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Engenharia Ambiental ·

Física Estatística

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2º Aula Classificação de terras no sistema de capacidade de uso objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de entender a importância de respeitar a capacidade de uso da terra conhecer a classificação técnica que constitui esses fatores carosas alunosas O uso adequado dos recursos naturais requer antes de tudo o conhecimento de seu potencial e de suas limitações a fim de conciliar produção e desenvolvimento com agressão mínima possível ao meio ou seja compatibilizar o uso das terras com a conservação ambiental No caso do recurso natural solo quando utilizado de forma incorreta não considerando os seus atributos intrínsecos características físicas químicas e morfológicas principalmente e fatores condicionadores relevo clima geologia cobertura vegetal que refletem a sua real potencialidade pode desencadear processos indesejáveis como a erosão por exemplo isso traz sérios danos socioeconômicos e ambientais com destaque para o arraste de partículas de solos juntamente com nutrientes utilizados na agricultura redução significativa da capacidade produtiva dos solos assoreamento de rios e mananciais contaminação da água sobretudo de superfície enfim comprometimento não só da produção agrícola mas também da qualidade e quantidade de água Nesse sentido estudos de avaliação do potencial agrícola das terras se constituem em importantes instrumentos que podem subsidiar políticas de planejamento e desenvolvimento rural dentro da ótica de sustentabilidade Para entender mais sobre essa capacidade de uso vamos dar início a nossa aula Bons estudos 12 Física e Conservação do Solo e da água Seções de estudo 1 capacidade de uso do solo 2 relevo 3 Classificação das terras no sistema de capacidade de uso 1 Capacidade de uso do solo A capacidade do planeta para suportar a sua diversidade de espécies incluindo a humana é grande mas essencialmente limitada Quando a procura humana excede a disponibilidade ou seja quando se ultrapassam os limites ecológicos ocorre o comprometimento da saúde dos sistemas vivos da terra em última instância essas perdas ameaçam o próprio bemestar humano MeA 2005 WWF 2008 O uso indiscriminado das terras sem levar em consideração suas potencialidades e os graus de sensibilidade fragilidade eou estabilidade dos agroecossistemas é uma das principais causas da degradação dos solos da erosão e da perda de sua capacidade produtiva PereirA 2002 Lepsch et al 1991 comenta que o uso adequado das terras de acordo com a sua capacidade de uso é o primeiro passo em direção à agricultura correta Para isso devese empregar cada parcela de terra de acordo com a sua capacidade de sustentação e de produtividade econômica de forma que os recursos naturais sejam colocados à disposição do homem para seu melhor uso e benefício procurando ao mesmo tempo preservar esses recursos para gerações futuras Assim o sistema deve ser sustentável para que gerações futuras também possam se beneficiar dos bens e serviços ambientais em termos de avaliação do potencial das terras apesar da existência de diversos sistemas no Brasil os mais adotados são o sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras rAMALHOFiLHO BeeK 1995 e o sistema de capacidade de uso LePScH et al 1991 O estudo sobre o uso da terra pode ser realizado sobre diferentes óticas segundo a necessidade em que tivermos em demonstrar as formas e o contexto em que a utilização do solo está sendo promovida ao longo dos anos em determinado espaço isso se transcende diante das diferentes demandas trazidas pela sociedade ora pelo desenvolvimento econômico ora pela necessidade básica humana de subsistência através da produção agrícola e criação de animais De maneira simples podemos entender o uso da terra como a maneira pela qual o espaço está sendo utilizado pelo homem sob a forma produtiva cidade produção agropecuária etc eou manutenção de vegetação e ecossistemas nativos A constante interação do homem com o meio ambiente tem provocado alterações no uso da terra e os impactos dessas mudanças são de constante interesse para a comunidade internacional uma vez que trazem impactos ambientais econômicos e sociais reDeAGrO 2014 Watanabe 2009 p 19 na eminência de definir a expressão uso da terra descreve como o modo pelo qual os seres humanos exploram a cobertura vegetal da terra relacionada com a sua gestão a fim de obter ganhos específicos Lambin Geist e Lepers 2003 destacam também a influência dos fatores culturais na tomada de decisão no uso da terra Fatores culturais como memórias coletivas histórias pessoais valores crenças e percepções individuais influenciam a tomada de decisão com relação ao tipo de cultura a ser cultivado o tipo de manejo a ser adotado e o compromisso social com tal manuseio do solo As questões biológicas e físicas dos solos afetam diretamente o uso da terra Alguns processos naturais como o ciclo do carbono a fotossíntese a respiração a fertilidade do solo dentre outros são essenciais para a utilização e escolha da cultura agrícola por exemplo essa interação do homem com meio ambiente tem modificado o uso da terra gerando benefícios para sociedade contudo essas mudanças têm ocasionado consequências negativas que podem ser determinadas para causar vulnerabilidade das pessoas e lugares Para equilibrar os malefícios e benefícios gerados com as modificações no uso da terra é necessário que haja mais conhecimentos sobre os impactos que cada tipo de empreendimento provoca nas diferentes visões que contemplam o desenvolvimento sustentável ou seja na economia local na sociedade e no meio ambiente O que é CAR Criado pela lei nº 126512012 no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio ambiente SINIMa e regulamentado pela Instrução Normativa MMa nº 2 de 5 de maio de 2014 o Cadastro ambiental Rural CaR é um registro público eletrônico de âmbito nacional obrigatório para todos os imóveis rurais Tem a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes às áreas de Preservação Permanente aPP de uso restrito de Reserva Legal de remanescentes de florestas e demais formas de vegetação nativa e das áreas consolidadas Compõe a base de dados para controle monitoramento planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento a inscrição no CaR é o primeiro passo para obtenção da regularidade ambiental do imóvel e contempla dados do proprietário possuidor rural ou responsável direto pelo imóvel rural dados sobre os documentos de comprovação de propriedade e ou posse e informações georreferenciadas do perímetro do imóvel das áreas de interesse social e das áreas de utilidade pública com a informação da localização dos remanescentes de vegetação nativa das áreas de Preservação Permanente das áreas de uso Restrito das áreas consolidadas e das Reservas legais Fonte Sicar Disponível em httpswwwcargovbrsobre Acesso em 05 out 2021 Graças ao mapeamento das áreas destinadas à preservação da vegetação nativa cadastradas no cAr pelo mundo rural e das áreas protegidas do Brasil foi possível avançar no sentido de uma visão totalizante do uso e ocupação das terras em todo o território nacional com base em imagens de satélite e fontes cartográficas de diversos órgãos federais e estaduais a equipe da Embrapa Territorial completou a quantificação das demais formas de uso e ocupação das terras O quadro a seguir demonstra o tamanho das áreas 13 utilizadas em cada categoria de classificação das terras no Brasil Quadro 1 Quantificação das áreas destinadas à proteção e preservação da vegetação nativa e demais usos e ocupação das terras no Brasil 2018 CATEGORIAS ÁREA ha DA ÁREA DO BRASIL 2018 áreas destinadas à preservação da vegetação nativa cadastradas no CaR mundo rural pecuária agricultura silvicultura extrativismo etc 218245801 256 unidades de conservação integral 88429181 104 Terras indígenas 117338721 138 Vegetação nativa em terra devoluta e não cadastrada 139722327 165 Pastagens nativas 68022447 80 Pastagens plantadas 112237038 132 lavouras 66321886 78 Florestas plantadas 10203367 12 Infraestruturas cidades e outros 29759821 35 TOTAL 850280588 100 Fonte Embrapa 2021 O gráfico a seguir Figura 1 representa de forma sintética e resumida as diversas proporções dos diferentes usos e ocupação das terras no Brasil destacando a grande dimensão do total das áreas dedicadas à preservação e à proteção da vegetação nativa 663 Figura 1 Quantificação territorial dos diversos usos e ocupação das terras e das áreas destinadas à preservação e proteção da vegetação nativa no Brasil Fonte Embrapa Disponível em httpswwwembrapabrcarsintese Acesso em 10 out 2021 Grande parte da ocupação do solo ainda se encontra com vegetação natural o que gera a preocupação do estado em manter o equilíbrio econômico e a utilização dos recursos naturais disponíveis esse fato faz com que haja uma migração de uma teoria produtivista no âmbito da produção rural centrado na modernização e rentabilidade para uma visão relacionada à sustentabilidade com a redução de riscos para a sociedade e a diminuição da degradação do meio ambiente essencial a salutar qualidade de vida DAL BOScO 2013 Dessa forma para que haja uma compatibilidade entre a visão de desenvolvimento econômico com base em premissas relacionadas à sustentabilidade robert et al 2002 destacam que o estado precisa buscar sistemas mais produtivos e eficientes no uso dos recursos e da terra Essa preocupação com a utilização de todos os recursos de forma eficiente equitativa e responsável é necessária para que a sociedade atual não cause impacto nas necessidades das gerações futuras esses autores ainda afirmam que todo o desenvolvimento econômico social deve ser demonstrado através do planejamento estratégico das ações que buscam proteger o meio ambiente 2 Relevo A forma atual do relevo é produto principalmente da ação do clima chuvas e temperatura e de processos de intemperização físicoquímica sobre as rochas O modelamento atual do relevo condiciona a ação da água sobre as terras na forma de infiltração e de escoamento superficial e subsuperficial principal causa de perda de solo por erosão Assim para planejar o uso adequado das terras conforme as suas potencialidades e limitações tornase imprescindível o estudo detalhado do relevo especialmente quanto à declividade das encostas 21 Classes de declive A declividade das encostas é o principal fator do relevo condicionante da erosão Sua variação determina formas e feições da paisagem ditando também potencialidades de uso e restrição ao aproveitamento das terras As classes de declividade foram determinadas por processo manual utilizandose de ábaco de declividades complementados por trabalhos de aerofotointerpretação de fotos na escala 125000 Foram discretizadas as classes de A 03 B 36 C 612 D 1220 E maior que 20 hidromórfico 3 Para a elaboração do mapa de classes de Declive foram utilizadas a base planialtimétrica escala 125000 com equidistância vertical de 10m e as fotografias aéreas do aerolevantamento executado pelo Ministério da Aeronáutica na escala 125000 editada em 1971 pelo instituto Brasileiro do caféiBc correspondentes às faixas 19ª fotos 839 a 845 20A fotos 917 a 923 e 21A fotos 1027 a 1033 14 Física e Conservação do Solo e da água A cada classe de declive cabem características particulares quanto ao escoamento das águas superficiais e também procedimentos específicos quanto a usos manejos e práticas conservacionistas conforme apresentados sinteticamente a seguir Classe A 03 Compreende áreas planas ou quase planas em que o escoamento superficial deflúvio é lento ou muito lento Essa classe não oferece dificuldade ao uso de máquinas agrícolas A erosão hídrica não é significativa exceto em vertentes muito longas e com solos altamente suscetíveis à erosão Classe B 36 os terrenos dessa classe têm declives suaves onde geralmente o deflúvio é lento ou médio Nessa classe o trabalho mecanizado usual é de fácil operação Geralmente práticas simples de conservação do solo são suficientes cultivo em nível ou plantio direto exceto em solos erodíveis arenosos com comprimento de rampa muito longo Classe C 612 a classe C engloba terrenos inclinados em relevo geralmente ondulado O deflúvio é médio ou rápido O declive normalmente não prejudica o uso de máquinas agrícolas Em alguns casos a erosão hídrica pode ser controlada com práticas simples Porém normalmente são necessárias práticas complexas de conservação do solo terraceamento plantio direto para que seja cultivado intensamente Classe D 1220 Compreende terrenos inclinados em relevo ondulado geralmente o escoamento superficial é rápido para a grande maioria dos solos uso de máquinas agrícolas e parcialmente prejudicado a erosão hídrica compromete o cultivo intenso Classe E 20 a classe E é constituída por terrenos muito inclinados a fortemente inclinados onde o escoamento superficial é muito rápido Nessa classe a maioria dos solos é extremamente suscetível à erosão e os terrenos devem ser utilizados somente para cultivos perenes pastagens ou reflorestamentos A maior parte das máquinas agrícolas pode ser usada mas com dificuldades Há sérios impedimentos ao uso exigindo práticas muito complexas projetos de drenagem e devem ser mantidos preferencialmente como áreas de preservação ambiental Hidromórfico 3 As áreas com predomínio de solos hidromórficos se tornaram objeto de identificação específica no mapa de Classes de declive pois representam áreas encharcadas planas ou quase planas declividade menor que 3 e constituem unidade específica de capacidade de uso da terra No quadro 2 apresentase o total de área de cada classe de declive e sua respectiva porcentagem em relação à área total estudada Vejamos Quadro 2 Área ocupada por cada classe de declividade Classes de Declive Área km2 a 03 391 507 B 36 3816 4948 C 612 2777 3601 D 1220 253 328 E 20 008 010 Hidromórfico 3 467 605 Total 7712 10000 Fonte elaborado pelo autor 3 Classificação das terras no sistema de capacidade de uso A classificação da capacidade de uso das terras é um sistema de agrupamento das terras baseado principalmente na sua capacidade de produzir cultivos e pastagens sem degradadas as terras por um longo período de tempo O primeiro sistema de classificação da capacidade de uso das terras foi desenvolvido nos estados Unidos pelo Serviço Nacional de conservação do Solo NrcSUSDA esse método foi usado como base para muitos outros sistemas de avaliação de terras e desde então tem sido muito utilizado em todo o mundo Sua origem foi na década de 1930 e foi desenvolvido para uma condição socioeconômica comum nem típicas fazendas familiares da parte central dos estados Unidos onde a conservação do solo e a prevenção da degradação das terras eram críticos UFrGS 2021 esse sistema tem o objetivo de auxiliar a tomada de decisão sobre qual combinação de uso agrícola das terras e medidas de controle à erosão que permitam a utilização do limitado número de categorias ou classes hierarquicamente ordenadas de acordo com os valores limites de um número de propriedades do solo e do local O sistema classifica as terras segundo uma sequência de usos ordenados de forma descendente de nível de intensidade de movimentação do solo e necessidade de práticas conservacionistas À medida que a classe de capacidade de uso decresce o número de usos possíveis também A terra na menor classe de capacidade pode ser utilizada apenas para recreação ou preservação ambiental A terra é classificada com base em suas limitações permanentes isso implica na comparação de certas características de cada gleba com os valores críticos de cada classe de capacidade de uso caso uma única limitação seja suficientemente grave para rebaixar a terra a uma classe inferior ela será a classificação final não importando quão favoráveis sejam as outras características DeNtYOUNG 1981 McrAe BUrNHAM 1981 Figura 2 representação esquemática do enquadramento de uma área nas diferentes classes de capacidade de uso para efeito de planejamento Fonte Google Earth Adaptação Tom Ribeiro Disponível em httpswwwcdrs spgovbrportalprodutoseservicospublicacoesacervotecnicoclassede capacidade Acesso em 05 out 2021 15 esse sistema está estruturado em grupos classes subclasses e unidades Lepsch et al 1991 Os grupos constituem categorias de nível mais elevado estabelecidos com base na maior ou menor intensidade de uso das terras designada em ordem decrescente pelas letras A B e c Grupo A terras passíveis de utilização com culturas anuais perenes pastagens eou reflorestamento e vida silvestre Grupo B terras impróprias para cultivos intensivos mas ainda adaptadas para pastagens eou reflorestamento eou vida silvestre Grupo C terras não adequadas para cultivos anuais perenes pastagens ou reflorestamento porém apropriadas para proteção da flora e fauna silvestre recreação ou armazenamento de água As classes são nomeadas por algarismos romanos de i a Viii os quais indicam o grau de limitação de uso cada classe tem o mesmo grau de limitação ou seja tem a mesma limitação de uso ou o mesmo risco potencial de degradação As subclasses indicam o tipo de limitação agrupado nas subclasses erosão solo água e clima As unidades especificam a natureza da limitação da subclasse e são importantes para orientar a recomendação de uso e as práticas de manejo específicas Classe I terras cultiváveis aparentemente sem problemas especiais de conservação Classe II terras cultiváveis com problemas simples de conservação eou de manutenção de melhoramentos Classe III terras cultiváveis com problemas complexos de conservação eou de manutenção de melhoramentos Classe IV terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada com sérios problemas de conservação Classe V terras adaptadas em geral para pastagens e em alguns casos para reflorestamento sem necessidade de práticas especiais de conservação cultiváveis apenas em casos muito especiais Classe VI terras adaptadas em geral para pastagens eou reflorestamento com problemas simples de conservação cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo Classe VII terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento com problemas complexos de conservação Classe VIII terras impróprias para cultura pastagem ou reflorestamento que podem servir apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre como ambiente para recreação ou para fins de armazenamento de água As limitações de uso das terras são de três naturezas limitações pela erosão eou risco de erosão e limitações relativas ao solo s referidas ao potencial nutricional e limitações relativas à má drenagem do solo a Quanto ao potencial nutricional do solo o relacionamento da saturação em bases V com a capacidade de troca de cátions ctc proporciona uma avaliação mais precisa do que simplesmente o uso do índice de saturação em bases OLiVeirA 1992 Dentro de cada classe de capacidade de uso os solos que apresentam limitações de natureza diferentes são enquadrados em subclasses diferentes No quadro 3 apresentamse as classes e subclasses de capacidade de uso referidas às unidades pedológicas e às classes de declive Quadro 3 Área ocupada por cada classe de declividade SOLOS CLASSES DECLIVIDADE A 03 B 36 C 612 D 1220 E 20 Subclasses de capacidade de uso das terras Podzólico Vermelho Escuro eutrófico distrófico e álico epidistrófico a fraco a moderado textura arenosa média IIes IIIe IVe VIe VIe Podzólico Vermelho amarelo eutrófico e distrófico a fraco a moderado textura arenosa média IIIe IVe VIe Vie latossolo Vermelho Escuro eutrófico A fraco textura média IIe IIIe Hidromórfico a moderado Va Va Fonte UNESP 2021 A definição de classes de capacidade de uso das terras por si só reflete o quadro de fatores do meio físico constituindose em importante documento para o planejamento da atividade rural Sua confrontação com a ocupação atual das terras define as áreas de uso em conflito O Sistema de Classificação de Capacidade de Uso das terras estabelece classes homogêneas de terrenos com base no grau de limitação de uso e subclasses que representam as classes qualificadas quanto a natureza da limitação Na caracterização das classes levase em consideração a maior 16 Física e Conservação do Solo e da água ou menor complexidade das práticas conservacionistas no caso as de controle de erosão e as de melhoramento do solo As subclasses explicitam mais detalhadamente as práticas de conservação eou de melhoramentos A natureza da limitação é indicada por letras minúsculas após o algarismo romano das classes Quando existem duas limitações com intensidades semelhantes ambas são indicadas com a primeira delas designando a limitação predominante Para área estudada são três as naturezas de limitações expressas pelas subclasses e quando existe erosão ou há risco de que ocorra a quando há problemas de encharcamento e s quando há limitação do solo LePScH 1991 31 Classes dos Solos As classes podem então serem caracterizadas como 311 Classe II culturas com práticas simples de conservação São terras que têm limitação moderada para seu uso estão sujeitas a riscos moderados de degradação entretanto são terras boas que podem ser cultivadas desde que lhes sejam aplicadas práticas especiais de conservação do solo de fácil execução com essas práticas esperase que as culturas as mais adaptadas à região tenham produção segura e permanente de colheitas médias a elevadas 3111 Subclasse IIe problema de erosão São terras produtivas de alta fertilidade situadas em relevo suavemente ondulado apresentando ligeiro a moderado risco de erosão constitui essa subclasse o Latossolo Vermelho Escuro eutrófico 3112 Subclasse IIes problema de erosão e de solo São terras com baixo índice de saturação por bases V 50 e que apresenta ligeiro a moderado risco de erosão Abrange o Podzólico Vermelho Escuro distrófico e Álico epidistrófico 312 Classe III culturas com práticas intensivas e complexas A classe iii abrange terras passíveis de utilização com culturas anuais perenes pastagens ou reflorestamento com problemas complexos de conservação do solo Quando cultivadas sem cuidados especiais estão sujeitas a severos riscos de depauperamento principalmente no caso de culturas anuais requerem medidas intensas e complexas de conservação do solo a fim de poderem ser cultivadas de forma segura e permanente com produção média a elevada de culturas adaptadas 3121 Subclasse IIIe problema de erosão constituem essa classe o Latossolo Vermelho escuro em classe de declive B 3 a 6 e os Podzólicos Vermelho escuro e Vermelho Amarelo situados em classes de declive B 3 a 6 ou c 6 a 12 313 Classe IV São terras que têm riscos ou limitações permanentes muito severas quando usadas para culturas anuais Preferencialmente devem ser mantidas como pastagens mas podem ser suficientemente boas para certos cultivos ocasionais na proporção de um ano de cultivo para cada quatro a seis de pastagens ou para certas culturas anuais ou perenes porém com cuidados muito especiais caracterizam se pelos seguintes aspectos declive acentuado 12 erosão severa e suscetibilidade à erosão devido ao impedimento da drenagem no horizonte B mais argiloso De acordo com a natureza do fator restritivo de uso a classe iV apresenta a subclasse iVe 3131 Subclasse IVe problema de erosão São terras limitadas por risco de erosão para cultivos intensivos com declividades acentuadas A subclasse iVe engloba o Podzólico Vermelho escuro e o Podzólico Vermelho Amarelo em declive D 1220 314 Classe V São terras com problemas de encharcamento e com possibilidade de serem drenadas artificialmente Podem servir como pastagem nas épocas secas do ano O índice a nessa classe explicita o problema de encharcamento pelo menos durante algum tempo do ano compreendem o solo Hidromórfico Glei Pouco Húmico 315 Classe VI São terras adaptadas para pastagens ou reflorestamentos impróprios para culturas anuais porém cultiváveis apenas em casos especiais com algumas espécies permanentemente protetoras do solo caracteriza por apresentar declividade acentuada classe e 20 compreende o Podzólico Vermelho escuro e o Podzólico Vermelho Amarelo em declive e com muita alta suscetibilidade à erosão Chegamos ao fim dessa aula espero que tenham entendido que o uso adequado das terras de acordo com as suas vocações naturais é o primeiro passo em direção à agricultura e ao desenvolvimento corretos voltados à sustentabilidade e manutenção ou ampliação de oferta de serviços ambientais Vamos então recordar retomando a aula 1 Capacidade de uso do solo A partir do conhecimento da capacidade de uso das terras podese propor não apenas um planejamento de uso e 17 de ocupação de forma orientada mas também um conjunto de recomendações e práticas conservacionistas para a proteção e a melhoria dos recursos naturais solo água e vegetação 2 Relevo Vimos que a geomorfologia expressa a forma a gênese e a evolução do modelado dos relevos da paisagem que representam a expressão espacial de uma superfície compondo diferentes configurações da paisagem morfológica É o seu aspecto visível e a sua configuração que caracterizam o modelado topográfico de uma área no caso em questão O relevo atual cuja diversidade superficial é o produto do intemperismo da rocha e da ação da cobertura vegetal somente pode ser compreendido à custa de uma investigação minuciosa das coberturas superficiais sem esquecer que a base litológica da paisagem é muito influenciada pelos diferentes domínios climáticos 3 Classificação das terras no sistema de capacidade de uso A classificação de uso das terras em obediência à sua capacidade de suporte pode evitar os casos de subutilização ou sobreutilização de recursos naturais com sérios prejuízos socioeconômicos e ambientais Nesta seção conhecemos também os grupos as classes as subclasses e as unidades Disponível em httpswwwyoutubecomwatch v0sB2Qd4LjUgabchannelGeotecnologiasnared Disponível em httpswwwyoutubecomwatch vnXmn3hMLzoi Disponível em httpswwwyoutubecomwatch vM3hyz92bho Vale a pena assistir Disponível em httpwwwdiadecampocom brzpublishermateriasMateriaaspid33944 secaoArtigos20especiaisDisponível em https www scielobrjrbeaaaSr7bwKQrrNYWDYSGV74Z kzs formatpdflangpt Vale a pena ler vale a pena Minhas anotações