um dos critérios A escala de pontuação a ser adotada é arbitrária O quadro 1 apresentado a seguir ilustra a aplicação do método de pontuação ponderada para a definição da localização Uma empresa está avaliando a melhor opção de cidades para a localização de uma nova instalação para tanto considerou alguns fatores locacionais com pesos para a sua importância e atribuiu notas para cada uma das três cidades 61 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Quadro 1 Exemplo de aplicação do método de ponderação qualitativa Fator locacional Importância peso Notas 1 a 10 Cidades Notas ponderadas Cidades 1 2 3 1 2 3 Acesso a mercados 8 10 7 9 80 56 72 Custo e disponibilidade de materiais 5 6 6 8 30 30 40 Custo e disponibilidade de mão de obra 5 7 8 10 35 40 50 Atitude da comunidade 4 7 7 6 28 28 24 Disponibilidade de bons locais 4 5 7 7 20 28 28 Custo do espaço 4 9 7 6 36 28 24 Infraestrutura local de utilidades e serviços 3 6 9 7 18 27 21 Qualidade de vida 3 8 10 9 24 30 27 Totais 271 267 286 Fonte adaptado de Corrêa e Corrêa 2012 p 395 Note que entre as três cidades avaliadas como possíveis localiza ções para uma nova instalação a cidade 3 recebe a maior pontuação o que indica ser a localidade mais adequada de acordo com os crité rios utilizados 12 Método do centro de gravidade Esse método é utilizado para encontrar uma localização que mini mize os custos de transporte Baseiase na ideia de que todas as loca lizações possíveis têm um valor que é a soma de todos os custos de 62 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo transporte de e para uma localização A melhor localização a que minimiza os custos é representada pelo que em uma analogia física seria o centro de gravidade ponderado de todos os pontos de e para os quais os bens são transportados Essa técnica é bastante utilizada para localizar armazéns interme diários ou de distribuição dadas as localizações por exemplo das fá bricas e dos clientes Em sua forma mais simples ela presume que os custos de transporte de material para a unidade a ser localizada vinda das fontes de insumos e da unidade a ser localizada para seus destinos clientes são iguais e proporcionais às quantidades transportadas não considerando custos fixos por trecho transportado ou custos adicionais para despachos com cargas parciais CORRÊA CORRÊA 2012 A aplicação do método deve seguir alguns passos MOREIRA 2009 apud OLIVEIRA 2020 Para cada instalação ou mercado existente devese assinalar uma coordenada horizontal e outra vertical Isso pode ser feito por meio de um sistema de eixos ortogonais sobre um mapa da região global contendo as instalações e os mercados No caso de uma cidade eou redondezas assumir o ponto médio como representativo As coordenadas podem então ser medidas com uma régua e transformadas da forma como se queira desde que sejam todas elas multiplicadas por um mesmo número Na ver dade são apenas coordenadas relativas definidas em relação ao sistema de eixos previamente traçados Uma vez encontrada a localização recorrese novamente ao sistema de eixos para en contrar a posição real 63 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Figura 1 Sistema de coordenadas para a localização da instalação Y X Instalação Mercado Fonte adaptado de Oliveira 2020 p 212 O centro de gravidade da localização procurada terá duas coorde nadas horizontal Gx e vertical Gy assim determinadas G p c d p c Gy p c d p c x i i ix i i i i i i i y Onde dix coordenada horizontal da instalação ou mercado i diy coordenada vertical da instalação ou mercado i pi custo de transporte na direção da instalação ou do mercado i Ci volume transportado depara a instalação ou mercado i Se os custos de transporte forem iguais em todas as direções as equações apresentadas poderão prescindir do termo p Para que possamos compreender como aplicar esse método vamos apresentar um exemplo Considerando a fabricação e distribuição do produto W há cinco uni dades já existentes e que devem ser consideradas para a análise Nosso 64 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo problema de localização é definir onde um armazém intermediário deve ser localizado no caminho entre a fábrica e os distribuidores indepen dentes para que os custos de transporte sejam mínimos Temos uma fábrica localizada em São Paulo com a posição aproximada de x 630 y 330 e quatro distribuidores localizados em Presidente Venceslau com a posição aproximada de x 120 y 510 Bauru com a posição aproximada de x 410 y 470 Franca com posição aproximada de x 590 y 650 e São José dos Campos com a posição aproximada de x 720 y 350 As quantidades despachadas do produto W fabrica do em São Paulo para os distribuidores são apresentados na tabela 1 CORRÊA CORRÊA 2012 Tabela 1 Quantidades despachadas para cada localização LOCAL EXISTENTE TONELADAS X 1000 DESPACHADAS DEPARA O LOCAL São Paulo 155 Presidente Venceslau 25 Bauru 55 Franca 30 São José dos Campos 45 Para resolvermos esse problema pelo método do centro de gravida de devemos utilizar as equações para o cálculo das coordenadas da seguinte forma Cx 31 17 330 5 15 5 2 5 5 5 3 0 4 5 60 630 x 155 120 x 25 410 x 55 590 x 30 720 x 45 31 17 330 560 Cx 15 5 2 5 5 5 3 0 4 5 630 x 155 120 x 25 410 x 55 590 x 30 720 x 45 Cy 31 12 500 15 5 2 5 5 5 3 0 4 5 403 330 x 155 510 x 25 470 x 55 650 x 30 350 x 45 31 12 500 403 Cy 15 5 2 5 5 5 3 0 4 5 330 x 155 510 x 25 470 x 55 650 x 30 350 x 45 65 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Com isso o analista obtém as coordenadas x 560 e y 403 como um ponto de partida para a decisão de macrolocalização do armazém intermediário PARA SABER MAIS Para mais detalhes sobre como utilizar os métodos de pontuação pon derada e de centro de gravidade leia o tópico Localização da empresa industrial no capitulo 2 Localização de empresas do livro Administra ção da produção LAUGENI MARTINS 2015 p 2961 2 Arranjo físico das instalações Podemos definir o arranjo físico ou layout de uma instalação como o posicionamento físico de recursos que ocupam espaço dentro da instala ção Vale destacar que esses recursos podem ser uma mesa de trabalho no escritório um centro de trabalho em uma fábrica uma máquina um departamento dentre outros CORRÊA CORRÊA 2012 É fácil perceber a aplicação do conceito de arranjo físico em nosso cotidiano basta observar como os móveis estão dispostos em nossa sala qual é a disposição das mesas em um restaurante como estão colocadas as cadeiras em salão de beleza etc Da mesma forma que nesses exemplos houve um planejamento para adequar o posiciona mento dos móveis para o fluxo das pessoas e de materiais devese buscar nas empresas o arranjo físico mais adequado para cada pro cesso de produção A definição do arranjo físico tem muitas implicações práticas e estra tégicas Sendo assim qualquer alteração no arranjo físico pode afetar a empresa e com isso atingir as suas prioridades competitivas de diver sas maneiras KRAJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 66 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo aumentando a satisfação do cliente e as vendas em uma loja de varejo facilitando o fluxo de materiais e de informações em uma empresa aumentando a utilização eficiente de trabalho e equipamento reduzindo riscos para os trabalhadores melhorando a comunicação De acordo com tipo de operação são estabelecidos os requisitos para o arranjo físico Por exemplo em um centro de distribuição os flu xos de materiais e os custos de operação dos estoques são dominan tes desse modo devese buscar a implementação de um arranjo físico que minimize a movimentação dos materiais Já em uma loja de varejo o conforto do cliente e as vendas podem predominar enquanto em um escritório a efetividade da comunicação e a relação entre as equipes podem ser cruciais levando a empresa a optar pelo arranjo físico com mesas que permitam o trabalho de várias pessoas Para que se possa definir o arranjo físico mais adequado é fundamental analisar qual é o tipo de operação que acontecerá naquele ambiente Vamos conhecer a seguir os principais tipos de arranjos físicos layouts SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 CORRÊA CORRÊA 2012 21 Arranjo físico por processo ou funcional Nesse tipo de arranjo recursos semelhantes ou processos com fi nalidades similares são agrupados em uma única área facilitando o direcionamento no fluxo de transformação Os hospitais costumam uti lizar esse tipo de arranjo facilitando o direcionamento dos pacientes com determinadas necessidades para setores específicos tais como 67 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo pediatria oncologia etc Nos supermercados o arranjo físico também é feito considerando a finalidade dos produtos assim temos corredores separados pelos tipos de produtos ou seja de limpeza bebidas conge lados dentre outros Em geral ele é utilizado quando os fluxos que pas sam pelos setores são muito variados e ocorrem intermitentemente Em resumo esse arranjo é facilmente encontrado e adaptase melhor a operações que lidam com grande variedade de produtos e com os diversos fluxos que poderão percorrer 22 Arranjo físico em linha ou por produto Nesse tipo de arranjo as máquinas ou as estações de trabalho são colocadas de acordo com a sequência de operações e são executadas de acordo com essa sequência estabelecida sem caminhos alterna tivos Sendo assim cada produto elemento de informação ou cliente segue um caminho ou roteiro previamente determinado no processo ou seja a sequência de atividades requerida coincide com a sequên cia na qual os processos foram arranjados fisicamente Esse arranjo é indicado para produção com pouca ou nenhuma diversificação em quantidade constante ao longo do tempo e em grande volume tendo em vista que demanda um alto investimento em máquinas e pode apre sentar problemas com relação à qualidade dos produtos fabricados Como exemplos desse tipo de arranjo podemos destacar as linhas de montagem de automóveis e os restaurantes selfservice 23 Arranjo físico celular ou célula de manufatura É o arranjo em que os recursos transformados entrando na opera ção são préselecionados para movimentarse para uma parte especí fica da operação ou célula em que é possível encontrar os recursos transformadores necessários máquinas e equipamentos para atender às necessidades de processamento Em outras palavras consiste em 68 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo arranjar em um só local a célula máquinas diferentes para fabricar o produto inteiro O material se desloca dentro da célula buscando os pro cessos necessários Sua principal característica é a relativa flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produto pois como a célula já está organizada para a produção de um produto ou de uma família de produ tos o tamanho do lote pode ser variável e não afetará o funcionamento da célula Isso permite um elevado nível de qualidade e de produtivida de apesar da especificidade para uma família de produtos Outro fator a ser destacado é que o arranjo físico por célula reduz a necessidade de transporte de material e os níveis de estoques Como exemplos desse tipo de arranjo podemos destacar as maternidades nos hospitais as áreas para alimentação dentro de livrarias e as células de montagem de componentes para computadores 24 Arranjo físico posicional ou por posição fixa Nesse tipo de arranjo podemos afirmar que existe uma certa con tradição tendo em vista que os recursos transformados não se movem permanecem fixos em uma determinada posição e as máquinas se des locam até o local em que os recursos estão executando as operações necessárias Dessa forma em vez dos materiais das informações ou dos próprios clientes se movimentarem pela operação eles ficam em uma posição fixa enquanto o equipamento o maquinário as instalações e as pessoas se movem para produzir na medida do necessário É recomen dado para um produto único em quantidade pequena ou unitária e em geral não repetitivo Como exemplos podemos destacar a construção de uma rodovia a fabricação de navios um canteiro de obras de um edifí cio grandes transformadores elétricos turbinas pontes rolantes grandes prensas balanças rodoferroviárias e outros produtos de grandes dimen sões físicas 69 Instalações Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 25 Arranjo físico misto ou combinado A utilização de um arranjo físico misto ou combinado tem como ob jetivo aproveitar o melhor de cada tipo de arranjo utilizado ou seja com bina elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físico ou ainda usar tipos básicos de arranjo físico sem nenhuma alteração em diferentes partes da operação Por exemplo um hospital normalmente teria um arranjo físico funcional pois cada departamento possui um tipo particular de processo radiologia salas de cirurgia entre outros Ainda assim dentro de cada departamento diferentes tipos de arranjos físicos são utilizados Desse modo as salas de cirurgia poderiam ado tar um arranjo físico posicional e o departamento de radiologia poderia utilizar um arranjo físico por processo Dentre as informações necessárias para a definição do arranjo físico podemos destacar as especificações e características do produto as quantidades de produtos e de materiais as sequências de operações e montagem o espaço necessário para cada equipamento incluindo espaço para movimentação do operador o estoque e manutenção e as informações sobre recebimento expedição estocagem de matériaspri mas e produtos acabados e transportes PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente identificar como se desdobrou a definição da localização da instalação 70 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Considerações finais Neste capítulo tivemos a oportunidade de estudar dois assuntos de grande relevância para a administração da produção a definição da localiza ção das instalações e os possíveis arranjos físicos para essas instalações Vale ressaltar que as decisões relacionadas a esses dois aspectos são de fundamental importância para que as organizações possam de finir as suas estratégias de operações Compete aos gestores realizar uma análise criteriosa para que as melhores decisões sejam tomadas e com isso as empresas possam produzir seus produtos e serviços com a qualidade esperada Referências CORRÊA Henrique CORRÊA Carlos Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Atlas 2012 GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 JACOBS F Robert CHASE Richard B Administração de operações e da cadeia de suprimentos 13 ed Porto Alegre AMGH 2012 KRAJEWSKI Lee RITZMAN Larry MALHOTRA Manoj Administração de produção e operações 8 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 LAUGENI Fernando Piero MARTINS Petrônio Garcia Administração da produção 3 ed São Paulo Saraiva 2015 MOREIRA Daniel Augusto Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Pioneira Thomson Learning 2015 OLIVEIRA Marcos Alberto de Gestão de operações e serviços São Paulo Editora Senac São Paulo 2020 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 71 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 5 Planejamento programação e controle da produção A área de operações de uma empresa é a área responsável por pro duzir produtos e serviços para atender às demandas dos clientes e portanto exerce um papel importante para a realização das estratégias de negócios Dessa forma para que os sistemas de produção possam contribuir de maneira efetiva é fundamental que se faça um planeja mento da produção programando e controlando a produção utilizando da melhor maneira possível os recursos e insumos para a obtenção dos produtos e serviços Neste capítulo vamos estudar o conceito e as ferramentas utilizadas pelas empresas para realizar o planejamento programação e controle da produção 72 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 1 Conceitos de planejamento programação e controle da produção O processo de manufatura responsável pelo planejamento progra mação e controle dos recursos no processo produtivo para sejam gera dos bens e serviços é chamada de Planejamento programação e con trole da produção PPCP tratase de uma área muito importante para os sistemas de produção pois está associada à estratégia de manufatu ra da empresa e auxilia as decisões táticas e operacionais relacionadas a LAUGENI MARTINS 2015 o que produzir e comprar quanto produzir e comprar quando produzir e comprar com que recursos produzir IMPORTANTE O PPCP transforma as informações sobre estoques existentes vendas previstas linha de produtos modo de produzir E capacidade produtiva em ordens de produção LAUGENI MARTINS 2015 Vale ressaltar que todo o processo de planejamento programação e controle da produção tem como base a previsão de demanda que procu ra antecipar como as vendas se comportarão em médio e longo prazo Para que possamos compreender melhor o conceito de PPCP va mos estudar cada um dos processos de maneira isolada O planejamento é a formalização do que se pretende que aconteça em determinado momento no futuro o que não garante que o evento 73 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo acontecerá Aplicando o conceito aos sistemas de produção para ela borar o planejamento da produção devese ter as informações de de manda dos produtos com as quantidades e os prazos de entrega para cada item entretanto é importante ressaltar que nem sempre ocorre o que foi planejado Isto ocorre pois os clientes mudam de ideia so bre o que querem e quando querem receber nem sempre os fornece dores tem disponibilidade para fornecer os insumos necessários nas quantidades e nos prazos desejados máquinas e equipamentos utili zados no sistema de produção podem quebrar os funcionários podem faltar ao trabalho enfim muitas variáveis estão envolvidas na realiza ção do planejamento com a efetividade desejada SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 O processo de planejamento na produção é dinâmico em cada mo mento devese ter a noção da situação presente a visão de futuro os objetivos pretendidos que podem ser alterados ao longo do tempo e o entendimento de como esses elementos afetam as decisões que se de vem tomar Sendo assim podese elaborar um planejamento para a pro dução de longo médio e curto prazo SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 CORRÊA CORRÊA 2012 O planejamento de longo prazo é aquele onde os gestores de produção fazem planos relativos ao que eles pretendem fazer quais recursos serão necessários e quais objetivos esperam atin gir Note que a abordagem está mais relacionada ao como a área de produção poderá realizar a estratégia de operações onde os objetivos estratégicos geralmente são tratados em termos de re torno financeiro para a organização Já no planejamento de médio prazo o nível de detalhamento é bem maior pois devese considerar a demanda de cada item a ser produzido e dessa forma planejar os recursos necessários máquinas equipamentos pessoal dentre outros de tal forma que a demanda de todos os itens seja atendida Outro aspecto 74 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo que diferencia o planejamento de médio prazo é que geralmente são estabelecidos planos contingenciais para os possíveis des vios dos planos O planejamento de curto prazo como o próprio nome já diz está relacionado com as intervenções necessárias para que a produ ção atinja os resultados esperados Não é possível fazer grandes mudanças nos recursos porém considera os objetivos operacio nais para o atendimento da demanda de cada item A programação é a atividade que aloca os recursos ao longo do tem po para realizar tarefas específicas Se no planejamento os gestores consideram quais recursos serão necessários para que a demanda de produtos e serviços seja atendida a programação faz com que esses recursos previstos no planejamento sejam devidamente alocados ge ralmente com a elaboração de um cronograma ou mapa de produção com a definição do momento em que a produção de cada item terá início e quando a produção da quantidade do item será encerrada De nada adianta a elaboração de um adequado planejamento se não hou ver uma programação adequada ou seja que permita a realização do que foi planejado PARA SABER MAIS Sobre como elaborar a programação da produção de acordo com o tipo de processo produtivo leia o capítulo 16 Programação do livro Ad ministração de produção e operações KRAJEWSKI RITZMAN MALHO TRA 2009 p 568 588 Por fim é muito difícil separar os conceitos de planejamento e con trole na produção pois se o planejamento formaliza o que se pretende produzir o controle é o processo de monitorar a realização das ativida des para que a produção aconteça de acordo com o planejado 75 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Após compreender o conceito e a importância do PPCP fica fácil perceber a importância estratégica dessa área para a efetividade das ações do sistema de produção Entretanto até para que se possa com preender a partir de qual momento o PPCP deve realizar as suas ati vidades é importante que se compreenda qual é o encadeamento de informações e de etapas de planejamento até o momento em que se produz um determinado produto A figura 1 apresentada a seguir ilustra as etapas e o horizonte de planejamento Figura 1 Fases do planejamento da produção na manufatura Horizonte de planejamento Longo prazo Estratégia de operações Médio prazo Planejamento de vendas e operações planejamento agregado Curto prazo Plano mestre de produção Sistema PPCP Fonte adaptado de Gaither e Frazier 2005 p 236 A definição da estratégia de operações tem um horizonte de longo prazo e deve estar alinhada à estratégia de negócios da organização e contempla planos relacionados à capacidade de produção definição de novas instalações tamanho e capacidade de produção posiciona mento da proposta de valor a ser entregue com os produtos e serviços investimentos em processos tecnologias pessoas e outros recursos necessários para a produção enfim apresenta uma perspectiva estra tégica sobre as ações a serem desdobradas a longo prazo para que a área de produção se mantenha competitiva 76 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo O planejamento de vendas e operações ou SOP sales and operations planning no passado era chamado de planejamento agregado plane jamento que considera a demanda agregada por família de produtos facilitando para que as empresas possam balancear a produção com a demanda tomando como referência um horizonte temporal de mé dio prazo Esse planejamento exerce uma função importante para a empresa pois realiza a integração vertical entre os níveis de decisão diferentes ou seja entre o nível estratégico e o operacional Podese dizer que o planejamento de vendas e operações funciona como um elo entre a estratégia de operações e o plano mestre de produção Também permite a integração horizontal entre decisões do mesmo nível mas de diferentes funções da empresa como marketing pois informa todos os pedidos em carteira manufatura pois informa sobre todos os produtos a serem produzidos finanças pois informa todas as necessidades de compras de materiais e insumos para a produção bem como todos os pedidos em carteira e seu respectivo faturamento entre outras Sendo assim serve como um elo entre as diferentes funções da organização permitindo um alinhamento das iniciativas em torno dos resultados es perados CORRÊA CORRÊA 2012 O plano mestre de produção ou MPS master production schedule detalha quantos itens finais serão fabricados dentro de períodos espe cíficos Serve para atender os pedidos dos clientes ou para renovar os estoques de itens acabados Com base nas informações do plano mes tre de produção é possível determinar quais são os produtos a serem produzidos em um período OLIVEIRA 2020 O sistema de planejamento programação e controle da produção re cebe as informações do plano mestre de produção e elabora os crono gramas para produção de peças e montagens a serem realizadas define as necessidades de compra de materiais elabora o mapa de produção para que possa visualizar como está a ocupação das máquinas ou seja define os recursos necessários para produzir os lotes de cada tipo de pro duto previstos no plano mestre de produção considerando as horas de trabalho necessárias para a produção os materiais e equipamentos e as capacidades de produção Basicamente temos quatro tipos de sistemas 77 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo de PPCP os sistemas de concentração nos gargalos os sistemas de estoque de reserva os sistemas de empurrar e os sistemas de puxar a produção vale ressaltar que esses sistemas podem ser utilizados em to dos os tipos de produção desde que se façam os ajustes necessários de acordo com cada situação GAITHER FRAZIER 2005 O sistema de planejamento e controle da produção DBR Drum Buffer Rope Tambor Pulmão Corda segue uma lógica que tem como pressuposto inicial identificar qual é o elemento mais restritivo do sistema o chamado gargalo A partir do gargalo o sistema DBR estabe lece que o ritmo de produção de todo o sistema deve estar subordinado à taxa do elemento restritivo ou seja do gargalo SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Assim chamamos de tambor o compasso ou a taxa de produção subordinada ao gargalo O tambor define a velocidade máxima que o sistema produtivo é capaz de manter sob as condições mais adequa das possíveis tendo baixa variabilidade e pouca ou nenhuma interrup ção na produção Vale ressaltar que com exceção do gargalo todos os demais recursos devem operar abaixo de sua capacidade máxima ou seja para estes recursos a eficiência deixa de ser uma medida crí tica pois como temos um gargalo será ele o responsável pela eficiên cia ou não do sistema como um todo Partindo do pressuposto que os sistemas produtivos podem sofrer variações é fundamental que seja implementada alguma proteção ao tambor Essa proteção é chamada de pulmão Também podemos colocar um pulmão antes do ponto de remessa visando proteger os programas de remessa aos clientes O pulmão funciona como um amortecedor de tempo que planeja os fluxos no gargalo O tamanho do pulmão não é função do gargalo mas sim do tempo necessário para que um material abasteça o garga lo Assim é o pulmão quem define quanto tempo antes do programa do pelo tambor devese liberar material para uma determinada ordem de produção É o pulmão quem determina o comprimento da corda a ele associada A corda faz a ligação da liberação do material ao siste ma produtivo de acordo com o compasso ou ritmo estabelecido pelo 78 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo tambor Assim a corda evita excessos de estoques em processo no sistema de produção Os sistemas do estoque de reserva para planejamento e controle da produção se baseiam na manutenção de depósitos de materiais para sustentar a produção sendo assim os produtos são produzidos inde pendente da informação sobre a demanda e armazenados no estoque A seguir vamos estudar o sistema MRP utilizado para o cálculo de necessidades de materiais para o sistema produtivo Esse sistema é um muito utilizado nos sistemas de empurrar 2 Cálculo de necessidades sistema MRP Baseado nas informações geradas no plano mestre de produção fazse necessário o cálculo das necessidades de materiais é uma ativi dade de rotina para o PPCP que a partir do momento em que recebe as informações do plano mestre de produção automaticamente necessi ta efetuar os cálculos de necessidades para todos os materiais e itens componentes de cada produto que será produzido O MRP materials requirement planning planejamento da necessi dade de materiais é um sistema de informações computadorizadas de grande utilização para a administração de estoques de produtos cuja demanda é dependente quando a demanda de um item depende da demanda de outro item ou produto Esse sistema facilita as atividades de produção pois calcula as necessidades de materiais de forma que sejam evitadas sobras ou falta de recursos LAUGENI MARTINS 2015 A terminologia utilizada na produção é a de que o MRP recebe as informações do plano mestre de produção e explode calcula as ne cessidades de materiais definindo as quantidades de matériasprimas peças submontagens e montagens necessárias em cada semana do horizonte de planejamento Como informações de entrada para o sistema MRP temos os re gistros de estoques e as listas de materiais BOM Bill of material 79 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo para cada produto além das informações do planomestre de produção CHASE AQUILANO JACOBS 2006 A partir do recebimento de todas essas informações o MRP identi fica as ações a serem desdobradas para manter a programação como liberar novos pedidos de produção liberar ordens de compras ajustar quantidades de pedidos e despachar pedidos atrasados O MRP converte o plano mestre de produção e outras fontes de de manda como a demanda independente por peças de reposição e itens de manutenção em necessidades para todos os subconjuntos compo nentes e matériasprimas necessárias para fabricar os itens requeridos pelo item de origem Esse processo é chamado de explosão do MRP pois converte as necessidades de vários produtos finais em um plano de necessidades de material Para que possamos compreender melhor a utilização das listas de materiais precisamos primeiro conhecer a árvore ou estrutura do pro duto Assim vamos utilizar como exemplo a estrutura do produto P Figura 2 Estrutura do produto P P B1 A2 C3 G2 H1 E1 D1 F4 F3 Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Fonte adaptado de Oliveira 2020 p 166 A figura apresenta a estrutura do produto P com todos os seus com ponentes e respectivas quantidades entre parênteses o que permite a 80 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo elaboração de uma lista de material OLIVEIRA 2020 A árvore ou es trutura para o produto P é dividida em níveis hierárquicos numerados de forma crescente quanto maior for a desagregação Dessa forma o nível zero 0 corresponde ao próprio produto final o nível um 1 aos agrupamentos primários de componentes que combi nados fornecem diretamente o produto final o nível dois 2 aos agru pamentos secundários de componentes que formam os agrupamentos primários e assim por diante Para cada um dos componentes ou agrupamento de componentes o número entre parênteses corresponde à quantidade de unidades ne cessárias para formar uma unidade do agrupamento imediatamente superior Com as informações da árvore ou estrutura de cada produto pode mos elaborar a lista de materiais com as respectivas quantidades de cada material necessário para a montagem ou fabricação de cada pro duto da empresa Essas listas de materiais mostram quais e quantos itens são neces sários para fabricar ou montar outros itens no caso da figura apresen tada para a montagem do produto P A utilização do sistema MRP permite obter informações sobre O que comprar tipos de itens a serem comprados Quanto comprar quantidade de cada item a ser comprado tendo como base as informações de estoques e as necessidades de produção que estão baseadas na previsão de vendas Quando comprar relacionada à data ou seja ao melhor perí odo de fazer a compra antes que falte o produto evitando que o processo produtivo seja interrompido por falta de material Dessa forma percebemos a importância e a aplicabilidade do sis tema MRP para o cálculo das necessidades de materiais A seguir 81 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo vamos estudar os conceitos de Kanban do sistema just in time e de produção enxuta 3 Kanban e just in time Para que possamos estudar os conceitos de kanban e de just in time é importante antes compreendermos o conceito de produção enxuta A produção enxuta se baseia na lógica de que nada deve ser produ zido até que seja necessário Os sistemas de produção enxuta ou siste mas lean de produção são sistemas que maximizam o valor adicionado por cada uma das atividades de uma empresa por meio da elimina ção de recursos desnecessários e demoras excessivas KRAJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 Podemos dizer que a produção enxuta pode ser tratada como uma filosofia bem como um método para o planejamento e controle da pro dução tendo em vista que o seu conceito tem implicações muito mais amplas no que se refere ao aprimoramento do desempenho da produção A filosofia e os elementos da produção enxuta foram desenvolvidos no Japão e incorporados no Sistema Toyota de Produção a principal re ferência de utilização da produção enxuta Esse sistema é formado por quatro regras implícitas que guiam a concepção o projeto operação e melhoria de qualquer atividade relação ou fluxo para produto e serviço Essas quatro regras são as seguintes MARTINS LAUGENI 2015 Todo trabalho deve ser altamente especificado no seu conteúdo sequência tempo e resultado Toda relação clientefornecedor interno e externo deve ser di reta com um canal definido e claro para enviar pedidos e rece ber respostas 82 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo O fluxo de trabalho e processo para todos os produtos e serviços deve ser simples e direto Qualquer melhoria deve ser feita pelo método científico sob coor denação de um orientador e no nível mais baixo da organização O Sistema Toyota de Produção foi desenvolvido para melhorar a qua lidade e produtividade e está fundamentado nas duas filosofias princi pais da cultura japonesa eliminação dos desperdícios e respeito pelas pessoas A seguir vamos entender melhor como essas filosofias são aplicadas na produção CHASE JACOBS AQUILANO 2006 31 Desperdício O desperdício pode ser definido como qualquer coisa que não agre ga valor sob a perspectiva do cliente Assim podemos destacar como exemplos na produção produtos produzidos com defeitos produção em excesso excesso de estoques movimentação em excesso espera transporte e etapas desnecessárias de processo O desperdício foi definido pelo expresidente da Toyota Fujio Cho como tudo que não for quantidade mínima de equipamentos materiais peças e funcionários tempo de trabalho que são absolutamente es senciais para a produção JACOBS CHASE 2012 Internamente a Toyota utiliza o termo em japonês muda que signifi ca desperdício ou qualquer atividade que o cliente não está disposto a pagar É o oposto de valor que é simplesmente o que um cliente está disposto a pagar Segundo o sistema de produção enxuta proposto pela Toyota exis tem oito tipos diferentes de desperdícios que devem ser sistematica mente eliminados do processo produtivo A seguir vamos conhecer me lhor cada um desses tipos de desperdícios GAITHER FRAZIER 2005 83 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Excesso de produção produzir em excesso significa produzir coisas que não serão vendidas porém que geram custos relacio nados aos depósitos tanto a construção como a manutenção dos depósitos para armazenar os produtos acabados custos re lacionados à utilização das máquinas e de trabalhadores para a produção custos relacionados ao consumo de energia elétrica e combustíveis custos relacionados ao consumo de peças mate riais e equipamento Assim este tipo de desperdício muda deve ser eliminado sistematicamente na produção Tempo de espera este tipo de desperdício muda ocorre quando um trabalhador precisa esperar para que o material seja entregue ou para que uma parada na linha de produção seja resolvida ou quando funcionários ficam parados esperando que uma máquina processe uma peça Também pode ocorrer quando há excesso de produtos em processo WIP work in process devido a uma grande produção de lotes problemas no equipamento linha abai xo ou defeitos que exigem correção Transporte o desperdício muda no transporte inclui o desper dício em grande escala causado pelo arranjo físico ineficiente no local de trabalho pelo equipamento excessivamente grande ou pela produção tradicional de lotes Isso ocorre quando grandes lo tes precisam ser transportados de um processo para outro Assim produzir lotes menores e colocar os processos mais próximos uns dos outros pode reduzir o desperdício muda de transporte Estoque o desperdício muda de estoque está relacionado à manutenção de matériaprima peças e estoques em processo WIP work in process desnecessariamente Essas condições resultam do fluxo reprimido em uma fábrica e no caso em que a produção não está ligada ao ritmo do mercado puxar 84 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Excesso de processamento esta é uma forma sutil de desper dício muda relacionado a produzir mais do que o cliente re quer ou seja muitas vezes a empresa desenvolve e aplica uma tecnologia ou etapa de processo sem saber se realmente essa ação vai agregar valor para o cliente que não foi em nenhum momento consultado Movimento movimento desperdiçado tem tanto um compo nente humano quanto mecânico envolvido Movimento humano desperdiçado está relacionado à ergonomia do local de trabalho Maus projetos ergonômicos afetam de forma negativa a produti vidade e qualidade além de afetar a segurança A produtividade de trabalhador reduz quando há caminhar alcançar ou torcer o corpo ou seja movimentos que o trabalhador precisa realizar e que são desnecessários e que podem impactar a qualidade dos produtos Já o desperdício muda de movimentos mecânicos ocorre quando a peça e a máquina estão desnecessariamente longes um do outro Uma melhoria simples seria reposicionálos em locais próximos O mesmo raciocínio se aplica quando temos máquinas que estão muito distantes umas das outras resultando em um desperdício muda de movimento desnecessário Correção de produtos com defeitos o desperdício muda de correção está relacionado a produzir e ter que consertar produtos com defeito Consiste em todo o material o tempo e a energia envolvidos na produção e no conserto de defeitos Conhecimento sem ligação este tipo de desperdício muda ocorre quando existe falha na comunicação dentro de uma em presa ou entre a empresa e seus clientes e fornecedores A falta de comunicação dentro de uma empresa pode ser horizontal ver tical ou temporária A principal consequência deste tipo de des perdício é que isso inibe o fluxo de conhecimento ideias e criati vidade gerando frustração e perda de oportunidades ou seja o 85 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo conhecimento sem ligação de nada adianta para a melhoria do desempenho de um sistema de produção 32 Respeito pelas pessoas O respeito pelas pessoas é um ponto crucial no Sistema Toyota de Produção A Toyota tradicionalmente se esforça para assegurar o em prego vitalício para posições permanentes e manter as folhas de pa gamento inalteradas mesmo quando as condições de mercado são prejudicadas JACOBS CHASE 2012 Sendo assim os funcionários permanentes possuem segurança de emprego e costumam ser mais flexíveis fiéis à empresa e fazem tudo o que for possível para ajudar a empresa a alcançar os seus objetivos O respeito pelas pessoas é fundamentado na construção de relacionamento de confiança envolvi mento dos colaboradores desenvolvimento contínuo autonomia den tre outros Porém infelizmente as recessões globais fizeram com que muitas empresas japonesas se distanciassem desse ideal Agora que já conhecemos os preceitos básicos da produção enxuta podemos falar de maneira mais clara sobre o sistema just in time JIT O JIT significa produzir bens e serviços exatamente quando são neces sários ou seja não produz antes para não gerar estoques e nem pro duz depois para não deixar o cliente esperando Além dessa abordagem temporal o JIT também contempla a necessidade de se produzir com qualidade e eficiência IMPORTANTE O JIT visa atender à demanda instantaneamente com qualidade perfei ta e sem desperdícios é um sistema puxado pela demanda do cliente SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 86 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Dessa forma de maneira mais abrangente podese definir o JIT como uma abordagem disciplinada para a produção que se baseia no aprimoramento global e na eliminação dos desperdícios Com isso a produção será mais eficaz em termos de custo bem como o forneci mento somente da quantidade correta utilizando o mínimo de instala ções equipamentos materiais e recursos humanos O JIT depende do equilíbrio entre a flexibilidade do fornecedor e a flexibilidade do usuário Sua implementação demanda a aplicação de elementos para a redu ção de desperdícios simplificação e aprimoramento da qualidade o que demanda um envolvimento total das pessoas para sua efetividade SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Podemos afirmar que o JIT é muito mais do que uma técnica de gestão de operações mas sim uma filosofia que engloba aspectos da gestão de materiais gestão da qualidade arranjo físico projeto de produto organização do trabalho gestão de recursos humanos entre outros Tem como objetivos operacionais fundamentais a qualidade e a flexibilidade Para tanto estabelece como metas de gestão acima de qualquer outra a melhoria contínua e a redução de desperdícios A produção justintime segue algumas regras consideradas até cer to ponto bastante simples mas que se implementadas com efetivida de poderão ser traduzidas em ótimos resultados para a operação As quatro regras básica do JIT são OLIVEIRA 2020 não produzir nenhum item sem que o cliente tenha feito um pedido nivelar a demanda para que o trabalho possa proceder de forma tranquila em toda a fábrica em japonês heijunka que dá supor te ao trabalho padronizado e ao processo de melhoria contínua A meta é sempre produzir no mesmo ritmo todos os dias para minimizar os picos e os vales na carga de trabalho 87 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo conectar todos os processos à demanda do cliente através de ferramenta visual simples chamadas kanban cartões de sinali zação que sincronizam e fornecem instruções aos fornecedores e clientes tanto dentro como fora da fábrica e maximizar a flexibilidade de pessoas e máquinas em relação às pessoas que devem ser multifuncionais e precisam se desenvol ver para que possam tomar decisões e a resolver problemas na produção com relação às máquinas os setups tempo de troca de ferramentas ou de ordens de produção em uma máquina de vem ser rápidos para possibilitar a produção de lotes menores e aumentar o retorno sobre o investimento em máquinas devido à maximização do seu tempo produtivo O JIT utiliza um sistema simples chamado Kanban para retirar as peças em processamento de uma estação de trabalho e puxálas para a próxima estação do processo produtivo Os sistemas de controle da produção denominados Kanban utilizam um dispositivo de sinalização para regular os fluxos da produção LAUGENI MARTINS 2015 Kanban significa sinal ou cartão de instruções em japonês Esses cartões são utilizados para controlar o fluxo de produção dentro de uma fábrica Esse sistema de controle dispensa papel utilizando muitas ve zes contêineres Dessa forma as partes fabricadas ou processadas são mantidas em contêineres e somente alguns desses contêineres são fornecidos à estação de trabalho subsequente Quando todos os contêineres estão cheios a máquina para de produzir até que retorne outro contêiner va zio que funciona como uma ordem de produção Com isso os estoques de produtos em processo são limitados aos disponíveis nos contêineres e só são fornecidos quando necessário O sistema kanban é um sistema de puxar pois o programa de montagem puxa as partes dos postos de trabalho anteriores e estes por sua vez 88 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo puxam as partes dos postos de trabalho anteriores e assim sucessiva mente até chegarem aos fornecedores externos Por fim um aspecto bastante significativo do sistema kanban é a sua natureza visual onde todas as peças são colocadas em contêineres do mesmo tamanho e geralmente possuem um cartão para a identifica ção com as informações relevantes para a produção PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa onde você trabalha mais especifica mente no setor onde você atua e tente identificar quais são os tipos de desperdícios existentes Depois tente planejar ações para que estes desperdícios sejam eliminados ou minimizados Considerações finais Neste capítulo tivemos a oportunidade de estudar um sistema con siderado estratégico para o bom andamento da produção ou seja o PPCP planejamento programação e controle da produção Para tanto percebemos a importância do alinhamento entre a es tratégia de operações o planejamento de vendas e operações o plano mestre de produção e o PPCP Estudamos o sistema MRP materials requirement planning muito utilizado para o cálculo das necessidades de materiais para itens de demanda dependente Também estudamos o conceito de produção enxuta mais especifi camente os princípios de sua filosofia aplicada pelo Sistema Toyota de Produção que remetem à eliminação dos desperdícios e a valorização das pessoas Com base nesses preceitos estudamos o sistema just in 89 Planejamento programação e controle da produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo time e o sistema kanban Esses sistemas permitem às organizações um melhor aproveitamento dos recursos e maior eficácia nos resulta dos obtidos Dessa forma compete aos gestores de produção não só conhecer essas filosofias e ferramentas mas fazer bom uso nos processos pro dutivos sempre visando a melhoria de desempenho e a entrega de valor aos seus clientes Referências CHASE Richard B JACOBS F Robert AQUILANO Nicholas J Administração da produção e operações para vantagens competitivas 11 ed São Paulo McGrawHill 2006 CORRÊA Henrique CORRÊA Carlos Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Atlas 2012 GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 JACOBS F Robert CHASE Richard B Administração de operações e da cadeia de suprimentos Porto Alegre AMGH 2012 KRAJEWSKI Lee RITZMAN Larry MALHOTRA Manoj Administração de produção e operações 8 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 LAUGENI Fernando Piero MARTINS Petrônio Garcia Administração da produção 3 ed São Paulo Saraiva 2015 OLIVEIRA Marcos Alberto de Gestão de operações e serviços São Paulo Editora Senac São Paulo 2020 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 91 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 6 Gestão de demanda e estoque Uma das informações mais importantes para que a administração da produção seja realizada com a efetividade desejada é a informação de demanda Afinal para a produção ou não de um determinado produ to a empresa deve sempre considerar a sua demanda Se a empresa sabe qual é o comportamento da demanda para um de terminado item ela poderá definir sua estratégia de produção ou seja se irá produzir para manter estoque desse produto mesmo sem saber quan do haverá demanda para ele ou se a produção se dará somente após o recebimento do pedido 92 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Em ambas as situações temos um conceito muito importante o conceito de estoque Em muitos momentos as empresas mantêm es toques de produtos para conseguir atender às variações de demanda Sendo assim neste capítulo vamos estudar a gestão de demanda e de estoques 1 Demanda A informação de demanda quantidade de um item a ser produzido para atender um pedido é primordial para que a produção possa rea lizar as suas atividades com eficiência e assim entregar os produtos dentro dos prazos estipulados A gestão da demanda tem como objetivo coordenar e controlar to das as fontes de demanda tendo em vista que muitas decisões pode rão ser tomadas na produção a partir do recebimento dessa informa ção Por exemplo uma empresa fabricante de sacolas plásticas para uso nos supermercados precisa saber qual é a demanda do produto e adequar a própria capacidade produtiva máquinas e funcionários para atendêla além de planejar e programar os recursos de produção que serão utilizados e providenciar junto aos fornecedores a quantidade de matériaprima necessária Por outro lado pode acontecer o contrário talvez a empresa já tenha uma capacidade instalada suficiente para atender à demanda e ainda fique com parte da sua capacidade ociosa Seguindo a mesma linha de raciocínio assim como a empresa deve verificar se a sua capacidade produtiva é adequada para atender à de manda também deverá definir sua estratégia de produção para cada pro duto contra pedido ou para estoque sua política de estoque assumindo ou não a manutenção de estoque sua política de compras junto aos for necedores para garantir o abastecimento sempre que necessário entre outras decisões importantes a serem tomadas em relação à demanda 93 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Analisando as ações necessárias o processo até parece fácil para a empresa entretanto a demanda pode sofrer variações em razão de diversos fatores tais como desempenho da economia ações dos con correntes campanhas publicitárias etc o que gera incerteza e impacta todas as ações e decisões na produção Nesse contexto a empresa deve analisar o comportamento de demanda de cada produto para es tabelecer as ações mais adequadas e que atendam à demanda As observações repetidas de demanda para um serviço ou produ to em sua ordem de ocorrência formam um padrão conhecido como séries temporais Basicamente existem cinco padrões básicos da maioria das séries temporais de demanda KRAJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 Horizontal surge quando a flutuação de dados de de manda apresenta uma média constante como exem plo podemos destacar a demanda de alimentos como o arroz e o feijão que possuem um consumo com pou ca variação ao longo do tempo por serem produtos de primeira necessidade na alimentação Tendencial surge quando ocorre o aumento ou a re dução sistemática na média das séries de demanda ao longo do tempo por exemplo a demanda de produtos eletrônicos apresenta uma tendência de crescimento tendo em vista que o meio digital está constantemen te em expansão Por outro lado a demanda de um pro duto pode sofrer uma redução sistemática ao longo do tempo ocasionada muitas vezes pelo surgimento de novos produtos que podem substituílo e que apresen tem características diferenciadas para os clientes Um exemplo é a demanda por blurays que está em queda em virtude da chegada das plataformas de streaming como Netflix e Amazon 94 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sazonal ocorre quando existe um padrão de picos de aumentos ou reduções na demanda que pode ser repe tido dependendo da hora do dia da semana do mês ou da estação como exemplos podemos destacar os serviços de viagens nos períodos de férias escolares os panetones no período de Natal os sorvetes na estação do verão dentre outros Cíclico surge quando ocorrem aumentos ou reduções graduais menos previsíveis na demanda por período mais longos de tempo anos ou décadas Como exem plo podemos destacar os discos em vinil que tiveram uma queda de demanda ao longo dos anos pela migra ção para os CDs que posteriormente também sofreram redução por conta da disponibilização das músicas em plataformas digitais de músicas E vale lembrar que hoje em dia os discos em vinil tiveram um aumento de demanda graças aos colecionadores e ao interesse das novas gerações pelo produto Aleatório ocorre quando a variação de demanda é im previsível Nesse caso a demanda de um item pode seguir mais de um padrão ao longo do tempo ou seja o mesmo produto pode apresentar uma demanda hori zontal em um período e em outros pode assumir uma demanda tendencial tanto de crescimento como de queda ou até mesmo ter uma demanda sazonal depen dendo do comportamento do mercado A figura 1 demonstra os possíveis padrões de demanda 95 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Figura 1 Padrões de demanda Quantidade Tempo Horizontal dados agrupados em torno de uma linha horizontal Quantidade Tempo Tendencial os dados aumentam ou diminuem consistentemente Quantidade Tempo Sazonal dados indicam consistentemente picos e vales Quantidade Tempo Cíclico os dados revelam aumentos e diminuições graduais em períodos longos de tempo Ano 2 Ano 1 Fonte adaptado de Krajewski Ritzman e Malhotra 2009 p 438 Observando a figura 1 fica fácil perceber a diferença entre os pa drões de demanda apresentados o que fará com que a empresa adote estratégias diferentes para que a produção possa atender a cada um deles Vale ressaltar que na figura 1 não consta o padrão de deman da aleatório até porque esse padrão como o próprio nome diz pode apresentar qualquer um dos quatros padrões de demanda em períodos distintos o que dificulta ainda mais a sua previsão Se considerarmos os padrões de demanda em um supermercado temos que O padrão de demanda diário e semanal de um supermercado irá flutuar com algum grau de previsibilidade Por exemplo a deman da pode ser baixa na parte da manhã aumentando durante a tarde com picos no horário do almoço e depois do trabalho à noite 96 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo A demanda pode ser baixa nas segundas e terçasfeiras aumen tando durante a parte final da semana e alcançando um pico nas sextasfeiras e sábados SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 p 319 É importante compreender que todas as empresas terão que lidar com flutuações de demanda e adotar as ações necessárias para en tregar seus produtos e serviços no prazo acordado com o cliente É um tema que faz parte do cotidiano das organizações O desafio aqui é ten tar prever o comportamento da demanda de cada um dos seus produ tos e serviços A previsão de demanda pode ser definida como um processo no qual a empresa busca de maneira racional informações sobre a possibilida des de venda ou não de um ou mais produtos entretanto como se trata de uma previsão ela é passível de erro OLIVEIRA 2020 Existem quatro tipos básicos de previsão Qualitativa técnica subjetiva ou arbitrária que se baseia em esti mativa e opiniões Análise de séries temporais parte do pressuposto que os dados relacionados à demanda passada podem ser usados para prever a demanda futura Relações causais parte da suposição que a demanda esteja re lacionada a algum fator ou fatores subjacentes ao ambiente ou seja há fatores que influenciam a demanda Simulação os métodos de simulação permitem que se faça uma série de suposições sobre a condição da previsão Vale destacar que os fatores que influenciam a escolha do modelo de previsão são os seguintes horizonte de tempo a ser previsto dis ponibilidade de dados exatidão necessária volume do orçamento da 97 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo previsão e disponibilidade de pessoal qualificado CHASE JACOBS AQUILANO 2006 Agora vamos estudar os métodos de média móvel simples de mé dia móvel ponderada e de suavização exponencial que se enquadram como modelos de previsão de séries temporais que buscam prever a demanda futura com base no comportamento da demanda passada 11 Média móvel simples Esse método parte do pressuposto que a previsão para o período t imediatamente futuro é obtida tomandose a média aritmética dos n valores reais de demanda imediatamente passados Por exemplo um fabricante de peças plásticas tem as demandas reais de jarras de um litro descritas na tabela 1 a seguir em milhares de unidades de maio a agosto Considere que em termos de tempo estamos no início de setembro mês para o qual queremos estimar a demanda Tabela 1 Demanda de jarras nos últimos quatro meses MÊS DEMANDA REAL X 1000 UNIDADES Maio 40 Junho 48 Julho 60 Agosto 56 O primeiro passo é escolher o valor de n essa variável é igual à quan tidade de meses que estaremos considerando para o cálculo da média Vale ressaltar que essa escolha é relativamente arbitrária tendo em vis ta que quanto maior o n mais os efeitos sazonais serão suavizados 98 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sendo assim vamos considerar para o nosso exemplo que foi estabe lecido um n 4 ou seja os valores de demanda dos últimos 4 meses Isso implica dizer que a demanda prevista para qualquer mês será sem pre a média aritmética das demandas reais dos últimos quatro meses Dessa forma temos Previsão setembro 4 51 40 48 60 56 Assim temos que a previsão de demanda para o mês de setembro é calculada por meio da soma da demanda dos últimos quatro meses dividida por quatro o que resulta em 51 Seguindo sempre essa linha de raciocínio somar as demandas dos meses anteriores e dividir pela quantidades de meses se n 1 significa que a previsão se resume a tomar o valor da última demanda real verificada se n 12 isso corres ponde a anular completamente todos os efeitos sazonais distribuídos ao longo do ano Tratase de um método que pode ser eficiente se a demanda a ser analisada for horizontal ou seja com pouca variação em torno de um valor médio Para demandas tendenciais cíclicas ou sazonais a ten dência é que a previsão fornecida por esse método esteja sempre em atraso em relação aos valores reais 12 Média móvel ponderada A principal diferença entre média móvel e média móvel ponderada é que na média móvel ponderada os valores recebem pesos diferentes para que possam refletir a importância maior dos valores mais recentes de demanda MOREIRA 2012 Por exemplo se utilizarmos os mesmos dados do exemplo anterior e atribuirmos pesos para cada mês levando em conta que os pesos maiores serão atribuídos aos meses mais próximos e que a somatória dos pesos atribuídos deve ser igual a 1 teremos a seguinte situação apresentada na tabela 2 99 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Tabela 2 Demanda de jarras nos últimos quatro meses com pesos atribuídos MÊS DEMANDA REAL X 1000 UNIDADES PESO Maio 40 0 Junho 48 02 Julho 60 03 Agosto 56 05 Dessa forma para o cálculo da média móvel ponderada vamos man ter n igual a 4 com as demandas reais de maio junho julho e agosto e efetuar o cálculo da média Previsão setembro 0 40 02 48 03 60 05 56 Previsão setembro 0 96 18 28 556 A principal vantagem da média móvel ponderada em relação à simples é que os valores mais recentes da demanda que podem estar revelando algum tendência de comportamento recebem uma importância maior 13 Suavização exponencial É um método que não elimina nenhuma informação passada po rém ajusta os pesos atribuídos de tal forma que os dados mais antigos tenham proporcionalmente menos peso daí o nome do método de su avização exponencial CORRÊA CORRÊA 2012 Por exemplo um fabricante de calçados fez uma previsão de 400 unidades de demanda para um determinado modelo de chinelo para um determinado mês do ano Entretanto a demanda real desse produto foi de 500 pares de chinelos Levando em conta o ocorrido uma ação interessante seria aumentar a previsão em 100 pares para o próximo 100 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo período Com isso se esse erro de previsão realmente estiver indicando que a demanda está mudando as próximas previsões também seriam alteradas Entretanto nem sempre a empresa quer incorporar o erro total Nesse caso especificamente adicionando os 100 pares não levamos em conta que esse erro pode ter sido uma simples variação em torno da média Sendo assim a proporção do erro que será incorporada na previsão é o que chamamos de constante de suavização exponencial identificada como a variável α alfa A variável α é um número que varia de 0 a 1 e representa a influência percentual da demanda real do último período na previsão do próximo período Além de α também deve ser acrescentado no cálculo a taxa exponencial t com que caem os pesos de ponderação dos dados his tóricos Essa taxa deve ser multiplicada pela previsão que desejamos corrigir Sendo assim seu valor deve ser igual ao resultado de 1 menos o valor de α Tabela 3 Cálculo da taxa exponencial MÊS TAXA t 1 α t 1 α 1 α t 2 1 α2 t 3 1 α3 t 4 1 α4 Dessa forma considerando a proporção de 100 para 500 a constan te de suavização exponencial será igual a 02 ou seja 100500 Com isso o modelo de cálculo da nova média será OLIVEIRA 2020 p 141 101 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Nova previsão demanda real do último período x α última previsão x 1 α Em que α é a chamada constante de suavização número entre 0 e 1 que dá a influência percentual da demanda real do último período na previ são do próximo período 1 α é a taxa exponencial com que caem os pesos de ponderação dos dados históricos de α referente ao mês passado mais recente t Substituindo os valores na equação temos que Nova previsão 500 x 02 400 x 1 02 100 320 420 pares de chinelos Assim temos a nova previsão de demanda para os chinelos utilizan do a técnica de suavização exponencial Agora que já compreendemos a importância do estudo previsão e gestão da demanda vamos tratar de outro assunto muito importante para a administração da produção o conceito de estoque 2 Estoque Estoque pode ser definido como quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados de forma improdutiva por algum intervalo de tempo Os estoques po dem ser tanto de produtos acabados que aguardam ser vendidos como também de matériasprimas e componentes que aguardam ser utilizados na produção MOREIRA 2009 p 431 Os estoques fazem parte do cotidiano das pessoas pois as famílias possuem em suas casas estoques de alimentos e bebidas para que não tenhamos que sair de casa a cada refeição e comprar os ingredientes 102 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo A manutenção desses produtos em casa no armário da cozinha e na geladeira nos permite uma resposta rápida para o preparo de uma refei ção sempre que necessário e da mesma forma aumenta a nossa flexi bilidade de escolha de opções para o cardápio de cada refeição Muitas vezes compramos ingredientes com antecedência para uma ocasião especial uma festa por exemplo ou até por identificar uma condição comercial interessante como alguma promoção O fato é que antes de ir ao supermercado para fazer as compras verificamos os estoques dos ingredientes temperos e alimentos para saber exatamente quais itens deverão ser repostos Ou seja cada um de nós realiza sistemati camente um planejamento de estoque para se proteger contra a falta de produtos e assim obter o abastecimento ou suprimento adequado para a produção de nossas refeições Considerando esse exemplo de nosso cotidiano e abordando a rea lidade das empresas podemos afirmar que a gestão de estoques deve ser uma atividade realizada criteriosamente pela organização tendo em vista que sua gestão deve considerar não só os aspectos operacionais materiais e insumos para o abastecimento dos processos produtivos como também os aspectos financeiros levando em conta que a manu tenção de estoque significa manter capital de giro parado Essas são decisões importantes a serem tomadas pelos gestores afinal de contas a área comercial deseja ter estoques de produtos aca bados sempre que possível para atender o quanto antes as demandas dos clientes já a área de produção deseja ter os estoques de materiais e insumos para que possa dar início à produção de um determinado item tão logo receba a ordem de fabricação Porém a área financeira considera a existência de estoque algo negativo tendo em vista que existe muito capital alocado em sua manutenção não só pelo custo do item estocado mas também pelos custos associados à armazenagem 103 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo IMPORTANTE Existem muitas razões pelas quais as gostamos de manter estoques mas também há razões pelas quais a manutenção de estoques é consi derada imprudente GAITHER FRAZIER 2005 O fato é que os estoques surgem por diversos motivos Dentre eles podemos destacar CORRÊA CORRÊA 2012 Incerteza de previsões o ideal para a produção seria sempre re ceber com antecedência os pedidos em carteira para que pudes se se programar e atender à demanda Entretanto nem sempre essa situação é possível devido às incertezas do próprio merca do com relação às taxas de consumo e de suprimento o que pre judica as previsões Falta de coordenação entre fases do processo produtivo o ideal seria ter todas as fases do processo produtivo trabalhando em um fluxo contínuo sem acúmulos de estoques Entretanto sabemos que muitas vezes o problema de falta de coordenação já começa no fornecimento Existem muitas situações nas quais o fornece dor por inflexibilidade do seu processo produtivo só oferece lotes muito maiores do que a necessidade de abastecimento de um pro cesso produtivo Assim a cada compra sempre será gerado um estoque excedente considerando a quantidade necessária para produzir Outra forma de se gerar estoques no processo produtivo é a diferença de capacidade produtiva entre as etapas subsequen tes do processo gerando estoques de produtos em processo Por fim nem sempre a empresa possui um processo com capacida de produtiva para atender aos picos de variação da demanda do mercado o que a motiva em muitas situações a produzir mais do que necessário em períodos de baixa demanda para que tenha estoque suficiente para atender aos picos de demanda 104 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Especulação em muitas situações os estoques são gerados porque as empresas conseguem se antecipar à ocorrência de escassez e à correspondente alta de preço de um determinado produto comprando quantidades superiores à sua real necessi dade justamente para aproveitar o preço mais baixo e garantir o abastecimento Da mesma forma um fornecedor pode oferecer incentivos financeiros para que sejam adquiridos lotes com quan tidades superiores à necessidade do momento mas que propi ciam à empresa a oportunidade de realizar compras econômicas Disponibilidade no canal de distribuição em muitas situações temos a necessidade de manter os produtos em centros de distri buição localizados próximos aos mercados consumidores Essa é uma situação muito comum para os produtos de consumo como os alimentos os produtos de higiene pessoal dentre outros PARA SABER MAIS Sobre as pressões para manter estoques baixos ou altos leia o capítulo 12 Administração de estoques do livro Administração de produção e operações KRAJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 p 384408 Agora que já conhecemos quais são os principais motivos que ge ram os estoques vamos conhecer a sua classificação Os tipos de es toques são Estoque cíclico esse tipo de estoque ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem fornecer simultaneamente to dos os itens que produzem Por exemplo um fabricante de emba lagens produz três tipos de potes diferentes que têm grande acei tação pelo mercado com uma demanda bem estável Entretanto para a fabricação desses três tipos de potes a empresa utiliza a mesma máquina Com isso mesmo que as matériasprimas 105 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo estejam disponíveis a empresa acaba produzindo lotes maiores do que a demanda para cada tipo de pote considerando o tem po que será necessário para a produção dos outros dois tipos de potes Sendo assim mesmo quando a demanda é estabelecida e previsível haverá sempre algum estoque para compensar o forne cimento irregular de cada tipo de produto Podemos dizer que o estoque cíclico resulta da necessidade de produzir bens em lotes e sua quantidade depende de decisões sobre o volume de produ ção SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Estoque de segurança os estoques de segurança são utilizados para evitar possíveis problemas e falta de atendimento ao clien te por indisponibilidade do produto Sendo assim podemos dizer que um estoque de segurança nada mais é do que um estoque excedente que visa a proteger a empresa contra as incertezas da demanda do tempo de espera pela entrega e das alterações na oferta É fato que em muitas situações os estoques de seguran ça são desejáveis principalmente quando os fornecedores não conseguem entregar as quantidades desejadas de um determi nado produto na data requerida O principal objetivo desse tipo de estoque é assegurar que as operações não sejam interrompidas pela falta de abastecimento Por exemplo um fabricante de pe ças plásticas produz cerca de 25 tipos diferentes de utensílios domésticos com demandas bem variáveis entretanto a matéria prima utilizada para a produção de todos esses itens é a mesma Dessa forma visando a atenuar os impactos das possíveis varia ções de demanda a empresa adotou um estoque de segurança de 25 toneladas de matériaprima Assim caso ocorra alguma va riação representativa na demanda de um ou mais utensílios do mésticos a empresa terá condições de absorver essas variações graças ao estoque de segurança de matériaprima Estoque em trânsito o estoque em trânsito ocorre quando os materiais estão em deslocamento de um ponto a outro no siste ma de fluxo de materiais Sendo assim os estoques se deslocam 106 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo de um fornecedor até a fábrica da fábrica até um centro de dis tribuição ou a um revendedor ou mesmo ao cliente Em linhas gerais o estoque em trânsito nada mais é do que os pedidos já colocados em carteira mas que ainda não foram recebidos Por exemplo uma empresa comprou um lote de embalagens de um fornecedor que está distante 1000 km da sua fábrica O lote de embalagens já saiu do fornecedor e só deverá chegar ao seu des tino após 2 dias de viagem Estoque de antecipação esse é o estoque utilizado para absor ver taxas irregulares de demanda ou de oferta que podem ser enfrentadas pelas empresas Geralmente padrões de demanda previsíveis sazonais levam à utilização de estoques de anteci pação Dessa forma uma empresa pode produzir quantidades muito acima da quantidade necessária para atender aos períodos na época de demanda baixa para ter estoque suficiente frente ao aumento de demanda na sazonalidade As empresas fabricantes de panetones adotam esse tipo de estoque iniciando a produção bem antes do período de Natal É interessante destacar que quando estudamos os tipos de esto ques ficamos com a noção de que os benefícios obtidos por si só já justificam a criação de estoques No entanto não podemos deixar de considerar que existem também algumas desvantagens para a empre sa ao assumir a manutenção desses espaços Manter estoque significa congelar dinheiro na forma de capital de giro que ficará parado ou seja o capital que poderia ser utilizado em outro investimento para empresa está retido Além disso a partir do momento em que a empresa decide manter um estoque ela também assume todos as despesas necessárias para a armazenagem ou seja os custos associados à manutenção das con dições necessárias para estocagem visando a preservar a qualidade do produto estocado por exemplo produtos perecíveis que devem ser 107 Gestão de demanda e estoque Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo mantidos em local refrigerado e com a estrutura do local de armaze nagem funcionários equipamentos aluguel seguros energia dentre outros Outra questão bastante crítica é a obsolescência dos produtos assu mir estoques pode ser um risco para empresa pois podem surgir novos produtos com características que se diferenciam dos itens estocados tornandoos obsoletos Também não podemos deixar de destacar os produtos que podem ser danificados ou até mesmo deteriorados duran te o período em que estão armazenados Por fim é fato que a decisão sobre a manutenção ou não do estoque de cada insumo de cada matériaprima e de cada produto acabado deve considerar o comportamento da demanda os recursos disponíveis e os acordos com os clientes para que se consiga manter o desempenho da produção dentro dos objetivos esperados PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente identificar quais são os tipos de estoques existentes Feito isso analise se existe alguma estratégia adotada pela empresa para gerenciar os estoques evitando possíveis faltas de abastecimento Considerações finais Neste capítulo tivemos a oportunidade de estudar dois conceitos de grande relevância para a administração da produção demanda e esto que A informação de demanda é fundamental para que produção possa direcionar todas as suas ações já os estoques se apresentam como uma solução para atenuar os possíveis impactos da variação de demanda 108 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Dentre os padrões básicos do comportamento de demanda temos o horizontal o tendencial o sazonal o cíclico e o aleatório Para cada um desses padrões de comportamento a empresa deve estabelecer estratégias adequadas para tentar atender às demandas Essa não é uma tarefa fácil pois depende de previsões que são passíveis de erros Por outro lado os tipos de estoque existentes cíclico de segurança de antecipação e em trânsito são alternativas que podem ser utilizadas justamente para tentar atenuar os possíveis impactos da falta de abas tecimento em virtude da variação de demanda Dessa forma compete às empresas e aos seus gestores adotar as estratégias mais adequadas para garantir o fornecimento de cada um dos seus produtos Referências CHASE Richard B JACOBS F Robert AQUILANO Nicholas J Administração da produção e operações para vantagens competitivas 11 ed São Paulo McGrawHill 2006 CORRÊA Henrique CORRÊA Carlos Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Atlas 2012 GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 KRAJEWSKI Lee J RITZMAN Larry P MALHOTRA Manoj K Administração de produção e operações São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 MOREIRA Daniel Augusto Administração da produção e operações 2 ed São Paulo Pioneira Thomson Learning 2012 OLIVEIRA Marcos Alberto de Gestão de operações e serviços São Paulo Editora Senac São Paulo 2020 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 109 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 7 Gestão da qualidade e sustentabilidade A área de produção de uma empresa é responsável pela obtenção de produtos e serviços que serão oferecidos ao mercado Sendo assim ela exerce um papel fundamental para que os resultados da organização se jam atingidos e para tanto deve realizar suas atividades de forma a obter produtos e serviços cuja qualidade seja percebida e aceita pelos clientes Afinal de nada adianta produzir bem se os clientes não valorizam e nem percebem a qualidade nos resultados bens e serviços produzidos 110 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Da mesma forma outra questão de grande importância para a área de produção é a definição de estratégias voltadas à sustentabilidade Produzir envolve a utilização de recursos e insumos para que sejam ge rados produtos e serviços na grande maioria das vezes há a geração de resíduos ou subprodutos não desejados o que pode trazer impactos ambientais negativos Ainda nesse contexto além do desempenho financeiro devese con siderar a dimensão social dentre as questões que envolvem as ações da empresa não só internas como também externas para que o conceito de sustentabilidade seja aplicado de maneira completa e abrangente Neste capítulo vamos estudar como a empresa pode realizar a gestão da qualidade e da sustentabilidade levando em conta a importância es tratégica desses temas para a sua competitividade 1 Gestão da qualidade A preocupação com a qualidade existe desde os tempos mais re motos quando o homem iniciou a produção de bens e de serviços Com o passar dos anos surgiram conceitos ferramentas e sistemas de gestão voltados à qualidade sempre acompanhando a evolução no mundo dos negócios À medida que a competitividade foi crescendo ao longo dos anos as exigências em termos de produtividade e de qualidade foram aumen tando Isso fez com que as empresas adotassem ações para controlar garantir e gerenciar a qualidade dos insumos e materiais utilizados na produção durante o processo produtivo e ao final da produção visando a obter não só uma maior eficiência em suas ações mas principalmen te uma maior eficácia entregando aos seus clientes produtos e serviços com a qualidade desejada Quando nos referimos ao aumento das exigências de produtividade e de qualidade ou seja ao acirramento da competitividade devemos 111 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo ressaltar que o comportamento do cliente mudou ao longo dos anos e a sua exigência aumentou à medida que ele passou a ter mais opções de compra Sendo assim as empresas buscam cada vez mais atender aos aspectos valorizados pelos clientes Não podemos deixar de destacar que da mesma forma que os clien tes e o mercado em geral modificaram a maneira de abordar e exigir qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas houve diversos especialistas os chamados gurus da qualidade que estabe leceram ou propuseram conceitos sobre qualidade GAITHER FRAZIER 2005 e CORRÊA CORRÊA 2012 Armand Feigenbaum considera qualidade como a composição total das características de marketing engenharia fabricação e manutenção de um produto ou serviço por meio das quais o mesmo produto ou serviço em uso atenderá às expectativas do cliente Joseph M Juran descreve que qualidade é o nível de satisfação alcançado por um determinado produto no atendimento aos obje tivos do usuário durante o seu uso o que é chamado de adequa ção ao uso William Edwards Deming foi considerado no Japão como o pai do controle de qualidade e sua visão em relação ao conceito é qualidade é a satisfação do cliente e a melhoria contínua Sua filosofia se baseia em 14 pontos para a melhoria da qualidade 1 Crie uma constância de propósito 2 Adote uma nova filosofia 3 Cesse a dependência de inspeção 4 Evite ganhar um negócio baseandose em preço 112 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 5 Melhore constantemente o sistema de produção e serviço 6 Institua treinamentos no trabalho 7 Institua a liderança 8 Elimine o medo 9 Rompa barreiras interdepartamentais 10 Elimine slogans e exortações 11 Elimine quotas ou padrões de trabalho 12 Faça com que as pessoas sintam orgulho pelo trabalho 13 Institua programas de educação e de automelhoria 14 Coloque todos para trabalhar pelo atingimento de metas Para Philip Crosby qualidade é conformidade com os requisitos Sua grande contribuição para a gestão da qualidade foi o seu estudo sobre os custos da qualidade no qual destacava que as empresas não sa biam o quanto era gasto com qualidade seja para consertar o que er feito errado ou para produzir corretamente Kaoru Ishikawa defendia que todos na organização podem e devem contribuir com a qualidade e precisam conhecer técnicas estatísticas básicas Esse especialista japonês foi o responsável pela criação dos círculos de controle de qualidade os chamados CCQs que são grupos de pessoas da mesma área de trabalho que se reúnem para discutir os problemas identificados na produção e propor melhorias Além disso foi ele que desenvolveu os métodos para a solução de problemas utili zando ferramentas da qualidade Por sua vez David Garvin argumenta que a qualidade deve ser en carada como uma poderosa arma estratégica Ele considera que a qualidade é um pacote que engloba oito dimensões desempenho característica confiabilidade conformidade durabilidade manutenção 113 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo estética e qualidade percebida e que o nível de qualidade entregue é de finido pela importância que o cliente dá a cada uma dessas oito dimen sões e pelo desempenho desejado da produção frente ao desempenho dos concorrentes É muito importante compreender como as dimensões da qualidade propostas por Garvin fazem parte da avaliação sobre a qualidade rea lizada pelas pessoas em seu cotidiano Vamos entender melhor como cada uma das dimensões é utilizada na avaliação da qualidade dos pro dutos e serviços CORRÊA CORRÊA 2012 p 183184 Desempenho avaliação realizada com base nas características operacionais ou seja na potência do som de um rádio na velo cidade de atendimento do prontosocorro de um hospital entre outros Característica quando se avalia os aspectos extras que suple mentam o desempenho como um aparelho que leia DVD e Blu ray ou um hospital que possui em seus quartos TV e música am biente entre outros Confiabilidade dimensão que avalia o quanto um determinado produto fica fora de operação por exemplo o quanto um veículo fica parado por problemas de manutenção o tempo que um pro vedor de internet não permite a conexão entre outros Conformidade indica o quanto um produto se aproxima da sua especificação ou o quanto um serviço se aproxima da experiência anterior do cliente Por exemplo o quanto a velocidade real de um sistema de transmissão de dados banda larga se aproxima da velocidade nominal declarada o quanto a espessura do tratamen to galvânico de uma chapa se aproxima de sua especificação A conformidade também é tratada como consistência ou seja quando essa dimensão se refere à comparação entre o produto real e a experiência anterior do cliente e não propriamente a um 114 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo padrão especificado ou declarado Como exemplos dessa abor dagem temos a consistência do sabor de um alimento congelado e a consistência na rapidez do atendimento de uma lanchonete fast food entre outros Durabilidade dimensão que está associada ao tempo de vida à resistência no uso e à frequência de manutenção do produto Por exemplo a durabilidade das pastilhas de freio ou dos amor tecedores de um veículo o tempo em que a dedetização mante rá um ambiente livre de insetos o tempo em que a manutenção em um elevador o manterá em funcionamento sem problemas entre outros Manutenção essa dimensão indica o quanto realizar a manuten ção de um produto é fácil e de baixo custo Por exemplo o quanto de dificuldade um cliente tem para corrigir um lançamento errado em sua fatura do cartão de crédito o quanto é fácil trocar o cartu cho de tinta de uma impressora dentre outros Estética dimensão associada às características relativas à aparência e à impressão que as pessoas têm de um produto ou serviço Por exemplo o design de um automóvel a estampa de uma camiseta a fragrância de um perfume a aparência do gar çom e das próprias instalações de um restaurante a limpeza e organização de uma oficina mecânica a limpeza de um hospital dentre outros Qualidade percebida dimensão associada ao sentimento e à maneira pela qual o cliente é tratado Por exemplo a cortesia do garçom em um restaurante a educação e o polimento da aten dente de um call center Nessa dimensão também estão incluí dos os componentes subjetivos da qualidade muitas vezes resul tantes de associações que o cliente realiza em suas avaliações Por exemplo se a RollsRoyce passasse a fabricar também bici cletas o cliente diria que elas teriam qualidade 115 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Vale destacar que quando o consumidor considera o pacote qua lidade raramente leva em conta todas as dimensões e se as consi derasse por certo não daria a todas as dimensões o mesmo peso na formação de sua decisão de compra Analisando de maneira bastante objetiva as principais contribuições obtidas por meio dos estudos realizados pelos gurus da qualidade po demos afirmar que a qualidade está em constante evolução sempre considerando as melhores ações a serem realizadas para gerenciála PARA SABER MAIS Sobre as contribuições de cada um dos gurus da qualidade leia o ca pítulo 6 Qualidade total e melhoramento em produção e operações do livro Administração de produção e operações CORRÊA CORRÊA 2012 p 162185 Dessa forma podemos subdividir a evolução do conceito de qua lidade nas empresas em quatro momentos SLACK CHAMBERS JOHNSTON 2002 Inspeção tem como foco a conformidade do produto em relação ao padrão estabelecido ou seja visa a detectar os erros e retifi cálos evitando assim que os produtos e serviços cheguem ao mercado fora das especificações Vale ressaltar que a inspeção é realizada nos produtos não havendo nenhum tipo de análise no processo produtivo Controle de qualidade o controle tem foco na inspeção por amostragem com o uso de ferramentas estatísticas para detectar as variações no processo Ou seja tenta resolver as causas dos problemas de qualidade analisando os processos e estabelecen do padrões de qualidade 116 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Garantia da qualidade a garantia da qualidade tenta ampliar a responsabilidade organizacional sobre a qualidade estabelecen do a adoção de sistemas de gestão da qualidade avaliando os custos e planejando as ações voltadas à qualidade para evitar e solucionar os problemas Gestão da qualidade total essa é a abordagem da qualidade mais abrangente pois tem como foco a gestão com o envol vimento de toda a empresa para atender às necessidades dos clientes Sendo assim podemos dizer que a qualidade assume uma importância estratégica para a empresa demandando gran de envolvimento de todos os colaboradores que devem trabalhar em equipe para que produtos e serviços tenham a qualidade de sejada Além disso é primordial uma aproximação e envolvimen to dos consumidores e dos fornecedores para que a qualidade seja aprimorada constantemente Após essa breve apresentação sobre as abordagens da qualidade ao longo dos anos podemos nos deparar com o seguinte questionamento qual dessas abordagens devemos utilizar nos dias atuais E a resposta é todas elas Note que a abordagem de inspeção contribui diretamente para que seja realizado o controle da qualidade dos insumos e dos materiais que serão utilizados na produção dos produtos entre fases do processo produtivo e dos produtos finais antes de serem entregues aos clientes Da mesma forma o controle da qualidade utilizando métodos esta tísticos nos permite uma avaliação mais abrangente não só dos pro dutos mas principalmente dos processos evidenciando as possíveis falhas e viabilizando as correções necessárias A garantia da qualidade permite à organização sistematizar suas ações relacionadas à qualidade Os sistemas de gestão possibilitam a implementação de um modelo de gestão que impacta a cultura da 117 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo empresa para que a abordagem de qualidade seja disseminada entre todos os envolvidos A gestão da qualidade total pode ser tratada como uma filosofia adotada pela organização para tratar a administração da qualidade desdobrando o conceito e o compromisso entre todos os níveis da empresa e fortalecendo a criação de uma cultura voltada à qualidade O princípio fundamental é que o controle deve começar com a identifi cação dos requisitos de qualidade do cliente e terminar somente quan do o produto for entregue e o consumidor manifestar a sua satisfação com o produto recebido IMPORTANTE As empresas gastam tempo esforço e recursos significativos em sis temas treinamento e mudanças organizacionais para aperfeiçoar o de sempenho e a qualidade dos seus processos KRAJEWSKI RITZMAN MALHOTRA 2009 Vale destacar que existem diferentes modelos de sistemas de ges tão da qualidade que podem ser adotados pelas empresas A adesão às normas e certificação ISO 9001 se dá de maneira voluntária e envolve um posicionamento estratégico da empresa A seguir vamos entender como uma empresa pode obter a certifica ção do seu sistema de gestão da qualidade pela norma ISO 9001 11 Certificação do sistema de gestão da qualidade A certificação de uma empresa pela norma ISO 9001 pode trazer muitos benefícios não só pelo reconhecimento internacional propor cionado pelo certificado mas principalmente pela melhoria dos seus 118 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo processos redução de falhas e de retrabalhos e maior acompanhamen to da satisfação dos clientes em relação aos seus produtos e serviços Antes da falarmos sobre a norma ISO 9001 é importante expli car primeiro o que é a entidade ISO International Organization for Standardization Ela é uma organização nãogovernamental com sede na Suíça que tem como principal objetivo elaborar normas que tenham validade e aplicabilidade internacional O nome ISO vem da palavra grega isos que significa igual Essa entidade é composta de comitês técnicos específicos para cada tipo de assunto que periodicamente se reúnem não só para a elaboração como também para as constantes revisões e análises de possibilidades de melhoria para as normas elabo radas No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT é a entidade responsável pela tradução e publicação das normas ISO em todo o país OLIVEIRA 2009 Agora que já sabemos um pouco sobre a entidade ISO vamos enten der o que é a norma ISO 9001 Essa norma especifica os requisitos para um sistema de gestão da qualidade SGQ utilizado quando uma orga nização necessita demonstrar a sua capacidade para fornecer consis tentemente produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares e estatutários aplicáveis além de buscar aumentar a satisfação do consumidor e a melhoria contínua Dentre os preceitos básicos de um sistema de gestão da qualidade com base nos requisitos da norma ISO 9001 devemos destacar a abor dagem por processos aliás a norma certifica os processos de uma empresa ou seja certifica que os processos atendam aos requisitos estabelecidos pela norma Somente por meio de uma abordagem por processos é que a empresa poderá promover outro preceito da norma que é a melhoria contínua Aprimorar continuamente os processos em busca de melhores resultados de desempenho assim como atender às necessidades dos clientes são preceitos básicos para a efetividade de um sistema de gestão da qualidade 119 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Outro preceito importante definido pela norma ISO 9001 é a chama da mentalidade de risco O risco é definido pela norma como um fruto da incerteza sendo que qualquer incerteza poderá trazer para a em presa tanto um efeito positivo quanto negativo Dessa forma quando a empresa adota uma mentalidade de risco significa que ela avalia os fatores que poderão gerar algum tipo de desvio ou problema nos seus processos e no sistema de gestão impactando diretamente os resulta dos esperados em termos de qualidade Além da abordagem por processos e a mentalidade de riscos a nor ma ISO 9001 estabelece outro preceito fundamental e talvez o mais relevante para os negócios da uma empresa o foco na satisfação dos clientes Esse foco deve nortear todas as ações realizadas pelo sistema de gestão da qualidade afinal além de ser um fator de competitividade para a empresa faz com que a organização nunca se acomode com os resultados obtidos contribuindo para que ela consolide um processo de melhoria contínua nos processos É importante destacar que a implementação de um sistema de ges tão da qualidade por uma empresa implica mudanças e adequações do seu modelo atual de gestão da cultura organizacional das pessoas en volvidas nos processos e principalmente da alta administração da em presa tendo em vista que essa é uma decisão estratégica e que precisa do engajamento da liderança para que o sistema seja implementado com a efetividade desejada Quando uma empresa decide pela implementação de um sistema de gestão da qualidade e pela certificação desse sistema pela norma ISO 9001 ela está tomando uma decisão estratégica que deve apoiarse em um projeto no qual estejam contempladas todas as fases desde o processo de implementação até a realização das auditorias para reco mendação à certificação Agora que já compreendemos a importância de um sistema de ges tão da qualidade vamos conhecer a prática do kaizen 120 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 12 Kaizen A palavra japonesa kaizen significa melhoramento contínuo e foi in troduzida na administração a partir de 1986 por Masaaki Imai Esse termo está associado à ideia de melhoria continua não só no trabalho como também no lar e na vida social das pessoas Podemos afirmar que se trata de uma cultura voltada à melhoria contínua com foco na eliminação de perdas em todos os sistemas de uma organização e im plica na aplicação de dois elementos na melhoria entendida como uma mudança ou alteração para melhor e na continuidade entendida como ações permanentes de mudança LAUGENI MARTINS 2015 As atividades de kaizen são muito praticadas na produção sendo conduzidas de diversas maneiras e com diversos objetivos diferentes mas com um preceito primordial São atividades realizadas por times de trabalho que com grande engajamento sugerem analisam propõem e se a ideia sugerida for aceita e aprovada pela empresa implementam as melhorias Essas melhorias podem ocorrer nos processos nos fluxos de trabalho nos arranjos físicos nos métodos e na divisão do trabalho nos equipamentos nas ferramentas nas instalações enfim em todas as variáveis em um sistema de produção Vamos entender o que é a gestão para a sustentabilidade 2 Gestão da sustentabilidade O conceito de sustentabilidade faz parte da agenda das empresas e parte do pressuposto que ela deve equilibrar os pilares ambiental eco nômico e social Isso implica ações relacionadas à qualidade dos seus produtos e serviços ao bemestar dos seus colaboradores e de seus stakeholders todos aqueles que tem algum tipo de interesse nos negó cios da empresa e à preservação do meio ambiente Sendo mais objetivo não há como tratar a sustentabilidade sem equilibrar os aspectos sociais ambientais e econômicos triple bottom 121 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo line Dessa forma para que uma empresa possa definir uma estraté gia voltada à sustentabilidade e posteriormente possa realizar a sua gestão é primordial estabelecer uma série de ações vinculadas aos três pilares citados de forma a obter o equilíbrio proposto pela defini ção de sustentabilidade IMPORTANTE A questão principal envolvendo os aspectos ambientais é que não é possível tratálos isoladamente sem considerar seus aspectos sociais e econômicos BARBOSA LOPES 2018 A preservação das condições de vida atuais e futuras com a manu tenção dos recursos naturais e de um meio ambiente saudável e que não comprometa adversamente os recursos sociais e a relação justa entre os interesses econômicofinanceiros e os interesses da sociedade deve ser uma preocupação constante para as organizações que busquem adequar suas estratégias às novas exigências do mercado OLIVEIRA 2021 A figura 1 ilustra bem os três pilares da sustentabilidade Figura 1 Três pilares da sustentabilidade Ambiental Suportável Viável Justo Sustentável Social Econômico Fonte adaptado de Barbosa e Lopes 2018 p 19 122 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Um aspecto importante a ser considerado é que as ações desdo bradas pelas empresas para atender aos preceitos da sustentabilidade são cada vez mais percebidas e valorizadas pelos clientes que por sinal também estão mudando o seu comportamento em relação a esse tema trazendo o conceito da sustentabilidade com um dos aspectos a serem considerados no momento da decisão de compra por um deter minado produto ou serviço Sendo assim podemos afirmar que para a empresa ter um negócio considerado sustentável se tornou exigência do mercado e consequen temente de sobrevivência Assim as organizações que não adotarem estratégias sustentáveis correrão o risco de perder espaço no mercado para outras empresas concorrentes que já as tenham implementado A gestão para a sustentabilidade demanda uma mudança não só nos processos produtos e serviços oferecidos pela empresa mas prin cipalmente uma mudança da cultura da empresa e consequentemente da mentalidade das pessoas Essa consciência em torno do desenvol vimento sustentável aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de atender às necessidades futuras deve ser coletiva e desdobrada ao longo da cadeia de suprimentos con templando os clientes os fornecedores e outras partes interessadas Dentre as ações que podem ser desdobradas pelas empresas po demos destacar as certificações pelas seguintes normas ISO 9001 para a implementação de um sistema de gestão da qualidade ISO 14001 para a implementação de um sistema de gestão ambiental e ISO 45001 para a implementação de um sistema de gestão de saúde e segurança do trabalho Como já abordamos a norma ISO 9001 para os sistemas de gestão da qualidade vamos falar sobre a norma ISO 14001 que estabelece os requisitos para que uma empresa possa implementar um sistema de ges tão ambiental SGA de forma a criar uma estrutura que possa melhorar continuamente os seus processos sob a ótica ambiental Para tanto além do atendimento aos aspectos legais aplicáveis a empresa deverá definir 123 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo uma política ambiental que será desdobrada em objetivos ambientais le vando em conta os processos existentes o tipo de atividade os aspectos ambientais significativos e os seus impactos ambientais Já a norma ISO 45001 estabelece os requisitos para que a empresa possa implementar um sistema de gestão de saúde e segurança do tra balho visando a melhorar as condições de trabalho para os seus colabo radores eliminar os perigos existentes e minimizar os riscos de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais identificando oportunidades para melhorar a produtividade por meio de sistemas de produção mais segu ros e com condições adequadas para o exercício das atividades laborais Um aspecto importante a ser ressaltado é que as normas ISO 9001 ISO 14001 e ISO 45001 são aplicáveis a todos os tipos de organizações Além disso elas podem ser integradas em um único sistema de gestão sistema de gestão integrado ou SGI tendo em vista que as normas ISO para os sistemas de gestão utilizam uma estrutura de requisitos que é comum às três normas o Anexo SL Outra forma de adequação das iniciativas da empresa em torno dos preceitos do conceito de sustentabilidade é seguir os princípios para o investimento responsável principles of responsible investment ou PRI Tratase de uma iniciativa voluntária e tem como base seis princípios BARBOSA LOPES 2018 1 Incorporar os temas ambiental social e de governança environmental social and corporate governance ou ESG às aná lises de investimento e aos processos de tomada de decisão 2 Ser proativo e incorporar os temas ESG à política e práticas de propriedade de ativos 3 Buscar sempre fazer com que as entidades nas quais são fei tos investimentos divulguem as suas ações relacionadas aos temas ESG 124 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo 4 Promover a aceitação e implementação dos princípios dentro do setor de investimento 5 Todos os envolvidos devem trabalhar unidos para ampliar a efi cácia na implementação dos princípios 6 Todos os envolvidos devem divulgar relatórios sobre as ativida des e o progresso da implementação dos princípios O PRI aborda suas implicações sobre os temas ambientais sociais e de governança oferecendo suporte para as empresas na integração desses temas com as decisões de investimento e propriedade de ativos O mercado financeiro brasileiro vem mudando a sua lógica e incor porando a agenda socioambiental às políticas práticas e estratégias das empresas Com isso observase que muitas empresas passaram a redefinir suas estratégias de negócios considerando os preceitos da sustentabilidade e visando a promover o desenvolvimento sustentável Muitas ações estão sendo desdobradas para auxiliar o entendi mento e a aplicação de ações para implementar a sustentabilidade Apresentamos aqui apenas alguns exemplos de ações estruturadas que podem ser implementadas pelas empresas que buscam realizar uma gestão para a sustentabilidade Compete aos gestores das empresas buscar as referências e estruturas de sustentabilidade que sejam mais adequadas ao seu modelo de negócio PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente descobrir se existe um modelo utilizado para a gestão da qualidade e se a empre sa já possui iniciativas voltadas à gestão para a sustentabilidade 125 Gestão da qualidade e sustentabilidade Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Considerações finais Neste capítulo tivemos a oportunidade de estudar dois temas de grande relevância para qualquer tipo de empresa a gestão da qualidade e a gestão para a sustentabilidade Na gestão da qualidade foi possível compreender as diferentes abordagens e conceituações desenvolvidas pelos chamados gurus da qualidade profissionais especialistas no tema qualidade e que ao lon go dos anos por meio de pesquisas e estudos trouxeram grandes con tribuições muitas delas utilizadas pelas empresas até os dias atuais Tivemos a oportunidade de entender também a evolução da qualida de com a mudança de abordagem ou seja inspeção controle da quali dade garantia da qualidade e gestão da qualidade total além de conhe cer o sistema de gestão da qualidade baseado na norma ISO 9001 e a filosofia de melhoria contínua kaizen Sobre a gestão da sustentabilidade pudemos compreender o concei to da sustentabilidade desdobrado em seus três pilares ambiental so cial e econômico Estudamos também as possíveis ações estruturadas a serem adotadas pelas empresas com a implementação dos sistemas de gestão da qualidade ISO 9001 do sistema de gestão ambiental ISO 14001 e do sistema de saúde e segurança do trabalho ISO 45001 Por fim falamos sobre o PRI que incorpora os temas ambiental social e de governança ESG às análises de investimento e aos pro cessos de tomada de decisão Dessa forma é fácil perceber a impor tância estratégica desses temas para qualquer tipo de empresa 126 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Referências BARBOSA Christina LOPES Sonia Sustentabilidade gestão estratégica na prática Rio de Janeiro Brasport Livros e Multimídia Ltda 2018 CORRÊA Henrique CORRÊA Carlos Administração da produção e operações 3 ed São Paulo Atlas 2012 GAITHER Norman FRAIZER Greg Administração da produção e operações São Paulo Pioneira Thomson Learning 2005 KRAJEWSKI Lee J RITZMAN Larry P MALHOTRA Manoj K Administração de produção e operações São Paulo Pearson Prentice Hall 2009 LAUGENI Fernando Piero MARTINS Petrônio Garcia Administração da produção 3 ed São Paulo Saraiva 2015 OLIVEIRA Marcos Alberto de Em busca da excelência empresarial 2 ed revisada e ampliada São Paulo Editora DVS 2009 OLIVEIRA Marcos Alberto de Logística reversa São Paulo Editora Senac São Paulo 2021 SLACK Nigel CHAMBERS Stuart JOHNSTON Robert Administração da produção São Paulo Atlas 2002 127 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Capítulo 8 Indústria 40 Ao longo dos anos o mundo vivenciou muitas transformações no contexto econômico social e político que promoveram verdadeiras re voluções em diversos segmentos entre eles o industrial Falando especificamente sobre a administração da produção pode mos dizer que a manufatura de produtos vive uma constante e signifi cativa mudança em seus processos métodos de trabalho máquinas equipamentos e no próprio perfil dos seus trabalhadores que também modificaram a maneira de produzir de se organizar e de se comunicar Todas essas mudanças foram proporcionadas por diversos fatores dentre eles a evolução das tecnologias da informação e da comunica ção primordiais para o bom andamento das atividades relacionadas à produção de bens e de serviços 128 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sendo assim neste capítulo vamos estudar o conceito de Indústria 40 apresentando o contexto histórico para a compreensão das revolu ções industriais e suas principais características além dos fundamen tos e conceitos centrais da Indústria 40 Por fim vamos compreender como gerenciar a Indústria 40 e quais são os principais desafios para que as empresas e seus colaboradores possam se adequar às novas tendências e fazer uso das novas tecnologias para se manter competi tivas no mercado 1 Contexto histórico É fato que a Indústria 40 já faz parte do cotidiano não só das empre sas como também das pessoas Entretanto é importante ressaltar que para que as pessoas e as empresas pudessem chegar ao ponto em que não apenas fazem uso mas obtêm benefícios a partir da utilização das diversas tecnologias muitos eventos aconteceram como as revolu ções industriais que impactaram as empresas as pessoas a economia e a sociedade em geral Sendo assim antes de falarmos especificamente sobre a Indústria 40 é importante compreender que esse termo passou a ser difundido com as mudanças no cenário industrial ao longo dos anos em virtude das revoluções industriais A seguir faremos uma breve retrospectiva histórica para entender melhor como se deu toda essa evolução 11 Primeira Revolução Industrial A Primeira Revolução Industrial teve início no começo do século XVIII na GrãBretanha com o surgimento da máquina a vapor para ser utilizada nas produções têxteis Nesse período surgiram as primeiras indústrias substituindo as manufaturas termo utilizado na época para a produção muito dependente da participação ativa dos trabalhadores que necessitavam de muito esforço físico e possuíam muitas atividades 129 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo repetitivas A utilização de máquinas permitiu a produção em série de produtos gerando um novo modelo econômico principalmente por que as máquinas possibilitaram um aumento dos volumes produzidos SANTOS STEVAN JUNIOR LEME 2018 A Primeira Revolução Industrial trouxe uma grande mudança no ce nário industrial ao permitir a contratação de artesãos para produção em larga escala Vale destacar que até então esses artesãos fabricavam de maneira artesanal peças únicas ou em pequenas quantidades de acordo com as necessidades e gostos dos clientes Com o passar dos anos esses mesmos artesãos passaram a ser alocados em galpões para trabalhar em turnos de trabalho extremamente exaustivos e pos teriormente foram substituídos pelas primeiras máquinas a vapor cria das pelo engenheiro britânico James Watt em 1765 ALMEIDA 2019 Dentre as principais características dessa revolução podemos res saltar QUINTINO et al 2019 mecanização da produção com o uso de máquinas a vapor aceleração substancial da produção migração de mão de obra camponesa para a indústria surgimento de novos atores sociais como os industriais donos de indústrias e homens de negócios e o operariado mão de obra das fábricas 12 Segunda Revolução Industrial No século XIX o aumento da produção do aço propiciou a fabricação de equipamentos e máquinas mais modernas do que as de madeira que até então eram utilizadas na produção Esse contexto e a utiliza ção de energia elétrica pela produção impulsionaram a manufatura Em paralelo as estradas de ferro possibilitaram um meio eficiente para o 130 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo transporte de mercadorias e de pessoas viabilizando assim o progres so de toda a sociedade SACOMANO et al 2019 A Segunda Revolução Industrial proporcionou uma série de evolu ções na indústria química elétrica petroleira e de aço Isso propiciou o desenvolvimento da produção em massa permitindo a redução dos pre ços dos produtos e tornandoos mais acessíveis à população SANTOS STEVAN JUNIOR LEME 2018 Entre as principais características dessa revolução podemos desta car QUINTINO et al 2019 uso de novas tecnologias como a eletricidade desenvolvimento tecnológico expansão da industrialização em diversos países produção em massa 13 Terceira Revolução Industrial A Terceira Revolução Industrial também é chamada de revolução di gital e tem como marco principal a utilização dos semicondutores tran sistores o que possibilitou a modernização dos computadores e demais equipamentos elétricos e eletromecânicos possibilitando o desenvolvi mento dos equipamentos eletrônicos e digitais Foi um período de gran des avanços em diversas áreas da ciência impactando diretamente a indústria Além disso tivemos a globalização com a abertura dos merca dos internacionais o que contribuiu demais para o desenvolvimento das empresas Outro fator a ser considerado é que ao final da Segunda Guerra Mundial o Japão encontravase devastado e com poucos recursos Essa situação motivou o governo japonês a lançar um pacote incentivando toda a nação a reduzir o desperdício Nesse período surgiu o Sistema 131 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Toyota de Produção com os preceitos da produção enxuta que visavam a reduzir os desperdícios e eliminar as perdas ou seja aproveitar melhor to dos os recursos necessários para a produção SACOMANO et al 2019 Dentre as principais características dessa revolução podemos des tacar QUINTINO et al 2019 produção flexível automação industrial nanotecnologia mecatrônica microinformática telecomunicações tecnologia de automação tecnologia da informação 14 Quarta Revolução Industrial A Indústria 40 ou a Quarta Revolução Industrial é a era da intera ção digital da indústria caracterizada pelo conceito de fábrica inteligen te do inglês smart factory Essa revolução teve início na Alemanha em meados de 2012 com a criação de um programa institucional que envolvia empresas universidades e o governo visando a promover a atualização tecnológica para aumentar a competitividade da indústria alemã ALMEIDA 2019 Inicialmente o conceito de Indústria 40 estava associado à manu fatura entretanto com o passar dos anos o conceito foi disseminado para outros setores como a agricultura e os serviços Podemos dizer que a Indústria 40 não está associada somente à automação de alto 132 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo nível mas também à evolução de outras diversas áreas do conhecimen to humano como a nanotecnologia a computação quântica o sequen ciamento de DNA a internet das coisas e várias outras aplicações que não só modificam áreas do conhecimento humano mas possibilitam uma interconexão om outras tecnologias QUINTINO et al 2019 Podemos dizer que a Indústria 40 provoca grandes transformações nas empresas nos conhecimentos administrativos nas áreas funcio nais e no controle e organização do trabalho Dessa forma é fácil perce ber como a administração da produção é diretamente afetada por essa nova realidade imposta pela Quarta Revolução Industrial Novos paradigmas de fabricação como a empresa virtual ou em presa estendida rede autoorganizada de empresas que combinam sua produção para fornecer produtos e serviços ao mercado e perso nalização em massa são o resultado de um sistema altamente distribu ído e autônomo de produção MORAES 2021 A seguir vamos estudar os fundamentos e conceitos centrais dessa nova indústria 2 Fundamentos e conceitos centrais da Indústria 40 Além da evolução tecnológica e a integração dos processos a Indústria 40 permite às empresas produzir seus bens e serviços utili zando sistemas de produção cada vez mais inteligentes capazes de detectar o surgimento de necessidades produtivas de suprimentos e de matériaprima Isso envolve a união de tecnologias físicas e digitais e a integração de todas as etapas do desenvolvimento de um produto ou processo Com isso as empresas que já utilizam as tecnologias e o conceito da Indústria 40 podem obter maior eficiência e consequente mente maior efetividade em suas atividades 133 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo IMPORTANTE A Indústria 40 integra as tecnologias de informação e de comunicação o que permite às organizações alcançar novos patamares de produtivi dade de flexibilidade de qualidade e de gerenciamento possibilitando a geração de novas estratégias e modelos de negócios para as empresas não só industriais como também de serviços SACOMANO et al 2019 Entre os fundamentos e conceitos centrais da Indústria 40 pode mos destacar ALMEIDA 2019 QUINTINO et al 2019 Big data análise de dados é a análise de uma grande quantida de de dados considerando volume velocidade e complexidade Essa tecnologia utiliza ferramentas de estatística e de machine learning aprendizagem de máquina que processam altíssimos volumes de dados gerando informações relevantes aos negó cios Vale destacar que com tantos dados gerados pelos proces sos automatizados na Indústria 40 automaticamente a empresa deve se preocupar também com a manutenção desses dados em segurança Robótica autônoma a robótica é uma tecnologia que já era uti lizada na Terceira Revolução Industrial mas que ganhou inova ções como a chamada robótica colaborativa em que os robôs e os seres humanos dividem o mesmo espaço de trabalho com total segurança o ser humano contribui com sua capacidade cognitiva o robô com sua robustez precisão velocidade e repe tibilidade ininterrupta Esses robôs utilizam algoritmos de inte ligência artificial para que os equipamentos possam tomar de cisões e compartilhar informações com outros equipamentos Dessa forma os robôs podem ser programados para a realização das tarefas no processo produtivo para a obtenção de produtos customizados ou para a produção de grandes lotes de produtos 134 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo padronizados sem a necessidade de supervisão humana Isso reduz os problemas ergonômicos de trabalhadores e aumenta a produtividade da empresa Simulação computacional a simulação de operações de fabrica ção ajuda a evitar possíveis erros e falhas no processo de produ ção Além disso a simulação permite uma ideia de custos rela cionados à matériaprima ao processo de fabricação e ao tempo de manufatura Softwares de manufatura como o CAM com puter aided manufacturing ou manufatura auxiliada por compu tador permite a simulação do trajeto de ferramentas de corte em máquinas como tornos centros de usinagem e máquinas de eletroerosão a fio Com isso obtémse maior qualidade e produ tividade O mesmo raciocínio se aplica ao desenvolvimento de produtos com a utilização de softwares como o CAE computer aided engineering ou engenharia auxiliada por computador que auxilia as empresas no desenvolvimento e aperfeiçoamento de seus produtos e processos Com isso tornase possível identifi car antecipadamente quais são os pontos fortes e fracos de um projeto antecipando as possíveis falhas e erros que poderão ser corrigidos antes da implantação Internet das coisas IoT a internet das coisas internet of things IoT consiste na conexão entre redes de objetos físicos am bientes sensores veículos máquinas equipamentos e outros por meio de dispositivos eletrônicos permitindo a coleta e a troca de informações através da internet Dessa forma podemos dizer que a IoT representa a utilização de diversas tecnologias que não estavam ligadas anteriormente e que são conectadas por meio de uma rede baseada em IP internet protocol principal alicerce para o crescimento digital Para as empresas a utilização da IoT permite que um maior número de dispositivos seja conectado por intermédio de padrões tecnológicos facilitando a comunicação e a interação entre eles 135 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Integração de sistemas na Indústria 40 os processos de fabri cação são integrados graças à utilização de sistemas que com põem toda a cadeia de produção permitindo a integração entre os fabricantes fornecedores distribuidores e clientes o que facilita a tomada de decisão Isso também possibilita a todas as empresas participantes da cadeia produtiva uma gestão automatizada dos seus processos e alinhada com as necessidades dos clientes Cibersegurança pode ser definida como o conjunto de técnicas e tecnologias utilizadas para detectar prevenir e combater ataques a dados programas sistemas e redes As empresas que utilizam os conceitos da Indústria 40 deve ter sistemas produtivos inte grados em uma rede de informações que permita a interligação de dados sobre insumos matériasprimas máquinas e demais processos necessários para a fabricação de um produto Com isso a cibersegurança assume um papel fundamental para que esses sistemas e informações sejam protegidos contra possíveis ameaças e falhas que possam causar transtornos à produção Computação em nuvem cloud computing pode ser definido como a utilização de servidores e computadores hospedados em data centers e interligados por meio da internet o que possibilita o uso remoto de seu armazenamento memória e processamen to Com isso é possível compartilhar dados em diferentes locali dades reduzindo custos e tempo e aumentando a eficiência Manufatura aditiva ou impressora 3D envolve a produção de peças a partir de camadas sobrepostas de material normal mente obtidas de cartuchos com material plástico em forma de fio de secção circular Esse material é aquecido no cabeçote da impressora 3D e depositado camada por camada obedecen do às dimensões previamente programadas a partir de um de senho em 3D feito em um software de desenho assistido por computador computer aided design ou CAD e transmitido ao 136 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo software de programação da impressora 3D Essa tecnologia tem sido cada vez mais utilizada para a criação de protótipos e para a produção de peças personalizadas Realidade aumentada a realidade aumentada permite uma va riedade de aplicações e serviços em diferentes campos como a medicina e a educação Aplicando o seu conceito na produção é possível obter diversas informações desde as instruções de montagem enviadas via celular para o desenvolvimento de peças de protótipo até o uso de óculos de realidade aumentada para a gestão e a operação de determinadas máquinas As interações entre o mundo real e o mundo virtual possibilitam alcançar me lhorias nos processos de trabalho da empresa Agora que conhecemos os fundamentos e conceitos centrais da Indústria 40 devemos destacar que todas essas tecnologias não es tão limitadas às empresas O conceito da chamada Indústria 40 é um conjunto que integra toda a cadeia produtiva e faz com que a sociedade obtenha um benefício coletivo para todos que estiverem inseridos nes se novo processo Faz parte da rotina das pessoas a digitalização das informações o que talvez seja a principal característica da Indústria 40 Por outro lado as novas demandas para a pesquisa e o desenvolvimento poderão ofe recer muitas oportunidades para as empresas e para as pessoas desen volverem novas soluções tecnológicas que tragam benefícios à socie dade em geral A seguir vamos entender melhor como a empresa deve gerenciar esses processos e quais são os principais desafios impostos pela Quarta Revolução Industrial 3 Gestão e desafios da Indústria 40 As empresas que utilizam os conceitos trazidos pela Indústria 40 devem fazer uma boa gestão de suas ações visando a obter os 137 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo benefícios que permitirão uma maior eficiência e eficácia de suas ati vidades produtivas Vale destacar que para que o processo produtivo ocorra conforme o esperado e dentro dos preceitos da Indústria 40 é necessário que a empresa possua uma infraestrutura adequada e que todos os elementos estejam interconectados em uma rede para que os dados possam trafegar de forma vertical e horizontal A boa gestão e a utilização dos preceitos da Indústria 40 dependem muito das formas de conectividade disponíveis Dentre os sistemas mais utilizados temos o sistema ciberfísico a IoT e a comunicação má quina a máquina machine to machine ou M2M Esses sistemas permi tem a conectividade entre equipamentos e objetos da produção Um sistema ciberfísico reflete o plano físico do sistema de produção instalações produtos máquinas e peças no plano virtual programas e sistemas que controlam a operação Isso é possível graças à utilização de sensores que possibilitam a conexão entre esses dois planos físico e virtual O principal benefício do uso desse processo é a representação fiel dos sistemas de produção em sistemas de informação facilitando a tomada de decisão com maior rapidez e com menor risco e reduzindo os custos de pequenas alterações na programação Os sensores controlam a linha de produção ao mesmo tempo que passam informações sobre o processamento de um pedido eou dados de máquinas para uma central que retransmite as informações pela internet ou intranet para sistemas que supervisionam os equipamentos SACOMANO et al 2019 A IoT internet das coisas permite a conectividade de diferentes dis positivos como as redes de objetos físicos ambientes sensores veícu los máquinas equipamentos e outros por meio de dispositivos eletrô nicos facilitando a coleta e a troca de informações através da internet Já a comunicação M2M permite a conexão de máquinas que intera gem entre si enviando dados e informações ou até mesmo comandos entre elas Essas máquinas também podem interagir com os humanos 138 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo realizando a comunicação máquina a humanos machine to human ou M2H SACOMANO et al 2019 NA PRÁTICA Se uma empresa que atua no segmento industrial decide operar o seu processo produtivo utilizando os sistemas ciberfísicos ela poderá tra balhar da seguinte maneira SACOMANO et al 2019 Sua linha de produção poderá ser acionada e controlada remotamente pois para facilitar um modelo virtual da linha de produção é criado de modo que todas as possíveis otimizações da linha de produção sejam ensaiadas virtualmente de forma a garantir que quando forem imple mentadas causem o mínimo de problema possível Dessa forma os pedidos dos clientes são processados e programados automaticamente e o cliente pode ter acesso às fases de produção de seus pedidos tudo online Além disso o cliente pode realizar pedidos de customizações como cor tamanho acabamento e acessórios es peciais que podem ser realizados em linhas de produção as quais se tornam flexíveis Se algum problema ocorrer na linha de produção o próprio sistema po derá entrar em contato requisitando manutenção ou interagindo com os sistemas de fornecedores logística e outros Podemos destacar como um grande benefício obtido com o uso adequado de ferramentas da Indústria 40 o acompanhamento em tem po real da produção Acompanhar e analisar os dados da produção em tempo real permitem uma maior assertividade nas decisões e com isso um melhor direcionamento do processo produtivo para o atendimento às necessidades dos clientes da empresa Para tanto é fundamental conhecer todas as etapas do processo de manufatura do produto no momento em que elas ocorrem na produção Cada produto apresenta suas particularidades o que demanda também ações diferentes para cada situação 139 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Além disso as empresas podem obter a virtualização de muitas de suas ações pois além do conceito de simulação computacional das fases de um processo produtivo ou de um produto que pode ser criado em uma prototipadora por meio de produção aditiva impressora 3D a Indústria 40 preconiza a monitoração remota dos processos de produ ção o que evita possíveis falhas e aumenta a confiabilidade e a eficiên cia do processo produtivo Tudo isso é possível desde que seja muito bem gerenciado pela empresa Outra tecnologia que se faz presente no cotidiano das pessoas e das empresas é a inteligência artificial IA Como exemplos dessa aplica ção podemos destacar o reconhecimento facial que permite encontrar um rosto em meio a uma multidão e é uma ferramenta utilizada pelas agências no combate ao terrorismo assim como um meio de seguran ça para o acesso a aplicativos de bancos dentre outros PARA SABER MAIS Sobre as tecnologias relacionadas à Indústria 40 leia o capítulo 2 Tec nologias relacionadas à Indústria 40 do livro Indústria 40 SANTOS STEVAN JUNIOR LEME 2018 Essas são apenas algumas das possibilidades e dos benefícios que podem ser obtidos pelas empresas que utilizam as tecnologias e os conceitos da Indústria 40 Entretanto não podemos deixar de destacar que desde a sua concepção na empresa existem muitos desafios que vão além da obtenção da produtividade São alguns benefícios e oportunidades da Indústria 40 ALMEIDA 2019 eficiência e qualidade diminuição de estoques 140 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo tempo de entrega reduzido sustentabilidade e meio ambiente redução do uso de materiais energia e recursos robótica avançada e transporte autônomo inteligência artificial e aprendizagem de máquinas materiais avançados nanotecnologia impressão 3D realidade aumentada biotecnologia e avanços na pesquisa genética gestão operacional baseada na extração digital de conhecimento big data cloud computing modelagem e simulação hardware de campo e protocolos industriais gestão online de ativos Para que as empresas possam aproveitar essas oportunidades exis tem alguns requisitos mínimos a serem atendidos dentre eles pode mos destacar ALMEIDA 2019 Integração horizontal ao longo da cadeia de valor com a integra ção do planejamento otimizando e operacionalizando a cadeia de valor fornecendo suporte para a produção orientada e promo vendo a integração da demanda Integração digital da engenharia ao longo do ciclo de vida pro movendo a integração na engenharia com a conexão entre proje to design manufatura operação e manutenção de produtos e de serviços utilizando a fissão entre os mundos real e virtual 141 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Desenvolvimento contínuo de tecnologias cruzadas conside rando que a inovação exige cada vez mais integração entre as diversas áreas do conhecimento e a utilização de diversas tecno logias de maneira conjunta Nova infraestrutura social e colaborativa do trabalho mantendo as pessoas com um papel central a ser desempenhado plane jando supervisionando e tomando decisões empregando a sua criatividade e promovendo a colaboração entre os envolvidos Integração vertical e sistemas de manufatura em rede permitin do o desenvolvimento e a integração de sistemas de manufatura flexíveis devidamente integrados ao negócio das empresas Como desafios a Indústria 40 impõe às empresas a necessidade de desenvolvimento de fornecedores da melhoria de infraestrutura que envolve também iniciativas públicas como o que está ocorrendo com o 5G a preocupação com a segurança de dados a escassez de profissio nais capacitados e a necessidade de maior cooperação das indústrias com instituições voltadas à pesquisa dentre outros Dessa forma compete às empresas e aos seus gestores uma cons tante atualização em relação às tecnologias disponíveis e às aplicações delas para investir de maneira assertiva nos processos de produção visando a oferecer ao mercado produtos e serviços que atendam às necessidades dos clientes PARA PENSAR Faça uma pesquisa na empresa em que você trabalha e tente identificar se ela já faz uso de algum conceito da Indústria 40 e que tipos de resul tados tem obtido com essa aplicação 142 Administração da Produção Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Considerações finais Neste capítulo tivemos a oportunidade de estudar o conceito e os fundamentos da Indústria 40 um tema de grande relevância não só para a administração da produção mas também para as empresas que buscam se manter competitivas no mercado Para tanto estudamos o contexto histórico com a evolução das quatro revoluções industriais Lembramos que a Primeira Revolução Industrial foi marcada pelo uso da mecânica da energia a vapor e a hidráulica a Segunda Revolução Industrial teve como diferenciais o uso da eletricidade a produção em massa e a utilização das linhas de montagem de produtos e a Terceira Revolução Industrial se consoli dou pelo uso de sistemas computacionais e da robótica na manufatura além dos avanços na eletrônica e a utilização de controladores lógicos programáveis Já a Quarta Revolução Industrial ou Indústria 40 se apoia em nove pilares tecnológicos que foram estudamos neste capítulo big data re alidade aumentada internet das coisas computação em nuvem ciber segurança integração de sistemas simulação impressão 3D e robótica autônoma Por fim tivemos a possibilidade de identificar os principais aspec tos a serem considerados pelas empresas não só para a gestão como também sobre os desafios a serem superados para que seja possível transformar as suas iniciativas em torno das novas soluções tecnológi cas trazidas pela Indústria 40 em resultados para empresas visando a atingir os seus objetivos de negócios independente de qual seja o seu segmento de atuação 143 Indústria 40 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Referências ALMEIDA Paulo Sérgio de Indústria 40 São Paulo Editora Érica 2019 MORAES Rodrigo Bombonati de Souza org Indústria 40 impactos sociais e profissionais São Paulo Blucher 2021 QUINTINO Luis Fernando et al Indústria 40 Porto Alegre Sagah 2019 SACOMANO José Benedito org Indústria 40 conceitos e fundamentos São Paulo Blucher 2018 SANTOS Max Mauro Dias STEVAN JUNIOR Sergio Luiz LEME Murilo Oliveira Indústria 40 São Paulo Editora Érica 2018 145 Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD da disciplina correspondente Proibida a reprodução e o compartilhamento digital sob as penas da Lei Editora Senac São Paulo Sobre o autor Marcos Alberto de Oliveira é sóciodiretor da Firehawk Serviços de Aperfeiçoamento profissional Ltda É também palestrante e pro fessor universitário com experiência de 30 anos na área acadêmica atuando em programas de educação continuada para empresas do segmento industrial e de serviços Além disso atua como assessor especial de planejamento do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo Crosp É engenheiro químico pela Fundação Armando Alvares Penteado FAAP mestre em engenharia de produção pela Universidade Paulista Unip e mestre em administração de empre sas pela UNG especialista em engenharia de segurança do trabalho e em engenharia de controle da poluição ambiental pela FAAP es pecialista em engenharia de produção engenharia de produto e em organização e métodos pela Universidade São Judas Tadeu USJT Possui certificação Ibelt em gestão da inovação e é auditor interno de sistemas de gestão integrados ISO 9001 ISO 14001 e ISO 45001 Também atua como professor dos cursos de engenharia e admi nistração da FAAP além de cursos de PósGraduação da FAAP da Fundação Instituto de Administração FIA e do Centro Universitário FEI Escreveu os livros Em busca da excelência empresarial pela edi tora DVS Saúde segurança do trabalho e meio ambiente Estratégia empresarial e gestão da informação gerencial Gestão de operações e serviços e Fundamentos da administração todos pela Editora Senac São Paulo